OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 18 de setembro de 2015

AÇÃO E CONHECIMENTO

"Em profunda escuridão caem aqueles que seguem a ação. Em profunda escuridão caem aqueles que seguem o conhecimento.

Na experiência normal do homem, Ação e Conhecimento ocorrem um após o outro, não simultaneamente. Há sempre uma brecha entre os dois. É essa brecha que traz escuridão e desolação para a vida do indivíduo. A ação que não é inspirada pelo conhecimento é mera atividade. É uma mera Upasana, uma prática sem sentido. Analogamente, o conhecimento destituído do toque vitalizador da ação é um conhecimento sem inspiração. O verso acima diz que a mera ideação conduz a uma escuridão ainda maior. Um conhecimento ideacional, assim como a atividade repetitiva, são ambos sem sentido. Conduzem uma pessoa ao reino dos falsos valores. É a brecha entre os dois que torna ambos ineficazes. Na chamada vida espiritual há sempre um esforço para cobrir o abismo entre a Crença e o Comportamento. Mas tal esforço exaure o indivíduo, porque a ponte nunca é completada e jamais poderá ser. Temos que lembrar que quando buscamos transformar uma Crença em Comportamento, a tentativa é de construir uma ponte entre dois pontos, um dos quais é fixo e outro em constante movimento. Uma Crença constitui-se em um ponto fixo, mas o Comportamento que está relacionado com a vida está sujeito a constante fluxo, porque a vida em si está em constante fluxo. Como pode uma tal ponte ser construída? Uma Crença representa conhecimento ideacional; e o Comportamento tende a se tornar atividade repetitiva. Nenhum dos dois pode conduzir o homem à iluminação. É a esse misterioso problema que Upanixade Ishavasya se refere quando fala de ação que conduz à profunda escuridão e conhecimento que conduz a uma escuridão ainda maior. O que deve então ser feito? (...)" 

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 27/28
www.editorateosofica.com.br

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

DESFRUTE O QUE LHE É DESIGNADO

"Os virtuosos que comem os restos do sacrifício estão livres de todos os pecados, mas os ímpios que preparam o alimento para seu próprio benefício - verdadeiramente comem pecado. 

Comer os restos do sacrifício, isso é que de fato está indicado na expressão tena tyaktena bhunjitha, desfrutar aquilo que nos cabe, aquilo que foi separado para nós. Por que cobiçamos a riqueza de outro? É porque não descobrimos nossos próprios tesouros. Essa descoberta é possível somente quando vemos o Repouso Infinito no Movimento Infinito. Quando o Movimento é separado do Repouso, torna-se um mal monstruoso, resultando na frustração do vir-a-ser.

Aceitar o que é dado não é um evangelho de passividade. É realmente a base da verdadeira felicidade e ponto de partida para a correta ação. Na Aceitação descobrimos o repouso Infinito. Quando o Movimento Infinito, que é o processo do vir-a-ser, está enraizado no Repouso Infinito, então todo o movimento está pleno de significado e felicidade. No Repouso Infinito descobrimos a Qualidade de nosso próprio Ser, a Qualidade de Atman que é idêntica à Qualidade de Brahman.

A aceitação daquilo que nos é designado também não é um evangelho da procrastinação. Muitas vezes uma pessoa adota uma atitude em que diz que deve aceitar o seu destino na esperança de que o futuro lhe traga felizes novidades. Isso não é aceitação de modo algum, é submissão, e, também, com ressentimento interior. Aceitar o que é dado, aquilo que está separado para nós, é comprometer-se com a correta Percepção. Muitas vezes o homem recusa receber aquilo que lhe é dado porque não vê o que é. Quando percebemos acertadamente, então vemos na coisa dada a qualidade da Verdade, Beleza e Felicidade, a qualidade do Próprio Brahman. Aceitar o que é dado é transformar a coisa em uma janela da qual olhamos para a beleza da própria vida. A experiência da felicidade vem com a própria percepção. E, portanto, a ação que emana dessa percepção está enraizada na felicidade. Esse é o motivo pelo qual o verso de abertura do Upanixade Ishavasya diz: 'Desfrute o que lhe é designado' - ele não diz - 'Suporte o que lhe é dado.' Aceitar o que é dado é perceber a Qualidade de nosso próprio Ser. O processo de vir-a-ser que emerge dessa percepção é naturalmente livre dos elementos da tristeza e frustração."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 20
www.editorateosofica.com.br


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

DE HOMEM A SUPER-HOMEM

"Esvazie a mente de todos os preconceitos e deixe a luz brilhar dentro.

Esvazie a alma de toda ambição pessoal e deixe o fogo da aspiração exaltar-se.

Esvazie todo o seu ser do eu e do egoísmo, para que o altruísmo possa tornar-se uma qualidade mais íntima. Então a iluminação pode ocorrer, então o progresso pode ser feito, então o domínio do inferior pelo superior pode ser atingido. O neófito deve estar prevenido, sem cessar, contra a intrusão de pensamentos e sentimentos egoístas e cheios de desejos.

A oportunidade é a indicação da Natureza de que a alma se aproxima de sua fase de florescimento. A oportunidade bate à porta da casa em que o homem externo está habitando para trazer a ele a mensagem que o Eu interior está a ponto de florescer.

