OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

PURIFIQUE A MENTE DA PREOCUPAÇÃO, DO MEDO E DO NERVOSISMO (1ª PARTE)

"As preocupações são, frequentemente, o resultado da ânsia de fazer muita coisa com excessiva rapidez. Não 'engula' seus deveres mentais, procure mastigá-los bem, um de cada vez, com os dentes da atenção, dissolvendo-os na saliva do reto julgamento. Assim, não terá uma indigestão de preocupações.

Não nutra sua mente com os venenos mentais das preocupações. Aprenda a remover as causas dessas preocupações sem permitir que elas o atormentem. Se você sofre de 'má saúde' mental, faça um jejum mental. Um jejum mental sadio limpará sua mente e a purificará das toxinas mentais acumuladas em consequência de uma dieta mental descuidada. 

Faça jejuns de preocupações. Três vezes por dia, livre-se delas. Às 7 horas da manhã, diga a si mesmo: 'Todas as minhas angústias noturnas se foram e, das 7 às 8 horas, não me permitirei ficar inquieto ainda que as piores tribulações me aguardem. Estou fazendo jejum de preocupações.' Do meio-dia às 13 horas, diga: 'Sinto-me contente, não vou me aborrecer.' À noite, entre as 18 e 21 horas, em companhia de seu cônjuge, parentes ou amigos de convívio difícil, tome esta firme resolução mental: 'Pelas próximas três horas, não terei preocupações. Não ficarei irritado, mesmo que me provoquem. Por mais tentador que seja ceder ao aborrecimento, resistirei à tentação. Não sabotarei minha paz interior com explosões de inquietude. Não me permitirei ficar preocupado: estou em jujum de preocupações.' 

Depois de conseguir fazer jejuns de preocupações durante algumas horas por dia, tente fazê-los por uma ou duas semanas de cada vez. Em seguida, procure evitar inteiramente o acúmulo de preocupações tóxicas em seu sistema. (...)"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 53/54)


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

AUTOCONHECIMENTO

"26. Jesus Disse: tu vês o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu próprio olho. Se tirares a trave do teu próprio olho, verás claramente como tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Comentário: Estas mesmas palavras se encontram em Mateus e Lucas. O sentido é por demais conhecido e não necessita de ulterior elucidação. Todo o homem sem autoconhecimento enxerga facilmente os erros pequenos em seu semelhante, mas não percebe os erros grandes dele mesmo. Para os erros pequenos dos outros, o egoísta usa uma lente de aumento; para os erros próprios ele inverte a lente, de maneira que ela diminui, em vez de aumentar, os seus próprios defeitos.

Tudo isso é consequência da falta de autoconhecimento. Quem se conhece realmente a si mesmo percebe com facilidade até os menores deslizes em si mesmo e presta pouca atenção às faltas do próximo; e, no caso que as perceba, não é para censurar, mas para ver se pode ajudar a corrigi-las.

Esta última parte vem expressa com palavras cautelosas: não diz o Mestre que o homem vai tirar do olho do próximo o argueiro dos pequenos erros; mas diz que o homem de autoconhecimento se torna tão vidente, tão clarividente, para descobrir um modo como tirar, ou para mostrar ao outro como ele mesmo pode corrigir os seus defeitos. Na realidade, ninguém pode fazer o outro bom, só lhe pode fazer bem, mostrando-lhe o caminho de ele mesmo se fazer bom. Cada um deve fazer-se bom por si mesmo. O que o homem bom pode fazer é crear em torno de seu semelhante um ambiente tão favorável que ele resolva tornar-se bom. Esse ambiente favorável não consiste primariamente em atos e bons conselhos, nem no bom exemplo, mas sim numa permanente atitude de ser bom. Ser bom quer dizer ter a consciência humana sintonizada com a consciência divina e viver de acordo com essa atitude permanente. O maior impacto benéfico que um homem pode exercer sobre outro homem é ser bom, crear e manter uma permanente sintonia entre si e o Infinito."

(O Quinto Evangelho, A Mensagem do Cristo, Apóstolo Tomé - Tradução e comentários: Huberto Rohden - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 49)

ASANGA (PARTE FINAL)

"(...) Negue-se a alimentar a sensualidade. Evite as oportunidades do excitamento sensual. Não se comporte como um gozador inveterado. Evite transformar-se num fascinado pelos sentidos. Não se deixe perder no gosto, na miragem e na obsessão da sensualidade. Conserve-se sóbrio. Não quer dizer que quem não é um eremita austero tem de forçosamente ser um neurótico. Não é nada disso. Mas sobriedade e autodomínio pacífico nunca fazem mal a ninguém. Ao escolher um divertimento, leve em conta que a necessidade obsedante de correr a eles é um sinal de que a eles você está se prendendo, de que se está esvaziando, se alienando e tornando cada vez mais difícil a equanimidade, a imperturbalidade e, consequentemente, a saúde. Cada vez que você vai ver um filme de horror, de violência, de ódio e vingança, de erotismo e suspense, a título de divertimento, o que está de fato fazendo é introjetar no insconsciente vásanas e samskaras nocivas que são como germes patogênicos psíquicos do medo, da agressão, da brutalidade, da ira e da luxúria. Ao mesmo tempo estará, automaticamente, danificando organismo com fortes emoções mórbidas que a película lhe propicia. 

