OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 28 de junho de 2015

A BELEZA DA VIRTUDE

"Existem determinadas palavras na língua inglesa - e em outras línguas também - cujo significado nos é apenas parcialmente conhecido porque precisa ser descoberto através da nossa própria vida e ação. 'Sabedoria' é uma palavra assim. Podemos ter um determinado conceito do que ela significa, porém este conceito, mesmo que esteja vago e falho, provavelmente será parcial em sua verdade. Podemos não saber o que é sabedoria em sua verdadeira natureza, sua qualidade, beleza e ação. 

Virtude é outra palavra assim. Às vezes usamos a forma singular 'virtude' para abranger tudo daquela natureza; às vezes falamos sobre 'as virtudes' no plural, distinguindo uma da outra. As virtudes, assim divididas, têm sido classificadas de formas diferentes. 

Por exemplo, no pensamento grego clássico, consideravam justiça, temperança, coragem e prudência como as virtudes principais. Essas palavras, sendo traduções do grego original, podem não transmitir exatamente o sentido em que eram entendidas naquele tempo. Mas, usando as palavras para referir-se ao seu significado atual comum, não parece claro o porquê dessas virtudes específicas terem sido consideradas fundamentais, sendo outras presumivelmente adicionais ou subsidiárias. Por mais excelentes que possam ser quando exibem a qualidade correta e indispensável como base para a conduta individual e da sociedade, são virtudes que pertencem ao campo da razão onde se precisa partir das premissas corretas. Qualquer homem inteligente pode ver que a prudência, por exemplo, é necessária para proteger os seus interesses, e a temperança ou a moderação, para assegurar o seu próprio bem-estar. Juntamente com a coragem e a justiça, elas seriam aceitáveis para qualquer homem médio, em conformidade com a sua sabedoria mundana, porém, autointeresse e virtude, em seus aspectos superiores, podem não combinar. 

Quando a influência do cristianismo espalhou-se pela Europa, outras virtudes de um caráter predominantemente não mundano como humildade, caridade, amor e fé, assumiram uma posição de importância. Foram consideradas como as mais próximas do coração de Deus ou da natureza divina."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 40/41


sábado, 27 de junho de 2015

SAIBA OCUPAR-SE (PARTE FINAL)

"(...) O homem ocidental, atuado pela ansiedade, atraído pelo sucesso, esporeado por múltiplas ocupações, é infeliz e vulnerável. Ele precisa, para salvar-se de muitos problemas com os nervos, dar sabedoria a seu agir. Falando em linguagem yogue: substituir a rajacidade pela sattvidade.

Segundo o yoga, há um dinamismo intensíssimo no sábio, que, sentado, medita. Esse dinamismo não pode ser visualizado ou mesmo entendido pelo agitado homem pragmático do Ocidente. Um yoguin em ásana (postura) a meditar dá ao leigo a aparência de estar parado, improdutivo e perdendo tempo. No entanto, ele está num estado altamente dinâmico. Não é, como o homem vulgar o julga, preguiçoso, improdutivo e inoperante.

O preguiçoso é parado como as águas de um banhado. O nervoso homem de negócios é feito mar encapelado pela fúria da tempestade. O sábio que medita está parado, mas sua estática é vertical como a dos giroscópios. A estagnação horizontal do preguiçoso é doença. A agitação do negociante pode levá-lo à doença. A vertical estática na meditação do sábio o leva à santidade ou sanidade, que é a mesma coisa, e lhe descerra um tesouro de criatividade.

O homem superativo se gasta antes, durante e depois. Não se ocupa tão só com o que tem diante de si. Sofre por antecipação, pois se pré-ocupa. Ele sofre também com atraso, pois é presa de remorso, ressentimento ou tristeza pelo que fez, ele se pós-ocupa.

O sábio somente se ocupa. Não se pré-ocupa. Não se pós-ocupa. Não se consome no que está por vir. Não se empenha no que passou. Não sofre na espera. Não se martiriza rememorando. Ele segue o ensino bíblico, vivendo seu dia e deixando que o ontem ou o amanhã cuidem deles mesmos.

Não quer dizer que seja imprudente e irresponsável, mas acha que não é inteligente começar a dançar antes que a música toque nem continuar dançando depois que ela finda.

Sabe prever para prover e não para sofrer."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 193/194)
www.record.com.br


sexta-feira, 26 de junho de 2015

SAIBA OCUPAR-SE (1ª PARTE)

"Chamamos ocupar-se o ato de empregar esforços e recursos para a realização de uma coisa qualquer, seja a solução de um problema, seja a criação de uma obra útil ou bonita, seja fazer qualquer coisa que, estando à nossa frente, não pode deixar de ser feita.

