OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

EXPECTATIVAS

"Se você não for verdadeiro com a voz interior ou com a fonte divina do seu coração, você não será feliz. Quantas vezes dizemos ou fazemos alguma coisa que não é inteiramente verdadeira, apenas para sermos apreciados ou para nos sentirmos próximos de outra pessoa, e logo em seguida nos arrependemos? Muitos sacrificam seus sonhos individuais e seus desejos para atender às expectativas dos outros.

Eu quase fiz isto. O sonho da minha mãe era que um de seus filhos se tornasse freira ou padre. Decidi atender seu desejo e ser o padre que minha mãe sempre quis. Por quê? Porque eu pensava que com isto minha mãe sentiria orgulho de mim e me amaria ainda mais. entretanto, após um ano em um seminário, desisti, percebendo que não tinha a vocação espiritual necessária para o sacerdócio. Era o desejo da minha mãe, não o meu. Na época, eu não percebia que o amor da minha mãe estava sempre presente e sempre estaria, independentemente do rumo que eu tomasse.

Quando somos crianças, existe um padrão estabelecido: os filhos devem esforçar-se para conquistar o amor dos pais, e os pais moldam os filhos para fazer deles o que esperam que sejam. Para quem foi criado em famílias muito exigentes ou muito fechadas, o esforço para agradar pode ser interminável. À medida que as crianças crescem, os desejos dos pais permanecem em seu subconsciente e tornam-se parte de sua programação. Na idade adulta, sua autoestima pode depender da aceitação dos outros, da mesma maneira como procuravam agradar os pais para conseguir seu amor. O que acontece é que estes adultos nunca chegam realmente a viver para si mesmos. (...)"

(James Van Praagh - Em Busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 51)

A MORTE É UM INFORTÚNIO OU UMA BÊNÇÃO DISFARÇADA? (1ª PARTE)

"A morte é um fenômeno peculiar, que significa a cessação de todas as funções vitais do corpo, sem possibilidade de ressuscitação. É o fim da residência da alma naquela forma física. O próprio termo 'morte' suscita terror no coração dos seres humanos, por causa das seguintes associações:
a) o predomínio do pensamento aterrorizante de dor corporal muito intensa que supostamente acompanha a morte;
b) a dor psicológica de ter que enfrentar a separação da família e dos amigos, das alegrias da vida e das posses terrenas;
c) o medo de perder a existência individual.
Mas não há que se temer a morte natural. A alma residente é imortal. A morte natural é uma bênção, pois oferece à alma a oportunidade de trocar uma moradia já trôpega e dilapidada por um corpo novo e resistente. A alma requer os sucessivos instrumentos de organismos novos e melhores para uma expressão plena. Se o eu individualizado, envolto pela ilusão e enviado para evoluir e voltar a Deus, não tivesse a oportunidade de se expressar - para afirmar sua natureza - através de várias mudanças de corpo, ele teria que continuar num estado não corpóreo nascente ou latente. E imagine se a alma imortal tivesse que viver para sempre num corpo encurvado, pálido e enrugado! Não se imaginaria castigo maior para este grande ser, a alma, do que contemplar e se expressar para sempre por meio de um organismo decrépito. Em vez disso, o organismo habitado passa pela disciplina da alma à medida que esta faz experiências com ele. Quando a alma termina o trabalho numa forma específica, inicia-o em outra. (...)"

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 215)


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O PODER DO PENSAMENTO CRIADOR

"Realizados os poderes de amor e vontade, devemos agora descobrir o terceiro poder capital do Ego: o poder do pensamento criador ou Manas¹, como o denomina a Teosofia. O pensamento humano é a manifestação do Espírito Santo, assim como a vontade é a manifestação do Pai, e o amor, a do Filho. O Espírito Santo é o aspecto ou pessoa da criadora atividade de Deus, o Criador; e quando realizamos esse poder em nós, nos sentimos inspirados e possuídos da ilimitada qualidade criadora, do poder da ação. Em nós, só o pensamento atua, só o pensamento cria e executa os mandatos da vontade. Se a vontade é o rei, o pensamento é o primeiro-ministro, e a atividade de nosso pensamento criador deve ser dirigida sempre pela vontade.

