OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 9 de novembro de 2014

O PROBLEMA DO BEM E DO MAL (1ª PARTE)

"I - Bem e Mal. Experiência. Manifestação 

O problema do bem e do mal é, em sua essência, relativo, porque depende da escola filosófica, da concepção do mundo que o indivíduo adote. Assim, para um católico, bem é aquilo que está de acordo com as leis de Deus e estas são conhecidas dos homens através da autoridade da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana. No lado oposto, um comunista, que não toma em consideração os ditames da Igreja Católica, só admite como bem, tudo o que conduz à socialização e mal, o que a retarda ou impede.

Sabe-se que Stalin, em sua mocidade, assaltou um trem, para conseguir fundos para o partido bolchevista. Para o católico, o seu ato representa uma grave infração aos preceitos divinos e para o comunista, uma ação supremamente boa...

Não há necessidade de apontar mais exemplos, para concluir-se que os conceitos de bem e de mal são relativos, mas poder-se-á verificar que são artificiais, ou unilaterais, porque é tomado para ponto de reparo um conceito arbitrário: pretensas leis de Deus, provindas de revelações ou, então, leis ou móveis de ação que são aplicáveis apenas a uma fase da evolução social da humanidade. 

Se o homem tomar como ponto de reparo a sua posição no cosmos, se conseguir descobrir algumas leis fundamentais que regem o universo e chegar a conhecer realmente a natureza humana, poderá ter um conceito mais amplo, mais universal, do bem e do mal. Temos então de tomar nossas lições com os gregos e aprender em Heráclito que: 'O bem é a compreensão da harmonia do universo e a vida de acordo com ela'. Se se reconhecer uma harmonia universal, não poderá haver lugar para o mal, o qual é apenas uma fase, ou uma nota dessa harmonia.

A tendência, aliás, de muitos filósofos, é a de negar a existência do mal, que será antes um modo imperfeito de se considerar as coisas. Para Santo Agostinho e para Leibnitiz, o mal seria como as sombras de uma pintura, as quais servem para ressaltar as cores. Para Annie Besant: 'O que é mal visto pelo lado da forma é um bem visto pelo lado da vida'.  

Filo e Plotino, da Alexandria, aproximam-se mais da metafísica cristã, segundo a qual Deus é a fonte do bem, e a matéria (ou o homem, segundo o Cristianismo) a fonte do Mal. As doutrinas teosóficas assemelham-se às de Heráclito e às dos estóicos, segundo as quais o homem é parte do universo, com função definida a cumprir dentro da harmonia ou do entrosamente universal e deve se submeter às leis cósmicas. (...)"

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 221/222)
www.editorateosofica.com.br/loja


sábado, 8 de novembro de 2014

DESCEMOS DO INFINITO PARA O FINITO

"Descemos do infinito para o finito. Ioga é retirar a atenção das coisas externas, para focalizá-la na forma interna da Verdade. Só desse modo podemos descobrir como Deus condensou Sua consciência nas inúmeras formas finitas das criaturas e dos universos habitados. O corpo humano é a mais complexa de todas as criações de Deus. Uma única célula original - união do espermatozóide com o óvulo - divide-se e, pela multiplicação deste processo, acumula trilhões de células ao seu redor, criando o templo corporal que abriga a consciência divina de nossa alma.

Você não pode imaginar quanta energia encerra até mesmo um simples grama de carne. Sua liberação projetaria incontáveis elétrons pelo corpo afora. O poder e a extensão da consciência residente no corpo estão além da compreensão humana. Embora externamente sejamos feitos de carne, ocultas sob as células grosseiras estão correntes elétricas, correntes vitais. E por trás dessas energias sutis estão os pensamentos e as percepções. 

O pensamento é inesgotável. Desde o princípio do mundo, pensamentos em quantidades inimagináveis cruzaram o éter. Não se pode nem começar a contá-los, mas é possível ter alguma ideia, se refletir sobre o número de pensamentos e sentimentos que você expressa no decorrer da vida. Milhões! Procure lembrar-se de tudo o que pensou em apenas um ano ou até um um dia. Considere o acúmulo dos pensamentos de todos os seres humanos, desde eras imemoriais. Deus conhece todos eles!

A mente nem sequer pode medir os fenômenos sutis da natureza. Quantos elétrons agitam-se na eletricidade que traz luz às lâmpadas desta capela? Trilhões, dançando juntos, formam a luz que vocês veem. Essas particulas ultramicroscópicas movem-se a uma velocidade equivalente a viajar daqui a Nova Iorque, ou a qualquer outra parte do mundo, em poucos segundos. 

Na tentativa de calcular quantos prótons e elétrons estão condensados em nosso planeta, a mente só consegue ir até certo ponto. O que se revela à mente inquiridora parece infinito, mas há um ponto além do qual as ideias ficam demasiado sutis para serem seguidas. Dessa esfera em que o raciocínio não pode penetrar, Deus emite Sua Luz essencial - a Vibração Cósmica Inteligente que estrutura a criação finita."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 23/24)

EQUILÍBRIO NA MENTE (PARTE FINAL)

"(...) Nossos sentidos são prejudicados pela atividade da mente. Muito disso se deve a tolas distrações. A atividade mental também reduz os sentimentos - por exemplo, a solidariedade. Milhões de pessoas estão morrendo de fome ou subnutrição. Ouvimos falar a respeito mas não sentimos de verdade. Torna-se parte do noticiário e logo esquecemos. Mesmo enquanto falamos ou lemos a respeito, a mente pode divagar para alguma outra coisa - o que a pessoa quer comprar na próxima vez que for ao shopping ou alguma outra trivialidade. Os pensamentos criam perturbação e embotam nossa percepção. Eles também suprimem nossos sentimentos mais sutis e belos de diferentes tipos, como por exemplo o lado moral - não no sentido convencional, mas no sentido de saber o que não é correto e o que não é útil.