Ocupar-se com eficiência é obter o melhor resultado naquilo que se faz, usando para tal o mínimo de esforço. Ter eficiência é o ideal de todo aquele que trabalha. Depende de muitos fatores, desde a natureza da obra em que nos empenhamos, ao alcance dos meios materiais e instrumentos disponíveis, mas principalmente de concentração mental dirigida ao agir. Descobrir e usar o melhor método para aumentar o rendimento da ação constitui uma arte. É uma arte que deveríamos desenvolver. Yoga é definido por Krishna, no Gita como 'excelência na ação'. O que temos de fazer devemos fazer bem-feito, pois a ação ou obra imperfeita implica realmente numa dívida, a que ficamos vinculados ou presos. Só o perfeito agir ou fazer nos liberta, segundo a escola Suddha Dharma.

A PL (Perfeita Liberdade), moderna ordem religiosa do Japão, para a qual 'a vida é arte', ensina a seus fiéis agir com makoto: com perfeita integração e devoção no que está fazendo não importa a aparente humildade da obra. Aliás não existe obra humilde quando o agente realiza makoto. Quando o agente é mesquinho em si mesmo não importa administre um Estado, o que faz é mesquinho e imperfeito.

Yoga, diferente do que pensam erradamente muitos, não conduz à inação. É ao contrário uma filosofia da ação. É isso sim uma terapêutica contra a agitação. É muito comum confundir agitar-se com produzir. A ação inteligente é serena, mas firme. O homem criativo é sereno e não vive apressado, a sacudir-se aqui e ali, a correr trepidante de uma lado para outro, manejado pela afobação infecunda, fatigante e nervosa. (...)" 

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 192/193)
www.record.com.br


quinta-feira, 25 de junho de 2015

A PUREZA DE CORAÇÃO E MENTE NOS TORNA RECEPTIVOS

"Jesus disse: 'Senhor (...) Tu ocultaste estas coisas aos sábios e aos entendidos, e as revelaste aos pequeninos.'³ Estas palavras referem-se à pureza da natureza infantil: confiante, pura e amorosa - pois ainda não adquiriu os hábitos que resultam de lidar com o mundo. Diz-se que até os sete ou oito anos de idade a consciência da criança ainda não mergulhou totalmente no mundo. Por isso é comum ouvir as crianças dizer coisas maravilhosas e mencionar a vida além desta vida, pois elas acabam de chegar do mundo astral. A não ser que tenham sido muito materialistas em vidas anteriores, a mente e o coração das crianças ainda estão puros - até que o mundo as apanhe de novo. 

'Sábios e entendidos', por outro lado, nem sempre significa puros. Uma pessoa pode estar tão enamorada de seu próprio intelecto que se torna presunçosa; acha que sabe mais do que os outros. A esse tipo de pessoa Deus não Se revela. Ele responde aos que têm a natureza simples, amorosa e confiante, como a de um filho pela mãe - aberta e receptiva. Este relacionamento com Deus pode ser cultivado se mantivermos a consciência acima da influência dos desejos, emoções e apegos."

³ Mateus 11:25.

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 23/24
http://www.omnisciencia.com.br/intuicao/p


quarta-feira, 24 de junho de 2015

OFEREÇA-SE POR INTEIRO A DEUS

"(7:16) Aqueles que procuram abrigo em Mim, ó Arjuna, são de quatro tipos: os infelizes; os ansiosos por sabedoria; os ávidos de poder (neste ou em outro mundo) e os (já) perfeitamente sábios.

Na guerra, os soldados costumam dizer: 'Não há ateus na trincheira.' Muitas pessoas que se voltam para Deus fazem-no em tempos de aflição. (Elas se perguntam por que Deus permite tanto sofrimento! Mas que outro incentivo haveria para que O procurassem em busca de ajuda?)

Perplexos ante os incontáveis absurdos da vida, uns poucos (aqueles que se cansaram de brandir o punho para Deus) procuram-no a fim de entender o que se passa. 'Por quê?', perguntam sem cessar. Quando essa pergunta é feita com sinceridade, as respostas começam a surgir: nos livros; por boca de professores letrados; nos ensinamentos de mestres com variado grau de compreensão nascida da experiência. Mas somente quando a pessoa deseja realmente saber é que Deus lhe envia alguém que, ele próprio, sabe: um autêntico guru.

Muitas vezes, no caminho para a sabedoria, as pessoas se desgarram em consequência da ânsia de adquirir poderes e presenciar milagres. Correm para sessões espíritas. Procuram taumaturgos. Espalham boatos (especialmente na Índia) sobre cada 'santo' que conheceram e viram operar maravilhas. Adquirir poder sobre a matéria ou o mero desejo de ostentá-lo pode mantê-los durante várias encarnações presos à rede da ilusão.

Finalmente, aqueles que procuram perfeição na sabedoria, deixando de parte todos os outros 'atrativos', oferecem-se por inteiro a Deus. Esses, dentre todos os virtuosos, são os que mais agradam a Deus."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 301/302)
www.pensamento-cultrix.com.br