OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 5 de abril de 2015

O SEGREDO DO PERDÃO

"Mais uma vez, a abençoada época da Páscoa está conosco. As épocas sagradas do ano desempenham um papel perceptivelmente inspirador em minha própria consciência, e minha oração é para que inspirem a de vocês de igual modo. Quando chegamos a este período de recordação do supremo sacrifício de Jesus Cristo pela humanidade, penso na declaração de Gurudeva Paramahansa Yogananda, repetida com frequência, de que Cristo realizou seu maior milagre na Cruz. Com todo o direito de amaldiçoar e condenar seu traidor e os outros que erradamente o condenaram, e com todo o poder a seu comando para destruir os inimigos, Jesus não usou esse poder, nem sentiu qualquer inimizade. Melhor, ele mostrou ao mundo o meio divino para conquistar o mal - o único meio que pode ressuscitar a alma do homem da profunda ignorância para a luz da sabedoria eterna, da comunhão eterna com Deus. Esse meio foi imortalizado nas singelas palavras do amor de Cristo: 'Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem'.

Essa é uma mensagem extremamente importante para a humanidade, até mesmo hoje, uma mensagem que cada um de nós deve aplicar em sua vida, se quiser conservar a luz do amor divino em seu coração e neste mundo. É essencial libertar o coração e a mente de toda amargura e ressentimento; o lugar desses sentimentos não é ali.

Quando alguém age maldosamente contra nós, por que sentimos que temos que fazer algo com relação a isso? Por que não podemos simplesmente deixá-lo nas mãos de Deus? Acredito nisso. Não podemos nós, também, dizer: 'Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem', sabendo muito bem que a lei divina, o amor divino, resolverá esse problema para nós? De inúmeras formas, essa lei tem funcionado para mim durante toda a minha vida; ela funcionará para você também e para toda a humanidade.

A dificuldade está conosco. Não somos capazes de esquecer nossos pensamentos mesquinhos e odiosos, nossos sentimentos de vingança, raiva e inveja. Por não conseguirmos largar da mão de Satã - da ilusão, e isso tudo o que esses falsos pensamentos e sentimentos são na realidade -, somos incapazes de agarrar a mão de Deus.

Vamos tentar ressuscitar nossa consciência do escuro sepulcro do ódio, da ira e da mesquinhez. Você sabe o que é mesquinhez: o desejo de magoar outra pessoa. Provavelmente todos nós, alguma vez na vida, magoamos os outros inconscientemente. Devemos pedir sinceramente a qualquer pessoa que porventura tenhamos magoado que nos perdoe. E nunca devemos levantar a mão intencionalmente, mesmo em pensamento, contra outro ser humano. Se fizéssemos isso, o primeiro a sofrer seríamos nós mesmos; porque nesse momento perderíamos a percepção interior de Deus."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 97/98)


sábado, 4 de abril de 2015

O AMOR E O PERDÃO (PARTE FINAL)

"(...) Todos nós gostamos de criticar, julgar e condenar as pessoas que nos cercam e até aquelas que estão longe do nosso convívio. Cristo tinha todos os motivos para julgar, mas não o fazia, nem condenava; ele acolhia, incluía, valorizava, consolava e encorajava.

Pedro dissera que, ainda que todos negassem Cristo, ele não o negaria e, se necessário, até morreria com ele. Foi muito grave o erro de Pedro ao negar, ainda que por momentos, Cristo e a história que viveu com ele. Além disso, para negá-lo, foi infiel à própria consciência. Contudo, Cristo não o condenou, não o questionou, não o criticou, não o reprovou, apenas o acolheu. Cristo o conhecia mais do que o próprio Pedro. Ele previu seu comportamento. Sua previsão não era uma condenação, mas um acolhimento, um sinal de que não desistiria de Pedro em qualquer situação, um indício de que o amor que sentia por ele estava acima do retorno que poderia receber, acima dos seus gestos e atitudes.

Certa vez, Cristo disse que toda pessoa que viesse até ele não seria lançada fora, não importavam a sua história nem seus erros (João 6:37). Ele via os erros não como objeto de punição, mas como uma possibilidade de transformação interior.

A prática do perdão de Cristo era fruto de sua capacidade incontida de amar. Com essa prática, todos tinham contínuas oportunidades de revisar a sua história e crescer diante dos seus erros. O amor de Cristo é singular, ninguém jamais pode explicá-lo..." 

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 144/145)


sexta-feira, 3 de abril de 2015

O AMOR E O PERDÃO (2ª PARTE)

"(...) É muito difícil viver com tranquilidade as relações sociais, pois facilmente nos frustramos com os outros. É mais fácil conviver com mil animais do que com dois seres humanos. Às vezes nossas mais amargas frustrações provêm não de estranhos, mas das pessoas mais íntimas.

Apesar de rodeado de inimigos e de ter discípulos que frequentemente o decepcionavam, o mestre da escola da existência conseguia viver tranquilo. A arte do perdão era um dos seus segredos. O exercício dessa arte o fazia gravitar em torno dos outros, não esperar retorno quando se doava. Isso não significa que ele não esperasse nada dos seus discípulos; pelo contrário, propunha metas elevadíssimas para eles. Todavia, tinha plena consciência de que essas metas não poderiam ser conquistadas por meio de pressão, cobranças, nem em pouco tempo. Ele esperava que, paulatinamente, seus discípulos fossem transformados interiormente de maneira livre e espontânea.

