OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

OS BENEFÍCIOS DE SE LIBERTAR DA IGNORÂNCIA

"72 - Então o sábio estudante (deve se devotar) diariamente, sem interrupções, ao estudo das Escrituras, à reflexão e meditação nas verdades ali contidas. E, assim, tendo se libertado da ignorância, o homem sábio goza a bem-aventurança do Nirvana mesmo estando ainda na Terra.

COMENTÁRIO - O estabelecimento de uma prática diária, de um ritmo, é fundamental. A maioria de nós vive de uma forma desordenada, sujeita a uma série de embates. Essa agitação predispõe à superficialidade. Estudar profundamente, refletir e meditar significam perda de tempo, algo inútil que deve ser posto de lado num contexto social onde só é valorizada a acumulação de riquezas materiais. 

Entretanto, neste versículo, Sankara lembra-nos de que só adotando o estudo, a reflexão e a meditação podemos nos libertar da ignorância e sentir a bem-aventurança." 

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 38/39)

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

VIVA NO ETERNO

"107 - Quando os objetos são agradáveis, eles nos tornam felizes; no caso contrário, infelizes. A felicidade e infelicidade não atingem Atman que está sempre em eterna bem-aventurança.

COMENTÁRIO - O eu inferior (ahamkãra) sente a felicidade ou infelicidade procedentes dos objetos dos sentidos. Já Atman está acima do dualismo e vive para sempre mergulhado em uma extrema bem-aventurança. Num dos antigos Upanishads há um trecho onde está dito: 'Há uma paz que ultrapassa o entendimento humano, mora no coração daqueles que vivem no Eterno'. 

Procurai por um instante que seja sentir um pouco dessa paz! E tudo será diferente."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 50/51)


terça-feira, 20 de outubro de 2015

A BUSCA MÍSTICA (PARTE FINAL)

"(...) As duas estórias que se seguem servem para ilustrar o tema de que a realização espiritual direta é alcançável e que, uma vez obtida, pode transformar e iluminar: 1) um velho camponês estava sentado sozinho num banco de trás de uma igreja vazia. 'O que você está esperando?', foi-lhe perguntado. 'Estou olhando para Ele,' respondeu, 'e Ele está olhando para mim'; 2) um grupo de estudantes num colégio teológico pediu a um professor muito instruído para ler o Salmo do Bom Pastor (Sl 23). Ele leu-o com muito sentimento e bela ênfase. Depois alguém convidou um clérigo aposentado para entrar e repetir o Salmo 23. Quando ele repetiu as mesmas palavras com reverência e intenção, sua face suave brilhou com uma luz interior. Quando terminou, não havia um olho enxuto na sala. Mais tarde, um dos estudantes perguntou ao professor porque ele, com seu grande conhecimento, não pode produzir aquele profundo efeito. O professor foi honesto e humilde em sua resposta: 'Bem,' ele disse ao rapaz, 'eu tenho estudado a Bíblia e conheço tudo sobre o Bom Pastor, mas, veja você, nosso amigo conhece o Bom Pastor.'

Aí, sugiro, está o âmago do problema religioso: conhecer, por experiência direta, o poder e a Presença de Deus e de Seu Filho, Cristo, Nosso Senhor. Uma palavra grega para tal conhecimento espiritual direto é gnosis e, na época da fundação do cristianismo, aqueles que o possuíam eram conhecidos como gnósticos. Tragicamente, por causa dos erros aparentes de alguns gnósticos, eles foram proscritos e acusados de heréticos. A contribuição da religião para a cura das atuais doenças da humanidade é o conhecimento espiritual baseado na experiência interior. Colocado de maneira simples, os cristãos tanto necessitam saber a respeito do Bom Pastor quanto conhecer o Bom Pastor. À medida que cresça o número de homens e mulheres iluminados e inspirados, há razão para crer que o cristianismo se tornará mais poderoso do que presentemente para a paz e o progresso mundiais.

