OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (PARTE FINAL)

"(...) Preste atenção as suas motivações em tudo o que fizer. Tanto o glutão quanto o iogue comem. Mas você diria que comer é pecado por ser frequentemente associado à gula? Não. O pecado está no pensamento, na motivação. O homem mundano come para satisfazer a gula e o iogue come para manter seu corpo em forma. Há uma enorme diferença. Analogamente, um homem comete um homicídio e é enforcado por isso; um outro mata muitos seres humanos no campo de batalha, defendendo a pátria, e é condecorado. Aqui, novamente, é a motivação que faz a diferença. Os moralistas fixam regras absolutas, mas estou dando-lhe exemplos para mostrar como você pode viver neste mundo de relatividades, com o autocontrole dos sentimentos, mas sem se tornar um autômato.

A maneira científica de viver é interiorizar-se e se perguntar se está agindo certo ou errado, e ser absolutamente sincero consigo próprio. Se for sincero com você mesmo, é pouco provável que aja errado e, ainda que o faça, será capaz de se corrigir rapidamente.

Todas as manhãs e todas as noites mergulhe no silêncio, ou seja, na meditação profunda, pois a meditação é o único caminho para se distinguir a verdade do erro. Aprenda a ser guiado por sua consciência, o divino poder do discernimento dentro de você.

Deus é o sussurro no templo de sua consciência e a luz da intuição. Você sabe quando está agindo errado. Todo o seu ser lhe diz, e essa sensação é a voz de Deus. Se você não O escuta, Ele fica calado. Mas quando você despertar da ilusão e quiser agir corretamente, Ele o guiará.

Seguindo todo o tempo a voz interna da consciência, que é a voz de Deus, você se tornará uma pessoa verdadeiramente moral, um ser altamente espiritualizado, um homem de paz."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 56/57)

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

LIVRE-ARBÍTRIO E DESTINO

"Destino e livre-arbítrio parecem existir juntos. Há uma inteligência, uma sabedoria ou uma consciência que sabe como acontecimentos e relacionamentos vão se desenvolver. Hamlet chama isto de um destino que 'molda nossos fins'. Na Terra, não sabemos como nossas experiências vão terminar, mas através de nossos atos e comportamentos - do nosso livre-arbítrio - podemos influir em como elas irão se  desdobrar para nós, tanto no futuro da vida presente quanto em vidas futuras.

Assim como a alma faz uma revisão no final da vida, ela também parece fazer uma previsão de vida antes de nascermos. 'Vou exercer a compaixão, a empatia e não-violência', por exemplo. Ela vê como a vida está delineada, quem iremos encontrar, quem vai nos ajudar ao longo do caminho espiritual e como vamos ajudar essas pessoas. É complicado, porque há uma interação com outras almas que também têm seus próprios planos. As pessoas que encontramos e as experiências que nos aguardam nos ajudam a aprender - isto é o destino.

Vejamos. Você encontra a pessoa com a qual tinha planejado se casar para aprenderem juntos e se ajudarem mutuamente, enquanto progridem em direção à imortalidade. Mas essa pessoa tem uma religião incompatível, ou mora muito longe, ou seus pais se apõem ao relacionamento. Então você escolhe não se casar com ela. Isto é o livre-arbítrio. Você tinha uma escolha, e decidiu não se casar. A  escolha vai levar você a um ponto do destino que  poderia não acontecer se sua resposta tivesse sido 'sim'. É desta forma que mudamos nosso futuro nesta vida.

Se você encontra essa pessoa e se casa com ela, vai percorrer uma estrada que escolheu com seu livre-arbítrio, e isto vai influenciar sua vida presente e suas vidas futuras. Se resolver se separar, vai entrar numa estrada diferente e pode vir a aprender lições diferentes. Talvez você encontre uma outra alma gêmea ou tenha uma experiência diversa. O importante é saber a rapidez com que vai aprender, e quanta felicidade, espiritualidade, tranquilidade e tudo o mais vai conquistar nessa vida.

As respostas dependem primordialmente de seu livre-arbítrio. É como subir numa árvore: há muitos galhos e muitas escolhas. No final, você vai chegar ao topo da árvore, mas pode precisar de cinco, dez ou trinta vidas para atingi-lo. Por exemplo, quantas vidas serão necessárias para você realizar o objetivo de sua alma de aprender a usar de compaixão? Depende das escolhas que fizer. Portanto, o destino - a árvore do nosso exemplo - e o  livre-arbítrio coexistem."

(Brian Weiss - Muitas Vidas Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p.138/139)

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (2ª PARTE)

"(...) O bom julgamento é uma expressão natural de sabedoria, mas depende diretamente da harmonia interna, que é o equilíbrio mental. Quando lhe falta harmonia, a mente não tem paz, e, sem paz, não há nela discernimento nem sabedoria. A vida é cheia de trancos e solavancos. Nas horas difíceis, que demandam o mais agudo discernimento, se preservar seu equilíbrio mental, você alcançará a vitória. A harmonia interna é o seu melhor apoio para suportar a carga da vida.

A inquietude - que agita e distrai a mente - tolda a visão e causa mal-entendidos. A emoção tolda sua visão. As variações do humor toldam sua visão. A maioria das pessoas age não em função do entendimento, mas segundo seus estados de ânimo. A compreensão é a visão de seu interior, a contemplação de sua alma, o telescópio de seu coração. A compreensão é um equilíbrio entre inteligência calma e pureza de coração. (...) A emoção é um sentimento distorcido que o levará a agir mal. (...) Você tem de ter uma compreensão equilibrada. Se a sua compreensão for governada tanto pelo coração quanto pela cabeça, aí, então, você terá uma visão clara para enxergar a si mesmo e aos outros.

