OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A NECESSIDADE QUE O HOMEM TEM DE DEUS

"No mundo, assim como no ashram, a vida mais satisfatória que o ser humano pode ter consiste em seguir o caminho espiritual interior. Quando ele tem Deus, seu coração não almejará nenhuma outra coisa. Tudo que já tenha buscado ou desejado ardentemente, ele o encontrará no completo contentamento e satisfação que desfruta em Deus. Ele tem apenas uma oração: que não seja mais enganado por este mundo. Tendo encontrado a comunhão divina - a abertura pela qual ele pode escapar da pequena cela do corpo e da consciência do ego para a liberdade da alma -, ele nunca mais deseja confinar-se de novo.

Essa compreensão da natureza aprisionadora do ego se desenvolve de acordo com o grau com que entregamos esse ego, com todas as suas limitações e egoísmo, a Deus. É impossível para Ele entrar na consciência do homem que pensa constantemente: 'eu, eu, eu'. Naquele que está completamente absorto no 'eu' não há lugar para 'Tu'. O primeiro objetivo a se buscar é a remoção desse 'eu'. Não é simples, mas torna-se mais fácil se desenvolvemos um anseio mais profundo por Deus.

Com frequência, esse anseio por Ele surge pelo sofrimento. Entretanto, não vejo o sofrimento como essencial no caminho espiritual, Muitas interpretações da vida e dos ensinamentos de Jesus estendem-se sobre a virtude da tristeza e do sofrimento. Esse conceito é muito deprimente. Mesmo sendo jovem, eu o rejeitei quando ele me foi apresentado; eu não conseguia imaginar alguém procurando a tristeza ou o sofrimento voluntária e alegremente. Não é uma forma prática ou realista de acercar-se de Deus, porque esses estados negativos não são naturais à alma. Eu nunca teria abraçado a yoga se tivesse pensado que é um caminho de tristeza! Eu acreditava que a busca de Deus devia acabar de vez com toda dor e infelicidade. Agora, depois de trinta e tantos anos neste caminho espiritual, estou convencida, para além de qualquer dúvida, de que encontrar Deus e comungar com Ele acabam realmente com a infelicidade humana.

Isso não é para dizer que o aspirante espiritual não vai passar por certas fases de dificuldade. É irrealista a ideia de que, pelo simples fato de procurarmos Deus, Ele removerá todos os obstáculos de nosso caminho. Com certeza Ele poderia fazer isso; mas se o fizesse, de onde viria a tenacidade humana? O músculo se fortalece pelo uso. Um braço inativo, que prende flacidamente ao lado do corpo, gradualmente se enfraquece e se atrofia. Assim é como ser humano. Se os músculos de sua fé, dedicação, compaixão, paciência, devoção, lealdade, perseverança - todas essas qualidades embrionárias que jazem no fundo da alma - não forem exigidas e exercitadas durante seu sadhana ou busca espiritual, ele nunca mudará e superará suas fraquezas e limitações humanas."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 109/110)

domingo, 23 de novembro de 2014

AS TRÊS PORTAS

"Existe um poema que diz:
Há três portas para o Templo:
Saber, trabalhar, orar;
E aqueles que esperam no portão externo
Podem entrar por qualquer delas.
Há sempre os três caminhos; o homem pode chegar aos pés do Mestre pelos estudos profundos, porque nesse caminho ele chega a saber e a sentir; e certamente se pode alcançar o Mestre por profunda, perseverante e longa devoção, pela constante elevação da alma até Ele. E há também o método de lançar-se a alguma atividade definida por Ele. Mas há de ser algo definidamente feito para Ele com este pensamento em mente: 'Se há crédito ou glória nesta obra, não os quero; faço-a em nome de meu Mestre; a Ele toda glória e louvor.' O poema acima citado também diz: 'Existe o que não ora nem estuda, e todavia pode trablhar muito bem.' E isto é exato. Existem alguns que muito pouco podem meditar, e quando procuram estudar, acham-no muito difícil. Esses devem continuar ambas estas coisas, porque nos cabe desenvolver todos os aspectos de nossa natureza, mas a maioria de todos eles deve-se lançar na obra, e fazer algo por seus semelhantes.

Tal é o mais seguro de todos os apelos: fazer as coisas em seu nome, praticar bons atos pensando n'Ele, recordando-se de que Ele é muito mais sensível ao pensamento do que as pessoas comuns. Se um homem pensa num amigo distante, seu pensamento se dirige para esse amigo e o influencia, de modo que o amigo pensa no emissor  do pensamento a não ser que sua mente no momento esteja muito ocupada com outra coisa. Mas por muito ocupado que um Mestre possa estar, um pensamento dirigido a Ele produz uma certa impressão, e ainda que no momento, talvez, não possa tomar qualquer conhecimento, contudo o toque ali está, e Ele o saberá e emitirá o Seu amor e Sua energia em resposta ao pensamento."

