OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 11 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (PARTE FINAL)

"(...) Dentro do alcance de minha inteligência, cabe-me deliberar, fazer planos, escolher direções, reunir meios materiais, mobilizar amigos e começar a agir. Sou responsável pela ação. Devo fazer esforço, como se tudo dependesse de mim, mas devo aceitar que, se eu estiver errado, Deus me salvará lançando um obstáculo ou insucesso à minha frente.

Diante das dificuldades e frustrações devo insistir, até poder constatar que Deus tem realmente outros planos para mim. Nesta hora, só me resta aceitar sua sábia vontade, sem permitir qualquer resquício de tristeza, revolta ou autocomiseração. Portas que se fecham, prejuízos, adversidades e frustrações que destroem os fracos, são quantas vezes declarações inequívocas de amor, partidas da Consciência Suprema para ouvidos e corações sábios. 

Não nos cabe decidir que só há ajuda quando Ele responde com uma imediata e espetacular melhora. Às vezes e através de uma piora ou de uma 'cirurgia' que Ele age. Confiar-se não é antever ou escolher o que vai acontecer, mas acatar o que é concedido.

Sereno e corajoso, o yoguin toma obstáculos e derrotas como desafios e, só depois de tentar infrutiferamente, aceita-os como decisões de Deus. Assim, não perde a coragem, não se exaure nem se rende, mas, ao contrário, prossegue firme e estimulado em outra direção, na direção nova que Deus apontou."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 240)


sexta-feira, 10 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (2ª PARTE)

"(...) A vida, de certa forma, parece com a crise de asma. Quando sobrevém, a vítima, sentindo-se meio afogada, desencadeia os maiores esforços no sentido de respirar mais fundo e, quanto mais se esforça, mais cresce a tensão e consequentemente a dificuldade de respirar, pois o esforço redobra desastrosamente a produção de secreção, além de acentuar a necessidade respiratória. Muita gente tem melhorado com um simples truque que tenho ensinado. Consiste em recostar-se frouxamente, imóvel e, sem medo, com a mais perfeita confiança, e mentalmente dizer: 'Deus tomará conta de mim.' Com isso, a crise vai-se reduzindo até cessar de todo.

Quem sabe fazer ishvarapranidhana não se perturba diante de nada. Como filho que confia no pai, acata a resposta que este lhe dá. Aceita o que lhe é concedido. Seja o que for.

O yogue procura afinar sua vontade com a de Deus, e nessa sintonia desconhece drama, angústia e desespero, vencendo todas as crises.

Aqui como em outras partes, uma apreciação viciosa poderá ver neste preceito um conselho à indolência, à indiferença, à irresponsabilidade. Seria realmente estúpida uma atitude de tal comodismo, um viver passivo e inútil, à espera (somente) de Deus. Tal forma de parasitismo não é ishvarapranidhana. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 239/240)
www.record.com.br


quinta-feira, 9 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (1ª PARTE)

"Fecundo preceito da moral terapêutica do yoga, ishvarapranidhana, considero o número um em capacidade de dar paz, saúde e equanimidade imediatas. Consiste em entregar-se definitiva e incondicionalmente a Deus. Milhões de pessoas dizem diariamente em oração 'seja feita a vossa vontade' e desses milhões raríssimos entendem e cumprem o que estão dizendo. O importante não é dizer, não é falar. O que realmente vale é viver. É aceitar a sábia vontade de Deus, que é Lei Universal. Não seja você como a imensa maioria que, ao mesmo tempo que diz que fará a viagem ou casará no dia tal, 'se Deus quiser', mentalmente diz 'se Ele não quiser eu me zango e fico decepcionado com Ele'.

Quem se arrependerá de entregar-se todo e entregar tudo ao Onipotente, Onipresente e Onisciente?!

Quase todos cometemos a infantilidade de entristecer-nos com o encontrar fechada a porta que desejávamos aberta. E no entanto, a porta que estava fechada poderia ser a porta de nossa perdição. Quase todos nós somos incapazes de dar 'graças a Deus', com autêntica alegria, por termos perdido o avião. Ao contrário, somos impulsionados a crispar os dedos amaldiçoando o tráfego que nos atrasou a chegada ao aeroporto.

Quem de nós é capaz de receber como graça de Deus a perda de uma propriedade, uma amizade, ou qualquer coisa a que damos muito valor? Sem relutância, no entanto, pagamos um pequena fortuna para o cirurgião amputar-nos uma perna gangrenada.

Deus - diz o verdadeiro cristão (yoguin) - sabe muito mais do que eu aquilo que convém. 'Eu não entendo por que, mas sei que a enchente que me estragou os móveis não é outra coisa que manifestação de Deus.' (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 238/239)


quarta-feira, 8 de abril de 2015

CRÍTICA DESTRUTIVA

"Há dois tipos de crítica: a construtiva e a destrutiva. Quando feita a pessoas que não gostam de ser censuradas, é destrutiva. A crítica construtiva limita-se a dar conselhos para o despertar da alma de amigos que querem e pediram sua ajuda. A crítica construtiva deve ser feita em tom amigável. 

