OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

AS FERIDAS DA ALMA SÃO MAIORES DO QUE AS FERIDAS DA GUERRA

"Quando menino, eu tinha um gênio terrível. Mas um dia disse a mim mesmo: 'Se você quiser fazer o bem aqui, não pode se descontrolar'. Prometi a mim mesmo que destruiria os inimigos de minha alma, e até hoje nunca feri ninguém por raiva ou rancor. As feridas da alma são maiores do que as feridas da guerra. Não permita que a alma seja ferida pelo ódio e pela raiva. Embora seja terrível ver pessoas incapacitadas e mortas nesta guerra, existe um certo consolo: por um lado, sabem que são almas imortais e que apenas o corpo foi ferido. As cicatrizes físicas perecem com o corpo, mas as feridas que a alma sofre no campo de batalha espiritual são terríveis, pois a tortura que infligem é muito mais mortífera. Os que perdem a batalha da vida, sucumbindo ao ódio e à mesquinhez, perdem a si mesmo. As cicatrizes permanecem na alma e os acompanham no além-túmulo por muitas encarnações. Se você é uma pessoa que sente raiva ou ódio, quem sabe poderá retornar à Terra por muitas encarnações, ferindo as pessoas e sendo ferido por elas.

Nada se logra com o ódio e a raiva. O amor compensa. Você pode derrubar alguém, mas depois que a pessoa se reerguer, ela tentará destruí-lo. Você acha que venceu? Não, não venceu. A única vitória é pelo amor. E quando não conseguir vencer, fique em silêncio ou vá embora, e ore pela pessoa. É assim que se deve amar. Se praticar isso, terá paz além do imaginado. E saberá que Cristo existe. Seja vitorioso desta maneira. Vença as qualidades obscuras que causam grandes sofrimentos e ferem a alma. Livre-se delas; pulverize-as. Eu destruí esses inimigos; agora estou livre. Destrua-os você também."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 270)


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A MORTE DO EGO (PARTE FINAL)

"(...) Materialistas ou não - igualmente propensos a arruinar o corpo, inclusive pelos vícios e alimentos incorretos - de fato estamos identificados com ele. E assim tememos a morte. A propósito, quando se falou no fim de mundo, com base no calendário maia de 2012, Eckhart Tolle disse: 'Por que temer o fim do mundo? Caso sobrevenha, já não ocorre para milhares de pessoas diariamente?' E nos incita a pensar: 'O segredo da vida é morrer antes que você morra.'

Nessa questão, a lógica cristalina é: não conseguimos viver enquanto presos no emaranhado de medos e ambições pessoais, separados do agora, o momento em que a vida acontece. E não conseguimos até mesmo pelo medo antecipado da morte em suas muitas formas - perda de amor, de prestígio e outras - que representam a morte psicológica. 

Onde se localiza o medo? Na parte de nós sujeita a morrer, assim como o corpo: o 'eu' transitório chamado ego. Propondo eliminar esse medo na fonte, o sábio Ramana Maharshi diz: 'Se alguém que amamos morre, isso causa sofrimento àquele que continua vivo. A maneira de se livrar do sofrimento é não continuar vivendo. Mate o sofredor. Assim, quem estará lá para sofrer? O ego deve morrer, é o único jeito.'

Portanto, a morte do ego é o nascimento para a vida plena, inclusive afetiva, sem competitividade, ciúme ou receio de perdas. Como assinalam os mestres, sem pendências de passado ou futuro, a vida no agora é uma serena antecipação da que vem depois. Por sinal, vencida a prisão do tempo - onde a mente é zelosa carcereira - o que é o depois?"

(Walter Barbosa - A morte do ego - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 23)


domingo, 15 de fevereiro de 2015

A MORTE DO EGO (1ª PARTE)

"O que é estar morto? Pelo ângulo 'favorável', é deixar para trás os problemas. Isso vale tanto para os materialistas - que nada esperam para depois - como para os que creem em algo após a morte. Nossas contas bancárias e afetivas, tudo que era oneroso ou importante, como cabides pendurados no guarda-roupa do ego, ficam para os vivos.

