OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A ATITUDE TEOSÓFICA - A CURIOSIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Nunca falemos sem saber e sem ter a mais absoluta certeza de que alguma coisa boa advirá do que dissermos. Antes de falar, perguntemos a nós mesmos a respeito do que vamos dizer: 'O que vou dizer é verdadeiro? É bondoso? É proveitoso?' E, a não ser que possamos responder afirmativamente às três perguntas, temos a obrigação de permanecer calados. Estou plenamente convicto de que, seguida à risca, essa regra reduziria a conversação do mundo em cerca de noventa por cento, o que seria uma vantagem indizível e faria o mundo progredir muito mais depressa.

Quando compreendemos a unidade que existe por baixo de tudo, não podemos deixar de ser prestativos, não podemos alhear-nos da tristeza do nosso irmão. É evidente em muitos casos ser impossível a ajuda física, mas, pelo menos, podemos acudir sempre com o auxílio da simpatia, da compaixão e do amor, e esta é, claramente, a nossa obrigação. Para o homem que compreende a Teosofia, a crueldade é inadmissível. Todo membro que proceder brutal ou cruelmente estará falhando na sua Teosofia, e faltando-lhe paciência, faltar-lhe-á compreensão. Compreender tudo é perdoar tudo, amar tudo. Todo homem tem o seu próprio ponto de vista, e o caminho curto para um homem não é, necessariamente, o melhor para outro. Todo homem tem direito de tomar nas mãos a própria evolução, à sua maneira, e fazer, no que respeita a ela, o que ele mesmo decidir, contanto que não cause sofrimento nem transtornos a quem quer que seja. Não nos compete tentar endireitar toda a gente, mas apenas zelar para que tudo esteja certo, do nosso lado, na nossa relação com os outros. Antes de empreendermos um esforço para obrigar alguém a enveredar pelo nosso caminho, melhor será examinar com cuidado o caminho dele, que talvez seja preferível para ele. Devemos estar sempre prontos a ajudar livremente em toda a extensão das nossas forças, mas nunca interferir."   

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 101/102)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A CONQUISTA DO EGO

"Assim como somos, sem rumo, o nosso interesse egocêntrico não se harmoniza com o interesse de nosso eu mais profundo. Nós não buscamos primeiro o reino interno e somente depois o externo; ao contrário da verdadeira ordem, nós primeiro nos esforçamos pelo domínio do mundo. Se necessário, nós até mesmo negamos e sacrificamos o superior pelo inferior. Mas, ‘o que aproveitará o homem, se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida?’¹ É o falso eu, o ego, que está obsecado com a conquista do mundo. É este ego que devemos sobrepujar a fim de ‘nascer de novo... do Espírito’.² A conquista do ego é na verdade a vitória sobre o mundo psíquico abstrato, construído por nós mesmos, o qual habitamos e nos mantém sobrecarregados e pesados. Aquele que sobrepujou o mundo é do alto e não deste mundo; uma tal pessoa vivendo no mundo não é impelida por desejos mundanos ou ambições. Ela faz o que lhe é exigido pelo alto, não para sua satisfação ou glória pessoal.

Os traços distintivos do egoísmo são o eu, separado do resto do Universo, e o meu. Estes são o seu próprio âmago e substância, e é através destes que um homem ‘prende-se a seu eu como um pássaro em uma armadilha’.³  Estes são os núcleos ao redor dos quais tudo no mundo revolve. Um homem do mundo diz: eu faço isto, eu tenho aquilo; ele é autocentrado mesmo quando faz boas obras no serviço a outros. Enquanto qualquer atividade – orar, meditar, dar esmolas – for controlada por nosso eu, ela será uma atividade egoísta."

¹ Mateus 16:26
² João 3:7-8
³ Maitri Upanishad 3:2

(Ravi Ravindra - Sussurros da Outra Margem - Ed. Teosófica, Brasília - p.33/34)


A ATITUDE TEOSÓFICA - A CURIOSIDADE (1ª PARTE)

"Concentremo-nos de tal maneira no nosso trabalho que não tenhamos tempo de achar defeitos no trabalho dos outros, ou de meter o bedelho na vida deles. Se todo homem se ocupasse unicamente dos próprios assuntos, o trabalho seria infinitamente mais feliz. 

Esse bisbilhotar nos negócios dos outros é causa de muito mal, e pode dizer-se que a pessoa que o faz sofre de uma doença. O homem que enreda, por costume, não o faz com o propósito de ajudar, mas simplesmente para satisfazer a curiosidade a respeito de alguma coisa que não lhe diz respeito, o que é sintomático da sua doença. Outro sintoma é o de ele não conseguir guardar para si a informação que tão infamemente adquiriu, mas sente necessidade de despejá-la nos ouvidos de outros, tão néscios quanto ele. Pois é imoral, sem dúvida, esse mexerico - uma das coisas mais imorais do mundo. Noventa e nove vezes em cem o que se diz é uma rematada invenção, mas produz enorme quantidade de mal. 