(C.W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 64/65)


QUAL É A PROVA DA AUTORREALIZAÇÃO

"O que você imaginar com muita intensidade se tornará visível como uma alucinação, não tendo realidade intrínsica. Você deve compreender a diferença entre imaginação e Autorrealização. A prova essencial da Autorrealização - da consciência de Deus dentro de você - é ser verdadeira e incondionalmente feliz. Se você receber cada vez mais alegria na meditação, incessantemente, saiba que Deus está manifestando Sua presença em você. Se houver interrupção no fluxo da felicidade divina, há algo errado em sua consciência, algum nó que precisa ser desatado com o auxílio de seu guru. Pela comunhão assídua com ele, por meio da meditação diária e pela obediência a seus preceitos - o sadhana¹ que ele lhe deu - o guru desatará esse nó para você. 

Você não pode estar com o Senhor simplesmente pensando que é divinamente iluminado. Você precisa melhorar - deve se aperfeiçoar. Há uma enorme diferença entre a realização potencial e a verdadeira realização divina. Você jamais poderá conhecê-Lo, a não ser cultivando a humildade, a sabedoria e a devoção. O homem humilde é o que conhecerá a Deus.

Os que se aprofundam na superconsciência desenvolvem, automaticamente, poderes espirituais incomuns e controle sobre as forças naturais. Mas nenhum homem de autêntica percepção de Deus usa os poderes insensatamente, para exibição egoísta. Os sábios compreendem que o Senhor é o Único Autor e, humildemente, desenvolvem os dons extraordinários que ele lhes confiou. Não é tudo um milagre neste universo? Pelo simples fato de existir, não é o homem um milagre? Se os seres humanos não estão satisfeitos com todas as maravilhas que Deus criou, por que deveriam Seus santos realizar novos milagres? Eles nunca o fazem, a menos que - por alguma razão especial, muitas vezes insondável - o Senhor assim lhes ordene."

¹ O caminho de disciplina e instruções espirituais dada a alguém por seu guru.

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 161/162)

sábado, 22 de novembro de 2014

OS TRÊS ESTÁGIOS DA DÚVIDA

"A dúvida tem três estágios: ausência da dúvida, a presença inteligente da dúvida, a presença excessiva da dúvida. 

A ausência da dúvida gera pessoas psicopatas. Quem nunca duvida de si mesmo, quem se acha infalível e perfeito nunca terá compaixão dos outros. A presença inteligente da dúvida abre as janelas da inteligência e estimula a criatividade e a produção de novas respostas. A presença excessiva da dúvida leva as pessoas a retrair sua inteligência e suas atitudes pela insegurança. Tornam-se excessivamente tímidas e autopunitivas.

A dúvida inteligente esvazia o orgulho. Jesus contava ricas parábolas levando as pessoas a confrontar-se com seu orgulho e rigidez, desse modo ele objetivava estimular o espírito delas e romper seu cárcere intelectual. Ele respondia a perguntas com perguntas e quando dava respostas elas sempre abriam os horizontes dos pensamentos. Era um grande mestre da educação e seus discursos formavam e não informavam.

Alguns têm títulos de doutores, mas são reprodutores de conhecimento, repetem o que estudaram, falam o que os outros produziram. Precisamos de poetas da vida nos recônditos da sociedade. Precisamos ser engenheiros de novas ideias. Precisamos surpreender as pessoas e ajudá-las a mudar os alicerces da sua história.

Quem andava com Jesus Cristo estilhaçava constantemente seus paradigmas. Não havia rotina. Ele incendiava o espírito e a alma das pessoas. Seus gestos e comportamentos surpreendiam tanto seus discípulos que, pouco a pouco, foram lapidando suas personalidades. Você surpreende as pessoas e incendeia o ânimo delas ou as bloqueia?"

(Augusto Cury - O Mestre do Amor - Ed. Academia da Inteligência, São Paulo, 2002 - p. 23/24)

MUDANÇA NA CONSCIÊNCIA HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Dizem que quando as pessoas viram Buda logo após sua iluminação, ficaram tão perplexas pela extraordinária quietude de sua presença que pararam para perguntar: 'O que sois? Sois um deus, um mago ou um feiticeiro?' A resposta foi surpreendente. Buda disse, simplesmente: 'Eu estou desperto.' Sua resposta tornou-se o seu título, pois é isso o que significa a palavra Buda em sânscrito: aquele que está desperto. Enquanto o restante do mundo estava em sono profundo, sonhando um sonho conhecido como o estado de vigília, Buda livrou-se do sono e despertou.

Embora o chamado para o despertar de Buda tenha ocorrido há muito tempo, tendo desde então se repetido inúmeras vezes por quase todos os sistemas espirituais conhecidos, é desastroso que uma metafísica mal compreendida nos tenha levado à alienação entre nós e a Terra, e entre nós e os outros seres vivos. É imperativo que restauremos a percepção dessa interdependência. Naturalmente, uma transformação assim requer profunda reeducação a cada passo de nossas vidas. As fundações particulares, organizações não governamentais, empresas, instituições acadêmicas e organizações religiosas têm igual interesse em estabelecer prioridades nesse esforço.

É importante que perdoemos a destruição do passado e reconheçamos que ela foi produzida pela ignorância. Ao mesmo tempo, devemos reexaminar, do ponto de vista ético, que tipo de mundo herdamos, tudo aquilo por que somos responsáveis, e tudo o que legaremos às gerações futuras."

(C. Jotin Khisty - Mudança na Consciência Humana - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 27)