OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A CIDADE PERFEITA (PARTE FINAL)

"(...) A cidade perfeita deve começar a produzir o cidadão perfeito antes que a criança nasça. A partir do momento da concepção, as condições que cercam a mãe são sumamente importantes. O que a mãe sente e pensa produz um grande efeito sobre a criança em formação. Não apenas o que a mãe pensa e sente, mas o que pensam e sentem todos os que estão relacionados ao bebê. Todas as pessoas contribuem para ajudar ou atrapalhar a alma que tenta manifestar sua virtude por meio de um pequeno corpo físico.

Todo tipo de benefício social, especialmente os relativos ao bem-estar da mãe trabalhadora antes e após o nascimento da criança, não são meros sonhos dispendiosos de filantropos: são tão necessários à vida de uma cidade quanto a água pura.

Quando a criança nasce e sua consciência começa a reagir aos estímulos do mundo, tudo o que o olho consegue ver ou o ouvido consegue ouvir é de suma importância. Que se dê à criança belos parques, jardins com flores e árvores maravilhosas; que ela possa cantar, dançar e brincar com outras crianças; em outras palavras, que ela possa ser feliz todas as horas do dia; assim, em uma ou duas gerações é possível fechar todas as prisões.

Atualmente, em todos os países a educação é a gata borralheira da família. Há dinheiro para rodovias, portos, estradas de ferro, mas pouco dinheiro para a educação. Entre as profissões, existe alguma tão mal remunerada quanto a de professor?"

(C. Jinarajadasa - A Cidade Perfeita - Revista Sophia, Ano 5, nº 20 - p. 14)


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A CIDADE PERFEITA (2ª PARTE)

"(...) Para ajudar o indivíduo a manifestar a ‘virtude original’, existe um princípio a seguir. Devemos evocar a virtude da alma, cercando-a de virtudes. Esse princípio é o que Platão chamava de ‘reminiscência’. Segundo ele, quando uma alma admira uma bela flor, ela se lembra do mundo invisível que abandonou ao descer a Terra. Portanto, tudo que é bom, nobre e belo ao redor da alma que vive num corpo terrestre faz com que ela se lembre do seu verdadeiro lar, onde todas as virtudes são inseparáveis do seu ser. (...)

O princípio de que o desabrochar do caráter de uma criança é influenciado sutilmente pelo ambiente que a cerca mostra a necessidade de instituir uma ciência completamente nova de educação.

Os inspetores sanitários combatem o acúmulo de sujeira próximos às residências; entretanto, existe também a sujeira moral, onde um outro tipo de ‘bactéria’ cresce e infecta os cidadãos, especialmente as crianças, cuja sensibilidade é maior. O que sabemos sobre as emanações sutis dos barulhos do ônibus, dos motores, do trânsito? Estamos cientes de que, cada vez que uma criança passa por outdoors com anúncios inconvenientes, instalam-se dúvidas quanto ao valor da virtude? Gastamos milhões com a polícia, o sistema judiciário e as prisões; mas, se compreendêssemos os verdadeiros princípios da cidadania e evitássemos tudo que é infame em termos visuais e auditivos, logo daríamos fim ao surgimento de criminosos. (...)"

(C. Jinarajadasa - A Cidade Perfeita - Revista Sophia, Ano 5, nº 20 - p. 14)


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A CIDADE PERFEITA (1ª PARTE)

"Há muito tempo os gregos construíram o que foi, durante algum tempo, uma cidade perfeita. Era Atenas. Conta a história que um espartano visitou Atenas; após o seu regresso a Esparta, os amigos perguntaram que tipo de cidade era Atenas. Sua resposta foi resumida, já que os espartanos eram treinados para serem sucintos e objetivos ao conversar. Ele respondeu: ‘Todas as coisas lá são nobres.’ Nenhuma resposta poderia ser mais verdadeira, pois era o ideal que Péricles idealizou para a cidade. Atenas deveria ser um lugar onde tudo, cada objeto e cada atividade, representasse uma expressão de nobreza.

