OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 3 de março de 2015

DISCERNIMENTO¹

"Entre o certo e o errado, o Ocultismo não admite acordo. A qualquer custo aparente, tens de fazer o que é certo, e não fazer o que é errado, sem dar importância ao que o ignorante possa pensar ou dizer. Tu deves estudar profundamente as leis ocultas da Natureza, e quando as conheceres organiza a tua vida de acordo com elas, utilizando sempre a razão e o bom senso."

Para que possamos escolher entre o certo e o errado é necessário primeiramente discernir o certo do errado, isto é, se não conseguirmos visualizar de que aquele caminho não é o correto, por mais que outras pessoas tentem nos alertar, não conseguirão nos demover de tais ideias. Poderemos até saber que tal atitude não é a correta, mas encontraremos muitas desculpas para ela. Somente quando nos dispusermos a trilhar pelo caminho certo, com ajuda de cursos, leituras, palestras, religiosidade, etc., poderemos começar a desenvolver discernimento.

E como discernimento gera discernimento, podemos começar a refletir sobre nossos valores, a perceber a realidade que nos cerca e nos conscientizarmos do trabalho que deve ser feito. Existem passos para que possamos chegar num ponto de optarmos pelo correto, sem dúvidas. O primeiro passo é o saber. Podemos saber que algo não é correto, mas continuamos fazendo. O segundo passo é a conscientização. Alcançamos a conscientização quando entendemos o porquê algo é errado. É nesse ponto que através de leituras, cursos, reuniões, etc., nos permitimos refletir e ter compreensão dos fatos. E o terceiro passo é colocar em ação. Colocar em ação é fazer uma opção e como diz o 10º parágrafo: "A qualquer custo aparente, tens de fazer o que é certo". Somente vamos conseguir escolher o certo, firmemente, sem dúvidas, mesmo a despeito de insinuações de terceiros quando fizermos os três passos acima. E o segundo passo, a conscientização vem do conhecimento.

E no final do 10º parágrafo, nos é dado onde obter esse conhecimento. "Tu deves estudar profundamente as leis ocultas da Natureza". Somente através dessas leis que são eternas e imutáveis é que poderemos obter o conhecimento do certo e do errado entendendo quem somos em relação à nossa jornada, assim como os propósitos de estarmos encarnados. Mas depois ainda temos o terceiro passo, que é colocar esse conhecimento em prática. Para isso, o Mestre nos diz: "e quando as conheceres organiza a tua vida de acordo com elas, utilizando sempre a razão e o bom-senso."

Esse é o trabalho de lapidação do nosso caráter, que deverá ser feito dia após dia, com determinação e constância, sabendo que se hoje temos um nível de consciência, não deveremos esmorecer, pois a cada dia que passa podemos ampliar mais e mais a nossa percepção entre o certo e o errado.

¹ Comentários sobre o parágrafo 10º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.26/27

Tirza Fanini


segunda-feira, 2 de março de 2015

COMPAIXÃO E VOTOS DE BUDA

"3.  Buda educou-se, primeiro, em ser amável para com toda a vida animada e em evitar o erro de matar qualquer criatura, e depois então desejou que todos os homens pudessem conhecer a ventura da longa vida. 

Buda educou-se em evitar o erro do furto, para que, assim os homens pudessem ter tudo aquilo que desejassem.

Buda educou-se em evitar o adultério, e, com essa virtude, desejou que todos os homens pudessem conhecer a ventura de uma mente pura para que não sofressem com os desejos insatisfeitos.

Buda, quando buscava seu ideal, educou-se em evitar a mentira, e então, com esta virtude, desejou que os homens pudessem conhecer a tranquilidade da mente que advém com o cultivo da verdade.

Educou-se em evitar toda a falsidade, e desejou então que os homens pudessem desfrutar da alegria do coleguismo entre aqueles que seguiam o seu ensinamento.

Educou-se em evitar a ofensa a outrem, e então desejou que todos pudessem ter a mente serena que advém do viver em paz com os outros.

Evitou as vãs conversas, e então desejou que todos conhecessem a ventura da mútua e harmoniosa compreensão.

Buda, na busca de seu ideal, evitou a avareza, e então, com esta virtude, desejou que todos conhecessem a tranquilidade que advém de uma mente livre de toda a cobiça.

Evitou a ira, e então desejou que todos se amassem uns aos outros.

Educou-se em evitar a ignorância, e então desejou que todos pudessem entender e não nigligenciassem a lei da causalidade.

Assim, Buda, com sua misericórdia a todos envolvente, não almejava senão a felicidade dos homens. Ele ama a todos, assim como os pais amam seus filhos e a eles deseja a mais alta ventura, isto é, que eles possam transpor este oceano da vida e da morte."

