OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

PARA QUEM TEM REALIZAÇÃO DIVINA, O MAL NÃO EXISTE

"O caminho para a felicidade suprema não será encontrado pelos cientistas nem pelos materialistas, mas pelos que seguem os mestres que afirmam: 'Volte para a cabine do Infinito, de onde você pode ver a projeção de todos os filmes cósmicos. Então não ficará confuso com a criação divina, com o enredo divino.' 

Meu único interesse nas pessoas é ajudá-las. E enquanto eu tiver um resto de ar nos pulmões, continuarei a tentar ajudar os outros e a dizer que devem sair do filme da ilusão. Você sofre porque é parte do enredo agora. Se ficar de lado e observar o filme, não sofrerá, e poderá desfrutar do enredo. É isto que você precisa aprender. Para Deus, isto é apenas um filme, e quando você se voltar para Ele, terá mesma visão.

Vou contar uma história: um rei adormeceu e sonhou que era pobre. Mendigava uma moeda para poder comer. Finalmente, a rainha o acordou e disse: 'Mas o que é isso? O tesouro real está repleto de ouro, e você está chorando por uma moeda!'

Então, o rei respondeu: 'Nossa, como sou tolo. Pensei que era um mendigo e que estava morrendo de fome por não ter uma moeda.'

Tal é a ilusão das almas que sonham que são mortais, sujeitas aos aterradores males de todo os tipos de doença, sofrimento, problemas e tristezas. O único modo de escapar do pesadelo é aproximar-se mais de Deus e afastar-se mais das imagens oníricas mundanas. Você sofre porque colocou toda a atenção nas coisas erradas. Se der o coração a outra pessoa, à bebida, à ganância ou às drogas, sofrerá. Terá o coração partido. Entregue o coração a Deus. Quanto mais procurar paz Nele, mais a paz vai devorar suas preocupações e sofrimentos.

Você sofre porque se permitiu ser suscetível aos males do mundo. Precisa aprender a ser forte, a ter têmpera espiritual. Faça tudo que tiver de fazer, mas interiormente diga: 'Senhor, sou Teu filho, feito à Tua imagem. Nada quero além de Ti.' O devoto que segue este princípio e que alcança esta compreensão descobrirá que para ele o mal não existe neste mundo."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 116/117)


terça-feira, 22 de setembro de 2015

LIBERDADE

"O ser humano livre não é, como quase todos pensam, aquele que faz o que quer.

O homem livre é aquele que tem o poder de deixar de fazer aquilo que quer não fazer.

Vamos explicar.

Um desses muitos iludidos pensam assim:

'Ora, é proibido fazer tais e tais coisas... Pois bem, sou um sujeito livre, portanto, vou fazê-las custe o que custar, doa a quem doer; ninguém me segura...'

Este mesmo indivíduo, embora sabendo que está se desgraçando e degradando, enfermando ou se destruindo com determinado vício ou hábito, deseja e mesmo precisa largá-lo, mas, não consegue...

Dá para entender que devemos nos manter livres ao ponto de não sermos obrigados, e subservientes, a hábitos ou dependentes de atos que tememos ou detestamos praticar.

Que eu me escravize a Teu Reino, e assim me liberte."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 39/40)


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

COM A AÇÃO VENCE A MORTE E COM O CONHECIMENTO ALCANÇA A IMORTALIDADE (PARTE FINAL)

"(...) O Upanixade Ishavasya quase conclui com essa grande e inspiradora ideia, pois diz em seu verso número quinze:

A face do Real está coberta Com um véu dourado
Que tu Oh Pushan descubras
Que eu, devotado à verdade, possa ver.

