OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 5 de outubro de 2014

FUJA DA PRISÃO DO DESTINO

"Embora a vida pareça caprichosa, incerta e cheia de todo tipo de problemas, temos sempre a proteção orientadora e amorosa de Deus. Estamos numa espécie de cadeia, aprisionados pelas consequências de atos equivocados. Mas podemos fugir da prisão e voltar à união com Deus. Embora cercados pelas barras do destino - maldade, problemas morais, fraquezas, doenças, dificuldades financeiras - temos em nós o poder de quebrá-las.

Quando jovem, você acha que pode conquistar o mundo, mas à medida que fica mais velho, sente que já não é mais assim. Dia após dia, você comprova que é um escravo do ambiente e do hábito. Em vez disso, deve afirmar, todos os dias: 'Sou o conquistador de tudo. Posso morrer, mas morrerei livre, no regaço de Deus. Não ficarei atrás das barras dos maus hábitos e do destino.' A liberdade virá se você meditar todos os dias e fortalecer a força de vontade. Foi você quem criou a prisão, e não Deus. Você forjou as barras e, portanto, é você quem precisa rompê-las. Seja um fugitivo; fuja da prisão da carne. Escape de todas as celas de maus hábitos, apegos, emoções, desejos, vida e morte. As barras da cadeia em que sua alma se encontra prisioneira podem ser serradas com a serra da sabedoria. Quanto mais usar a serra da meditação, mais livre ficará graças ao poder de Deus. Nele, saberá que esta vida é como um sonho; é simplesmente uma apresentação teatral.

Meus caros, eu aprecio imensamente estes encontros com vocês, pois não venho aqui para fazer uma palestra; falo apenas com a consciência do Espírito, e não mecanicamente. Transmito o que me vem da alma. Aqui encontro muitas almas amorosas, e há tantas outras que vivem em nosso ashram de Mt. Washington. Anos e anos de paz e harmonia ininterruptas; agradeço ao Senhor, pois tudo é a Sua glória.

Nem sempre é fácil fazer o bem. Mas a melhor coisa da vida é viver no castelo da consciência limpa, sabendo que se está agradando a Deus. Ele é a única resposta, pois em Deus está a maior felicidade. 'Além e acima de realizar fielmente todos os deveres, abrigando-se em Mim, é por Meu prazer que o devoto obtém o estado imutável, eterno.' Ame e abençõe a tudo, tentando ver Deus em todos, até os que vivem em erro. E por mais difícil que às vezes pareça, siga o caminho da verdade - assim você quebrará as barras do destino."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 59/60)

A MORTE E O ETERNO (3ª PARTE)

"(...) A maioria das pessoas sente que sua identidade, sua noção do 'eu', é algo extremamente precioso que elas não querem perder, por isso têm tanto medo da morte. Parece assustador e inimaginável que o 'eu' possa deixar de existir. Isso acontece porque você confunde esse precioso 'eu' com o seu nome, sua forma física e com a história ligada a eles. O 'eu' que você concebe é apenas uma forma temporária na consciência.

Enquanto você só conhecer essa identidade ligada à forma, ao nome e à sua história, você não perceberá que esse 'eu' precioso é a sua essência, sua noção mais íntima do Eu Sou - que é a própria consciência. É o seu 'eu' eterno - e esta é a única coisa que você não perde nunca.

Se você sofre uma grande perda - seja de um bem material, a morte de uma pessoa querida, a perda da reputação, do emprego, de uma parte do corpo -, alguma coisa dentro de você morre. Você se sente diminuído na ideia que fazia de si mesmo. Pode também ocorrer uma certa desorientação. 'Sem esse cargo na empresa, quem sou eu?' Perder algo concreto que você inconscientemente identificou como seu pode ser uma experiência muito dolorosa. É como se ficasse um buraco na sua existência.