O poder criador do pensamento parece ser ilimitado. E uma vez o tenhamos realizado, sabemos que como Egos podemos ‘fazer tudo’; sentimos em nosso interior uma ilimitada energia criadora para levar a cabo tudo quanto decretar a vontade. Somente quando esse terceiro poder, o pensamento criador ou imaginação, está em funcionamento é que a realização se dá em ação. Por essa razão esse poder é muito perigoso ao homem até que ele tenha compreendido que deve dirigi-lo conscientemente, pois, do contrário, é a sua natureza inferior que o fará; e o homem, assim, se tornará escravo dela."

¹. Manas: termo sânscrito que literalmente significa “a mente”, a faculdade mental, que faz do homem um ser inteligente e moral e o distingue dos seres brutos. 

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 51/52)


A ATITUDE TEOSÓFICA - A CURIOSIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Nunca falemos sem saber e sem ter a mais absoluta certeza de que alguma coisa boa advirá do que dissermos. Antes de falar, perguntemos a nós mesmos a respeito do que vamos dizer: 'O que vou dizer é verdadeiro? É bondoso? É proveitoso?' E, a não ser que possamos responder afirmativamente às três perguntas, temos a obrigação de permanecer calados. Estou plenamente convicto de que, seguida à risca, essa regra reduziria a conversação do mundo em cerca de noventa por cento, o que seria uma vantagem indizível e faria o mundo progredir muito mais depressa.

Quando compreendemos a unidade que existe por baixo de tudo, não podemos deixar de ser prestativos, não podemos alhear-nos da tristeza do nosso irmão. É evidente em muitos casos ser impossível a ajuda física, mas, pelo menos, podemos acudir sempre com o auxílio da simpatia, da compaixão e do amor, e esta é, claramente, a nossa obrigação. Para o homem que compreende a Teosofia, a crueldade é inadmissível. Todo membro que proceder brutal ou cruelmente estará falhando na sua Teosofia, e faltando-lhe paciência, faltar-lhe-á compreensão. Compreender tudo é perdoar tudo, amar tudo. Todo homem tem o seu próprio ponto de vista, e o caminho curto para um homem não é, necessariamente, o melhor para outro. Todo homem tem direito de tomar nas mãos a própria evolução, à sua maneira, e fazer, no que respeita a ela, o que ele mesmo decidir, contanto que não cause sofrimento nem transtornos a quem quer que seja. Não nos compete tentar endireitar toda a gente, mas apenas zelar para que tudo esteja certo, do nosso lado, na nossa relação com os outros. Antes de empreendermos um esforço para obrigar alguém a enveredar pelo nosso caminho, melhor será examinar com cuidado o caminho dele, que talvez seja preferível para ele. Devemos estar sempre prontos a ajudar livremente em toda a extensão das nossas forças, mas nunca interferir."   

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 101/102)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A CONQUISTA DO EGO

"Assim como somos, sem rumo, o nosso interesse egocêntrico não se harmoniza com o interesse de nosso eu mais profundo. Nós não buscamos primeiro o reino interno e somente depois o externo; ao contrário da verdadeira ordem, nós primeiro nos esforçamos pelo domínio do mundo. Se necessário, nós até mesmo negamos e sacrificamos o superior pelo inferior. Mas, ‘o que aproveitará o homem, se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida?’¹ É o falso eu, o ego, que está obsecado com a conquista do mundo. É este ego que devemos sobrepujar a fim de ‘nascer de novo... do Espírito’.² A conquista do ego é na verdade a vitória sobre o mundo psíquico abstrato, construído por nós mesmos, o qual habitamos e nos mantém sobrecarregados e pesados. Aquele que sobrepujou o mundo é do alto e não deste mundo; uma tal pessoa vivendo no mundo não é impelida por desejos mundanos ou ambições. Ela faz o que lhe é exigido pelo alto, não para sua satisfação ou glória pessoal.

Os traços distintivos do egoísmo são o eu, separado do resto do Universo, e o meu. Estes são o seu próprio âmago e substância, e é através destes que um homem ‘prende-se a seu eu como um pássaro em uma armadilha’.³  Estes são os núcleos ao redor dos quais tudo no mundo revolve. Um homem do mundo diz: eu faço isto, eu tenho aquilo; ele é autocentrado mesmo quando faz boas obras no serviço a outros. Enquanto qualquer atividade – orar, meditar, dar esmolas – for controlada por nosso eu, ela será uma atividade egoísta."

¹ Mateus 16:26
² João 3:7-8
³ Maitri Upanishad 3:2

(Ravi Ravindra - Sussurros da Outra Margem - Ed. Teosófica, Brasília - p.33/34)