De acordo com o verso acima, a experiência espiritual é um processo de descoberta. A Verdade ou Realidade foi encoberta. Existe véu após véu de manifestação cobrindo a Face da Verdade. Brahman ou a Realidade está na nossa frente, mas não podemos vê-La porque uma tela está encobrindo-A. Ao remover o véu, que é um processo negativo, vem a experiência intensamente positiva da percepção direta da Face de Brahman. E, por estranho que pareça, a Realidade está coberta com um véu dourado. O véu dourado tanto nos fascina e atrai que não estamos dispostos a removê-lo. Mas quem colocou esse véu dourado sobre a Face da Verdade? O véu foi na verdade lançado pelo pensamento, e o pensamento o teceu com o belo material que lhe foi suprido por sua própria experiência acumulada. O pensamento naturalmente lançou mão do melhor material disponível, ele crivou o véu com ouro e prata, com todas as joias que pôde encontrar em seu próprio depósito de riquezas. Mas o véu do pensamento precisa ser feito com material trazido do reino da continuidade. É essa tela de continuidade lançada pelo pensamento que oculta a face do Real que é para sempre Atemporal e, portanto, está fora do curso de continuidade da mente. Quando o véu das projeções da mente é removido, então aparece em toda sua majestade o Espírito Supremo.

Quando o Espírito ou Brahman é visto, todo objeto do mundo manifestado não brilha com uma nova luz? Quando a Luz da Realidade brilha, a Qualidade de cada objeto é revelada. E quando isso acontece, o homem grita com grande júbilo, e diz para si mesmo - tena tyaktena bhunjitha, ma gridhah kasyasvid dhanam. Desfrute o que é dado a você, não cobice a riqueza do outro."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 30/31)

domingo, 20 de setembro de 2015

COM A AÇÃO VENCE A MORTE E COM O CONHECIMENTO ALCANÇA A IMORTALIDADE (2ª PARTE)

"(...) Upanixade Ishavasya explica ainda mais essa ideia quando diz:

Imanência e Transcendência
Aquele que conhece conjuntamente esse par,
Com a imanência ele vence a morte
Com a transcendência alcança o imortal.

Conhecer a Imanência e a Transcendência como um fenômeno conjunto - isso é o que o Upanixade Ishavasya diz. Conhecer a continuidade e a descontinuidade simultaneamente - isso é o que indicam os versos acima. A continuidade é representada pela Imanência ou o Manifesto. A morte é a cessação do Manifesto. Onde o Manifesto é totalmente negado, aí chega a experiência da morte e, portanto, através da negação do Manifesto o homem vence a morte. Mas o momento em que o Manifesto é negado é também o momento em que a Transcendência é experimentada. É como a abertura de uma janela e a entrada do sol. Não há um intervalo entre as duas coisas. Na negação da continuidade a morte é vencida e ao entrar no reino da descontinuidade a Imortalidade é conhecida ou compreendida. Aqui não estamos fazendo referência a uma crença na imortalidade. Uma crença é um conceito - e um conceito funciona dentro dos confins da continuidade. E, portanto, um conceito de imortalidade indica um estado de incessante continuidade. A imortalidade não é uma interminável continuidade. Uma continuidade é um processo do tempo, mesmo que seja interminável, ainda é um processo do tempo. Pois bem, o tempo tem um começo e, portanto, um fim. E assim a imortalidade, quando é um produto do pensamento, está sujeita ao processo do tempo. Tal imortalidade tem um fim, mesmo que o fim possa estar distante em termos de tempo. Mas uma imortalidade que tenha um fim não é imortalidade alguma. Falar em fim com referência à imortalidade é cair em contradição. Mas tal contradição é inevitável enquanto pensarmos em imortalidade como uma continuidade interminável. A imortalidade não pode ser conhecida através do pensamento conceitual. somente quando todos os conceitos terminam é que a imortalidade pode ser conhecida. E o fim de todos os conceitos é morte - a cessação do imanente ou manifesto. A imortalidade reside no reino da Transcendência, o reino do imanifesto. A imortalidade não é do tempo - é a experiência da atemporalidade. A conquista da morte se encontra no imanente, pois ela chega somente quando o manifesto é negado, mas o conhecimento da imortalidade está na transcendência, pois ele vem quando o homem sai do tempo e entra na região do Atemporal. A experiência da morte e o conhecimento da Imortalidade são simultâneos, pois é na morte e tão somente aí que o homem pode conhecer a Imortalidade. O Upanixade Ishavasya diz: que haja uma completa negação do manifesto, que sejam retirados os véus da imanência, pois quando os véus do manifesto são rasgados, então aparece diante do homem o Espírito em toda sua glória. (...)

