OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 19 de maio de 2015

A TEOSOFIA NA ESCOLA E NA UNIVERSIDADE (1ª PARTE)

"Atualmente, há numerosas tentativas de reforma no mundo da educação; todos os que têm o dever precípuo de ensinar e ajudar a formar o caráter das crianças, percebem que as teorias e os métodos existentes são insatisfatórios. A tendência dessas diversas reformas fica bastante clara, quando abordamos o problema da educação do ponto de vista da Teosofia. As teorias existentes partem da suposição de que a inteligência da criança só existe a partir do momento de seu nascimento e que, quando começa a frequentar a escola, sua mente é uma tabula rasa; portanto, o objetivo da educação seria, essencialmente, dar à criança conhecimento que ainda não possui e modelar um caráter que até esse momento não está formado. Estas teorias ainda não aceitas como verdadeiras, apesar do fato de todas as pessoas que se dedicam a instruir crianças, assim como os pais que devem criá-los, saberem, por experiência própria, que desde a mais tenra idade estes pequenos seres têm tendências e aptidões próprias e perfeitamente determinadas. 

Do ponto de vista teosófico, deve-se considerar sempre, em primeiro lugar, o fato de que a criança é uma alma imortal e que sua aparência de menino ou menina tem o objetivo de capacitá-la a desenvolver suas potencialidades latentes, através de experiência que vai adquirindo durante a sua vida neste planeta. Em segundo lugar, devemos recordar que o mundo visível não é mais do que uma parte do outro mundo mais vasto, no qual a criança vive e onde é continuamente influenciada, quer para o bem, quer para o mal, não só pelo que vê e ouve, como também pela invisível atmosfera mental e emocional que formam os pensamentos e sentimentos dos demais. Como uma alma imortal, a criança já passou por várias experiências de vida, e sua atual aparência de criança é apenas uma entre muitas outras semelhantes em vidas passadas. Portanto, podemos afirmar que essa alma possui um conhecimento importante acerca da vida e já adquiriu certa experiência para saber o que deve ou não fazer. Contudo, todos estes conhecimentos se encontram, em grande parte, latentes, pelo menos no que se relaciona ao cérebro da criança. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 25/27)


segunda-feira, 18 de maio de 2015

LIBERDADE

"Arrancar a planta venenosa logo quando desponta do chão é fácil.

Quando já cresceu um pouco, torna-se mais difícil.

A medida que os ramos já estão grandes e as raízes mergulham fundo na terra, torna-se quase impossível. 

É isto que me vem à mente quando vejo um indivíduo idoso, pigarreando, ofegante, canceroso, tendo de abandonar o cigarro, sem que o possa. Matando-se cada vez que fuma, mas se mantendo no vício, sem poder largar.

Como teria sido diferente se tivesse parado o hábito de fumar, antes que se tornasse um vício!

Nos primeiros cigarros, nas primeiras doses de álcool, nos primeiros ensaios com algum tóxico é que se deve dar um basta. E ainda melhor seria que nunca houvesse um acender de cigarro, um tragar ou cheirar uma droga qualquer.

O homem nasceu para se tornar cada vez mais livre e mais puro, e não para ser um escravo, um poluído.
Fortalece, Senhor, minha vontade e esclarece minha inteligência para que nunca me degrade."
(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 97/98)
www.record.com.br


domingo, 17 de maio de 2015

A SABEDORIA DO SOFRIMENTO (PARTE FINAL)


"(...) Ninguém se torna sábio na escola primária das circunstâncias de fora - mas sim na Universidade da sua substância de dentro. 

Para escutar a sabedoria da substância interna, deve o homem silenciar de vez em quando o ruído das circunstâncias externas e auscultar a voz de dentro.

Deve o homem entrar, a cada dia, por meia hora, no silêncio de dentro e fechar todas as portas aos ruídos de fora.

Não somente aos ruídos físicos da natureza e da sociedade, mas também aos ruídos mentais e emocionais do seu próprio ego.

Para todo o principiante é difícil fechar as portas aos pensamentos e às emoções, mas com paciência e persistência, domina ele a dificuldade e encontra a facilidade.

No fim, pode o homem ficar no silêncio de dentro em plena sociedade dos ruídos externos.

E, na razão direta que cresce o silêncio de dentro, decresce o amargor do sofrimento.

