OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 18 de agosto de 2015

A IGNORÂNCIA É A CAUSA

"A última coisa que o homem descobre é a si mesmo. É uma verdade singular, e contudo universal, a de que, no homem, a sede por conhecimento houvesse de começar pelo mais distante e terminar pelo mais próximo. O homem primitivo estudou o firmamento, mas somente o homem moderno começa a explorar os mistérios de sua própria alma. 

Os seres humanos, na sua maioria, são mistérios para si próprios; e muitos ainda não se apercebem da existência do enigma. Se perguntássemos ao homem comum o que ele é em realidade, como ser vivente; que lhe sucede quando sente, pensa e age; qual é a causa da luta entre o bem e o mal de que é consciente em seu interior, ele não só seria incapaz de responder, como o próprio questionamento lhe pareceria estranho e novo. No entanto, não é ainda mais estranho que os indivíduos caminhem pela vida arcando com todas as suas vicissitudes, passando pelos sofrimentos comuns a todos os homens, regozijando-se nos fugazes prazeres da vida, suportando sua incessante carga, e nunca perguntarem por quê?

Se deparássemos com um homem viajando com muito incômodo e fadiga, e ao lhe perguntarmos para onde estaria indo nos respondesse que nunca lhe havia ocorrido pensar em tal coisa, certamente o qualificaríamos de insano. Não obstante, é exatamente o caso da maioria dos indivíduos na vida trivial - seguem caminho, desde o nascimento até a morte, trabalhando arduamente durante todo o exaustivo trajeto da vida, e nunca perguntam por quê; ou, se o fazem formulam a questão em termos superficiais, sem realmente tratar de encontrar a resposta. 

Mas em sua longa peregrinação, a cada Alma chega o tempo em que a vida se torna impossível a não ser que lhe conheça o motivo. É quando, desiludida do mundo circundante no qual o supremo contentamento jamais pode ser encontrado, a alma abandona por um momento sua perseguição frenética por ilusões e, em total exaustão, aquieta-se silenciosa e solitária. É nesse momento que nasce em seu interior a consciência de um novo mundo; é assim que, tendo desviado seu foco de fascinação do mundo circundante, a alma descobre a permanente realidade do mundo interior, o mundo do ser. Então, e só então, são respondidas as questões acerca da vida; porém, como disse Emerson, a Alma nunca responde verbalmente, mas pelo próprio objeto procurado."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 15/16)


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O ESTADO DE NÃO AÇÃO

"(3:5) Ninguém pode permanecer inativo sequer por um momento; todos somos compelidos (pela Natureza), de bom ou mau grado, a agir motivados pelos gunas (as três qualidades) da Natureza. 
(3.6) Aquele que refreia seus órgãos da ação, mas deixa revolutearem na mente pensamentos voltados para objetos dos sentidos, é (com justeza) considerado hipócrita e a si mesmo se ilude. 

Imagine-se a ausência total de movimentos: nenhuma brisa; nenhuma nuvem a cruzar o céu; nenhuma onda a agitar o oceano; nenhum Sol ou Lua a surgir e desaparecer no horizonte; nenhuma mudança de estação; nada que cresça; nada que decaia; sopro algum de vida; nenhum pensamento; nenhum átomo a vibrar; e, à falta de movimento, inexistência de espaço e, consequentemente, de tempo. 

Que sandice dos pretensos filósofos, sofisticados pensadores e aspirantes à verdade, imaginar que o estado de não ação do Espírito Supremo possa ser alcançado por mera omissão! Conseguirão deixar de respirar simplesmente não respirando? Poderão impedir-se de pensar não pensando? Atingirão o silêncio não falando? É de se estranhar que um aspirante à sabedoria conceba semelhantes absurdos!

Toda a criação existe em estado vibratório. Os próprios átomos estão em perpétuo movimento. Prakriti (Natureza) força o homem a ser ativo. Quem tentar ser inativo só se torna preguiçoso. Quem finge desapegar-se do mundo à sua volta não passa de um hipócrita.

Para alcançar o estado de não ação é imprescindível agir conscientemente - não movido apenas pela Natureza, mas com intenção e inteligência, como um surfista acompanhando as ondas das circunstâncias."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 141/142)


domingo, 16 de agosto de 2015

"Geralmente se pensa que ter fé é somente acreditar. Ora, acreditar em Deus faz parte da fé, mas é apenas uma parte.

Fé é sinônimo de fidelidade. Fidelidade é ser fiel permanentemente; é cumprir o que Deus ensinou por intermédio de seus Avatares (Manifestações Divinas), de seus emissário e dos Mestres Maiores da humanidade. Viver ligado e obediente a Deus é ter fé.

