OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 25 de outubro de 2014

O MENDIGO E O ABASTADO (1ª PARTE)

"Tenho um amigo, cientista ilustre e respeitado, dono de grandes propriedades. Tem carro bonito. Pertence a uma família ilustre. Tem apenas um ou dois aspectos onde a vida não o favoreceu como gostaria. Fechando os olhos a tudo quanto tem, vê em torno de si apenas tristezas, infelicidades ou frustrações. Vive abatido a reclamar de tudo. Lastima-se invariavelmente sempre que me encontra. Sob o ponto de vista comum, é um ricaço. Sob o ponto de vista da realidade, ele o é?

Aurino é um 'pobre' homem, que em toda sua vida tem estado em caminha de paralítico. Cresceu na horizontal. De seu leito 'pobre' de enfermo, dirige, no entanto, uma grande empresa. Uma empresa de serviço. O serviço que oferece ao público é essencial, pois corresponde a uma necessidade praticamente universal. A empresa de quem poderia viver de esmola presta exatamente o serviço de assistência, de ajuda, de amparo aos necessitados de saúde e meios de vida. O 'pobre' Aurino é um catalisador de amor, de beneficência, de humanitarismo. Mas que milagres o espírito não efetiva?! O 'pobre' é sempre encontrado em Bangu disposto a auxiliar a todos os 'ricaços' como meu amigo lamuriento. 

Creio que, tanto quanto eu, você deve andar confuso sobre o que é ser 'rico' e ser 'pobre'. Aurino é pobre ou rico? Meu amigo rico é rico mesmo ou é mendigo? Que vem a ser pobreza? E riqueza? Ninguém é mendigo pelo que não possui e sim pelo que anda mendigando. Ninguém é rico pelo que tem, mas pela espontânea prodigalidade com que distribui.

O infeliz ainda mais infeliz se torna, se imprudentemente mendiga felicidade. O intranquilo aumenta sua inquietude com o mendigar a paz. O incompreendido ainda mais inaceitável se torna, pelas reclamações que despeja sobre os outros. Ninguém pode ter admiração por um sujeito que anda à caça de ser admirado. Quem pode respeitar aquele cuja maior preocupação é fazer-se admirado? Aquele que se reconhece injustiçado e sem correspondência amorosa, e vive a pedir amor, dificilmente será amado. Não conheço quem sofre pela prodigalidade de ajuda que dá. O mundo no entanto está cheio de gente que se desgraçou por tanto pedir. (,,,)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 201/202)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A SEMEADURA ESPIRITUAL

"Disse Jesus: saiu o semeador. Encheu a mão e lançou a semente. Alguns grãos caíram no caminho; vieram as aves e os cataram. Outros caíram sobre os rochedos; não deitaram raízes para dentro da terra nem mandaram brotos para o céu. Outros ainda caíram entre espinhos, que sufocaram a semente e o verme a comeu. Outra parte caiu em terra boa, e produziu fruto bom rumo ao céu; produziu sessenta por uma, e cento e vinte por uma.

Comentário: Esta parábola do semeador é quase igual à dos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas, à exceção de divergências insignificantes. O que é notável em todos os textos é o fato de ter o semeador - que é o filho do Homem - lançado a semente da palavra de Deus indistintamente em terrenos bons e maus. Segundo a nossa agronomia, não devia ter semeado no caminho, no rochedo e nos espinhos, mas exclusivamente em terra boa. Mas, como o principal da parábola não é o símbolo material, e sim o simbolizado espiritual, o procedimento do semeador é correto; não concorda com a agronomia material, mas condiz com o agronomia espiritual, em que o campo é a alma humana dotada de livre-arbítrio. O solo físico não pode modificar a sua receptividade; mas o solo metafísico, humano, é responsável por sua receptividade, maior ou menor. Sendo a semente a própria palavra de Deus, sempre ótima, a sua diferença de produção não corre por conta da semente, mas por conta do terreno em que é semeada, isto é, a alma humana.

A parábola visa, portanto, a advertir os homens da sua responsabilidade em face da semeadura espiritual; os terrenos improdutivos da humanidade são culpados por sua improdutividade. O livre-arbítrio humano é responsável pelo fato de produzir nada, pouco ou muito.

Aqui está mais uma apoteose do livre-arbítrio do homem, sempre de novo negado por certos cientistas incompetentes. O livre-arbítrio existe potencialmente em todo o ser humano normal; mas a sua atualização depende do desenvolvimento da consciência de cada um. As leis cósmicas produzem não somente creaturas creadas, mas também creaturas creativas. Estas últimas podem crear-se melhores ou piores do que Deus as creou. A semente da palavra de Deus é ótima, mas o terreno humano é variável: mau, bom, ótimo."

(O Quinto Evangelho - A Mensagem do Cristo - Tradução e Comentários: Huberto Rohden - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 - p. 29/30)

A IMPORTÂNCIA DOS MANTRAS (PARTE FINAL)

"(...) À medida que purificamos a nossa consciência nos desembaraçando dos planos vibracionais mais densos, caminhamos de volta para o sem-forma. A prática do mantra é uma técnica para nos harmonizar com estes níveis vibracionais mais sutis. Quando nos movemos cada vez mais profundamente no mantra, o som se torna o veículo que nos permite vivenciar ambas as metades do ato de criação e retorno, de modo que voltamos dos vários para o Uno, e depois do Uno para os vários, tudo dentro da extensão do mantra.