A oportunidade assume muitas formas, porém em todas encontra-se um mensageiro do mundo exterior para o homem interior. A oportunidade é um sinal seguro de que a pessoa está pronta para a grande Busca. Até que por si só as portas se abram inteiramente, a Busca será em vão. Aquele que bate em portas fechadas, ensaia prematuramente o portentoso empreendimento. Portas fechadas são um sinal de que o trabalho interior ainda não foi feito, que débitos ainda não foram pagos, que a força ainda não foi desenvolvida, que a sabedoria é insuficiente para as necessidade do peregrino.

Assim sendo, que aqueles que procura os pés do Mestre, e no entanto encontram a entrada fechada, examinem cuidadosamente cada aspecto do caráter. Mantendo o ideal do Mestre claramente diante de si, que eles se dediquem à meditação e ao serviço altruísta."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 174/175)

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A MENTE NA MEDITAÇÃO

"Muito pouco progresso pode ser feito para entrar na consciência elevada, permanecer ali e desenvolver a faculdade de entrar nela à vontade, até que a mente tenha sido submetida a um controle razoável. Não existe uma fórmula fácil para isto, apesar de algumas pessoas terem mais facilidade natural do que outras.

Passa-se por diferentes condições de mente quando é utilizada uma fórmula semelhante a da Ioga da Luz. No início da meditação, a mente deve ser focalizada claramente e sem tergiversar no procedimento preliminar. Naquele momento, a concentração é muito importante. Não se deve permitir que a mente oscile durante as afirmações de dissociação e verdadeira identidade. Quando afirmamos, 'Eu não sou o corpo físico', deveríamos nos despojar positivamente do corpo em pensamento concentrado. As três dissociações afirmadas sobre os três veículos pessoais e a autoidentificação com o Eu Interior por meio das palavras, 'Eu sou o Eu Espiritual', deveriam ser feitas sem nenhuma interrupção no pensamento. Em cada uma delas, efetua-se uma ascensão em consciência, como se por uma linha vertical contínua em direção ao Ego no corpo Causal. Algo interessante e objetivo está sendo tentado então, e a mente não deveria vaguear durante este procedimento. Deveria haver uma crescente dissociação real e realização da afirmação.

O controle da mente, que é necessário, deve ser desenvolvido pela prática e pelo exercício da vontade. Todos os poderes da vontade e da mente devem ser utilizados para alcançar a capacidade requerida. Se a mente vaguear, é uma boa prática trazê-la à força de volta pelo caminho que ela se extraviou. Com o tempo isto a trará sob controle, estabilizando-a. Não existe nenhum substituto para esta concentração preliminar. Devemos praticá-la até que seja aprendida; se não for assim, a condição meditativa continuará a nos frustrar. 

O interesse é a chave para a concentração bem-sucedida. A mente não vagueia quando lendo um livro interessante ou vendo um filme. Na verdade, ocorre pouco ou nenhum esforço neste caso. A pessoa bem pode praticar a concentração da mente sobre algo profundamente interessante. Deixe então que o assunto torne-se cada vez mais abstrato à medida que a habilidade mental for desenvolvida. No seu devido tempo, será atingido o poder de mantê-la sobre uma ideia, em vez de sobre uma forma."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 98/99)


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A SUPREMA ORAÇÃO

"Jesus nos mostrou qual é a suprema oração: 'Senhor, seja feita a Tua vontade'. Bem, muitas pessoas interpretam isso como significando que não precisam exercer nem a vontade, nem o pensamento; que só têm de sentar, meditar e esperar que Deus faça alguma coisa por meio delas. Isso é errado. Somos feitos à imagem de Deus. Ele deu ao ser humano uma inteligência que não deu a nenhuma outra criatura, e espera que a utilizemos. Por isso Paramahansaji nos ensinou a orar assim:
'Senhor, eu raciocinarei, eu quererei, eu agirei; mas guia Tu minha razão, vontade e atividade para a coisa certa que devo fazer.'
Nós praticamos isso no ashram religiosamente. Nas reuniões de trabalho, meditamos por alguns minutos e depois fazemos a prece acima. Só então começamos a reunião e tomamos decisões. 

Portanto, não fique sem fazer nada, a espera que Deus tome as providências necessárias. Ao aplicar os princípios da razão, da vontade e da ação, siga o curso que lhe parecer melhor. Trabalhe conscienciosamente, usando a vontade e a inteligência, e ao mesmo tempo ore sem cessar: 'Senhor, guia-me; deixa-me seguir a Tua vontade. Seja feita apenas a Tua vontade.'

Ao fazer isso, você mantém a mente receptiva à orientação divina. Pode então descobrir que, de repente, consegue ver claramente: 'Não, agora devo tomar esta direção'. Deus mostra o caminho. Mas lembre-se que, ao pedir a Deus que o guie, a sua mente jamais deve estar fechada; que esteja sempre aberta e receptiva. É assim que Deus ajuda a quem se ajuda. Funciona, mas o esforço e a iniciativa devem partir de nós.

Você não tem que viver num ashram para servir a Deus e seguir a vontade Dele. Cada um de nós está, neste momento, onde Deus e nossos atos passados nos colocaram. Se você não estiver satisfeito com suas condições atuais, medite e peça orientação a Deus. Mas, enquanto faz isso, aplique a razão que lhe foi concedida por Deus. Analise as opções que tem em relação à sua vida e ao seu futuro."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 31/32)