OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

DISCERNIMENTO¹

“(§05) Entre o certo e o errado não deveria ser difícil escolher, pois aqueles que desejam seguir o Mestre já se decidiram a seguir o certo a todo custo. Mas o corpo e o homem são dois, e a vontade do homem não é sempre a que o corpo deseja. Quando o teu corpo deseja alguma coisa, para e pensa se tu realmente desejas isso. Pois tu és Deus, e tu queres somente o que Deus quer; mas deves penetrar fundo dentro de ti mesmo para encontrar Deus dentro de ti e ouvir a Sua voz, que é a tua voz. Não confundas teus corpos contigo mesmo - nem o corpo físico, nem o astral, nem o mental. Cada um deles pretende ser o Ego, para obter o que deseja. Precisas, porém, conhecê-los todos, e conhecer-te a ti mesmo como senhor deles.”

Após mostrar, no parágrafo anterior, que o discernimento deve ser exercitado e entendermos que discernimento gera mais discernimento, deveremos, através do autoconhecimento, buscar dentro de nós a voz interior “mas deves penetrar fundo dentro de ti mesmo para encontrar Deus dentro de ti e ouvir a Sua voz, que é a tua voz.” Essa é uma tarefa árdua e que leva muitas vidas, uma vez que já estamos identificados com outros nossos corpos. Nos envolvemos tanto na matéria, criamos tantos hábitos, que nem percebemos que somos comandados pelas nossas emoções e pensamentos. Somente através de uma investigação interior, perscrutando cada sentimento e pensamento é que poderemos iniciar o trabalho de domínio dos corpos inferiores. Essa é a parte árdua do trabalho onde poderemos cair nas armadilhas da autopiedade ou então da autocondenação, o que não nos levaria a lugar algum.

Em determinada etapa desse processo, mesmo após identificar o que não é a voz do nosso Eu Superior, ainda não conseguimos controlar os corpos emocional e mental. O apóstolo Paulo já nos falava sobre isso: “Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico.” E temos dificuldade de entender essa luta que existe dentro de nós. 

Ricardo Lindemann coloca muito bem essa luta interior no seu livro A Tradição-Sabedoria no capítulo I, A Contradição Humana. Portanto, a origem do mal que existe em nós é a nossa identificação com nossos desejos e quando buscamos realizá-los na esperança de uma satisfação. Nesse mesmo capítulo, Ricardo Lindemann cita o Katha Upanishad, “Saiba que o Ser é o passageiro e o corpo, a carruagem; que o intelecto é o cocheiro e a mente, as rédeas. Os sentidos, diz o sábio, são os cavalos, as estradas que percorre são os labirintos do desejo.” Como bem diz Lindemann, “nessa bela alegoria oriental”, podemos perceber que podemos nos enredar vida após vida somente cedendo aos desejos dos nossos pensamentos, emoções e sensações e que esses corpos têm vontade própria e essa é a grande batalha de “Kurukshetra”, que cada um deve enfrentar dentro de si mesmo, a fim de que possa dominar esses corpos.

[1] Comentários sobre o parágrafo 5º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.19-21

Tirza Fanini



EQUILÍBRIO NA MENTE (1ª PARTE)

"Atualmente as proezas do ser humano exigem raciocínio brilhante e matemática de ordem elevada. Mas, ao mesmo tempo, o que pode ser mais irracional que continuar a produzir armas nucleares quando sabemos quais podem ser os resultados de seu uso? Sabemos que toda a Terra será afetada por qualquer guerra nuclear. Contudo, país algum deseja parar a fabricação.

O que poderia ser mais irracional do que o que fazemos com a própria Terra, apesar de sabermos as consequências de nossas ações? Outro problema é a quantidade de lixo criada em todo o mundo - mas adotamos maneiras de aumentar o lixo. A irracionalidade e os poderes do raciocínio coexistem. Qual é o problema com o nosso pensamento, para que sigamos em frente com contradições tão absurdas?

Os cientistas dizem que milhares de espécies estão se extinguindo por causa da atividade humana. Existem inúmeras criaturas que têm um papel importante na manutenção do equilíbrio ecológico na Terra. Sabemos que as abelhas nos prestam um serviço essencial ao polinizar as flores. Será que temos noção de que não podemos sobreviver sem as humildes bactérias? A revista The Smithsonian publicou um artigo muito instrutivo onde dizia que as bactérias são necessárias para a fertilização da terra, para fazer funcionar nosso sistema digestivo, para desintegrar matéria orgânica morta etc.

O professor Louis Thompson afirmou que existem milhões de criaturas morrendo a cada dia, e não sabemos as consequências disso. Mesmo assim, elas são levadas a desaparecer rapidamente. Tudo isso ocorre com criaturas que estão constantemente nos ajudando pelo simples fato de existirem. Se a diversidade da vida continuar a diminuir rapidamente, ninguém sabe o que acontecerá à Terra. (...)"