Quando isso ocorrer, não negue nem ignore a dor e a tristeza que sente. Aceite-as. Cuidado, porque a mente tem a tendência de construir uma história em torno da perda - uma história em que você desempenha o papel de vítima. Medo, raiva, ressentimento e pena de si mesmo são as emoções que acompanham o papel de vítima. Preste também atenção ao que está por trás dessas emoções, assim como da história que sua mente criou: aquela sensação  de buraco, aquele espaço vazio. Você é capaz de suportar e aceitar essa estranha sensação de vazio? Se for capaz de encarar o vazio de frente, talvez descubra que ele deixa de ser assustador. E pode se surpreender ao descobrir que há paz emanando de lá.

Sempre que alguém morre, sempre que uma forma de vida se extingue, Deus - aquele que não tem forma nem se manifesta - brilha no espaço deixado pela forma que acabou. É por isso que a morte é o que a vida tem de mais sagrado. É por isso também que a paz de Deus pode chegar a você através da contemplação e da aceitação da morte. (...)"

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 67/68)

sábado, 4 de outubro de 2014

O PERIGO DE UMA IMAGINAÇÃO INDISCIPLINADA

"Consideremos o caso de um homem que anseia por bebida. Ele conhece o sofrimento que a sua fraqueza lhe ocasiona; sabe que utiliza mal seu salário e deixa sua família à míngua; e, em seus momentos de lucidez, resolve abandonar aquele vício. Então ele passa por diante de uma taberna, vê sair e entrar gente, e talvez ainda sinta o odor da bebida. Até aquele momento esteve livre de tentação e da consequente luta. Mas, que sucede agora? Naquela fração de segundo, se imagina bebendo – cria uma imagem mental; e por um momento vive e atua naquela forma mental como se, com efeito, usufruísse da bebida. Experimenta a possível satisfação de sua ânsia, mas em realidade não faz mais que intensificá-la, tornando a ação quase inevitável. Uma vez produzida a imagem, evoca tardiamente sua vontade dizendo: ‘Não quero fazer isso’. Mas já é demasiado tarde, e a luta é praticamente em vão. Uma vez criada a imagem mental, segue-se geralmente a consumação da mesma em ação. Sem dúvida, às vezes a imagem não é bastante vigorosa, e é possível repeti-la. Mas mesmo assim há a luta, desgaste dos corpos e sofrimento como resultado. O melhor caminho é impedir que se forme a criadora imagem mental e intervir quando ainda seja eficaz a intervenção.

A imaginação indisciplinada causa sofrimento mais graves do que se supõe. As inumeráveis ocasiões em que tantos não puderam dominar suas paixões, especialmente a luxúria, foram resultados de uma imaginação indisciplinada e não de uma vontade fraca. Pode-se sentir um forte desejo, mas é o pensamento criador que acarretará a ação.

A maioria das pessoas não dá importância a suas imaginações, devaneios ou pensamentos e pensam que eles sejam inofensivos por não serem tangíveis ou visíveis à visão ordinária. Contudo, constituem o único perigo. A quem experimente um intenso desejo sexual, não haverá perigo em ver ou pensar no objeto de seu desejo, a menos que ao pensamento acompanhe a imagem mental de estar saciando o seu apetite. O risco começa quando se imagina a si mesmo em ato de satisfação do desejo e quando se consente que o desejo fortaleça a imagem criada.

Um homem pode estar rodeado de objetos de desejo e, contudo, não experimentar perturbação nem dificuldade alguma, contanto que não permita que sua imaginação, seu poder mental criador, reaja a tais objetos. Nunca temos suficiente percepção de que os objetos de desejo não têm por si poder algum, a menos que nos permitamos reagir a eles, a menos que busquemos saciá-los em imagens criadora. Mas, uma vez que o tenhamos feito, a luta sobrevém certamente. Consideramos o que pensamos como nossa vontade, e tentamos escapar dos resultados de nossa própria imaginação por meio de uma resistência frenética, Poucos compreenderam que a resistência agitada e ansiosa inspirada pelo medo é algo muito diferente da Vontade."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013, p. 29/30)


A MORTE E O ETERNO (2ª PARTE)

"(...) Claro que você sabe que um dia vai morrer, mas isso permanece apenas como uma ideia, até que você seja confrontado pela primeira vez com a morte. Ela pode chegar através de uma doença grave, de um acidente que atinja você pessoalmente ou da morte de um ente querido. Nesse momento a morte entra em sua vida e você toma consciência de que é um ser mortal.