A vibração mecânica sozinha naturalmente não realiza isto. O mantra e o recitador do mantra não estão separados um do outro, e o poder e o efeito do mantra dependem da prontidão, da abertura e da fé daquele que está realizando a repetição. Na verdade, os mantras em si não fazem nada - tudo está ligado àqueles que trabalham com eles. Os mantras não são encantamentos mágicos; mantras de poder são somente sons, a menos que você seja o tipo de pessoa que tenha uma mente unidirecionada e características particulares de personalidade que fazem com que esses mantras de poder funcionem. Isto é, o que um mantra faz é concentrar o material que já existe em você. Ele somente o coloca em foco. É como uma lente de aumento sob o sol: a lente de aumento não tem calor e nem gera o calor, mas capta a luz solar e a concentra e a torna unidirecionada. O mantra é como uma lente de aumento para a sua consciência.

Os mantras podem ser utilizados como um meio de acalmar pensamentos e também para concentrá-los. Se vocês imaginarem a mente como sendo um oceano, com ondas de pensamento surgindo ao longo dele, as ondas indo a todas as direções devido às correntes das marés e dos ventos - nesse oceano um mantra estabelece um único padrão de ondas que gradualmente suplantam todas as outras até que o mantra seja o único pensamento-forma, existente. Então existe somente uma onda contínua atravessando a sua mente - indo e vindo, indo e vindo.

Digamos que estou dirigindo sozinho e que estou repetindo 'Rama, Rama, Rama, Rama, Rama'. Existe um quadro indo e vindo no qual escreve 'Rama, Rama, Rama, Rama'. Olho para o velocímetro e ele se torna 'Rama, Rama, Rama, Rama'. Penso: 'Eu poderia tomar um milk shake no próximo restaurante', e durante todo o tempo continuo a repetir 'Rama, Rama, Rama, Rama'. Tudo vem e vai, vem e vai, tudo está 'mantralizado'. Tudo está convertido, Tudo virou Deus."

(Ram Dass - Caminhos para Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 153/154)
www.record.com.br


quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O PODER QUE DEUS DEU AO HOMEM

"Nada é maior que a Consciência Cósmica ou Deus. O poder Dele ultrapassa sobejamente o da mente humana. Busque apenas a ajuda Dele. Este conselho, porém, não significa que você se deva tornar passivo, inerte ou crédulo, ou que deva menosprezar o poder de sua própria mente. O Senhor ajuda a quem se ajuda. Ele lhe deu força de vontade, concentração, fé, razão e bom senso para que você as use quando tentar livrar-se das aflições físicas e mentais; você deve empregar todos esses poderes, enquanto, ao mesmo tempo, apela para ele.

Quando profere afirmações ou preces, creia sempre que está usando um poder que é seu próprio, mas que lhe foi dado por Deus, para sua própria cura ou para a dos outros. Peça ajuda Dele, mas compreenda que você mesmo, como filho amado de Deus, está empregando os dons da vontade, da emoção e da razão, que ele lhe deu, para solucionar todos os problemas difíceis da vida. Deve-se alcançar um equilíbrio entre a ideia medieval de depender totalmente de Deus e a maneira moderna de só depender do ego."

(Paramahansa Yogananda - Afirmações Científicas de Cura - Self-Realization Fellowship - p.21/22)


A IMPORTÂNCIA DOS MANTRAS (1ª PARTE)

"Swami Muktananda costuma contar uma história sobre um santo que uma vez estava fazendo um discurso sobre mantras. Um homem na platéia levantou-se e disse: 'Que bobagem é essa de mantra? Quem pode perder tempo repetindo a mesma palavra várias e várias vezes? O senhor acha que se repetir 'pão, pão, pão' isso irá encher a sua barriga?'

O santo pulou da sua almofada. Apontou o dedo para o homem e gritou: 'Cale-se e sente-se, seu estúpido!' O homem ficou furioso. Seu rosto avermelhou e todo o seu corpo começou a tremer de raiva. Explodiu dizendo: 'O senhor se diz um homem santo e usa um termo desses para se dirigir a mim?' O santo respondeu com humildade: 'Mas, senhor, não compreendo. Você ouviu ser chamado de estúpido somente uma vez, e veja como isso o afetou, mas acha que a nossa repetição do nome do Senhor por várias e várias horas não nos beneficiará.'

A história de Muktananda está relacionada a um dos níveis nos quais o mantra nos afeta - um nível no qual o efeito está ligado ao significado do nome ou frases sagradas. Em outras palavras, está ligado à nossa associação com as palavras. Mas, além de qualquer imagem que nos seja lembrada, o som do mantra exerce o seu próprio efeito sobre nós. É como se existissem planos de realidade que possuíssem os seus próprios sons, suas próprias vibrações e nós repetimos o mantra para nos harmonizarmos com esses planos conciliando as nossas próprias vibrações com as deles através da repetição do som do mantra. Esse som, ou shabdh, é basicamente um som espiritual e não físico - da mesma forma que os chakras não são órgãos físicos, mas locais espirituais de várias formas de energia do corpo. A prática do shabdh yoga é um caminho para trabalhar com o som interior.

Muitos livros sagrados, em várias tradições, ligaram o som à criação de toda a forma. No hinduísmo, diz-se que o Om é o som-raiz do universo, a semente ou sílaba bija que se manifesta como criação. E encontramos na Bíblia: 'No início havia o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus, e o Verbo se fez carne.' Podemos imaginar o ato da criação ocorrendo dessa forma: o sem-forma se transforma por meio do plano causal em ideia, que já é um som sutil, um som tanto de palavras como de imagens; e depois ele parte dali para sons cada vez mais densos, incluindo, finalmente, nossos corpos, que são na verdade uma forma de vibração densa. (Eles possuem um som, embora não possamos ouvi-lo). (...)'

(Ram Dass - Caminhos para Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 152/153)
www.record.com.br