Para enobrecer todas as atividades da vida é necessário evocar o senso de grandeza em cada cidadão. Assim como Platão deu início às suas teorias sobre o Estado perfeito, da mesma forma devemos começar com a ideia de que a trindade ‘bondade, verdade e beleza’ existe no indivíduo quando ele nasce. Precisamos abandonar todo o pensamento de que existe um ‘pecado original’ na alma e substituí-lo pelo pensamento da ‘virtude original’. De maneira semelhante, é necessário também transcender as limitações do materialismo científico, que vê o ser humano apenas como o último elo de uma cadeia de organismos que teve início com as bactérias.

Devemos, por outro lado, começar pelo axioma de que cada criança que nasce, seja de pais virtuosos ou não, tem em si algo de grande e nobre, e é dever do estado cultivar o seu caráter. Certamente as leis da hereditariedade são fatos; mas a hereditariedade não cria o caráter, bom ou ruim. Ela ajuda ou impede a manifestação do que quer que esteja na consciência. (...)"

(C. Jinarajadasa - A Cidade Perfeita - Revista Sophia, Ano 5, nº 20 - p. 14)


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A RELIGIÃO DE AHIMSA

"O mundo está repleto de violência (himsa). De fato, a natureza parece estar pronta para cravar seus dentes afiados e suas longas garras em tudo o que aparecer à sua frente. No entanto, se tivermos em mente que o homem é mais elevado que uma fera, então veremos que ele é superior à natureza. Se o homem tem uma missão divina a praticar – e que se transformará nele próprio – é a da não violência, ahimsa

Não sou um visionário. Descrevo a mim mesmo como um idealista prático. A religião da não violência não é direcionada somente aos rishis² e aos santos. Ela também é voltada para as pessoas comuns. A não violência é a lei de nossa espécie, uma vez que a violência é a lei dos brutos. A dignidade do homem exige obediência a essa lei maior, para assim fortalecer o espírito.

O homem enquanto animal é violento, mas enquanto espírito não o é. E, no momento em que acorda para esse espírito que abriga dentro de si, ele não consegue permanecer irascível. Ou ele progride em direção à ahimsa ou ruma direto para a danação. É por isso que profetas e avatares sempre ensinaram a lição da verdade, da harmonia, da irmandade, da justiça, etc. – todos atributos de ahimsa.

Então, não permita que ninguém duvide que a salvação de todos os povos explorados da terra e, portanto, do mundo, reside na estrita confiança na moeda em cujas faces estão cunhadas as palavras ‘verdade’ em um dos lados e ‘não violência’ no outro, em letras grandes. Sessenta anos de experiência me ensinaram que não existe outro método."

¹ Trata-se de um princípio ético religioso presente no Hinduísmo e em outras crenças orientais. Consiste na plena e constante rejeição à violência e no respeito absoluto a toda forma de vida. 
² Sábios antigos na tradição hindu. Foram os compiladores dos textos sagrados do Sanatana-Dharma (no Hinduísmo) e responsáveis por difundir o conhecimento dos antigos, visando o aperfeiçoamento dos povos indianos e de outras regiões próximas.

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz – Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.49/50)  


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

KARMA INDIVIDUAL

"É aquele produzido pela pessoa e que ela mesmo terá que colher, sem envolver outras pessoas. O karma é intransferível. Cada ser traça a sua trajetória de vida. Um ser não pode carregar a cruz do outro. O papel a ser desempenhado por um ator, não pode ser desenvolvido por outro, mesmo que esteja no mesmo drama. Um pode estimular, apoiar, aconselhar o outro, mas cada um tem que carregar sua própria cruz e cada um tem a cruz que merece.

Não há dois karmas individuais iguais, assim como não há duas impressões digitais iguais.

Que as afirmativas acima não sirvam de pretexto para não ajudar o próximo! Pelo contrário, sendo a Vida Uma, embora formada de muitas existências, compete-nos agir, porém, sempre em direção e sintonia ao Plano Divino. (...)

A inação pode constituir um karma de omissão. Sempre que possível devemos agir para amenizar a dor do próximo, mas jamais conseguiremos ‘queimar’ o karma que ao outro compete eliminar.

Cada ser é seu legislador, criou o seu caminho e a cada um compete desbravar sua senda. Nessa conjuntura é indispensável o discernimento, para avaliar até que ponto estamos cumprindo o nosso karma, ou interferindo na tentativa de cumprir o karma que a outro compete."

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta - Ed. Teosófica, Brasília, 2004 - p. 34/35)