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 29/30)

sábado, 19 de setembro de 2015

COM A AÇÃO VENCE A MORTE E COM O CONHECIMENTO ALCANÇA A IMORTALIDADE (1ª PARTE)

"(...) Aquele que conhece o conhecimento e a ação, com a ação vence a morte e com o conhecimento alcança a imortalidade. 

Aqui há uma óbvia referência à existência simultânea do Conhecimento e da Ação, de modo que não há contradição entre ambos. Em nossas experiências normais consideramos a ação como seguidora do pensamento. Há primeiro um pensamento padrão e, então, lentamente, através de labor e esforço, buscamos criar um comportamento padrão em termos daquele pensamento. Consideramos o pensamento como sempre precedendo a ação. Mas esse como um meio de descrever a ação. A descrição pelo pensamento surgiria muito naturalmente. Quando uma pessoa descobre algo, daquela experiência surge uma expressão que é natural e simultânea. Não há brecha entre a experiência e a expressão, embora haja sempre uma brecha entre a crença e o comportamento. Uma ponte jamais pode ser construída entre o Pensamento e a Ação, mas entre a Ação e o Pensamento não há necessidade alguma de ponte. Se a ação pudesse preceder o pensamento, então todo o problema da frustrante luta entre o Preceito e a Prática seria eliminado. É a isso que o verso acima do Upanixade Ishavasya se refere, pois ele diz: 'com a ação ele vence a morte e com o conhecimento alcança a imortalidade'. É um fato que o homem teme a morte e deseja vencê-la adquirindo conhecimento da imortalidade. Mas o Upanixade Ishavasya diz: 'reverta o problema de modo que a ação venha antes e o pensamento siga depois'. Ele diz: 'primeiro MORRA e, a seguir, nessa experiência da morte, chegará o conhecimento da Imortalidade.' O conhecimento da imortalidade nasce natural e espontaneamente, ele vem com o próprio despertar da experiência da morte. 

Devemos notar que a precedência da Ação sobre o Pensamento não é uma defesa para a ação impensada. Uma ação impensada é uma ação impulsiva. É uma ação nascida do hábito ou instinto. Obviamente é uma ação nascida da inércia. Mas a precedência da Ação sobre o Pensamento é um estado no qual a ação ocorre quando o pensamento ainda nem mesmo nasceu. O verso acima do Upanixade Ishavasya fala da 'derrota da morte' pela Ação. Não é preciso dizer que a Morte demanda uma ação total, pois não deixa nada para trás. Tal totalidade de ação é possível apenas quando a ação precede o pensamento. Onde o pensamento intervém, a ação está fadada a ser incompleta. O pensamento surge da experiência acumulada da mente. Sua existência depende, portanto, de manter essa experiência intacta. O rompimento dessa experiência significa o fim do próprio pensamento. E, portanto, a intervenção do pensamento em qualquer ação é para manter a continuidade da experiência. Assim, o pensamento restringe a ação e a mantém dentro dos confins da continuidade. Como pode uma ação que funciona dentro dos confins da continuidade vencer a morte que é uma experiência de descontinuidade? A morte é um fenômeno de descontinuidade. A vitória sobre a morte, portanto, requer uma ação livre das influências restritivas da continuidade. Tal ação é possível somente quando não há intervenção do pensamento. Onde a ação precede o pensamento, somente aí a experiência da morte ocorre. E dessa experiência da morte surge a compreensão da imortalidade. A experiência da morte e a compreensão da imortalidade não estão separadas no tempo, são instantâneas. A ação de conquistar a morte e o conhecimento da imortalidade são simultâneos, não ocorrem um após o outro. (...)"

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 28/29)