OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 13 de setembro de 2015

SEGREDOS DO PROGRESSO ESPIRITUAL

"Para formar hábitos espirituais, é essencial ter um conjunto de normas espirituais. Paramahansa Yogananda dizia que não gostava de regras, mas que no início elas são necessárias ao devoto aspirante. Quando a pessoa aprende a se comportar, as regras se tornam desnecessárias.

Interpretado à luz da sabedoria de Swami Sri Yukteswar, 'como se comportar' significa atitude correta e ação que nasce da ininterrupta sintonia com Deus. Quando nos encontramos sempre na consciência Dele, já não precisamos de regras. Até então necessitamos, realmente, da sua disciplina. Não devemos pensar que as regras espirituais são restritivas. Elas são amigas, ajudando a nos guiar, a canalizar nossas energias, pensamentos e atividades de uma forma construtiva que conduz a Deus. 

Podemos compreender melhor as regras e segui-las de bom grado quando compreendemos que o comportamento correto pode ser resumido desta forma: fazer as coisas que devemos fazer na hora em que devemos fazê-las. O indivíduo que aprendeu essa arte de comportar-se corretamento não necessita de regras; entretanto, continua a seguir os mesmos princípios como antes, sem qualquer senso de restrição. Por exemplo, temos em nossos ashrams a regra da meditação diária em grupo. Quando a pessoa adquire a compreensão e a habilidade de 'fazer as coisas que ela deve fazer quando deve fazê-las', essa regra já não é uma regra para ela. Ela segue automaticamente, porque o hábito do comportamento correto se formou e porque encontra nessa prática o modo de vida que quer estabelecer. Ela quer estar com Deus.

Se se permitir que a água flua indiscriminadamente na Terra, ela agirá como uma força destrutiva. A fim de utilizar a força da água para algum propósito construtivo, o homem construirá primeiro uma represa para controlar o fluxo e a direção da água. Então, sua força é aproveitada construtivamente. É a mesma coisa com o esforço espiritual. Se o canalizamos, torna-se produtivo. Regras sábias não criam obstáculos, mas ao contrário nos levam à direção desejada, de uma forma direta, regulada. São uma parte essencial da vida no caminho espiritual. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 123/124)


sábado, 12 de setembro de 2015

PERDÃO

"Na minha infância, minha mãe costumava colocar curativos nos meus machucados e retirava-os religiosamente dois dias depois. Nunca compreendi por que ela fazia isso, já que as feridas não estavam completamente curadas. Quando perguntei sobre o assunto, ela respondeu: 

- É preciso expor a ferida ao ar para que ela feche mais rápido. 

O mesmo acontece com nossas feridas emocionais, que precisam de um pouco de exposição para começar o processo de cura.

Quando alguém diz ou faz algo que nos magoa, tendemos a nos apegar à ferida e a guardar ressentimentos em relação àquela pessoa. Do ponto de vista da energia psíquica, isto é um erro. Carregar uma ferida emocional estimula e alimenta emoções e pensamentos negativos relacionados com essa ferida, e a dor contagia nosso espaço. Como já disse várias vezes, semelhante atrai semelhante. Portanto, atrairemos elementos igualmente negativos. Quanto antes nos permitirmos vivenciar os sentimentos de raiva e frustração, mais cedo poderemos nos despegar da dor. E com esse desapego vem o verdadeiro passo na direção da cura: o perdão.

O que cria o poder de curar a si mesmo? O que dá a uma pessoa a coragem de perdoar? Dois ingredientes são fundamentais: a compreensão espiritual conquistada através do processo constante de autoconhecimento e a prática persistente do desapego. Pessoas capazes de compaixão aprendem as lições do perdão. Elas percebem que o apego à mágoa faz com que o sofrimento se repita indefinidamente. O perdão traz a cura para a pessoa e ajuda a difundir esta consciência para toda a humanidade."

(James Van Praagh - Em busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 64)


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

DA LAGARTA À BORBOLETA (PARTE FINAL)

"(...) Um homem que nunca passou por este estado de morte voluntária, continua a ser um homem profano, materialista, interessado somente nas coisas do corpo físico e das emoções.

Como já dissemos, não é o sofrimento como tal que transforma o homem, mas é o sofrimento compreendido e aproveitado. Mas o homem que nunca viveu no seu interior por uma profunda interiorização ou meditação, dificilmente pode sofrer com serenidade, não pode dizer 'eu transbordo de júbilo no meio de todas as minhas tribulações'. O homem profano, sem sofrimento transformador, continua a vida inteira como lagarta pesada e comilona - ao passo que o homem que passou por um sofrimento compreendido, e aceito, entra numa atitude de serenidade e leveza, que faz lembrar o adejar silencioso da borboleta, que, apesar disto, continua a manter o contato com a terra.

