OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 24 de março de 2015

SE VOCÊ SOFRE, MEUS PARABÉNS (PARTE FINAL)

"(...) Não se esqueça que a violência da poda torna a árvore mais bonita e vitalizada. Lembre-se de que a terra cujo lombo é rasgado pelas pás do arado ganha fertilidade. Assim é com o ser humano. Os desafios da desventura podem amadurecer a personalidade. As lágrimas que derramamos na dor não são de lastimar, pois enriquecem os dias de experiência. Quero que você me aponte alguém que se aperfeiçoou, se fortaleceu, floresceu em obras, fez-se herói, santo ou sábio através do prazer e na ausência da dor.

Não sou partidário de um ascetismo masoquista. Longe de mim achar que é preciso sofrer o martírio para poder ganhar o céu.

Ao contrário, acho loucura certos místicos praticarem: a autoflagelação. Afirmo o contrário. Creio que a tendência legítima e fundamental do ser humano é a busca da felicidade. Esta no entanto nem significa a ausência de adversidade e de dor, nem é sinônimo de gozo e prazer. Acho que ser feliz é pairar acima das vicissitudes. Ser feliz, eu creio, consiste em viver liberto tanto do apego ao prazer, como do medo da dor.

Para terminar transcrevo algo que publiquei:
Se eu fosse planta,
gostaria de um meio favorável
que me fizesse crescer...
Mas sou homem,
prefiro um meio adverso
que me desafie crescer.
(Mergulho na paz)"
(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 199/200)

segunda-feira, 23 de março de 2015

SE VOCÊ SOFRE, MEUS PARABÉNS (1ª PARTE)

"É raro encontrar entre as grandes figuras da arte, da ciência, da literatura, da política, da santidade aqueles que não tiveram uma longa vida de vicissitudes, necessidades e sofrimentos.

Alfred Adler, psicanalista americano, defende a tese de que o 'sentimento de ser inferior' é o que move o homem a progredir e buscar vencer. São as insuficiências, as carências desta ou daquela espécie que suscitam o esforço criador, o impulso para a superação.

Frequentemente pessoas sofredoras me pedem orientação, apoio e conforto. Escuto em silêncio, e com interesse, e quanto mais simpatia em mim vão sentindo, mais intensamente esperam palavras de piedade. Tenho escutado relatos comoventes, descrições ansiosas de transes bem dramáticos e até confissões de inusitados vícios.

Tenho recebido confidências e queixas que, de tão horríveis, parecem fantásticas. Fico perplexo diante das muitas carrancas que a dor apresenta. Quanto sofrimento neste mundo! Há dramas e tragédias, misérias e degradação em tantos que me recordo do princípio budista de que basta existir para ser presa da dor. Terminada a entrevista, sentindo-se um pouco melhor por ter aliviado a tensão, com a abertura das comportas, é natural o confidente desejar expressões piedosas de condolências ou a declaração de que 'não existe quem sofra tanto quanto você', ou palavras como 'coitadinho'. Costumo frustrar tal expectativa, dizendo com a maior sinceridade: 'Meus parabéns!'

Se não adiantasse logo as razões de meu proceder, por certo, merecia ser chamado de 'insensível' ou mesmo debochado, pois não se deve fazer troça dos dramas do próximo. Apresso-me em desmanchar a cara de perplexidade e decepção do interlocutor, completando: Se seu sofrimento e dificuldades são tão grandes, meus parabéns!, porque você conta com um dos fatores indispensáveis para progredir, você tem aquilo que pode levá-lo a superar a si mesmo, você conta com o que faz o ser humano realizar-se, tornando-se melhor, transformar-se, curar-se, vencer a distância que o separa da Perfeição. Você tem aquilo sem o qual o ser humano se deteriora na estagnação, ou mesmo regride. Você tem a arma da vitória, que é o desafio do sofrimento. Você alcançou reconhecimento de algo essencial a realizar. A dor impulsiona o engrandecimento. Suas dificuldades, imperfeições ou misérias lhe são um desafio. Você tem um desafio. Aceite-o. Enfrente-o. Aproveite-o para sua evolução. Aceita sua situação difícil não como uma desgraça e motivo para lamuriar-se; não como algo que vai destruí-lo, mas como a condição para desenvolver suas potencialidades. É no sofrimento de fogo e martelada que um pedaço de ferro bruto é transformado em um objeto de beleza ou utilidade. A falta de pernas faz nascer asas no verdadeiro homem. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 198/199)


domingo, 22 de março de 2015

FAÇA DA ROTINA DIÁRIA UM CAMINHO DE LIBERTAÇÃO

"O Senhor não será movido por comentário estritamente erudito. Ele só se agrada com a prática real, efetiva; com o genuíno esforço; com sincero empenho; com incessante diligência para purificar a mente. A luta deve ser alerta e ativa, até a meta ser alcançada. Alguém perguntou a Ramana Maharishi: 'Por quanto tempo devo engajar-me em dhyana (meditação)?' O Maharishi respondeu: 'Até chegar a perder toda percepção da experiência de dhyana.' Na peça Dhruva que os jovens acabam de encenar, o atorzinho que representava Dhruva, sentava, reto e tenso, dando-nos a impressão de que estava perdido em dhyana; mas tal comicidade não merece consideração. Em real meditação, logo você supera a noção 'eu estou praticando dhyana'.