Se, de novo, a religião cristã pode se tornar um centro e uma fonte de luz espiritual nascidos do conhecimento direto e, assim oferecer ensinamento espiritual verdadeiro concernente à relação íntima do homem com Deus e de como essa relação pode ser realizada; se ela pode restaurar o conhecimento perdido do propósito da existência humana; se ela pode estabelecer a razão e a exata justiça para o homem, como parte de seu ensinamento, e prover os meios da aplicação inteligente delas na obtenção da felicidade humana e na solução dos problemas da vida; se ela pode dar à humanidade orientação segura e sã na busca do conhecimento interior de Deus e da união consciente com Deus; se o cristianismo pode verdadeiramente iluminar as mentes humanas, então, sugere-se, ele poderia levar a humanidade a abandonar sua presente militância, dirigindo-a para a paz mundial, e a renunciar as ações que dividem, em favor da unidade de ação para o bem-estar de toda a humanidade."

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília 2007 - p. 29/30)

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A BUSCA MÍSTICA (1ª PARTE)

"Como essa iluminação interior deve ser obtida? Não pela fé cega, mas pelo livre uso da faculdade do raciocínio e da prática regular da oração, meditação e contemplação, sendo a última definida como uma oração científica. No seu livro com aquele título, a oração é definida pelo Dr. Alexis Carrel nestas palavras: 'Uma contemplação serena do princípio imanente e transcendente de todas as coisas. Uma elevação da alma a Deus. Um ato de amor e adoração a Ele de quem procede a maravilha que é a vida. O esforço do homem para comunicar-se com um Ser invisível. Um estado mítico quando a consciência é absorvida em Deus.'

A 'oração', continua o Dr. Carrel, 'encontra sua mais alta expressão em um voo do amor através da noite obscura da inteligência. A oração deixa o âmbito do intelecto, a fim de alcançar o sentimento imediato. Para orar somente é necessário fazer um esforço para atingir a Deus. A melhor maneira de comunicação com Deus é, sem dúvida, realizar integralmente Sua vontade.'

O método pelo qual um indivíduo pode conseguir o despertar espiritual direto, a consciência de Deus, será peculiar a si mesmo, embora certas antigas regras gerais tenham sido enunciadas. O salmista disse: 'Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus' (Sl 46:10).

Os ritualistas dizem que, através da participação nos sacramentos, o homem pode entrar em unidade consciencial com o Cristo vivo. Por meio do serviço amoroso pode também aprender a conhecer, amar e servir a Deus em tudo; por intermédio da beleza ele pode perceber, adorar, retratar e descobrir Deus como 'o princípio da beleza em todas as coisas' (Keats). Por intermédio da canção sagrada e da contemplação silenciosa, excluindo todos outros pensamentos, ele pode encontrar e conhecer o Deus interno, o soberano imortal interior 'sentado no coração de todos os seres.'¹ (...)"

¹ Bhagavad Gita.

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília 2007 - p. 29)


domingo, 18 de outubro de 2015

KARMA PASSADO

"D: Os Upanishads admitem o karma  passado no texto: 'Enquanto o karma passado não for exaurido, o sábio não pode abandonar o corpo e haverá atividades ilusórias para ele.'

M: Você não está certo. As atividades e experiências dos frutos da ação e do mundo parecem ilusórias ao praticante da Sabedoria, mas desaparecem completamente para o sábio realizado. O praticante pratica assim: 'Eu sou a testemunha; os objetos e as atividades são vistos e conhecidos por mim. Permaneço consciente e estas coisas são inanimadas. Só Brahman é real; tudo mais é irreal.' A prática termina na realização de que tudo é inanimado, consistindo de nomes e formas, e que nada pode existir no passado, no presente ou no futuro; portanto, essas coisas desaparecem. Não havendo nada a testemunhar, o ato de testemunhar acaba por fundir-se em Brahman. Agora só permanece o Ser, enquanto Brahman. Para o sábio consciente apenas do ser, só pode permanecer Brahman, e nenhum pensamento de karma ou de atividades mundanas."  

(Advaita Bodha Deepika - A Luz da Sabedoria Não Dualista - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 165/166