OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 26 de maio de 2015

A UNIVERSIDADE (1ª PARTE)

"Quando chega a época do estudante entrar na Universidade, podemos considerar que os seus veículos - físico, astral e mental - foram, até certo ponto, disciplinados e estão razoavelmente sob controle. Começa, então, um período no qual a alma pode imprimir efetivamente no cérebro sua atitude interna em relação à vida, preparando seus veículos para o trabalho que pretende realizar. Infelizmente, nas Universidades de hoje, a educação destes veículos é insuficiente, porque o ensino é acadêmico demais e quase não tem relação com os problemas da vida, tal como são vistos pela alma. Em termos gerais, podemos dizer que a parte mais útil da vida universitária não é a instrução recebida dos professores, mas a adquirida no contato com os outros estudantes, nos esportes e nas relações interpessoais. (...)

Quando as ideias teosóficas prevalecem nas Universidades, será reconhecido que a educação oferecida deve ter por objetivo levar o estudante a compreender, em primeiro lugar, os problemas de sua própria alma. Ele veio a este mundo para executar um determinado trabalho e os primeiros anos de sua infância e de sua adolescência foram utilizados na construção de seu veículo; está agora livre para analisar seu passado e olhar seu futuro, a fim de compreender exatamente quem é e qual é sua missão. A ajuda que podemos lhe oferecer é apresentar-lhe os aspectos da cultura, que possam evocar nele sua síntese evolucionária. Durante sua educação no Jardim de Infância e no Ensino Fundamental, este foi um de seus objetivos; mas enquanto, então, sua síntese era sentida, sobretudo emocionalmente, na Universidade deveria ser encarada intelectualmente.

A síntese deve ser-lhe apresentada através das experiências de homens de gênio em diferentes ramos de atividade, no passado e no presente, de tal modo que sua visão geral possa fortalecer seu entusiasmo natural pela atividade específica, que, como alma tenha de exercitar no futuro imediato. Se um homem ou uma mulher termina os seus estudos universitários sem ter encontrado dentro de si um profundo entusiasmo por uma carreira qualquer, podemos considerar completamente fracassado a missão que a Universidade deveria cumprir em relação a ele ou ela. O papel da Universidade é mostrar-nos quais são os objetivos dignos de serem perseguidos em nossa vida, e não apenas, como hoje em dia, preparar-nos para o exercício de uma profissão. Este era em verdade o objetivo da Universidade na antiga Atenas, mas em nossos dias a compreensão do que é a vida é tão deficiente que na Universidade, os próprios professores estão confusos a respeito dos grandes problemas da existência, e por tal razão todo seu entusiasmo visa primordialmente os aspectos intelectuais ou acadêmicos.  (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 38/40)

segunda-feira, 25 de maio de 2015

O ENSINO FUNDAMENTAL (PARTE FINAL)


"(...) Cada criança deve aprender, no começo e no fim de cada dia, a lembrar-se de que é uma alma, através de uma simples oração. Isso pode ser conseguido por meio de uma simples invocação, como, por exemplo, a que empregam para esse fim os filhos dos teósofos, que pertencem ao agrupamento denominado 'Cadeia de Ouro do Amor', a qual diz assim: 

'Eu sou um elo da Cadeia de Ouro do Amor, que circunda o mundo, e devo manter meu elo brilhante e forte'. 
'Assim, procurarei ser bom e amável para com todos os seres vivos que encontrar e ainda proteger e ajudar todos aqueles que são mais fracos do que eu'. 
'Farei todo o possível para ter pensamentos puros e belos; para dizer palavras puras e verdadeiras e executar ações puras e nobres. Oxalá cada elo da Cadeia de Ouro torne-se puro e forte". 

A imaginação da criança poderá com facilidade compreender o simbolismo desta bela oração, que encerra a ideia da grande unidade da Vida, mais ampla do que a da própria criança. Uma obra, que ainda está faltando na área educacional, é a de livros didáticos e contos infantis, que apresentassem às crianças a vida universal da Humanidade, estimulando ao mesmo tempo sua imaginação. Poderíamos transformar as crianças em grandes filósofos, se simplesmente compreendêssemos que a filosofia não é um conjunto de sistema definidos ou de escolas, mas de pensamentos, sentimentos e aspirações comuns ao que de melhor existe na humanidade. 