O sofrimento compreendido e aceito confere ao homem uma intuição estranha das coisas superiores; dá-lhe o gosto pelas coisas que, outrora, o desgostavam; dá-lhe facilidade de compreender o incompreensível e de ver as coisas invisíveis.

Ninguém pode gostar do sofrimento por causa do sofrimento - que seria masoquismo mórbido - mas pode querer o sofrimento como um meio e um caminho que conduzem a uma vida superior, que os não sofredores ignoram.

Essa inefável estesia e clarividência que o sofrimento compreendido produz vale por todas as dores e angústias anteriores. O lúgubre fantasma vestido de luto se transformou num querubim luminoso, com a luz da felicidade nos olhos e o sorriso da vida eterna nos lábios.

Quem quiser voar como borboleta, não tenha medo de morrer como crisálida, depois de ter vivido como taturana." 

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 64)


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

DA LAGARTA À BORBOLETA (1ª PARTE)

"A lagarta, ou taturana, é bem o símbolo do homem profano. A borboleta é comparável ao homem iniciado. 

A lagarta rasteja pesadamente nas baixadas. O seu corpo desgracioso não é senão boca e estômago.

Para que a lagarta possa tornar-se borboleta, é indispensável que passe por uma espécie de morte, a crisálida, ou o casulo. No fim do seu período de lagarta, deixa ela de comer, retira-se a um lugar solitário e lá se metamorfoseia. Não sabemos se ela sofre com esta metamorfose. E, se sofre, também aceitaria de boa vontade esse sofrimento, porque, instintivamente, a lagarta sabe que o seu verdadeiro estado é o de borboleta alada. Nesse último estado é o inseto completamente diferente da lagarta: com quatro asas velatíneas, meia dúzia de pernas elegantes e flexíveis, dois olhos de opala com milhares de facetas visuais; dispõe de uma língua em forma de espiral contráctil, com a qual suga o néctar das flores. Em vez de rastejar pesadamente pela terra, a borboleta voa elegantemente pelos espaços ensolarados, donde só desce, de tempos a tempos, para se alimentar duma gotinha de néctar sugado do perfumoso cálice das flores. 

Há um contraste frisante entre toda a vida da lagarta e a da borboleta. E toda essa modificação se deu durante a morte da lagarta e o nascimento da borboleta, que é a crisálida, que pode ser comparada com uma meditação profunda.

Durante a verdadeira e completa meditação, o homem fica como morto, imóvel, silencioso, totalmente ensimesmado na consciência espiritual, sem o funcionamento dos sentidos e da mente. A meditação, foi comparada pelos mestres espirituais como e egocídio, ou morte voluntária e temporária do nosso ego físico-mental, mas em plena vigília do Eu espiritual. Paulo de Tarso, referindo-se a esse estado, escreve: 'Eu morro todos os dias, e é por isso que eu vivo - mas já não sou eu quem vivo, o Cristo é que vive em mim'.

E o próprio Cristo diz: 'Se o grão de trigo não cair em terra e morrer, ficará estéril; mas se morrer, produzirá muito fruto'. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 63/64)


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

NÃO CONDENE O IGNORANTE

"(3:26) Não deve nunca o sábio condenar o ignorante quando este age por instigação do ego. Ao contrário, iluminado que é, deve limitar-se a convencer seus semelhantes a preferir a ação reta e justa. 

A condenação tantas vezes encontrada em obras religiosas faz quase tanto mal quanto bem. A maneira de ajudar as pessoas a sair da ignorância é despertar nelas o anseio de saber mais. Repreendê-las por sua insensatez seria como ralhar com o cego por ele não conseguir ver. As censuras prejudicam também quem as profere, pois, ainda quando pareçam provir da sabedoria, brotam inevitavelmente contaminadas pelo senso de superioridade alimentado pelo ego, que enreda também o 'pregador' nas malhas da ilusão. 

Os pensamentos da pessoa são tingidos pelas roupas que veste. Se veste o cinza da crítica moderada, seus pensamentos ficam nebulosos. Se veste o preto da condenação intransigente, seus pensamentos se tornam sombrios. E se veste as cores joviais da delicadeza, aceitação e perdão, não apenas inspira simpatia aos outros como aviva ainda mais essas cores em si próprio." 

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 171