Você deve analisar os inúmeros preconceitos a que seu entendimento está sujeito. Sempre que estiver tomando uma decisão ou agindo, pergunte a si mesmo se está sendo movido pelo entendimento, pela emoção ou por alguma outra influência preconceituosa em sua mente. Enquanto estiver sujeito à ira ou à ambição, enquanto estiver influenciado pelo pensamento equivocado a respeito dos outros, enquanto isso ocorrer, o seu próprio entendimento não terá clareza.

A razão humana pode sempre achar 'prós e contras' tanto para as boas quanto para as más ações. Ela é intrinsecamente desleal. O discernimento reconhece, como sua estrela polar, apenas um critério: a alma. Imaginem dois homens. À direita deles está o vale da vida e à esquerda, o vale da morte. São ambos racionais, mas um vai à direita e o outro à esquerda. Por quê? Porque um deles usou corretamente seu poder de discernir, enquanto o outro usou mal esse poder, entregando-se com indulgência às falsas racionalizações. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 54/56)

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O DRAMA DA ALMA

"Podemos considerar as repetidas encarnações da Alma divina nos mundos de manifestação externa como uma atividade especial do Ego, com o determinado propósito de adquirir o conhecimento que só desse modo lhe é possível. A tragédia se dá com a descida da consciência divina aos três corpos – físico, emocional e mental -, a verdadeira queda do homem na matéria, que é a causa de todo o subsequente sofrimento na peregrinação da alma. Assim é que o Ego ao infundir-se uma porção de si mesmo em cada um dos três corpos, identifica-se com o corpo em que se infunde; e, por essa identificação, percebe a si próprio como sendo o corpo destinado a servir-lhe de instrumento.

Ao identificar-se com os seus veículos, a consciência encarnada já não compartilha da oniabarcante consciência do divino Ser a que pertence, mas participa da separatividade dos corpos e se converte numa entidade dissociada dos demais seres e oposto a eles, isto é, numa personalidade. É a velha lenda de Narciso, que ao contemplar sua imagem refletida na água do lago anseia por abraçá-la; e ao fazer tal tentativa, morre submerso na água. Assim a consciência encarnada está submersa no mar da matéria; e, ao identificar-se com os distintos corpos, separa-se do Ser a que pertence e já não se reconhece como o que verdadeiramente é: um filho de Deus.

Então começa a longa tragédia da Alma exilada, que se esquece de sua divina herança e se degrada na inconsciente submissão aos corpos que deveriam ser instrumentos de sua Vontade. É o antigo mito gnóstico de Sophia: a Alma divina exilada vive entre ladrões e salteadores que a humilham e maltratam, até que Cristo a redime e restitui à sua divina morada.

Pode haver maior tragédia e mais profunda degradação que aquela onde a Alma divina, membro da suprema Nobreza, a própria divindade, esteja sujeita às humilhações e indignidades de uma existência na qual, esquecida de sua alta categoria, consente em escravizar-se à matéria?

Às vezes, quando vemos a humanidade em seu pior aspecto, horrenda em sua odiosidade, discordante em seu desvio da Natureza, grosseira e brutal ou estúpida e frívola, nos apercebemos dessa intensa tragédia da Alma exilada e temos pungente consciência da degradação sofrida pelo imortal Ser interno."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 18/19)

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (1ª PARTE)

"Quando a mente está tranquila, como é belo, rápido e suave o modo como se percebe tudo! Uma pessoa tranquila reflete quietude nos olhos, aguda inteligência no rosto e receptividade apropriada na mente. É homem de ações prontas e decisivas, mas não é levado por impulsos e desejos que subitamente lhe ocorram.

Sempre pense, primeiro, no que vai fazer, e no modo como isso o afetará. Agir por impulso não é liberdade, pois você ficará amarrado aos efeitos nefastos das más ações. No entanto, ser capaz de fazer coisas que o seu discernimento lhe diz serem boas para você, isso sim é ter liberdade plena. Essa espécie de ação guiada pela sabedoria resulta numa existência divina.

O homem não deve ser um autômato psicológico, como um animal, que age apenas movido pelo instinto. Não pensar é um grande pecado contra o Espírito que habita em você. Fomos feitos para ser conscientes do que fazemos. Devemos refletir antes de agir. Devemos aprender a usar a mente para que possamos evoluir e realizar a nossa unidade com o Criador. Tudo o que fazemos deveria ser o resultado de um pensamento premeditado.

Certa estudante cometera um erro grave. E se lamentava: 'Sempre cultivei bons hábitos. Parece incrível que essa desgraça me tenha acontecido.' 'Seu erro foi confiar demais nos bons hábitos e negligenciar o permanente exercício do juízo correto', disse-lhe Paramahansa Yogananda. 'Seus bons hábitos ajudam em circunstâncias comuns e conhecidas, mas podem não ser suficientes para guiá-la quando surge um problema novo. Aí, então, o discernimento é necessário. Pela meditação profunda você aprenderá a escolher o caminho certo, sempre, mesmo quando se confrontar com circunstâncias extraordinárias. 'O homem não é um autômato, Portanto, nem sempre pode viver de maneira sábia simplesmente guiando-se por regras fixas e preceitos morais rígidos. Na grande variedade de problemas e acontecimentos diários encontramos campo para desenvolver o bom discernimento.' (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 52/54)