Outro elemento de importância na educação da criança é o ensinamento que lhe possamos dar, através do cuidado com animais e plantas. Estas classes inferiores da criação deviam estar sempre em íntimo contato com sua vida, a fim de que ela se recordasse constantemente que forma parte de uma grande e única cadeia de vida; a fim de que aprendesse que não somente o servir aos seus semelhantes é coisa nobre, senão que também é necessário e proveitoso servir aqueles seres que no plano da vida ocupam lugares inferiores ao seu. Além disso devemos ter presente que cada flor, cada árvore, cada animal irradia uma influência própria e que podemos utilizar esses auxiliares invisíveis para fomentar o desenvolvimento dos bons sentimentos e pensamentos das crianças." 

(C. Jinarajadasa - Teosófica Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 36/38


domingo, 24 de maio de 2015

O ENSINO FUNDAMENTAL (2ª PARTE)

"(...) A natureza mental da criança deve ser formada estritamente de acordo com os fatos; em nossos dias é sumamente difícil conseguir isso, porque a maioria das palavras que usamos não significam o que deveriam significar. Palavras que têm significado já bem definido e aceito são amiúde empregadas de uma maneira exagerada ou como gíria, o que produz confusão na mente sensível da criança. É preciso, pois, tomarmos o maior cuidado, a fim de que as crianças ouçam apenas palavras verdadeiras, isto é, palavras que tenham uma relação clara e precisa com o que elas indicam. A natureza mental da criança é extremamente ativa e, portanto, difícil de manter-se numa determinada direção; por conseguinte, é preciso dar-lhes e ainda exigir delas descrições claras das coisas. A exatidão mental introduzida na educação permitirá à sua inteligência adormecida manifestar-se de um modo mais completo no decorrer dos anos; a exatidão no pensamento e nas descrições é necessária por uma razão imperiosa: é ela que faz baixar ao cérebro da criança a consciência da alma que, em ocasiões anteriores, já formulou pensamentos exatos com respeito às experiências pelas quais passou em suas vidas precedentes.

Não é necessário dizer que a mente da criança deve ser exercitada por meio de contos. A mente é um dos melhores instrumentos construtivos que possuímos: em verdade, a razão de ser da mente, é construir. Devemos, portanto, proporcionar-lhe materiais adequados às diversas etapas de seu crescimento e, desde a idade mais tenra, mostrar-lhe o que torna belas suas criações. Por esta razão, a utilidade dos contos de fada e especialmente dos mitos é evidente; os mitos têm em sua estrutura algo de beleza intrínseca, e as faculdades imaginativas da mente infantil se desenvolvem muito, quando são postas em contato com os grandes romances dos mundos invisíveis e visíveis.

Um elemento necessário na educação é dar à criança, ainda em sua mais tenra idade, uma síntese definida sobre a qual ela possa basear sua imaginação; para obter este resultado, é fundamental a religião. Não devemos entender por religião uma série de dogmas teológicos; o que a criança precisa no início é algum grande pensamento universal que relacione com um sentimento também universal. Cada religião possui vários destes pensamentos que estão ao alcance da mentalidade até das crianças, e é perfeitamente possível rodear os pequenos seres de uma esplendida atmosfera religiosa. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosófica Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 34/36)

sábado, 23 de maio de 2015

O ENSINO FUNDAMENTAL (1ª PARTE)

"Depois que a criança tiver obtido, no Jardim de Infância, certo domínio sobre os seus veículos, deve desenvolver, na seguinte etapa educacional, as capacidades necessárias para compreender o sentido da Lei. Será pois necessário, que suas emoções sejam então trabalhadas mais a fundo. Pois bem, este ser nasceu com uma natureza emocional que foi desenvolvida durante numerosas vidas: por conseguinte, o mestre não tem que modelar uma natureza emocional totalmente elástica e informe. Ele pode apenas modificá-la, tirando-lhe as rugosidades ou os desvios que possa apresentar e fortalecendo o que nessa alma houver de nobre e elevado. O que é preciso dar à criança, ou melhor, na maioria dos casos tornar a despertar nela, é a capacidade profunda de sentir e, ao mesmo tempo, conservar a serenidade.

