OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO ASTRAL¹ (1ª PARTE)

"(§08) O corpo astral tem seus desejos - e os tem às dúzias; ele quer que fiques irado, que digas palavras ásperas, que sintas ciúmes, que sejas ávido por dinheiro, que invejes as posses de outras pessoas, que te entregues à depressão. Ele quer todas estas coisas, e muitas mais, não porque deseje prejudicar-te, mas porque gosta de vibrações violentas, e gosta de mudá-las constantemente. Mas tu não queres nenhuma destas coisas, e portanto deves discernir entre os teus desejos e os de teu corpo astral."

Quando nos deparamos pela primeira vez com a leitura de Aos Pés do Mestre, achamos uma leitura fácil e tranquila. E é, mas com o passar dos anos, vamos percebendo a profundidade das palavras que ali estão. Se passarmos a fazer um link com outras leituras, ampliando o nosso conhecimento, vamos percebendo que existem várias camadas para reflexão. É o caso do parágrafo oitavo o qual se refere ao corpo astral e suas implicações. “O corpo astral tem seus desejos e os têm às dúzias”. Mas por quê? E por que gosta de vibrações violentas? 

Somente ao começarmos a ter o entendimento de que o nosso corpo astral é feito da mesma matéria que compõem os subplanos do plano Astral, e que somos afetados não só por essa matéria, mas também pelos elementais² que ali estão, começamos a perceber que temos um trabalho hercúleo pela frente: procurar dominar nossas emoções, nossos desejos, não só para não vibrarmos mais naquela frequência, mas também para não intensificarmos mais esse elemental. (C. W. Leadbeater, Vida Interna, Editora Teosófica)

Como num movimento simbiótico, através de nossas emoções e desejos alimentamos esses elementais, os quais, por sua vez também nos afetam, reforçando ou densificando mais as tendências mais grotescas de nossa personalidade. Leadbeater, no seu livro O Plano Astral, coloca a esse respeito: “Pela extrema precisão com que a essência elemental responde à menor solicitação dos nossos pensamentos e dos nossos desejos, conclui-se que este reino, no seu conjunto, é um produto do pensamento coletivo da humanidade.

¹  Comentários sobre o parágrafo 8º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.23/24
²  Não confundir esses elementais tratados aqui com os elementais da água, fogo, terra e ar.

Tirza Fanini

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A RODA DA BOA LEI

“A roda da Boa Lei gira rapidamente. Noite e dia mói, separando o joio do trigo dourado e a casca da farinha. A mão do Karma guia a roda; as rotações marcam o bater do coração kármico.

O verdadeiro conhecimento é a farinha, a falsa erudição é a casca. Se queres comer o pão da Sabedoria, tens de amassar a tua farinha com as águas límpidas de Amrita (a imortalidade). Mas se amassas cascas com o orvalho de Mᾱyᾱ (ilusão), só podes criar alimento para as pombas negras da morte, as aves do nascimento, da decadência e da tristeza.”

(H. P. Blavatsky -  A Voz do Silêncio - Ed. Teosófica, Brasília - p. 145/146)


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A RENÚNCIA (PARTE FINAL)

"(...) Abandonar as atividades significa desistir dos apegos às atividades ou de seus frutos, abrindo mão da ideia de que 'eu sou o agente'. As atividades que o corpo está destinado a desempenhar terão que acontecer. Não há que se falar em desistir de tais atividades, gostemos ou não delas.

Se nos mantivermos fixados no Eu Real, as atividades continuarão a acontecer do mesmo jeito e seu sucesso não ficará comprometido. Não se deve ter a ideia de que somos nós os agentes. Ainda assim as atividades continuarão. Esta força - qualquer que seja o seu nome - que trouxe o corpo à existência cuida para que as atividades que o corpo está destinado a desempenhar sejam realizadas.

Se as paixões fossem algo externo a nós, poderíamos guerrear com elas e conquistá-las. Mas todas elas vêm de dentro de nós. Quando olhamos internamente a fonte de onde elas vêm, impedimo-las de surgir e as conquistamos. É o mundo e seus objetos que fazem surgir nossas paixões. Mas o mundo e seus objetos são apenas criados pela nossa mente. Eles não existem quando estamos no sono profundo.

O fato é que qualquer quantidade de ações pode ser desempenhada - e muito bem desempenhada - por um Iluminado (Jñãni), sem que haja identificação com elas ou a impressão de que é ele quem as faz. Um poder age através de seu corpo e o usa para fazer o trabalho."