Não se trata apenas do prejuízo causado à reputação de outra pessoa; essa é a menor parte do mal. O bisbilhoteiro e seus amigos pestilentos estão sempre gerando formas de pensamento de alguma qualidade má que decidem atribuir à vítima e, a seguir, passam a jogá-las sobre ela numa torrente incessante. O efeito natural disso será despertar nela a qualidade má de que a acusam, se existir alguma coisa em sua natureza que corresponda aos perversos esforços dos detratores. Num caso em cem, em que haja alguma verdade na intriga maldosa, as suas formas de pensamento intensificam o mal, e destarte vão empilhando para si mesmos uma provisão do carma terrível, decorrente do fato de induzir um irmão a fazer o mal. Os teosofistas, sobretudo, deveriam fazer diligência para evitar esses males, porque muitos estão envidando esforços no sentido de desenvolver poderes psíquicos, e, se os usarem com o propósito de bisbilhotar nos negócios de outras pessoas ou de enviar-lhes maus pensamentos, o seu carma acabará sendo da natureza mais terrível. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 101)


domingo, 7 de dezembro de 2014

AS TRÊS SALAS (PARTE FINAL)

"(...) Os sábios não dão ouvidos às vozes musicais da ilusão.

Procura aquele que te dará o nascimento na Sala da Sabedoria, a sala que está além, onde se desconhecem todas as sombras e onde a luz da verdade brilha com uma glória permanente.

Aquilo que é incriado habita em ti Discípulo[1], assim como reside na Sala. Se queres alcançá-lo e combinar os dois, tens de despir-te das tuas escuras vestes de ilusão. Abafa a voz da carne, não permitas que nenhuma imagem dos sentidos se entreponha entre a Luz do incriado e a tua, e assim as duas poderão fundir-se em uma. E, tendo aprendido a tua própria ajnᾱna[2], abandona a Sala da Instrução. Essa sala é perigosa por sua traiçoeira beleza, e necessária apenas para a tua provação. Acautela-te Lanoo, não vá tua Alma, deslumbrada pelo brilho ilusório, demorar-se e enredar-se na sua luz enganadora.

Esta luz brilha na joia do grande enganador (Mᾱra)[3]. Enfeitiça os sentidos, cega a mente e deixa o descuidado qual um náufrago abandonado. (...)

Se, através da Sala da Sabedoria, queres chegar ao Vale da Bem-aventurança, Discípulo, fecha os teus sentidos à grande e cruel heresia da separatividade que te afasta dos demais."

1 O Iniciador que conduz o discípulo pelos conhecimentos que lhe ministra, ao seu segundo nascimento, ou nascimento espiritual, chama-se Pai, Guru ou Mestre.
2 Ajnᾱna é a ignorância ou não sabedoria, o contrário de conhecimento, Jnᾱna.
3 Mᾱra é, nas religiões exotéricas, um demônio, um Asura, mas na filosofia esotérica é a personificação da tentação pelos vícios humanos; traduzido literalmente, quer dizer ‘aquilo que mata a alma’. (...)

(H. P. Blavatsky - A Voz do Silêncio - Ed. Teosófica, Brasília - p. 97/105)


ANTES DE BUSCAR DEUS, CONCILIA-TE COM O TEU ADVERSÁRIO (PARTE FINAL)

"(...) 'Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto está com ele no caminho...' Cristo está nos ensinando que não podemos perder tempo e energia em discussões e ressentimentos, mas que devemos refazer-nos tão rapidamente quanto possível no pensamento de Deus. Perceber Deus - eis o nosso propósito de vida; portanto, é preciso que procuremos manter-nos conscientes dele com poucas interrupções e que elas sejam as menores possíveis. 'Joga fora todas as conversações inúteis' - dizem-nos os Upanishads. 'Conhece apenas a Atman.' 

O desejo de discutir e de brigar é um sinal do ego. Se desejarmos encontrar Deus, precisaremos eliminar o ego e humilhar-nos - não diante de nosso adversário, mas diante do Deus, que está dentro dele. Não te submetas jamais a um adversário poderoso por temeres a consequência de desagradá-lo; isso seria covardia. Faze distinção, porém, entre princípios e opiniões. Diz um ditado hindu: 'Dize, ' sim, sim' para todos, mas conserva firme a tua posição!' Não te comprometas com ideais e princípios. Mas, em se tratando de opiniões, aprecia pontos de vista diferentes dos teus, e aceita-os quando valerem a pena. Swami Turiyananda dizia: 

'Teimosia não é força. A teimosia apenas mascara a própria fraqueza. Forte é quem é flexível como o aço e não quebra. Forte é quem pode viver em harmonia com muitas pessoas e pode dar atenção a opiniões que não sejam as suas.'"

(Swami Prabhavanda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 55/56)
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