Não será fácil para você criticar os outros de maneira correta e gentil antes de criticar-se a si mesmo com severidade. Se conseguir visualizar claramente as faltas alheias com simpatia, como se fossem as suas, então estará tomando uma atitude correta. A crítica tácita é pior que a crítica em palavras. Nada mais tolo do que censurar os outros no íntimo, em silêncio. Elimine da mente toda crítica adversa a seus semelhantes.

Critique os outros amavelmente com um olhar ou com uma ligeira sugestão, usando um mínimo de palavras quando a pessoa houver solicitado seu parecer. Não faça a mesma crítica mais de duas vezes. Lance suas observações amáveis como sementes que irão germinar no solo das almas receptivas. Se essas almas quiserem cultivá-las, tanto melhor para elas. Você não pode forçar ninguém a fazer o que não quer. Com a crítica certa na hora certa, ajudará em muito as pessoas. 

Quando as escamas da ignorância caírem de seus olhos interiores, você conseguirá avaliar exatamente os pontos fortes e fracos dos outros. Aprenderá não apenas a ser tolerante, mas também a reverenciar somente o que é bom e a ignorar o que é psicologicamente nocivo.

Nós nos perdoamos em toda e qualquer circunstância. Por que então não perdoar os outros em toda e qualquer circunstância? Quando estamos errados, não gostamos de alardear nossos erros; mas, quando os outros erram, apressamo-nos a desmascará-los imediatamente. Possuídos pelo amor de Deus, tornamo-nos críticos divinos. Um crítico divino é um curador que tem a coragem de assumir a desagradável responsabilidade de corrigir seus próprios filhos com um único objetivo em mente: melhorá-los."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 28/29)
www.editorapensamento.com.br


terça-feira, 7 de abril de 2015

A VIRTUDE ESSENCIAL

"O antídoto para o apego é o desapego, ou o abrir mão. O desapego é a essência da virtude, e o processo de desapego é a virtude de agir sem apego. O homem precisa ver primeiramente o modo como ele é apegado. Devido à ignorância ou ao egoísmo, ele é apegado à ação, e portanto está sujeito ao karma, que ele chama de fado, sorte ou destino. Ele é apegado ao corpo e é movido pelas emoções e pensamentos. Está psicologicamente isolado e vive cada vez mais para si, usando os outros simplesmente para vantagem própria. A ganância, o egoísmo e a desonestidade são suas características. Ele reage rapidamente, sem entender plenamente ou perceber de fato o que está acontecendo. A ideia de 'eu' e 'meu' predomina.

O ego é o pensamento 'eu e meu', mas o verdadeiro eu é o puro Eu. Se considerarmos o puro Eu como o ego, então nos tornamos egoístas. Se considerarmos o eu como a mente, tornamo-nos a mente; se considerarmos como o corpo, tornamo-nos o corpo. É o pensamento que erige as muralhas e os envoltórios, de muitas maneiras. Os homens são apegados a seus animais de estimação, ao seu jardim ou à sua fazendo, à sua posição, à sua mobília, aos seus filhos, aos seus deuses, à sua religião, ao seu país, e assim por diante. Sua vida é baseada no apego material e no apego a dogmas, crenças, ideias etc. Uma pessoa pode ser instruída e erudita, mas ainda assim gananciosa e mesquinha. Mas onde há verdadeiro conhecimento não há apego. Se o conhecimento do homem não o ajuda a se tornar desapegado e livre, então existe algo de errado com sua compreensão.

O que é preciso para o desapego é compreender e aceitar nossos apegos e aprender a ver e compreender que no apego existe dor, medo, inveja e ansiedade. É verdade que a pessoa não consegue evitar que as impressões se formem no cérebro e aí se acumulem, porque o cérebro registra automaticamente. Temos padrões de comportamento cerebral. Não precisamos nos dar o trabalho de parar esse registro automático de impressões no cérebro, mas precisamos dar plena atenção a esse processo de registro e aprender a ver nossas próprias reações. O verdadeiro conhecimento não conhece apego; identificar-se, por exemplo, com o corpo e a mente é uma ilusão. 

O corpo não é real. Cada partícula do corpo está constantemente mudando. O mesmo acontece com relação à mente. Num momento ela está feliz, noutro está infeliz. É como um redemoinho sempre a mudar. O homem precisa compreender que o corpo e a mente são uma série de fenômenos mutantes, para perder o apego e a identificação com eles. De posse do verdadeiro conhecimento, o homem, no nível físico, torna-se ativo, e não preguiçoso. No nível emocional ele não tem ira, luxúria ou ganância, e no nível mental não tem orgulho nem inveja. Ele se torna desapegado, e essa é a sua virtude essencial. Isso o ajuda a se corrigir, ao invés de querer corrigir os outros." 

(C. A. Shinde - Desapego e Sabedoria - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - p. 28)