OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 10 de setembro de 2015

DA LAGARTA À BORBOLETA (1ª PARTE)

"A lagarta, ou taturana, é bem o símbolo do homem profano. A borboleta é comparável ao homem iniciado. 

A lagarta rasteja pesadamente nas baixadas. O seu corpo desgracioso não é senão boca e estômago.

Para que a lagarta possa tornar-se borboleta, é indispensável que passe por uma espécie de morte, a crisálida, ou o casulo. No fim do seu período de lagarta, deixa ela de comer, retira-se a um lugar solitário e lá se metamorfoseia. Não sabemos se ela sofre com esta metamorfose. E, se sofre, também aceitaria de boa vontade esse sofrimento, porque, instintivamente, a lagarta sabe que o seu verdadeiro estado é o de borboleta alada. Nesse último estado é o inseto completamente diferente da lagarta: com quatro asas velatíneas, meia dúzia de pernas elegantes e flexíveis, dois olhos de opala com milhares de facetas visuais; dispõe de uma língua em forma de espiral contráctil, com a qual suga o néctar das flores. Em vez de rastejar pesadamente pela terra, a borboleta voa elegantemente pelos espaços ensolarados, donde só desce, de tempos a tempos, para se alimentar duma gotinha de néctar sugado do perfumoso cálice das flores. 

Há um contraste frisante entre toda a vida da lagarta e a da borboleta. E toda essa modificação se deu durante a morte da lagarta e o nascimento da borboleta, que é a crisálida, que pode ser comparada com uma meditação profunda.

Durante a verdadeira e completa meditação, o homem fica como morto, imóvel, silencioso, totalmente ensimesmado na consciência espiritual, sem o funcionamento dos sentidos e da mente. A meditação, foi comparada pelos mestres espirituais como e egocídio, ou morte voluntária e temporária do nosso ego físico-mental, mas em plena vigília do Eu espiritual. Paulo de Tarso, referindo-se a esse estado, escreve: 'Eu morro todos os dias, e é por isso que eu vivo - mas já não sou eu quem vivo, o Cristo é que vive em mim'.

E o próprio Cristo diz: 'Se o grão de trigo não cair em terra e morrer, ficará estéril; mas se morrer, produzirá muito fruto'. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 63/64)


quarta-feira, 9 de setembro de 2015

NÃO CONDENE O IGNORANTE

"(3:26) Não deve nunca o sábio condenar o ignorante quando este age por instigação do ego. Ao contrário, iluminado que é, deve limitar-se a convencer seus semelhantes a preferir a ação reta e justa. 

A condenação tantas vezes encontrada em obras religiosas faz quase tanto mal quanto bem. A maneira de ajudar as pessoas a sair da ignorância é despertar nelas o anseio de saber mais. Repreendê-las por sua insensatez seria como ralhar com o cego por ele não conseguir ver. As censuras prejudicam também quem as profere, pois, ainda quando pareçam provir da sabedoria, brotam inevitavelmente contaminadas pelo senso de superioridade alimentado pelo ego, que enreda também o 'pregador' nas malhas da ilusão. 

Os pensamentos da pessoa são tingidos pelas roupas que veste. Se veste o cinza da crítica moderada, seus pensamentos ficam nebulosos. Se veste o preto da condenação intransigente, seus pensamentos se tornam sombrios. E se veste as cores joviais da delicadeza, aceitação e perdão, não apenas inspira simpatia aos outros como aviva ainda mais essas cores em si próprio." 

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 171


terça-feira, 8 de setembro de 2015

A HARMONIA NASCE DO AMOR E DA SABEDORIA

"A harmonia nasce do amor e da sabedoria. Estes, por sua vez, são o produto de um coração puro e expansivo. Um coração puro resulta de pensamentos puros. A pureza mental decorre de um processo seletivo em que a mente faz a triagem dos pensamentos bons e maus, rejeitando os últimos e permanecendo sempre com os primeiros. Com a repetição e com o reforço dos pensamentos aplicados à ação, o discernimento passa a ser um hábito virtuoso. Quando cessa o conflito mental das divergências devido à eliminação dos pensamentos errados, surge na sua vida uma harmonia tanto externa quanto interna. Portanto, sempre que seus pensamentos se engalfinharem numa batalha já conhecida, use a sabedoria para mediar as diferenças e verá que os conflitos angustiantes não o perturbarão mais! É o testemunho e a experiência de todos os que praticam a yoga.