Crer pode ser tão somente uma adesão intelectual a uma Entidade Divina, mas pode ser também a convicção, digamos, na eficiência de um medicamento. Crença pode ser uma atitude psicológica sem continuidade. Fidelidade é um comportamento e um comprometimento que dura, que, para ser eficiente, não vacila nem relaxa.

Crença é algo que pode se iniciar de imediato, mas somente no plano da mente. Fé é um processo continuado e progressivo que envolve o plano total da vida. Fé é uma conquista através de um caminhar evolutivo e sacrificial, que nos impõe disciplina, renúncia, obediência, austeridade.

Crença é 'theoria'. Fé é 'praxis'.

O que Te peço, Senhor, é que minha fé nunca se reduza, e sempre se aperfeiçoe."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 162)


sábado, 15 de agosto de 2015

A CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL OBEDECE A TODAS AS REGRAS QUE TORNAM A VIDA COMPLETA

"Consciência espiritual significa o uso de uma sabedoria superior - a verdade - para fazer tudo o que mais beneficie a si mesmo e aos outros. Pense nisso. Inclui o serviço altruísta ao próximo, o comportamento correto, o cumprimento das leis de higiene e de todas as outras leis da vida, e também o desempenho harmonioso de todos os deveres materiais e espirituais, sem permitir que haja conflito entre eles. A consciência espiritual é uma perfeita expressão interna da verdade e se manifesta numa vida equilibrada e harmoniosa, cheia de felicidade genuína, e que você, por sua vez, compartilha com os outros.

Uma consciência que não obedece a todas as regras que tornam a vida completa não é uma consciência espiritual. Por exemplo: algumas pessoas se tornam artistas e, na busca da arte, esquecem outros deveres práticos e espirituais. Certamente a arte é uma expressão belíssima e pode muito bem transmitir ideias espirituais; entretanto, a pessoa que a produz pode não ser espiritual. Viver em contradição - cumprir um dever e usá-lo como desculpa para negligenciar os outros deveres - é viver sem espiritualidade. Se você desempenha todos os deveres alegremente, sem deixar que nada abale sua felicidade e tranquilidade interior, evitando contradições que possam desequilibrar sua vida, você possui a verdadeira felicidade espiritual. A tendência da mente e da consciência é voltar-se integralmente para a fonte, para Deus. A consciência espiritual é a suprema consciência a se alcançar quando se deseja uma existência harmoniosa e pacífica. Sem este equilíbrio espiritual na sua vida a felicidade é impossível. Viver uma vida contraditória é não ser equilibrado, e viver a vida em desequilíbrio é o caminho certo para a infelicidade."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 87/88)


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

SUPORTANDO E SUPERANDO SUA DOR

"Se Jesus se fixasse na sua dor e na ira dos seus carrascos, teria abandonado o seu cálice. Porém, nem suas dores nem a frustração causada pelas pessoas o dominavam.

Nós desistimos facilmente das pessoas que nos decepcionam, mas ele tinha uma capacidade de perseverança ímpar. Sua motivação era inabalável. Tinha metas sólidas e estabelecia prioridades para cumpri-las. Assim, conseguia extrair forças para suportar com dignidade o que ninguém suportaria com lucidez.

Ele estava sofrendo, mas não sofria como um miserável ou um infeliz. Em cada momento de dor, entrava num profundo processo de reflexão e diálogo com seu Pai. O mestre da vida caminhava dentro de si mesmo enquanto caminhava para seu destino final. Conseguia ver as dores em outra perspectiva.

Em que perspectivas vemos nossos sofrimentos? Não estou me referindo aos sofrimentos dramáticos como os que Jesus passou, mas àqueles que vivemos diária ou semanalmente. Muitos de nós não sabemos passar pelas dificuldades inerentes à vida. Elas nos abalam e não nos alicerçam, nos paralisam e não nos libertam. 

Ninguém deve procurar qualquer tipo de dor para lapidar sua personalidade. Devemos ir sempre em direção à zona de conforto, ir ao encontro do prazer e da tranquilidade. Contudo, ainda que seja o mais prevenido dos homens, você, além de não ser perfeito, não consegue controlar todas as variáveis de sua vida  Por isso, pequenas dores e frustrações o acompanharão em sua trajetória existencial.

O problema não é se elas baterão ou não à sua porta, mas o que você fará com elas. Não reaja com medo, não se revolte, não culpe o mundo. Lembre-se de que o mestre dos mestres mostrou que a dor pode ser uma excelente ferramenta para lapidar a alma. Quem aprende a usá-la deixa de ser um herói por fora e se torna uma pessoa forte por dentro..."

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 73/74