A maioria das pessoas procura ignorar esse fato, mas, se enfrenta a realida de que seu corpo é passageiro e pode acabar a qualquer instante, você consegue separar sua forma física do seu 'eu'. Quando admite e aceita a natureza fugaz e passageira de todas as formas de vida, você é invadido por uma estranha sensação de paz. Ao encarar a morte de frente, sua consciência se liberta até certo ponto da identificação com a forma física. (...)

A cultura ocidental ainda nega amplamente a morte. Até as pessoas idosas procuram não falar ou pensar na morte, e os corpos dos mortos são mantidos a distância. Uma cultura que nega a morte torna-se inevitalmente superficial, preocupada apenas com a aparência das coisas. Quando se nega a morte, a vida perde a profundidade. A possibilidade de saber quem somos para além do nome e da forma física - a nossa dimensão transcendental - desaparece, pois a morte é a abertura para essa dimensão.

As pessoas, de um modo geral, se sentem profundamente pertubadas com qualquer coisa que acaba, porque todo fim é uma pequena morte. É por isso que em muitas culturas as pessoas preferem se despedir dizendo algo equivalente a 'até logo', o que significa 'nos vemos depois'. Sempre que uma experiência termina - uma mudança de endereço, as férias, os filhos indo embora de casa -, você passa por uma pequena morte. A 'forma' que essa experiência tinha na sua consciência desaparece. Muitas vezes isso faz com que você sinta um vazio do qual a maioria das pessoas tenta fugir.

Se você aprender a aceitar e até acolher os pequenos e grandes fins que acontecem em sua vida, pode descobrir que o sentimento de vazio que a princípio causou tanto desconforto se transforma num espaço interno profudamente cheio de paz. Aprendendo a morrer assim a cada dia, você se abre para a Vida. (...)"

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 65/66)

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

MEMÓRIA CONSTANTE

"Através da pureza do intelecto surge a memória constante, e ao chegarmos à recordação correta todos os elos são completamente rompidos.


Memória Constante: esse é o caminho indicado no Upanixade Chandogya. O que torna a memória inconstante? É a pletora de imagens criadas pela mente, cada imagem demandando atenção da mente. A memória só pode ser constante se a percepção for constante. Somente se o homem vê os fatos e não as projeções da mente é que surge uma memória constante dos fatos. Um poeta inglês escreveu que nosso nascimento é esquecimento. Esquecemos de onde viemos, esquecemos nossa real natureza. Através da projeção de imagens foi construída uma natureza adquirida. Perdemos a base original da memória constante. Quando surge o vazio da plenitude aparente da mente, então naquele vazio surge uma recordação, o nascimento de uma memória constante. Vemos o que somos e é com esse conhecimento que retornamos ao mundo da ação de todo dia. Para aquele que viu sua real natureza o processo do vir-a-ser é alegria indescritível. Sua jornada na vida pode ser longa, mas o final não está distante, ele existe no próprio começo. Quando o final está no começo, a jornada com todos os seus perigos é uma experiência sensacional. Não se está preocupado em chegar. Para ele não há chegada, apenas a própria jornada. Quando a tensão e antecipação da chegada desaparecem, cada passo da jornada se torna uma experiência fascinante. Essa jornada para o aparente vazio leva-nos a uma experiência de intensa Plenitude, uma plenitude que permanece plena mesmo com a passagem do tempo. Porque é uma Plenitude que o tempo não pode tocar. É uma Plenitude que não conhece decadência, porque não é uma plenitude que foi preenchida com alguma coisa. É uma Plenitude de total vazio, de total nada, de absoluto vazio. A Plenitude do Vazio é realmente o Atman, o imortal e destemido, aquele que se expressa em todas as formas e ainda assim permanece supremamente Sem Forma."

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades - Ed. Teosófica, Brasília, 2003, p. 224/225)