Na visão dos espiritualistas, além do ganho consciencial, levamos para o outro lado o saldo final das experiências terrenas (que o mundo está aprendendo a denominar karma). Isso não deixa de ser um 'problema', se o saldo é negativo: a morte não resolve tudo. Essa circunstância afeta também os descrentes, pois a lei não para de funcionar só porque a ignoramos.

A diferença a favor dos espiritualistas é (ou deveria ser) alguma preparação para a continuidade após o suspiro final, sabendo que apenas o corpo morre. Cientes disso, naturalmente não ficaríamos identificados com esse invólucro de carne, colocando em seus contornos e profundidades toda a expectativa da vida. Isso é, porém, o que costuma ocorrer.

Os céticos dizem: 'Com a morte, tudo acaba.' Haveria, então, uma identificação plena com o corpo. A vida só dependeria dele. Entre as ilusões decorrentes dessa visão, encontra-se decerto a da fuga pelo suicídio, quando o sofrimento no mundo parece insuportável. O choque é enorme, porém, quando levantamos do corpo - como deixamos a cama, e percebemos o revés da saída prematura: a dor continua. É até maior, porque, antes psicológica - razão maior do ato desesperado - a dor agora se agrava com o remorso da destruição do veículo físico (às vezes num suplício bem real, provando seu definhar na sepultura).

Além disso, estaremos então num corpo que é pura emoção: o corpo astral. Não há o anteparo físico para filtrar a dor. Esse é o quadro que as religiões exibem quando pintam o inferno eterno em caldeirões de fogo. Finalizando-se com a 'purgação' das energias astrais densas, há de parecer, contudo, interminável para os que lá se encontram no mesmo caldeirão vibratório. Será que apenas os descrentes se matam? Estariam só eles submissos ao corpo e assim escravos do círculo de prazeres e dores que ele oferece? (...)"

(Walter Barbosa - A morte do ego - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 23)


sábado, 14 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO MENTAL¹

“(§09) Teu corpo mental deseja pensar em si mesmo orgulhosamente separado, pensar muito em si mesmo e pouco nos outros. Mesmo quando tu o tiveres desviado das coisas mundanas, ainda tentará especular para si, fazer-te pensar em teu próprio progresso, em vez de pensar sobre a obra do Mestre e em auxiliar os outros. Quando tu meditares, tentará fazer-te pensar sobre as inúmeras diferentes coisas que ele deseja, em vez de pensar na única coisa que tu queres. Tu não és esta mente, mas ela é tua para que a uses; assim, aqui novamente o discernimento é necessário. Tens de vigiar incessantemente, ou falharás.” 

Nos excertos de Cartas dos Mestres de Sabedoria, Editora Teosófica, às páginas 131, temos: "Não foi frase vazia do Tathagata ao dizer: ‘aquele que domina o Eu é maior do que aquele que vence milhares de indivíduos na batalha’; não há luta mais difícil. Se assim não fosse, o Adeptado seria conquista de pouca valia." Nessa frase o Mestre K.H. nos aponta a grande empreitada que temos até que purifiquemos o nosso corpo mental, uma vez que assim como o corpo astral ele também está sob a ação de forças primitivas.

Mas não podemos deixar de analisar que existe uma relação simbiótica entre o corpo astral e o mental, uma vez que ao pensar, logo sentimos e se sentimos, imediatamente pensamos. Assim temos Kama-Manas e no Vedanta Manomaya-kosha para designar esses corpos. E até o homem despertar para o fato de que esses corpos são veículos de consciência e que devem ser purificados, a mente inferior serve às necessidades do corpo astral. Porém, conforme a mente for se desenvolvendo, vai conseguindo cada vez mais controlar os impulsos e desejos do corpo astral. (I. K. Taimni, Autocultura, 1997)

