OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 10 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (2ª PARTE)

"(...) A vida, de certa forma, parece com a crise de asma. Quando sobrevém, a vítima, sentindo-se meio afogada, desencadeia os maiores esforços no sentido de respirar mais fundo e, quanto mais se esforça, mais cresce a tensão e consequentemente a dificuldade de respirar, pois o esforço redobra desastrosamente a produção de secreção, além de acentuar a necessidade respiratória. Muita gente tem melhorado com um simples truque que tenho ensinado. Consiste em recostar-se frouxamente, imóvel e, sem medo, com a mais perfeita confiança, e mentalmente dizer: 'Deus tomará conta de mim.' Com isso, a crise vai-se reduzindo até cessar de todo.

Quem sabe fazer ishvarapranidhana não se perturba diante de nada. Como filho que confia no pai, acata a resposta que este lhe dá. Aceita o que lhe é concedido. Seja o que for.

O yogue procura afinar sua vontade com a de Deus, e nessa sintonia desconhece drama, angústia e desespero, vencendo todas as crises.

Aqui como em outras partes, uma apreciação viciosa poderá ver neste preceito um conselho à indolência, à indiferença, à irresponsabilidade. Seria realmente estúpida uma atitude de tal comodismo, um viver passivo e inútil, à espera (somente) de Deus. Tal forma de parasitismo não é ishvarapranidhana. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 239/240)
www.record.com.br


quinta-feira, 9 de abril de 2015

ISHVARAPRANIDHANA (1ª PARTE)

"Fecundo preceito da moral terapêutica do yoga, ishvarapranidhana, considero o número um em capacidade de dar paz, saúde e equanimidade imediatas. Consiste em entregar-se definitiva e incondicionalmente a Deus. Milhões de pessoas dizem diariamente em oração 'seja feita a vossa vontade' e desses milhões raríssimos entendem e cumprem o que estão dizendo. O importante não é dizer, não é falar. O que realmente vale é viver. É aceitar a sábia vontade de Deus, que é Lei Universal. Não seja você como a imensa maioria que, ao mesmo tempo que diz que fará a viagem ou casará no dia tal, 'se Deus quiser', mentalmente diz 'se Ele não quiser eu me zango e fico decepcionado com Ele'.

Quem se arrependerá de entregar-se todo e entregar tudo ao Onipotente, Onipresente e Onisciente?!

Quase todos cometemos a infantilidade de entristecer-nos com o encontrar fechada a porta que desejávamos aberta. E no entanto, a porta que estava fechada poderia ser a porta de nossa perdição. Quase todos nós somos incapazes de dar 'graças a Deus', com autêntica alegria, por termos perdido o avião. Ao contrário, somos impulsionados a crispar os dedos amaldiçoando o tráfego que nos atrasou a chegada ao aeroporto.

Quem de nós é capaz de receber como graça de Deus a perda de uma propriedade, uma amizade, ou qualquer coisa a que damos muito valor? Sem relutância, no entanto, pagamos um pequena fortuna para o cirurgião amputar-nos uma perna gangrenada.

Deus - diz o verdadeiro cristão (yoguin) - sabe muito mais do que eu aquilo que convém. 'Eu não entendo por que, mas sei que a enchente que me estragou os móveis não é outra coisa que manifestação de Deus.' (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 238/239)


quarta-feira, 8 de abril de 2015

CRÍTICA DESTRUTIVA

"Há dois tipos de crítica: a construtiva e a destrutiva. Quando feita a pessoas que não gostam de ser censuradas, é destrutiva. A crítica construtiva limita-se a dar conselhos para o despertar da alma de amigos que querem e pediram sua ajuda. A crítica construtiva deve ser feita em tom amigável. 

Não será fácil para você criticar os outros de maneira correta e gentil antes de criticar-se a si mesmo com severidade. Se conseguir visualizar claramente as faltas alheias com simpatia, como se fossem as suas, então estará tomando uma atitude correta. A crítica tácita é pior que a crítica em palavras. Nada mais tolo do que censurar os outros no íntimo, em silêncio. Elimine da mente toda crítica adversa a seus semelhantes.

Critique os outros amavelmente com um olhar ou com uma ligeira sugestão, usando um mínimo de palavras quando a pessoa houver solicitado seu parecer. Não faça a mesma crítica mais de duas vezes. Lance suas observações amáveis como sementes que irão germinar no solo das almas receptivas. Se essas almas quiserem cultivá-las, tanto melhor para elas. Você não pode forçar ninguém a fazer o que não quer. Com a crítica certa na hora certa, ajudará em muito as pessoas. 

Quando as escamas da ignorância caírem de seus olhos interiores, você conseguirá avaliar exatamente os pontos fortes e fracos dos outros. Aprenderá não apenas a ser tolerante, mas também a reverenciar somente o que é bom e a ignorar o que é psicologicamente nocivo.

