"(...) Se você estiver metido na multidão e houver correrias e atropelos por causa de um conflito de rua, o pânico geral poderá contaminá-lo, a menos que você consiga se comportar como um 'espectador silente', observando o que se passa, a menos que exercite
sakshi.
Muitos alunos meus têm obtido proveitosos resultados no controle de crises da 'coisa' mediante se comportar como 'testemunha silente'. Saem mentalmente, da condição de pacientes e de envolvidos, e se conduzem como se a taquicardia, ou ataque de asma, ou quaisquer sintomas que antes os alarmavam, estivessem se processando em algo que não eles mesmos. Tomam consciência apenas do que se passa no corpo, sem se deixar cair presas do medo. As coisas desagradáveis, que antes conseguiam deixá-los apavorados, eles agora conseguem 'desmoralizar', por se colocarem a distância, como se não fosse com eles. O interessante é que essa atitude tem efeito tranquilizante imediato, afrouxa a tensão e consequentemente o mal-estar. Esse sentar-se na margem e ficar vendo o rio correr atua como os tranquilizantes comprados em farmácia. Desenvolva esse instrumento de redenção.
Os acontecimentos internacionais, cada dia mais dramáticos, com o choque de ideologias; os acontecimentos econômicos, políticos, sociais, realmente são assustadores pelos maus presságios. A iminência de uma guerra nuclear, os atos terroristas, as greves e as sabotagens, as injustiças sociais, os golpes de estado, mil e um acontecimentos, que a voz caprichosamente emocionada dos locutores e as manchetes da imprensa fazem ainda mais traumatizantes, estão aí para liquidar com seus nervos. Você precisa ficar imune a isso.
Como? Sakshi é a resposta. (...)"
(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 154/155)