OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O TRIUNFO DA ALMA POR MEIO DA PRÁTICA DA YOGA (PARTE FINAL)

"(...) A alma, 'inimiga' ao ego, retém suas bênçãos de paz e felicidade duradoura, enquanto o ego, comportando-se de maneira ignorante como seu próprio inimigo, desencadeia as forças cármicas da Natureza produtora de infelicidade. Sem a beneficência da proteção da alma no mundo de maya, o ego se acha na lamentável situação de ter as próprias ações contra sua verdadeira natureza como alma voltando-se contra ele, como bumerangues, destruindo toda nova ilusão de felicidade e realização.

Na composição desses dois concisos versículos, a palavra atman ('eu') aparece doze vezes em uma construção ambígua que permite o intercâmbio dos significados de 'alma' ou de 'ego' (pseudoalma) - exemplo clássico dessa dicotomia tão característica das escrituras indianas. Como se mostra no comentário acima, o entretecer astucioso das palavras alma e ego neste exemplo consiste no fio singular da verdade que percorre todo o tecido do Gita: que o homem seja elevado, não degradado; que ele transforme o eu (ego) no Eu (alma). O Eu é amigo do eu transformado, mas inimigo do eu que não se regenerou."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 54


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O TRIUNFO DA ALMA POR MEIO DA PRÁTICA DA YOGA (1ª PARTE)

"[No Bhagavad Gita VI:5.6, o Senhor Krishna oferece este conselho a Arjuna:]

'Que o homem eleve o eu (ego) pelo próprio eu; que o eu não seja degradado (derrubado) por si próprio. Com efeito, o eu é seu próprio amigo, e o eu é seu próprio inimigo.
Para aquele cujo eu (ego) foi vencido pelo Eu (alma), o Eu é amigo do eu; mas em verdade, o Eu comporta-se de maneira hostil, como inimigo, para com o eu que não esteja subjugado.'

O ego físico, a consciência ativa no homem, deve elevar seu eu identificado com o corpo até à unidade com a alma, sua verdadeira natureza. Ele não se deve permitir que permaneça atolado nas camadas inferiores e enganosas dos sentidos e do emaranhamento material. O ego age como seu próprio melhor amigo quando, por meio da meditação e do exercício de suas inatas qualidades de alma, espiritualizando-se e termina por recuperar sua própria verdadeira natureza como alma. Em sentido oposto, o ego físico faz papel de seu próprio pior inimigo quando, pelo comportamento materialista enganoso, provoca o eclipse de sua verdadeira natureza como alma eternamente abençoada. 

Quando o ego físico (a consciência ativa) se torna espiritualizado e unido à alma, ele é capaz de manter a inteligência, a mente e os sentidos sob controle, guiados pela sabedoria discernidora da alma - isto é, o 'eu (ego) foi vencido pelo Eu (alma)' - e então a alma é a amiga, a orientadora e a benfeitora da consciência física ativa.

Se, porém, o ego-eu inferior não foi controlado desse modo e persiste em manter a consciência inclinada à matéria, então a alma é inimiga do ego. Isso está de acordo com a alegoria do Gita descrita no primeiro capítulo: Krishna (a alma) é o amigo e orientador dos empreendimentos espirituais do devoto Arjuna, juntamente do exército Pandava de qualidades divinas; portanto, Krishna (a alma) é inimigo (opositor) do exército Kaurava de inclinações materialísticas de Duryodhana, que segue a orientação de Bhishma (o ego). (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 53/54

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

KARMA: TEMPO DE MANIFESTAÇÃO

"O efeito de uma causa pode ser imediato ou tardio. Ao atirarmos uma pedra para o alto, logo em seguida ela cairá atraída pela força da gravidade. Ao darmos corda num relógio, demorará várias horas para esgotar esse efeito. De modo semelhante, daquilo que fazemos para os outros, podemos receber de imediato ou demorar muitos anos para termos a retribuição de nossos atos. Poderemos, ainda, defrontarmo-nos com a reação em outra existência.