Aprenda a ser dono de sua sensibilidade. Divinize-a, alimentando-a de pura beleza. Aprenda a melhorar-se com imagens, sentimentos, melodias, sons, perfumes e emoções que sejam condizentes com a aspiração de transformar sua vida mediante a conquista da mente.

O erotismo está expulsando do mundo a poesia. A violência está destruíndo a ternura. A sensualidade grosseira está vencendo a capacidade de gozar o sutil. Isso causa dores e desquilíbrios.

Despertemos. Comecemos a reagir. Aprendamos a cultivar poesia, ternura e gozo espiritual. Sutilizemos, refinemos nossa sensibilidade. Espiritualizemos nosso sentir. Tornemo-nos capazes para os prazeres não compráveis, invulgares, indescritíveis - os sublimes; e para as perfeitas vivências no Espírito Onipresente da Beleza Absoluta. Harmonizemo-nos esteticamente. Harmonizemo-nos capazes de sintonia com a Suprema Beleza, que o Divino Artista nunca deixou de nos oferecer. Abramos nossos olhos para a beleza de Deus." 

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 196/197)


domingo, 21 de dezembro de 2014

O PODER DO DISCERNIMENTO

"A única maneira de livrar-se desta terrível roda de karma - em que damos voltas e voltas, como esquilos que correm dentro de uma gaiola giratória - é aderir ao caminho e ideais espirituais expostos por nosso abençoado Gurudeva, sabendo que suas bênçãos e orientação nunca estão ausentes. Em sua onipresença em Deus, ele está logo atrás da escuridão de nossos olhos fechados, observando-nos silenciosamente. Conforme retemos essa consciência, que nos mantém receptivos à sua ajuda sempre presente, aumentamos nossa habilidade para usar a espada do discernimento que ele nos entregou na sabedoria de seus ensinamentos. Corajosamente, eliminaremos as distrações mundanas que seduzem e levam nossa mente para os caminhos materialistas. Estaremos em condições de optar, de bom grado por viver de acordo com aqueles ideais que nos aproximam de Deus. Pelo poder do discernimento, aprendemos a fazer as coisas que devemos fazer quando devemos fazê-las - não impelidos por influência externa, mas agindo tranquila e sabiamente, com nossa inteligência e vontade concedidas por Deus.

Devemos aprender a nos examinar todo dia: 'Como estou indo? Em que direção vou? Que fiz hoje que me levou para Deus em pensamento, palavra e ação?' E: 'Que maus hábitos continuo a seguir que afastam minha mente de Deus?'.

Quando, muitas e muitas vezes, pela meditação e pelo constante esforço espiritual, lembramos a nós mesmos que não somos seres mortais, mas almas imortais, gradualmente rompemos as correntes que há muito tempo nos mantêm atados à limitada consciência da carne e ao mundo de incessante e aflitiva mudança. Uma vez que começarmos a abandonar aqueles grilhões, teremos lampejos de nós mesmos como almas feitas à imagem de Deus. Quanto mais avistamos essa imagem divina em nosso interior, mais sentimos o amor Dele em nossos corações, a sabedoria Dele em nossas mentes e a alegria Dele em nossas almas."

(Sri Daya Mata, Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 270/271)

ASANGA (1ª PARTE)

"Em muitos de seus versículos, a Gita alerta o aspirante ao yoga, o candidato à saúde e à integração psicossomática, que não se deixe dominar pelos objetos dos sentidos. Quem vive a gratificar os sentidos, cada vez mais, vai se tornando escravo do prazer e do desejo de maior prazer. Não pode haver libertação para aquele que se deixa dominar pela sede dos sentidos (indriyas), pela sensualidade. Quem aspira à conquista da mente, tem de manter-se alerta, a fim de não cair vítima da obsessão sensual. A psicologia e a higiene mental do Ocidente também recomendam que não se deve atender à sede de sensualidade, e mostram não ser sadio gratificar os sentidos. 

Sanga quer dizer o gozo dos prazeres sensuais ou a gratificação dos sentidos. O yogui pratica asanga, isto é, a negação de sanga. Asanga é liberdade. Sanga, servidão.

A maioria dos homens vulgares, tentando, de maneira vã, um alívio para seus dramas, buscando, sem resultado, um preenchimento para o vácuo de seu viver sem rumo, querendo um lenitivo para seu tédio e buscando uma felicidade mítica, persegue novos e mais excitantes prazeres sensuais. O que consegue é apenas perseguir miragens, disfarçar a infelicidade, com o consequente agravamento dessa infelicidade e maior desgaste de sua energia nervosa. Se ansiedades e frustrações são como fogueira a queimar, as concessões à sensualidade são como a tentativa de apagá-la jogando mais gasolina em cima. Os sentidos indiscutivelmente são insaciáveis. Nenhum prazer, por mais intenso e inusitado que seja, conseguirá satisfazê-los. Quem tenta provar o contrário - e são quase todos - comete imprudência e só consegue desengano. É um recomeçar desalentador... 

Se a mente é uma fogueira, asanga é negar-lhe o combustível. A dieta e o jejum dos sentidos, que a psiquiatria e a higiene mental de hoje recomendam, é este sábio procedimento aconselhado pela yoga há muitos milhares de anos. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 195/196)