Por fim, pode o homem dizer a si mesmo: eu sou o senhor do meu destino, eu sou o comandante da minha vida.

Ninguém é senhor do seu destino de fora, mas pode e deve ser senhor do seu destino de dentro.

O destino de fora obedece à natureza e à sociedade, e não a nós - mas o destino de dentro obedece ao homem e o faz feliz ou infeliz.

Gozos e sofrimentos são coisas que nos acontecem à-toa - mas a felicidade ou infelicidade são creações nossas.

Eu sou o senhor da minha felicidade ou infelicidade - outros são autores dos meus gozos ou sofrimentos.

Eu tenho gozo, eu tenho sofrimento - mas eu sou a minha felicidade ou infelicidade."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 69
www.martinclaret.com.br


sábado, 16 de maio de 2015

A SABEDORIA DO SOFRIMENTO (1ª PARTE)

"A alternativa da vida humana não é sofrer por não sofrer - o grande problema é saber sofrer.

Quem se identifica com o seu corpo é um analfabeto da sabedoria - quem se identifica com sua alma é um sábio.

O nosso ego material é infeliz quando sofre - o nosso Eu espiritual pode sofrer feliz.

Quem sofre para sofrer é um masoquista - quem sofre por um ideal superior é um homem sábio. 

É melhor realizar-se pelo sofrimento do que frustrar-se no gozo.

Se a vida terrestre fosse a vida definitiva, o sofrimento seria um absurdo.

Saber que o sofrimento pode ser o caminho para a felicidade faz sofrer com serenidade e amor.

Quem vê no sofrimento um meio para ultrapassar as futilidades da vida é um iniciado.

Todo o homem que não sabe sofrer é um ignorante - quem sabe sofrer é um sábio.

Quem se revolta contra o sofrimento faz de um mal dois males.

Quem se resigna estoicamente ao sofrimento não se faz melhor nem pior.

Quem vê no sofrimento um meio de purificação redime-se da amargura do sofrimento.

Não adianta aconselhar o sofredor que sofra com paciência - o que resolve o seu problema não são bons conselhos, de que está calçado o caminho do inferno - o que resolve é que o sofredor tenha a visão nítida do seu verdadeiro Eu. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 68/69)


sexta-feira, 15 de maio de 2015

O REINO DOS CÉUS

"Com efeito, eu vos asseguro que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no reino dos céus.

Os escribas e os fariseus esquecem o primeiro mandamento: 'Ama o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente.' São pessoas muito éticas, corretas em seu modo de vida; prendem-se, porém, às formas e observâncias exteriores, o que os leva à intolerância, à estreiteza e ao dogmatismo. A justiça que ultrapassa a dos escribas e dos fariseus é exatamente o oposto disso. É uma ética que encara a observância das formas e dos rituais não como um fim em si mesmo, mas como meios para entrar no reino dos céus.

Deus está além do bem e do mal relativos. Ele é o Bem absoluto. Quando nos unirmos a ele em nossa consciência, vamos além da justiça relativa. Essa verdade é com frequência mal compreendida: não significa que devamos desculpar a imoralidade, pois a ética é o fundamento real da espiritualidade. Ao nos iniciarmos na vida espiritual, é preciso que nos abstenhamos conscientemente de fazer mal aos outros; que nos abstenhamos da mentira, do roubo, do desregramento e da avidez; impõe-se que observemos a pureza física e mental, o contentamento, o autocontrole e a lembrança contínua de Deus. 

Mas o desejo de viver uma vida verdadeiramente ética e de praticar as disciplinas espirituais vem-nos apenas se decidirmos viver o primeiro mandamento - se aprendermos a amar a Deus e a lutar por manifestá-lo. Sem este ideal, a moralidade degenera para o decoro externo dos escribas e dos fariseus. Se, porém, o primeiro mandamento é observado, então o segundo se segue como decorrência natural. Quando amamos Deus, precisamos amar nosso próximo como a nós mesmos - porque nosso próximo é o nosso próprio eu.

Pela prática do autocontrole, pela contenção interior das paixões, desenvolvemo-nos espiritualmente na direção da união com o Deus absoluto. A pessoa que atinge este estágio supremo não precisa fazer distinção consciente entre o certo e o errado, nem praticar o autodomínio. A santidade e a pureza tornam-se sua verdadeira natureza. Ela transcende a justiça relativa e entra no reino dos céus."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 51/53