A mente é o incinerador da natureza, onde se pode reduzir a cinzas toda a escória mental que não vale a pena guardar: todo o lixo de pensamentos e desejos, de conceitos errôneos, rancores e discórdias nos relacionamentos. Não há um único relacionamento, por pior que seja, que você não possa consertar, desde que primeiro faça isto na mente. Não há um único problema na vida que você não possa resolver, desde que antes o resolva em seu mundo interior, o ponto de origem. Não se intimide pelas possíveis consequências, mesmo que sejam drásticas. Antes de agir, se você harmonizar a situação com a sabedoria do discernimento mental, o resultado cuidará de si mesmo. Uma mente harmonizada gera harmonia num mundo de aparente discórdia."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 102/103)


segunda-feira, 7 de setembro de 2015

DEUS E O HOMEM (PARTE FINAL)

"(...) A era do homem começou, grosseira e materialisticamente, pela negação de Deus e de todas as coisas antitéticas às percepções exteriores nas quais sua consciência estava ativamente centrada. Mas, para alguns de seus pensadores avançados, a ciência tem progredido suficientemente desde aquela época para que se tenham tornado perceptivos das origens e leis filosóficas subjacentes aos dados científicos, estendidos atualmente muito além dos confins das descobertas iniciais. O princípio vida tem sido cada vez mais difundido com eficácia no universo mecanicista do século XIX e tem agido, cada vez mais, como o fator básico e criativo no esquema de evolução que a ciência tem proposto como uma de suas principais descobertas. Vida, mente e homem são crescente e sucessivamente as imagens em torno das quais se concentra muito do moderno pensamento científico.

Atualmente, a apreciação do homem - ao longo de um número crescente de avenidas convergentes - investiu-o de tanta importância que a concepção do que ele é, e como deve ser considerado, pode muito bem ser descrita como o fator crucial da civilização do futuro. A aceitação da visão de que o homem é um deus em formação (uma verdade fundamental no esquema teosófico) inevitavelmente tornará divina essa civilização. A natureza da divindade e a natureza do homem, em sua essência mais recôndita e não corrompida, serão então vistas como criadoras de uma unidade glorificada, e a vida humana será considerada como o solo para a nutrição de uma semente espiritual imperecível.

A natureza de Deus será um pouco conhecida, o suficiente para elevar a alturas transcendentes nossa consciência atual, quando a natureza do homem adquire uma certa aproximação de sua forma inata e arquetípica - a forma à qual ele será levado pela sublimação de suas experiências e pela integridade e incorruptibilidade em todas as suas ações. Deus só irá retornar ao seu lugar em nossas vidas quando honrarmos o homem como sendo feito à sua imagem e como um símbolo de sua presença - o homem como um filho de Deus, eterna e essencialmente uno com o Pai, e não como um renegado e rebelde contra as leis de Deus (ou leis da Natureza), buscando usurpar seu trono na presunção de uma individualidade separada."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 42/43)

domingo, 6 de setembro de 2015

DEUS E O HOMEM (1ª PARTE)

"Dizem muitas vezes que esta é uma era não de Deus e de religião, mas do homem e seus triunfos. C. Jinarajadasa (falecido presidente da Sociedade Teosófica) expressou esta ideia lindamente ao descrever o tipo de religiosidade que seria a suprema realização dos tempos atuais como a realização de "Deus, o Homem-Irmão'. Temos de aprender a perceber a luz de Deus nos rostos de nossos irmãos. A doutrina da transcendência, pelo fato de estar tão além do alcance do homem, prestou-se a todo tipo de perversão, e à imaginação de um estado de absolutismo além de qualquer relação com a ordem natural relativa. O homem criou Deus segundo a imagem de suas próprias fantasias e baixezas, e o colocou num pedestal de onde ele reina como um déspota caprichoso dotado dos atributos de seu adorador, ou onde permanece como uma abstração com a qual não precisamos nos preocupar em nossa conduta prática.

Toda verdade que está além da compreensão humana está fadada a ser assim travestida e desonrada. Uma criatura que percebe apenas duas dimensões não pode, vivendo num mundo de três dimensões, compreender tudo que acontece, exceto em termos fantásticos e altamente complicados. No entanto, a total incapacidade para compreender a realidade sólida não refuta sua existência. A teoria da relatividade não pode, por sua própria natureza, desestabilizar o absoluto, embora o absoluto descrito apenas em termo do que 'não é', pode ser não mais do que uma frase para uma mente relativa. Podemos compreender nossas próprias limitações que impedem o conhecimento da Realidade; os sábios que compreenderam e assim transcenderam as limitações prestaram testemunho à Realidade em suas próprias consciências, vista como por uma luz refletida dessas mesmas limitações.

A tônica da mentalidade da era atual é a exploração do concreto e o estabelecimento das leis que o governam. Desde o tangível e concreto até o intangível e abstrato, tudo está na ordem do dia do moderno progresso científico e filosófico, desbravada extraordinariamente por Lord Bacon. Este método tinha necessariamente de começar a partir da demolição de crenças e suposições preexistentes que governavam as atividades daquele período, as quais diziam respeito não apenas às coisas objetivas, mas também aos homens e às mulheres, e sua negação abria a estrada, no campo das relações humanas, para a democracia entre outros concomitantes. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 41/42)