O alerta que está contido neste 9º parágrafo é para aqueles que já estão buscando a purificação mental, mas que ainda podem ser vítimas de desejos mais sutis do que o envolvimento com as “coisas mundanas”. Desenvolver demais o intelecto sem trabalhar o amor, a compaixão, enfim colocar em prática o que é estudado, até a meditação poderá servir como um meio para camuflar um ego inflado. É nesse ponto que entra o discernimento, que em sânscrito é conhecido como Viveka. E o “orai e vigiai” é de fundamental importância, para que não caiamos nas armadilhas do ego. E, ao cair, poder identificar logo, para expurgar sensações e pensamentos que nos prendem à frequências mais baixas, impedindo que o mental inferior se torne um instrumento eficaz para a consciência superior.

¹  Comentários sobre o parágrafo 9º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.25/26

Tirza Fanini


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO ASTRAL¹ (PARTE FINAL)

E o que são esses elementais que interagem conosco dificultando o nosso trabalho de purificação dos nossos corpos físico, astral e mental? Por que muitas vezes reagimos de determinada forma a algo com ira, inveja, palavras ásperas e até agressões físicas, se já sabemos que essas atitudes não são as corretas?

Antonio Geraldo Buck, no Manual Básico de Teosofia, nos informa: “É de fundamental importância o entendimento sobre o funcionamento dos reinos elementais da natureza, porque eles estão no homem, fazendo parte da sua constituição mental e astral. Ora, tais reinos estão numa evolução descendente e, portanto, necessitam de vibrações mais grosseiras para se densificarem (...)”.

Os elementais não são nem bons e nem maus, simplesmente provenientes do Segundo Aspectos do Logos. Esse fluxo de vida ao adentrar no plano mental Superior após construir formas, passa a habitá-las. Esse é chamado de primeiro Reino Elemental, o qual com a finalidade de alcançar o reino mineral, passa a densificar-se, uma vez que está numa evolução descendente. Continuando nesse processo de involução, a essência elemental ao chegar no plano mental inferior é denominada de Segundo Reino Elemental e ao “descer” um pouco mais, habitando o plano Astral é conhecida como Terceiro Reino Elemental, ou elemental do desejo.

Se pararmos para refletir que esses elementais estão sendo impulsionados para uma densificação no arco descendente e nós estamos buscando purificação de nossos corpos através do arco ascendente, concluiremos que enquanto não despertamos para a necessidade de nos tornarmos melhores, vamos não só interagindo com esses elementais do desejo, mas também alimentando-os e nesse processo simbiótico é que vai sendo gerado uma ligação a qual perdura mesmo após o desencarne. Segundo C. W. Leadbeater em A Vida Interna, no momento do desencarne o elemental do desejo sabe que com o fim do corpo físico seguir-se-á também a morte do corpo astral e o fim das suas sensações densas, por isso ele procura preservar o corpo astral, dispondo-o em camadas, as mais densas e grosseiras na parte externa. Isso, fará com que a pessoa só perceba o subplano correspondente à camada mais externa, impedindo de transitar por todos os subplanos do astral como o fazemos enquanto encarnados. É uma prisão até que termine a vida astral. Esse processo pode ser evitado quando através da purificação do corpo astral controlamos o elemental do desejo não só enquanto encarnados, mas após a morte. 
   
No processo de evolução ao buscarmos responder às sensações menos densas, mais sutis, temos que ir cortando os vínculos formados com esses elementais. E é aí que começa o conflito interior, a luta entre o bem e o mal dentro de nós mesmos. (Jinarajadasa, Fundamentos de Teosofia)

Esse conflito humano impulsionado pelos elementais de um lado e pelo Ego do outro, é muito bem mencionado pelo apóstolo Paulo, em Romanos VII-19 a 23: Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.

Tendo conhecimento desse lado oculto da nossa constituição, só nos resta arregaçarmos as mangas e partirmos para um trabalho interior, onde fortificados pela auto-observação, meditação e estudo, conscientizemo-nos de que somos seres espirituais em busca da autorrealização.

¹  Comentários sobre o parágrafo 8º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.23/24

Tirza Fanini