Quando as ideias teosóficas prevalecem nas Universidades, será reconhecido que a educação oferecida deve ter por objetivo levar o estudante a compreender, em primeiro lugar, os problemas de sua própria alma. Ele veio a este mundo para executar um determinado trabalho e os primeiros anos de sua infância e de sua adolescência foram utilizados na construção de seu veículo; está agora livre para analisar seu passado e olhar seu futuro, a fim de compreender exatamente quem é e qual é sua missão. A ajuda que podemos lhe oferecer é apresentar-lhe os aspectos da cultura, que possam evocar nele sua síntese evolucionária. Durante sua educação no Jardim de Infância e no Ensino Fundamental, este foi um de seus objetivos; mas enquanto, então, sua síntese era sentida, sobretudo emocionalmente, na Universidade deveria ser encarada intelectualmente.
A síntese deve ser-lhe apresentada através das experiências de homens de gênio em diferentes ramos de atividade, no passado e no presente, de tal modo que sua visão geral possa fortalecer seu entusiasmo natural pela atividade específica, que, como alma tenha de exercitar no futuro imediato. Se um homem ou uma mulher termina os seus estudos universitários sem ter encontrado dentro de si um profundo entusiasmo por uma carreira qualquer, podemos considerar completamente fracassado a missão que a Universidade deveria cumprir em relação a ele ou ela. O papel da Universidade é mostrar-nos quais são os objetivos dignos de serem perseguidos em nossa vida, e não apenas, como hoje em dia, preparar-nos para o exercício de uma profissão. Este era em verdade o objetivo da Universidade na antiga Atenas, mas em nossos dias a compreensão do que é a vida é tão deficiente que na Universidade, os próprios professores estão confusos a respeito dos grandes problemas da existência, e por tal razão todo seu entusiasmo visa primordialmente os aspectos intelectuais ou acadêmicos. (...)"
(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 38/40)