Buda falou a respeito do correto pensamento, da correta linguagem, da correta ação, e assim por diante. Em que consiste a retidão? É um grande tema em si mesmo, mas ele resumidamente usou uma palavra que significa 'bem-estar', não simplesmente para si próprio mas também para as outras pessoas, para o ambiente, para tudo.

Portanto, viver o correto tipo de vida é um tipo de habilidade que a pessoa tem que aprender. As pessoas fazem coisas espantosamente antiéticas porque não sabem o que isso acarretará ao bem-estar dos outros e do mundo. É difícil saber o que é bom e o que não é; daí o axioma 'o caminho para o inferno está repleto de boas intenções.' Mas se nosso cérebro não estiver distorcido, se verdadeiramente nos preocuparmos com o bem-estar dos outros, entenderemos aquilo sobre o que Buda falou. 

O pensar excessivo suprimiu nossa capacidade de responder ao que não está no nível visível. (...) Dizem que algumas descobertas surpreendentes da ciência surgiram a partir de lampejos de percepção. Mas o verdadeiro pensar parece tomar parte. Alguns cientistas descreveram como durante anos trabalham num certo problema sem obter resposta, mas certo dia, subitamente, quando param de pensar no problema, repentinamente a resposta apareceu. 

Podemos estar cercados pela beleza de um local profundamente pacífico, mas a percepção dessa beleza pode ser reduzida pela atividade mental ou até mesmo totalmente perdida. Essa pode ser uma razão para a assimetria na atividade humana, porque a capacidade de pensar sumprime e obstrui a percepção sensorial, os sentimentos e as percepções morais e estéticas."

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27/28)


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

APRENDER A COMPORTAR-SE

"Gurudeva Paramahansa Yogananda nos dizia que seu guru, Swami Sri Yukteswar, constumava dar este conselho: "Aprenda a comportar-se'. Quando Gurudeva disse-me isso a primeira vez, pensei: 'Oh, é simples. Tudo o que tenho a fazer é ser educada e amável todos os dias - não é nada demais.' Eu tinha muito a aprender! Há muita coisa em relação a isso - aprender a comportar-se é tudo. A atitude mental é tudo.

Nenhum devoto jamais foi muito longe no caminho para Deus até que começasse a praticar a introspecção e a arrancar, gradualmente, todas as tendèncias más ou negativas que o mantinham cônscio de si mesmo como ego, como corpo. 'Isto é meu!' 'Fui ofendido!' 'Eu' isto e 'eu' aquilo -  pensar dessa maneira é um grande erro. Entretanto, quanto mais se medita, mais se percebe que este 'eu' não é quem faz. Deus é o único Autor. O devoto deve orar: 'Senhor, faz de mim um instrumento mais disposto. Guia este instrumento com Tua sabedoria, para que ele possa cumprir os deveres que Tu lhe designaste; para que possa servir como Tu queiras.'

Não é suficiente nos abstermos das más ações. Não é suficiente aprendermos a controlar nossas irritações a fim de que, em momentos de tensão, não digamos alguma indelicadeza. Não basta meramente calar a língua enquanto retemos o mal e a ira na mente. Precisamos superar por dentro. Se vale a pena resistir à má conduta na ação, também vale a pena resistir a ela em pensamento. Abstenha-se tanto em pensamento quanto em ação."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 226/227)

EQUILÍBRIO NA MENTE (2ª PARTE)

"(...) Qual é o problema com a mente humana, dedicada a tantas coisas que parecem ser meios de autodestruição? Diz-se que o homem é a única espécie que destrói sem razão aparente, inclusive os seres de sua própria espécie. Nenhuma criatura, que não o homem, se entrega à destruição desenfreada. Essa é uma de nossas características peculiares. Se pensarmos cuidadosamente, parecemos estar fazendo uma coisa muito estranha. Poderemos tentar encontrar as razõs para isso? Haverá algum desequilíbrio no ser humano? 

Talvez esse desequilíbrio esteja dentro da nossa mente, por causa da atividade mental excessiva. A maioria de nós não vê muito bem, mesmo na juventude, quando a visão é aguda e clara. Olhamos para o mundo com 'olhos que não veem', porque muita coisa acontece dentro de nossa cabeça.

Alguém pode passar por um jardim extremamente belo e não estar consciente da beleza, ou estar consciente somente por alguns instantes. Podemos conversar com uma pessoa durante meia hora e não sermos capazes de ver que alguma coisa está perturbando essa pessoa.

Uma conversa entre duas pessoas pode deixar cada uma delas com apenas uma ideia parcial do que a outra disse. Quando ouvindo alguém falar, a maioria das pessoas está pensando no que irá dizer a seguir, e por isso não ouve. Podemos passar por um jardim e não ouvir o canto dos pássaros, nem sentir a brisa passando através das folhas, mesmo quando pensamos que ouvimos e sentimos.

Krishnamurti escreveu: 'Se você olhar para uma folha, olhe-a plenamente. Então você verá todas as cores, a beleza da forma, a textura, tudo. Se você olhar para as nuvens, para uma folha que cai, para as pessoas, para tudo, cuidadosamente, com atenção, você compreenderá o quanto não vê.' (...)"

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27)