(Pérolas de Sabedoria: Vida e Ensinamentos de Sri Ramana Maharshi – Ed. Teosófica, Brasília, 2010 - p. 74
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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A RENÚNCIA (2ª PARTE)

"(...) Por que os seus deveres ou ocupações na vida deveriam atrapalhar o seu esforço espiritual? Por exemplo, há uma diferença entre suas atividades em casa e no trabalho. No trabalho você está desapegado: você apenas cumpre o seu dever e não se importa com o que vai acontecer, não está preocupado com o ganho ou a perda do seu chefe ou empregador. Os seus deveres com a família, por outro lado, são desempenhados com apego: você está sempre preocupado se as suas ações vão trazer benefício a você e sua família. Mas é possível desempenhar todas as atividades da vida com desapego e ver apenas o Ser como real. É errado pensar que se você permanecer fixado interiormente no Eu Real as obrigações da vida não serão bem desempenhadas. É como um ator no palco: vestido do personagem, ele age como tal e até sente que é parte da peça, mas na verdade sabe que na vida real não é o personagem, mas outra pessoa. Da mesma maneira, por que deveria a consciência do corpo ou o sentimento 'eu-sou-o-corpo' lhe perturbar, uma vez que você saiba que na verdade você não é o corpo mas sim o Eu Real? Nada que o corpo faça deve afastá-lo da permanência como Eu Real. Permanecer fixado no Eu Real não irá interferir com o desempenho adequado e efetivo de quaisquer deveres que o corpo tenha, assim como o fato de o ator saber a sua verdadeira identidade não interfere no personagem que ele representa no palco.

A renúncia está sempre na mente, não em ir para a floresta ou locais solitários, ou em desistir de nossas obrigações. O importante é que a mente não se volte para fora, mas para dentro. Não compete ao homem decidir ir para este ou aquele lugar, abandonar ou não as suas obrigações. Tudo isso acontece de acordo com o destino. 

Todas as atividades que o corpo deve vivenciar foram determinadas no momento em que ele veio à existência. Não cabe a você aceitá-las ou rejeitá-las. A única liberdade que você tem é voltar-se para dentro e aí renunciar às atividades. Ninguém pode dizer por que essa é a única liberdade deixada ao homem. Assim é o plano Divino. (...)"

(Pérolas de Sabedoria: Vida e Ensinamentos de Sri Ramana Maharshi – Ed. Teosófica, Brasília, 2010 - p. 72/73)www.editorateosofica.com.br/loja


domingo, 8 de fevereiro de 2015

A RENÚNCIA (1ª PARTE)

"Quando perguntado sobre como um chefe de família (grihastha) se encaixa no esquema da Libertação, Bhagavan disse: Por que você pensa que é um chefe de família? Se você se tornar um asceta (sannyãsi), um pensamento similar de que você é um asceta vai assombrá-lo. Quer você continue como chefe de família ou renuncie a tal condição e vá para a floresta, sua mente vai junto com você. O ego é a fonte de todo o pensamento. Ele cria o corpo, o mundo e faz você pensar que é um homem do mundo. Se você renunciar ao mundo, o pensamento de que você é um asceta substituirá o de que você é um chefe de família, e o ambiente da floresta substituirá o de casa. Mas os obstáculos mentais ainda estarão lá. Eles inclusive aumentam em novos ambientes. Mudar de ambiente não ajuda em nada. O obstáculo é a mente. Ela deve ser superada, seja em casa ou na floresta. Se você pode fazê-lo na floresta, por que não em casa? Então para que mudar de ambiente? Seus esforços podem ser feitos agora mesmo, qualquer que seja o ambiente em que se encontre. O ambiente jamais muda conforme o seu desejo.

Se objetos tivessem uma existência independente, isto é, se existissem em algum lugar qualquer separado de você, então seria possível afastar-se deles. Mas eles não existem separados de você; eles devem sua existência a você, a seus pensamentos. Portanto, onde você poderia ir para escapar deles?

Para onde você pode ir para fugir do mundo e de seus objetos? Eles são como a sombra de um homem, da qual ele não pode fugir. Há uma história engraçada de um homem que queria enterrar a própria sombra. Ele cavou um buraco fundo e, vendo sua sombra lá embaixo, alegrou-se de poder enterrá-la nas profundezas. Começou a encher o buraco, e quando estava completamente cheio, ficou surpreso e desapontado ao ver a sombra em cima novamente. Da mesma forma, os objetos e os pensamentos sobre eles estarão sempre com você, até que você realize o Ser. (...)"

(Pérolas de Sabedoria: Vida e Ensinamentos de Sri Ramana Maharshi – Ed. Teosófica, Brasília, 2010 - p. 71/72)
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