(A Doutrina de Buda - Bukkyo Dendo Kyokai (Fundação para propagação do Budismo), 3ª edição revista, 1982 - p. 33/35)


domingo, 1 de março de 2015

CORPO DENSO

"74/75 - O sábio chama a isso de corpo denso, que é a combinação de tutano, osso, gordura, carne, sangue e sêmen e é constituído de pés, tronco, costas, cabeça, membros e órgãos. É ele a causa que dá nascimento à ignorância e à ilusão do 'eu' e do 'meu'. Os elementos sutis são ãkãsha, ar, fogo, água e terra (entendendo-se aqui os princípios mais elevados destes elementos).¹

COMENTÁRIO - A ignorância da verdadeira realidade nasce da limitação imposta pelos 'véus' dos sentidos. O corpo denso escraviza, limita, dificulta a percepção do sutil. É como um denso nevoeiro que impede a chegada até nós dos raios benfazejos do Sol. Mas, apesar das limitações dessa armadura medieval que vestimos, é possível encontrar o caminho para o que está na nossa essência e que é idêntico ao universal. É isso que Sankara nos propõe neste texto.'

¹ Em outras traduções, aforismos nº 72/73: 'Composto de sete ingredientes - medula, ossos, gordura, carne, sangue, derme e epiderme - e consistindo dos seguintes membros e suas partes: pernas, quadris, tórax, braços, costas e cabeça; este corpo, o domicílio da ilusão expressa nos termos 'eu' e 'meu', é designado pelos sábios como corpo grosseiro. O éter, ar, fogo, água e terra são os elementos sutis'. (N.E.)

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 39/40


sábado, 28 de fevereiro de 2015

A ALEGRIA DIVINA

"Um membro da congregação de uma das igrejas da Sociedade da Autorrealização, acossado pela dúvida, foi ao encontro de Paramhansa Yogananda. 'Mestre', disse ela, 'algumas pessoas afirmam que, com tanto sofrimento no mundo, não é justo que uma pessoa se sinta feliz. A satisfação pessoal não implicaria, pois, uma falta de compaixão quanto ao sofrimento alheio? 'Jesus', acrescentou ela, 'é por vezes descrito como um 'homem triste'. Jamais deparei com uma descrição Sua que o retratasse como um homem alegre.

Paramhansa Yogananda respondeu: 'O Jesus que conheço é alguém que vive em beatitude, não alguém infeliz! Ele sofre pelas dores da humanidade, de fato, mas sua dor não faz dEle alguém assaltado pelo sofrimento. 

'Se Ele se entregasse de todo a tristeza dos outros, o que teria para dar às pessoas a não ser mais infelicidade?

'A bem-aventurança de Deus faz com que os homens que a sentem se compadeçam de milhões de pessoas que perderam a razão de viver. A compaixão, no entanto, só faz acrescentar-se ao estado de beatitude dessas pessoas; ela não o diminui. Pois a beatitude é a cura que todos os homens procuram, consciente ou inconscientemente. Não se trata de uma coisa paralela, que não se relaciona com o sofrimento. Quanto mais uma pessoa se sente abençoada, mais ela deseja partilhar sua bênção com todos. 

'A alegria divina vem com o desenvolvimento pessoal. O sofrimento por outro lado, é consequência do egoísmo, do ego concentrado em si próprio. A alegria desperta a compaixão no coração. Faz com que a pessoa queira infundir a bênção divina nos que choram na sua tristeza.'"


(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 59)
www.editorapensamento.com.br

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A CIDADE PERFEITA (PARTE FINAL)

"(...) A cidade perfeita deve começar a produzir o cidadão perfeito antes que a criança nasça. A partir do momento da concepção, as condições que cercam a mãe são sumamente importantes. O que a mãe sente e pensa produz um grande efeito sobre a criança em formação. Não apenas o que a mãe pensa e sente, mas o que pensam e sentem todos os que estão relacionados ao bebê. Todas as pessoas contribuem para ajudar ou atrapalhar a alma que tenta manifestar sua virtude por meio de um pequeno corpo físico.

Todo tipo de benefício social, especialmente os relativos ao bem-estar da mãe trabalhadora antes e após o nascimento da criança, não são meros sonhos dispendiosos de filantropos: são tão necessários à vida de uma cidade quanto a água pura.

Quando a criança nasce e sua consciência começa a reagir aos estímulos do mundo, tudo o que o olho consegue ver ou o ouvido consegue ouvir é de suma importância. Que se dê à criança belos parques, jardins com flores e árvores maravilhosas; que ela possa cantar, dançar e brincar com outras crianças; em outras palavras, que ela possa ser feliz todas as horas do dia; assim, em uma ou duas gerações é possível fechar todas as prisões.

Atualmente, em todos os países a educação é a gata borralheira da família. Há dinheiro para rodovias, portos, estradas de ferro, mas pouco dinheiro para a educação. Entre as profissões, existe alguma tão mal remunerada quanto a de professor?"

(C. Jinarajadasa - A Cidade Perfeita - Revista Sophia, Ano 5, nº 20 - p. 14)