OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 6 de dezembro de 2014

AS TRÊS SALAS (1ª PARTE)

"Três salas, ó cansado peregrino, conduzem ao fim dos trabalhos. Três salas, ó conquistador de Mᾱra, te trarão através de três estados[1] até o quarto[2], e daí até os sete mundos[3], os mundos do descanso eterno.

Se queres saber os seus nomes, escuta-os e recorda-te.

O nome da primeira é Sala da Ignorância - Avidyᾱ. É a sala em que vistes a luz, em que vives e hás de morrer[4].

O nome da segunda é a Sala da Instrução[5]. Nela a tua Alma encontrará as flores da vida, mas debaixo de cada flor, uma serpente enrolada[6].

O nome da terceira é a Sala da Sabedoria, para além da qual se estende o mar sem praias de Akshara, a fonte indestrutível da onisciência[7].

Se queres atravessar seguramente a primeira sala, que a tua mente não tome os fogos da luxúria que ali ardem pela luz do sol da vida.

Se queres atravessar seguramente a segunda, não pares a aspirar o perfume das suas flores embriagantes. Se queres ver-te livre das cadeias kármicas, não procures o teu Guru nessas regiões mᾱyᾱvicas.

Os sábios não demoram nas regiões de prazer dos sentidos. (...)"

1 Os três estados de consciência, que são: Jᾱgrat, o de vigília; Svapna, o de sonho; e Sushupti, o estado de sono profundo. Estas três condições do Yoga conduzem ao quarto, que é -
2 Turῑya, o que está além do estado do sono sem sonhos, um estado de elevada consciência espiritual.
3 Alguns místicos orientais indicam sete planos de existência, os sete Lokas ou mundos dentro do corpo de Kᾱla Hamsa, o cisne além do tempo e do espaço, convertível em o cisne no tempo, quando se torna Brahmã, em vez de Brahman.
4 O mundo fenomênico, apenas dos sentidos e da consciência terrena.
5 A sala da Instrução probacionária.
6 A região astral, o mundo psíquico das percepções sensuais e das visões ilusórias. (...)
7 A região de plena consciência espiritual, para além da qual já não há perigo para quem lá chegou.

(H. P. Blavatsky - A Voz do Silêncio - Ed. Teosófica, Brasília - p. 97/105)


ANTES DE BUSCAR DEUS, CONCILIA-TE COM O TEU ADVERSÁRIO (1ª PARTE)

"Até que alcancemos efetivamente a união com Deus, claro que é absolutamente natural a ocorrência de disputas e desentendimentos entre nós e os outros. É preciso, porém, que não deixemos o ressentimento permanecer em nós; caso contrário, ele nos corroerá os corações como um câncer. Cristo que, como todos os mestres verdadeiramente espirituais, era grande psicólogo, ensinou que devemos reconciliar-nos o mais cedo possível com nosso irmão, antes de oferecermos nossa oferenda a Deus. Todos quantos tenham praticado a meditação compreenderão imediatamente quão profundo é este ensinamento.

Suponha que alguém o tenha ofendido e que você se irritou. Ao começar a meditar, o que acontece? A oração e a meditação concentram a mente e intensificam as emoções. Consequentemente, o montículo de irritação converte-se numa montanha de raiva. Você começa a imaginar coisas terríveis sobre a pessoa que o ofendeu. Você acaba por sentir-se incapaz de meditar e de rezar, incapaz de achegar-se de Deus, enquanto não se reconciliar sinceramente com seu irmão. Só há um meio de sentir-se sinceramente reconciliado: procurar ver Deus em todos os seres e amá-lo neles todos. Se você se irritou com seu irmão, reze por ele como você o faz por você mesmo; reze para que ambos possam crescer no entendimento e na devoção a Deus. Logo você alcançará a espiritualidade. Mas, se guardar a raiva no coração, você ferirá tanto a si mesmo quanto a seu irmão.

Ensina-se no Budismo e no Vedanta que é dever do homem rezar pelos outros antes de rezar por si mesmo. Pede-se que mandemos um pensamento de boa-vontade a todos os seres antes de nos oferecermos a Deus. Semelhante prática é um estágio significativo na conquista do amor ao nosso próximo e a Deus. (...)"

(Swami Prabhavanda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 54/55)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O MEDO DA MORTE

"O medo da morte é uma severa realidade na cabeça de muita gente. Um número muito maior do que seríamos capazes de imaginar padece desse medo, e um número ainda maior padece do medo do que pode acontecer-nos após a morte. Isso, naturalmente, se encontra sobretudo entre pessoas com ideias do inferno.

Mas nós conhecemos a lei do carma e compreendemos que os estados depois da morte são, simplesmente, uma continuação da vida que ora vivemos, embora num plano mais elevado e sem o corpo físico; e quando, além disso, aprendemos que o que chamamos vida é apenas um dia na vida verdadeira e maior, todas essas coisas assumem um perspectiva muito diferente. Conhecemos, então, que o progresso é absolutamente certo. Um homem pode tropeçar, pode investir contra as forças do progresso, mas será carregado por elas a despeito de si mesmo, se bem que, ao resistir, se machuque e se enrede em dificuldades. Percebemos, de pronto, que esse conhecimento elimina o medo. 