De fato, cada momento na vida deve ser utilizado para dhyana. É a melhor forma de viver. Quando for varrer seu quarto, convença a si mesmo da necessidade de também varrer o coração para o purificar; ao cortar legumes, sinta que também a ambição e o desejo devem ser cotados em pedaços; ao prensar o chapati (um tipo de pão feito nas casas indianas) para o tornar maior, deseje que, igualmente, seu amor se torne maior, abrangendo círculos cada vez maiores, até atingir as regiões onde vivem estranhos e mesmo os inimigos.

Este é o meio pelo qual você poderá fazer de seu lar uma ermida, e da rotina quotidiana um caminho de libertação."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 106)

sábado, 21 de março de 2015

A LIÇÃO DA REENCARNAÇÃO

"Disse Paramhansa Yogananda: 'Por que uma criança nasce paralítica? Só a reencarnação pode explicar esse fato de maneira satisfatória. As pessoas olham para o bebê como se se tratasse de um 'bebê frágil, inocente', porém, em alguma vida passada, essa personalidade deve ter transgredido a lei de Deus. Essa transgressão o privou da consciência de ter pernas perfeitas. Desse modo - e devido ao fato de a mente controlar o corpo - quando essa pessoa voltou novamente para um corpo físico, ela não foi capaz de desenvolver as pernas de maneira perfeita, e nasceu deficiente física.

'Por que uma pessoa nasce com deficiência mental e outra com inteligência? Deus seria muito injusto se permitisse que essas coisas acontecessem sem uma causa. Entretanto, uma causa. Pois quem somos agora é consequência das nossas ações passadas em várias épocas.

'Somos imortais no espírito, porém, na nossa personalidade, não podemos reivindicar a consciência dessa imortalidade até que as nossas imperfeições humanas tenham desaparecido. Trabalhar com nós mesmos equivale a talhar e a polir a pedra insignificante numa estátua, até o momento em que a imagem que estava oculta se revele em toda a sua perfeição.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 82)
www.editorapensamento.com.br



sexta-feira, 20 de março de 2015

TODO SER HUMANO PASSA POR INVERNOS EXISTENCIAIS (PARTE FINAL)

"(...) Todos passamos por focos de tensão. As preocupações existenciais, os desafios profissionais, os compromissos sociais e os problemas nas relações interpessoais geram continuamente focos de tensão que, por sua vez, geram estresse e ansiedade. Esses focos podem exercer um controle sobre a inteligência que nos impede de ser livres, tanto na construção quanto no gerenciamento dos pensamentos. Às vezes, a atuação dos focos de tensão é tão dramática que exerce uma verdadeira ditadura sobre a inteligência.

Quem cuida apenas da estética do corpo e descuida do enriquecimento interior vive a pior solidão, a de ter abandonado a si mesmo em sua trajetória existencial. As pessoas que vivem preocupadas com cada grama de peso fazem de suas vidas uma fonte de ansiedade. Elas têm grande dificuldade de superar as contrariedades, as contradições e os focos de tensão que surgem na trajetória existencial. A ditadura dos focos de tensão torna o ser humano uma vítima de sua história, e não um agente construtor dela, um autor que reescreve seus principais capítulos. É mais fácil sermos vítimas do que autores de nossa história. (...)

Cristo via as dores da vida sob outra perspectiva. Enfrentava as contrariedades sem desespero, não tinha medo da dor nem das frustrações pelas quais passava. Muitos o decepcionavam, até os seus íntimos discípulos o frustravam, mas ele absorvia aquelas frustrações com tranquilidade. Como mestre da escola da existência, treinava continuamente seus discípulos para superarem seus focos de tensão, para enfrentarem seus medos e seus fracassos. Assim, poderiam reescrever suas histórias e corrigir suas rotas com maturidade.

Certo dia, Jesus teve um diálogo curto e cheio de significado com seus discípulos. Disse: 'No mundo passais por várias aflições, mas tende bom ânimo, pois eu venci o mundo.' Ele reconheceu que a vida humana é sinuosa e possui turbulências inevitáveis, encorajou seus íntimos a não se intimidarem diante das aflições da existência, mas se equiparem com ânimo e determinação para superá-las. Disse que tinha vencido o mundo, superado as intempéries da vida, o que indica que ele não vivia sua vida de qualquer maneira, mas com consciência, com metas bem estabelecidas, como se fosse um atleta."

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2006 - p. 105/106)