OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A CIDADE PERFEITA (1ª PARTE)

"Há muito tempo os gregos construíram o que foi, durante algum tempo, uma cidade perfeita. Era Atenas. Conta a história que um espartano visitou Atenas; após o seu regresso a Esparta, os amigos perguntaram que tipo de cidade era Atenas. Sua resposta foi resumida, já que os espartanos eram treinados para serem sucintos e objetivos ao conversar. Ele respondeu: ‘Todas as coisas lá são nobres.’ Nenhuma resposta poderia ser mais verdadeira, pois era o ideal que Péricles idealizou para a cidade. Atenas deveria ser um lugar onde tudo, cada objeto e cada atividade, representasse uma expressão de nobreza.

Para enobrecer todas as atividades da vida é necessário evocar o senso de grandeza em cada cidadão. Assim como Platão deu início às suas teorias sobre o Estado perfeito, da mesma forma devemos começar com a ideia de que a trindade ‘bondade, verdade e beleza’ existe no indivíduo quando ele nasce. Precisamos abandonar todo o pensamento de que existe um ‘pecado original’ na alma e substituí-lo pelo pensamento da ‘virtude original’. De maneira semelhante, é necessário também transcender as limitações do materialismo científico, que vê o ser humano apenas como o último elo de uma cadeia de organismos que teve início com as bactérias.

Devemos, por outro lado, começar pelo axioma de que cada criança que nasce, seja de pais virtuosos ou não, tem em si algo de grande e nobre, e é dever do estado cultivar o seu caráter. Certamente as leis da hereditariedade são fatos; mas a hereditariedade não cria o caráter, bom ou ruim. Ela ajuda ou impede a manifestação do que quer que esteja na consciência. (...)"

(C. Jinarajadasa - A Cidade Perfeita - Revista Sophia, Ano 5, nº 20 - p. 14)


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A RELIGIÃO DE AHIMSA

"O mundo está repleto de violência (himsa). De fato, a natureza parece estar pronta para cravar seus dentes afiados e suas longas garras em tudo o que aparecer à sua frente. No entanto, se tivermos em mente que o homem é mais elevado que uma fera, então veremos que ele é superior à natureza. Se o homem tem uma missão divina a praticar – e que se transformará nele próprio – é a da não violência, ahimsa

Não sou um visionário. Descrevo a mim mesmo como um idealista prático. A religião da não violência não é direcionada somente aos rishis² e aos santos. Ela também é voltada para as pessoas comuns. A não violência é a lei de nossa espécie, uma vez que a violência é a lei dos brutos. A dignidade do homem exige obediência a essa lei maior, para assim fortalecer o espírito.

O homem enquanto animal é violento, mas enquanto espírito não o é. E, no momento em que acorda para esse espírito que abriga dentro de si, ele não consegue permanecer irascível. Ou ele progride em direção à ahimsa ou ruma direto para a danação. É por isso que profetas e avatares sempre ensinaram a lição da verdade, da harmonia, da irmandade, da justiça, etc. – todos atributos de ahimsa.

Então, não permita que ninguém duvide que a salvação de todos os povos explorados da terra e, portanto, do mundo, reside na estrita confiança na moeda em cujas faces estão cunhadas as palavras ‘verdade’ em um dos lados e ‘não violência’ no outro, em letras grandes. Sessenta anos de experiência me ensinaram que não existe outro método."

¹ Trata-se de um princípio ético religioso presente no Hinduísmo e em outras crenças orientais. Consiste na plena e constante rejeição à violência e no respeito absoluto a toda forma de vida. 
² Sábios antigos na tradição hindu. Foram os compiladores dos textos sagrados do Sanatana-Dharma (no Hinduísmo) e responsáveis por difundir o conhecimento dos antigos, visando o aperfeiçoamento dos povos indianos e de outras regiões próximas.

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz – Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.49/50)  


segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

KARMA INDIVIDUAL

"É aquele produzido pela pessoa e que ela mesmo terá que colher, sem envolver outras pessoas. O karma é intransferível. Cada ser traça a sua trajetória de vida. Um ser não pode carregar a cruz do outro. O papel a ser desempenhado por um ator, não pode ser desenvolvido por outro, mesmo que esteja no mesmo drama. Um pode estimular, apoiar, aconselhar o outro, mas cada um tem que carregar sua própria cruz e cada um tem a cruz que merece.

Não há dois karmas individuais iguais, assim como não há duas impressões digitais iguais.

Que as afirmativas acima não sirvam de pretexto para não ajudar o próximo! Pelo contrário, sendo a Vida Uma, embora formada de muitas existências, compete-nos agir, porém, sempre em direção e sintonia ao Plano Divino. (...)