Obtém-se isso em grande parte, atuando sobre o corpo físico da criança. Surge aqui o valor da ginástica, especialmente os exercícios de conjunto, que tenham algum sentido de ritmo. Porque quando o ritmo pode ser desenvolvido numa ação física, como por exemplo, na dança ou nos movimentos eurrítmicos, haverá indubitavelmente uma bem definida reação emotiva, que fortalece o corpo emocional invisível da criança e a impele a adquirir a noção da lei e da ordem; e isso, por sua vez, atua de tal maneira sobre sua natureza mental, que a põe em harmonia com a ideia da lei. Este efeito é grandemente aumentado quando tais exercícios rítmicos são executados e simultaneamente por um grande número de crianças; pois, enquanto trabalham todos juntos é como se fossem unidades de um movimento rítmico invisível, que os submete à grande lei da ordem e da beleza na ação.

O sentimento da Lei e da Beleza também se desenvolve muito exercitando a criança na poesia e na música; é claro que esta preparação não é para capacitá-la a escrever versos ou compor obras musicais - a não ser que já tenha realmente aptidão específica para tal - mas ela deve receber a poesia e a música como seu alimento emocional. Desde a mais tenra idade, a criança deveria aprender cantos e versos compatíveis com sua capacidade; porém precisamos ter o cuidado para que sejam realmente apropriados a seu desenvolvimento. Da mesma maneira como a sujeira física poderia infectar seu corpo, igualmente sua natureza emocional e mental poderia ser pervertida por poesias impuras ou músicas de baixo nível. As pequenas músicas de ninar, com sua usual confusão de pensamentos e imagens sem nenhuma relação com a vida real, são, sob este ponto de vista, especialmente prejudiciais. Talvez atualmente nossos poetas nos brindem com grandes composições para substituírem aquelas canções de ninar que, ainda hoje, adormecem as crianças. Se na nossa moderna civilização, pudéssemos eliminar os ruídos dissonantes das ruas, os horríveis cartazes de publicidade e abandonar o uso de frases com significado distorcido, então não teríamos de lamentar o fato das crianças serem turbulentas. A turbulência é uma enfermidade de natureza emocional, mas seus germens não estão tanto na criança, quanto no mundo externo que a rodeia em nossa atual civilização. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosófica Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 32/34)


sexta-feira, 22 de maio de 2015

O JARDIM DE INFÂNCIA (PARTE FINAL)

"(...) Devemos reconhecer, entretanto, que o caráter da criança é influenciado não somente pelos objetos que manipula e pelas formas que vê, mas também pelas numerosas influências invisíveis; as linhas, os ângulos, as curvas da sala; a cor das paredes; a forma dos objetos físicos que o rodeiam no Jardim de Infância, tudo isso, de modo invisível, pode ajudar ou retardar o seu desenvolvimento, porque cada linha, cada cor ou cada som influencia sua natureza mental e emocional; podemos facilitar ou dificultar a evolução desses pequenos seres, através da influência dos objetos que os rodeiam no Jardim de Infância. Os métodos pedagógicos aplicados nessa etapa preconizam o valor das crianças manusearem vários objetos; é preciso, porém, que os pedagogos reconheçam também que tais objetos, de uma maneira contínua, ainda que invisível, estão formando a criança e que esta influência pode moldar sua natureza de um modo positivo ou pervertê-la completamente.

Do ponto de vista teosófico, a influência que o professor exerce sobre a criança tem uma importância muito maior que os educadores atualmente percebem; pois a criança é influenciada não apenas pela pessoa visível do mestre, mas ainda pela parte invisível de sua natureza. Uma palavra forte ou um sorriso amável produzem, como todos nós sabemos, resultados evidentes; mas o efeito produzido pelo seu pensamento é infinitamente maior. O verdadeiro mestre deve dominar métodos pedagógicos não apenas intelectualmente, mas também emocionalmente; isso é essencial, sobretudo no Jardim de Infância, visto que os campos astrais e mentais das crianças são extremamente sensíveis à influência do pensamento e dos sentimentos do professor. Ninguém tem o direito de ser professor, se não tiver um grande amor pelos pequenos e não se interessar pela sua vida. A aplicação deste princípio geral é tanto mais importante no Jardim de Infância, onde as crianças são confiadas aos mestres, por assim dizer, de corpo e alma.

Muitos melhoramentos ainda deverão ser introduzidos nos Jardins de Infância, mas o princípio geral que lhes deve servir de base é o de que, enquanto os três campos da criança ainda forem plásticos, o mestre tem a obrigação de fazer atuar sobre eles, não só as influências visíveis, mas as invisíveis também, a fim de que a elevação da natureza da alma possa atingir o seu cérebro, o mais rapidamente possível."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 30/32)