Por amar o ser humano e exercitar continuamente a arte do perdão, Cristo preparava terreno para transcender, superar qualquer tipo de frustração com qualquer tipo de pessoa. Nem a vexatória negação de Pedro o fez desanimar. Pedro andou muito tempo com seu mestre, presenciou gestos e ouviu palavras incomuns. Todavia, ele o negou três vezes diante de pessoas humildes, diante dos servos dos sacerdotes. Enquanto Pedro o negava pela terceira vez, Cristo, apesar de estar sendo espancado e injuriado, virou-se para ele e o alcançou com um olhar... Um olhar acolhedor, não julgador.

Naquele momento, Pedro estava dizendo com todas as palavras que não conhecia o mestre de Nazaré. Mas o mestre de Nazaré, com seu olhar arrebatador, estava expressando que conhecia Pedro e o amava. Pedro podia desistir de Cristo, mas Cristo não desistia de Pedro... O amor de Pedro por seu mestre podia ser limitado e circunstancial, mas o de Cristo por ele era ilimitado, pois, apesar da dor causada pela cúpula judaica e pela própria negação de Pedro, conseguia abrir uma janela para acolhê-lo. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 143/144)
www.sextante.com.br


quinta-feira, 2 de abril de 2015

O AMOR E O PERDÃO (1ª PARTE)

"Jesus propunha a seus discípulos que perdoassem uns aos outros, que se libertassem dos seus sentimentos de culpa e que tivessem uma vida emocional suave e tranquila como só uma pessoa que ama os outros como a si mesma pode ter. A psicologia de Cristo era profunda, o amor e o perdão se entrelaçavam. Era de fato uma psicologia transformadora, e não reformadora e moralista. Ele dizia que tinha vindo para perdoar, para aliviar o peso da existência e tornar a vida mais complacente, tolerante e emocionalmente serena. Encorajava os seus discípulos a observarem sua vida e a tomá-la como modelo existencial. Por isso, dizia: 'Aprendei de mim, pois sou manso e humilde de coração' (Mateus 11:29).

Cristo desejava aliviar a emoção do peso das mágoas, dos rancores, dos complexos de inferioridade, dos sentimentos de culpa e de autopunição. Apesar de ter todos os motivos para ser rígido e até julgar as pessoas, nele só havia espaço para o perdão, que não é um sinal de fraqueza, mas de grandeza emocional. Perdoar é expressar a arte de amar. Na escola da existência de Cristo, perdoar uns aos outros é um princípio fundamental. Perdoar alivia tanto os sentimentos de culpa como as mágoas. O sentimento de culpa fere a emoção. A mágoa corrói a tranquilidade.

A proposta de Cristo do perdão é libertadora. A maior vingança contra um inimigo é perdoá-lo. Ao perdoá-lo nos livramos dele, pois ele deixa de ser nosso inimigo. O maior favor que fazemos a um inimigo é odiá-lo ou ficarmos magoados com ele. O ódio e a mágoa cultivam os inimigos dentro de nós.

Cristo viveu a arte do perdão. Perdoou quando rejeitado, quando ofendido, quando incompreendido, quando ferido, quando zombado, quando injustiçado; perdoou até quando estava morrendo na cruz. No ápice da sua dor, disse: 'Pai, perdoai-os, pois eles não sabem o que fazem...' (Lucas 23;34). Esse procedimento tornou a trajetória de Cristo livre e suave. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 142/143)


quarta-feira, 1 de abril de 2015

TORNE-SE UM DISCÍPULO

"Todo mestre espiritual, seja uma encarnação divina ou uma alma iluminada, tem dois conjuntos de ensinamentos - um para a multidão, outro para os discípulos. O elefante possui dos conjuntos de dentes: as presas com que se defenda das dificuldades exteriores e os dentes com os quais come. O mestre espiritual prepara o caminho de sua mensagem com lições genéricas - seriam suas presas. A verdade profunda da religião ele a revela apenas aos discípulos íntimos. Porque a religião é algo que pode de fato ser transmitido. Um mestre verdadeiramente iluminado pode transmitir-nos o poder que revela a consciência divina, latente em nós. Mas é preciso que o campo seja fértil e o solo esteja pronto antes que a semente possa ser semeada. (...)

Cristo ensinava desse mesmo modo. Ele não pronunciou o Sermão da Montanha para as multidões, e sim para os discípulos, cujos corações estavam prontos para recebê-lo. As multidões ainda não estão aptas para entender a verdade de Deus. De fato, nem a desejam. Meu mestre, Swami Brahmananda, costumava dizer: 'Quantos estão prontos? Sim, muita gente vem até nós. Temos o tesouro a dar-lhes. Mas eles querem apenas batatas, cebolas e berinjelas.'

Qualquer um de nós que deseje sinceramente o tesouro, que busque a verdade, pode beneficiar-se da mensagem dada no Sermão da Montanha e pode tornar-se um discípulo. Cristo, como veremos em nosso estudo do Sermão, fala das condições que temos de possuir para sermos discípulos e para as quais precisamos preparar-nos. Ele ensina os caminhos e os meios para atingirmos a purificação de nossos corações, de modo que a verdade de Deus possa revelar-se por inteiro dentro de nós."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo, 2007 - p. 19/21)
www.pensamento-cultrix.com.br