A chamada perda de um ente amado, por efeito da morte, não passa, na verdade, de uma ausência temporária, e nem mesmo isso, depois que o homem desenvolve o poder de ver nos planos superiores. Os que pensamos ter perdido continuam conosco, ainda que não possamos vê-los com olhos físicos; e nunca devemos esquecer que, apesar de podermos alimentar, às vezes, a ilusão de que nós os perdemos, eles não alimentam de maneira alguma a ilusão de que nos perderam, porque ainda podem ver o nosso corpo astral, e, tanto que deixamos o veículo físico no sono, estamos ao seu lado e podemos comunicar-nos com eles, exatamente como acontecia quando estavam no plano físico.

Não precisamos preocupar-nos com a salvação da nossa alma; antes, como disse, de uma feita, um autor teosófico, talvez estejamos inteiramente afastados da esperança de nossa alma, um dia, poder salvar-nos. Não existe alma para ser salva no sentido comum em que se impregnam as palavras, porque nós mesmos somos a alma; e, além disso, não há nada de que possamos ser salvos, exceto o erro e a ignorância. O corpo nada mais é que um vestido, e, quando se gasta, nós o colocamos de lado." 

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 119)


O PECADO EQUIVALE À IGNORÂNCIA (PARTE FINAL)

"(...) 'E por que a lascívia é um pecado? Porque ela é a falsificação do amor. Porque leva as pessoas na direção oposta à satisfação que há no verdadeiro amor. Este é divino, magnânimo, nunca egoísta.

'O homem lascivo, ao buscar o próprio prazer nos outros, se enfraquece, até mesmo quando se ilude no sentido de que se torna mais forte. Ele se afasta da alegria espiritual, até mesmo quando imagina que encontrou a felicidade por que anseia. No final, o único êxito que obtém é o de criar a desarmonia em si próprio e nos outros.

'A harmonia é o caminho do amor. A desarmonia é o caminho da autoafirmação. A pessoa lasciva perde a saúde, a paz de espírito e a própria oportunidade que imaginou ter encontrado no sentido de vir a se realizar. Ela se torna cada vez mais cansada e nervosa, envelhece precocemente, tudo isso porque essa pessoa negou o amor divino, a fonte de bem-estar verdadeiro e duradouro.

'E as mesmas coisas acontecem com respeito a todos os tipos de pecado. O pecado é uma negação da natureza mais profunda da própria pessoa - daquela Vida Infinita que é a realidade que está por trás de todos os seres vivos.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 61/62)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A BUSCA ESPIRITUAL

“Quem sou eu? Sou Judas, sou Jesus? Por medo, por desejo, traio a mim mesmo. Sou quem eu não sou. Cubro minha face com muitas máscaras e até mesmo torno-me máscaras. Estou demasiado ocupado representando quem eu penso ser para conhecer quem realmente sou. Tenho medo: posso ser nada mais do que pareço ser; pode não haver face alguma por detrás da máscara. Eu decoro e protejo minha máscara, preferindo algo fantasioso a um nada real.

Apego-me ao rebanho por conforto. Junto nós tecemos variadas vestimentas para cobrir nossa nudez. Guardamos o segredo de nosso nada com uma agilidade ansiosa para que não sejamos descobertos. (...)

‘Quem sou eu?’ não pede por uma enumeração de fatos científicos: expressa uma certa inquietude, um tatear e uma exploração. É o começo de um movimento em direção à luz, em direção a ver as coisas claramente, como um todo. É a recusa de permanecer no escuro - fragmentado e na superfície de mim mesmo. É um estado de busca de significado, amplidão e profundidade. É o desejo de despertar.

Logo traio este impulso e sou levado a dormir novamente por afagos confortantes e contos de fada. Eu durmo, sonhando com grandes aventuras e procurando os tesouros ocultos. Muitas jornadas, muitos picos e os leões guardando as passagens da montanha. Por um momento acordo, para descobrir-me prisioneiro do que sei e do que sou. Mesmo encontrando a porta de minha pequena prisão aberta, eu permaneço nela, com medo de partir, contando e recontando minhas posses e demonstrações de apreço.

Eu compartilho muitos muros com outros. Com vigor e imaginação colaboro com outros na construção dos castelos da ciência, arte, filosofia e religião, nos quais podemos descansar em segurança, esquecidos de nossa ignorância acerca de quem somos, por que estamos aqui e por que fazemos o que fazemos. A testemunha silenciosa dentro de mim pergunta: O que você busca?”

(Ravi Ravindra, Sussurros da Outra Margem, Ed. Teosófica, Brasília - p.25/27)