Uma pessoa que faz um empréstimo num banco tem de pagá-lo, em prestações ou de uma só vez, na mesma cidade – ou em outra – com dinheiro, cheque, imóveis, ouro, joia, trabalho... Enfim, tem possibilidades diversas de saldar o débito. O fato de mudar de país, não exclui o débito. Essa analogia usamos no caso do desencarne: o débito ou  crédito, continua. Nessa ou noutra encarnação será saldada e por meios os mais variados possíveis: pelo amor, pela dor, pelo trabalho, auxílio, amparo, abrigo, pela doença, etc. A natureza é perfeita e tem seus mecanismos autorreguladores, que superam nossa intelectualidade. Mais cedo ou mais tarde devolve-nos os resultados de nossas ações, sejam boas ou más. Temos a constante possibilidade de transmutar a reação, por meio de novas ações."

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta - Ed. Teosófica, Brasília, 2004, p. 30/31)


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

AS FERIDAS DA ALMA SÃO MAIORES DO QUE AS FERIDAS DA GUERRA

"Quando menino, eu tinha um gênio terrível. Mas um dia disse a mim mesmo: 'Se você quiser fazer o bem aqui, não pode se descontrolar'. Prometi a mim mesmo que destruiria os inimigos de minha alma, e até hoje nunca feri ninguém por raiva ou rancor. As feridas da alma são maiores do que as feridas da guerra. Não permita que a alma seja ferida pelo ódio e pela raiva. Embora seja terrível ver pessoas incapacitadas e mortas nesta guerra, existe um certo consolo: por um lado, sabem que são almas imortais e que apenas o corpo foi ferido. As cicatrizes físicas perecem com o corpo, mas as feridas que a alma sofre no campo de batalha espiritual são terríveis, pois a tortura que infligem é muito mais mortífera. Os que perdem a batalha da vida, sucumbindo ao ódio e à mesquinhez, perdem a si mesmo. As cicatrizes permanecem na alma e os acompanham no além-túmulo por muitas encarnações. Se você é uma pessoa que sente raiva ou ódio, quem sabe poderá retornar à Terra por muitas encarnações, ferindo as pessoas e sendo ferido por elas.

Nada se logra com o ódio e a raiva. O amor compensa. Você pode derrubar alguém, mas depois que a pessoa se reerguer, ela tentará destruí-lo. Você acha que venceu? Não, não venceu. A única vitória é pelo amor. E quando não conseguir vencer, fique em silêncio ou vá embora, e ore pela pessoa. É assim que se deve amar. Se praticar isso, terá paz além do imaginado. E saberá que Cristo existe. Seja vitorioso desta maneira. Vença as qualidades obscuras que causam grandes sofrimentos e ferem a alma. Livre-se delas; pulverize-as. Eu destruí esses inimigos; agora estou livre. Destrua-os você também."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 270)


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A MORTE DO EGO (PARTE FINAL)

"(...) Materialistas ou não - igualmente propensos a arruinar o corpo, inclusive pelos vícios e alimentos incorretos - de fato estamos identificados com ele. E assim tememos a morte. A propósito, quando se falou no fim de mundo, com base no calendário maia de 2012, Eckhart Tolle disse: 'Por que temer o fim do mundo? Caso sobrevenha, já não ocorre para milhares de pessoas diariamente?' E nos incita a pensar: 'O segredo da vida é morrer antes que você morra.'

Nessa questão, a lógica cristalina é: não conseguimos viver enquanto presos no emaranhado de medos e ambições pessoais, separados do agora, o momento em que a vida acontece. E não conseguimos até mesmo pelo medo antecipado da morte em suas muitas formas - perda de amor, de prestígio e outras - que representam a morte psicológica. 

Onde se localiza o medo? Na parte de nós sujeita a morrer, assim como o corpo: o 'eu' transitório chamado ego. Propondo eliminar esse medo na fonte, o sábio Ramana Maharshi diz: 'Se alguém que amamos morre, isso causa sofrimento àquele que continua vivo. A maneira de se livrar do sofrimento é não continuar vivendo. Mate o sofredor. Assim, quem estará lá para sofrer? O ego deve morrer, é o único jeito.'

Portanto, a morte do ego é o nascimento para a vida plena, inclusive afetiva, sem competitividade, ciúme ou receio de perdas. Como assinalam os mestres, sem pendências de passado ou futuro, a vida no agora é uma serena antecipação da que vem depois. Por sinal, vencida a prisão do tempo - onde a mente é zelosa carcereira - o que é o depois?"

(Walter Barbosa - A morte do ego - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 23)