(Radha Burnier - Equilíbrio na mente - Revista Sophia, Ano 9, nº 34 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 27)


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

SERES ILUMINADOS

"A pessoa que viu Deus não carece de conhecimento acadêmico para ensinar religião. Seu coração foi purificado e iluminado e sua luz se irradia e conforta a todos. Ele não precisa sair à cata de discípulos. Sri Ramakrishna constumava dizer que, quando a flor de lótus desabrocha, as abelhas afluem de toda parte, espontaneamente, em busca do mel. 'Façam a lótus florir!' - repetia ele aos discípulos.

Quando um iluminado desse tipo aparece e os aspirantes espirituais se lhe agrupam em torno, eles não podem deixar de pensar em Deus e de amá-lo. Na presença dessa alma, eles sentem que a manisfestação de Deus é fácil. Essa foi a minha experiência aos pés dos discípulos de Sri Ramakrishna. Não é difícil de entendê-lo: não há mistério nisso. Quando se visita um advogado, que espécie de pensamentos nos ocorre? Pensamentos de natureza jurídica. Junto de um médico, pensamos sobre doenças e remédios. Tais pensamentos nos vêm porque a pessoa com quem estamos vive nessa atmosfera particular. Assim também com o homem santo. Você pode não saber nada a respeito dele, mas a prova será esta: quando se chega à sua presença, o pensamento de Deus nos advém, ainda que a pessoa santa possa estar falando de algo absolutamente diferente.

Na verdade, é preciso ser um buscador da verdade de Deus para que se tenha essa susceptibilidade à atmosfera espiritual. Se não estivermos interessados na manifestação de Deus, pode o próprio Cristo pôr-se a nossa frente para ensinar-nos - e nós não lhe daremos valor nem reconheceremos sua grandeza. Dar-lhe-emos as costas, como o fez a maioria das pessoas há dois mil anos passados. Mas, se formos aspirantes da espiritualidade e nos virmos diante de uma alma iluminada, não saberemos fazer outra coisa senão glorificar a Deus, porque em sua presença sentiremos a presença do Pai."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamentos, São Paulo - p. 42/43)

SAKSHI (PARTE FINAL)

"(...) Mas seria justo ficar 'sentado na margem', assistindo silenciosamente ao drama da humanidade? Seria isso honesto? Alguém tem o direito de ficar indiferente?

Quem foi que disse que para ser atuante, eficaz, fecundo na busca de uma ordem melhor para a humanidade é indispensável deixar-se conturbar, contaminar, envolver emocionalmente?! Ao contrário, quem melhor ajuda é quem, acima da crise, conserva luzes e calma, perspectiva e serenidade, pois os que estão dentro dela já as perderam. Pobre do psiquiatra que, no tratamento de um paciente neurótico, se comprometa emocionalmente. Ele tem de praticar sakshi, se não quiser perder-se e ao doente. A ninguém é lícito ficar nas arquibancadas enquanto a humanidade, na arena, se agita e sofre, mas é imprudente deixar-se agitar e sofrer junto.

Diante de suas próprias desventuras, procure galgar um ponto em que, sereno e silente, possa observar emocionalmente isento o que está acontecendo. Quando interferir, seja para acertar. Procure ficar à distância da arrebentação da ressaca, que está abalando a humanidade. A humanidade 'estressada' está precisando da ajuda dos poucos isentos homens sadios e sábios, que ainda conservam lucidez e coerência e que, portanto, podem fazer algo por ela."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 155/156)

terça-feira, 4 de novembro de 2014

SILÊNCIO E CALMA

"A calma é nossa natureza essencial. O que é a calma? É o espaço interior ou a consciência onde as palavras desta página são assimiladas e se transformam em pensamentos. Sem essa consciência, não haveria percepção, não haveria pensamentos nem mundo. Você é essa consciência em forma de pessoa.

Quando você perde contato com sua calma interior, perde contato com você mesmo. Quando perde esse contato, fica perdido no mundo. Sua mais íntima noção de si mesmo, de quem você é, não pode ser separada da calma. Ela é o eu sou, mais profundo do que seu nome e sua forma externa.

O equivalente ao barulho externo é o barulho interno do pensamento. O equivalente ao silêncio externo é a calma interior. Sempre que houver silêncio à sua volta, ouça-o. Isso significa: apenas perceba-o. Preste atenção nele. Ouvir o silêncio desperta a dimensão de calma que já existe dentro de você, porque é só através da calma que você pode perceber o silêncio.

Veja que, quando percebe o silêncio à sua volta, você não está pensando. Está consciente do silêncio, mas não está pensando. Quando você percebe o silêncio, instala-se imediatamente uma calma alerta no seu interior. Você está presente. Nesses momentos você se liberta de milhares de anos de condicionamento humano coletivo."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 11/12)