Nós nos perdoamos em toda e qualquer circunstância. Por que então não perdoar os outros em toda e qualquer circunstância? Quando estamos errados, não gostamos de alardear nossos erros; mas, quando os outros erram, apressamo-nos a desmascará-los imediatamente. Possuídos pelo amor de Deus, tornamo-nos críticos divinos. Um crítico divino é um curador que tem a coragem de assumir a desagradável responsabilidade de corrigir seus próprios filhos com um único objetivo em mente: melhorá-los."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 28/29)
www.editorapensamento.com.br


terça-feira, 7 de abril de 2015

A VIRTUDE ESSENCIAL

"O antídoto para o apego é o desapego, ou o abrir mão. O desapego é a essência da virtude, e o processo de desapego é a virtude de agir sem apego. O homem precisa ver primeiramente o modo como ele é apegado. Devido à ignorância ou ao egoísmo, ele é apegado à ação, e portanto está sujeito ao karma, que ele chama de fado, sorte ou destino. Ele é apegado ao corpo e é movido pelas emoções e pensamentos. Está psicologicamente isolado e vive cada vez mais para si, usando os outros simplesmente para vantagem própria. A ganância, o egoísmo e a desonestidade são suas características. Ele reage rapidamente, sem entender plenamente ou perceber de fato o que está acontecendo. A ideia de 'eu' e 'meu' predomina.

O ego é o pensamento 'eu e meu', mas o verdadeiro eu é o puro Eu. Se considerarmos o puro Eu como o ego, então nos tornamos egoístas. Se considerarmos o eu como a mente, tornamo-nos a mente; se considerarmos como o corpo, tornamo-nos o corpo. É o pensamento que erige as muralhas e os envoltórios, de muitas maneiras. Os homens são apegados a seus animais de estimação, ao seu jardim ou à sua fazendo, à sua posição, à sua mobília, aos seus filhos, aos seus deuses, à sua religião, ao seu país, e assim por diante. Sua vida é baseada no apego material e no apego a dogmas, crenças, ideias etc. Uma pessoa pode ser instruída e erudita, mas ainda assim gananciosa e mesquinha. Mas onde há verdadeiro conhecimento não há apego. Se o conhecimento do homem não o ajuda a se tornar desapegado e livre, então existe algo de errado com sua compreensão.

O que é preciso para o desapego é compreender e aceitar nossos apegos e aprender a ver e compreender que no apego existe dor, medo, inveja e ansiedade. É verdade que a pessoa não consegue evitar que as impressões se formem no cérebro e aí se acumulem, porque o cérebro registra automaticamente. Temos padrões de comportamento cerebral. Não precisamos nos dar o trabalho de parar esse registro automático de impressões no cérebro, mas precisamos dar plena atenção a esse processo de registro e aprender a ver nossas próprias reações. O verdadeiro conhecimento não conhece apego; identificar-se, por exemplo, com o corpo e a mente é uma ilusão. 

O corpo não é real. Cada partícula do corpo está constantemente mudando. O mesmo acontece com relação à mente. Num momento ela está feliz, noutro está infeliz. É como um redemoinho sempre a mudar. O homem precisa compreender que o corpo e a mente são uma série de fenômenos mutantes, para perder o apego e a identificação com eles. De posse do verdadeiro conhecimento, o homem, no nível físico, torna-se ativo, e não preguiçoso. No nível emocional ele não tem ira, luxúria ou ganância, e no nível mental não tem orgulho nem inveja. Ele se torna desapegado, e essa é a sua virtude essencial. Isso o ajuda a se corrigir, ao invés de querer corrigir os outros." 

(C. A. Shinde - Desapego e Sabedoria - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - p. 28)


segunda-feira, 6 de abril de 2015

NÃO MANCHE A ALMA COM INTRIGAS

"Lembre-se: não manche sua alma andando com pessoas que gostam de fazer intrigas. Abençoe-as. Dê-lhes amor e aprenda a não permitir que façam você descer ao mesmo nível. Recuse-se a se sentir insultado. Fique em silêncio. Deus poderia falar e sacudir o mundo, mas não o faz, porque isso significaria usar a força para que tivéssemos bom comportamento. Ele nos deu a liberdade de agir de modo certo ou errado e, silenciosamente, espera que mudemos o comportamento errado. Assim se comportam os que amam a Deus: eles sofrem em silêncio. Se alguém lhes causa sofrimento, dizem: 'Muito bem, se meu sofrimento o alegra, vá em frente'. É um ideal maravilhoso. É a filosofia que me dá mais alegria na vida. 

Da mesma forma, sempre que se sentir ferido, permaneça em silêncio. E não sinta ódio nem raiva por dentro. Se alguém lhe disser alguma coisa de modo agressivo, fique quieto, ou responda. 'Lamento se fiz alguma coisa para ofendê-lo' e não diga mais nada. Se você agir assim, o que a outra pessoa poderá fazer? Isto é o que pratico em minha vida. Ninguém pode fazer com que eu brigue, nem mesmo se me esbofeteasse, pois eu me ajoelharia e pediria perdão. Uma pessoa não consegue lutar se você se recusar a lutar. Quem acredita em Cristo não deve retaliar se alguém quiser 'tirá-lo do sério'. O exemplo de Cristo é que estamos aqui para amar ao próximo. Jamais se deve retaliar. Você nem imagina a força proveniente de tanto amor e autodomínio: contempla-se a humanidade como criancinhas, que não sabem o que fazem."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 270/271)