A inação pode constituir um karma de omissão. Sempre que possível devemos agir para amenizar a dor do próximo, mas jamais conseguiremos ‘queimar’ o karma que ao outro compete eliminar.

Cada ser é seu legislador, criou o seu caminho e a cada um compete desbravar sua senda. Nessa conjuntura é indispensável o discernimento, para avaliar até que ponto estamos cumprindo o nosso karma, ou interferindo na tentativa de cumprir o karma que a outro compete."

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta - Ed. Teosófica, Brasília, 2004 - p. 34/35)


domingo, 22 de fevereiro de 2015

O CAMINHO SOCIAL PARA A ONIPRESENÇA

"O caminho social para obter a consciência cósmica consiste em expandir o germe do amor divino que está em nossa alma. Amor demais da parte do ego confina a alma nos limites da carne. A alma é um reflexo onipresente do Espírito que permeia todas as coisas. O ego é a consciência anímica ligada ao corpo. A alma como o ego, esquece a própria onipresença e considera-se limitada pelo corpo.

Quando o ego começa, graças à simpatia prática, a sentir-se em outros corpos, passa a recuperar sua esquecida onipresença. Ao contrário do homem mundano de vistas curtas, a alma divina trabalha não apenas para si mesma num corpo só, mas também para si mesma no corpo dos semelhantes. Você precisa aprender a buscar nutrição, prosperidade, cura ou sabedoria, não para si num único corpo, mas para si em todos os corpos.

A maneira sociável de desenvolver a consciência cósmica é amar a família, os vizinhos, o país e o mundo inteiro como a nós mesmos. Você é o rei e o reino de seu amor inclui não apenas os seres humanos como também os animais, as flores, as estrelas, todas as criaturas vivas. Ame os homens como seus irmãos, as mulheres como suas irmãs, os idosos como seus pais, os seres humanos - negros, morenos, amarelos, brancos e pardos - como seus amigos e parentes. Esse é o caminho social para se atingir a consciência cósmica."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 16/17)
www.editorapensamento.com.br


sábado, 21 de fevereiro de 2015

TORNAR-SE COMO AS CRIANCINHAS

"Muitos que leem estas instruções talvez se surpreendam por sua extrema simplicidade, e quiçá as desdenhem por lhes parecerem insuficientes para guiar e auxiliar as pessoas na imensa complexidade da civilização moderna. Mas quem assim pensa esquece-se de que é da essência da vida do discípulo que ele ponha de lado toda esta complexidade, para que ele, como disse o Mestre, 'saia de seu mundo para o nosso', e penetre num mundo de pensamento em que a vida é simples e a direção retilínea, em que o certo e o errado estão mais claramente definidos, em que as perspectivas que se abrem diante de nós são corretas e inteligíveis. É a vida simples que o discípulo tem de viver; é a própria simplicidade que ele alcança que lhe torna possível o progresso superior. Fizemos de nossa vida um cipoal de incertezas, uma massa de confusão, uma tormenta de correntes cruzadas, em que os fracos caem e naufragam; mas o discípulo do Mestre deve ser forte e são, deve tomar sua vida nas próprias mãos e torná-la simples como a divina simplicidade. Sua mente deve ser expurgada de todas essas confusões e ilusões fabricadas pelo homem, e dirigir-se reta como uma flecha para seu alvo. 'Se não vos converterdes e não vos tornardes como criancinhas, não entrareis no reino do céu.' (...)

Vê-se por esses extratos quão elevado é o ideal que o Mestre coloca diante de seus discípulos. Para alguns deles talvez isso pareça ser o que em teologia se chama um conselho de perfeição, isto é, uma meta ou condição impossível de se alcançar perfeitamente por ora, porém, a que devemos visar constantemente. Mas todos os aspirantes anelam elevar-se, conquanto nenhum seja ainda capaz de realizar sua aspiração, pois se o fosse, não necessitaria passar por novas vidas terrenas. Estamos muito longe de ser perfeitos, mas as pessoas jovens que possam ser aproximadas mais estreitamente dos Grandes Seres têm uma maravilhosa oportunidade, precisamente por causa de sua juventude e plasticidade. Para elas é muito mais fácil do que aos velhos eliminarem tudo quanto seja impedimento. Se podem cultivar o hábito de tomar o ponto de vista certo, de agir por motivos corretos, e de estar na atitude correta, durante toda a sua vida, eles se aproximarão firmemente cada vez mais do ideal dos Mestres. Se o discípulo posto em prova pudesse ver em consciência vigílica as imagens viventes forjadas pelo Mestre, compreenderia a importância do que talvez pareçam pormenores insignificantes."

(C. W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 89/90)