OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

DESENVOLVER O DISCERNIMENTO PARA JULGAR (1ª PARTE)

"Quando a mente está tranquila, como é belo, rápido e suave o modo como se percebe tudo! Uma pessoa tranquila reflete quietude nos olhos, aguda inteligência no rosto e receptividade apropriada na mente. É homem de ações prontas e decisivas, mas não é levado por impulsos e desejos que subitamente lhe ocorram.

Sempre pense, primeiro, no que vai fazer, e no modo como isso o afetará. Agir por impulso não é liberdade, pois você ficará amarrado aos efeitos nefastos das más ações. No entanto, ser capaz de fazer coisas que o seu discernimento lhe diz serem boas para você, isso sim é ter liberdade plena. Essa espécie de ação guiada pela sabedoria resulta numa existência divina.

O homem não deve ser um autômato psicológico, como um animal, que age apenas movido pelo instinto. Não pensar é um grande pecado contra o Espírito que habita em você. Fomos feitos para ser conscientes do que fazemos. Devemos refletir antes de agir. Devemos aprender a usar a mente para que possamos evoluir e realizar a nossa unidade com o Criador. Tudo o que fazemos deveria ser o resultado de um pensamento premeditado.

Certa estudante cometera um erro grave. E se lamentava: 'Sempre cultivei bons hábitos. Parece incrível que essa desgraça me tenha acontecido.' 'Seu erro foi confiar demais nos bons hábitos e negligenciar o permanente exercício do juízo correto', disse-lhe Paramahansa Yogananda. 'Seus bons hábitos ajudam em circunstâncias comuns e conhecidas, mas podem não ser suficientes para guiá-la quando surge um problema novo. Aí, então, o discernimento é necessário. Pela meditação profunda você aprenderá a escolher o caminho certo, sempre, mesmo quando se confrontar com circunstâncias extraordinárias. 'O homem não é um autômato, Portanto, nem sempre pode viver de maneira sábia simplesmente guiando-se por regras fixas e preceitos morais rígidos. Na grande variedade de problemas e acontecimentos diários encontramos campo para desenvolver o bom discernimento.' (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 52/54)

terça-feira, 16 de setembro de 2014

A PROMESSA

"Havia dois monges: um professor e seu aluno. Para incentivar o aluno, o professor disse:

- Um dia desses, vamos sair e fazer um piquenique.

Mas, alguns dias depois, aquilo já estava esquecido. O aluno lembrou ao professor a promessa, mas o professor respondeu que estava ocupado demais naquele momento para fazer piqueniques.

Passou-se muito tempo, e nada de piquenique.

Quando o aluno mencionou o assunto uma segunda vez, o professor repetiu que estava muito ocupado. Um dia, o aluno viu um defundo sendo levado e, quando o professor lhe perguntou o que estava acontencendo, ele respondeu:

Aquele pobre coitado está indo para um piquenique!

Portanto, a menos que você reserve um tempo específico para os compromissos que assume, sempre terá outras obrigações que acabarão ocupando esse tempo."

(Dali-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 57

APARIGRAHA (PARTE FINAL)

"(...) Se você é político ou deseja fazer vida política precisa lembrar-se de que o poder político é um 'talento' que deve ser judiciosa e inegoisticamente usado para o bem-comum. Quem o utilizar em proveito próprio, e, consequentemente, prejudicando o bem social, estará desafiando a Lei do Karma que é infalível. O verdadeiro yogue, se tivesse medo de alguma coisa, temeria cometer erros no uso do poder econômico, político ou social emprestado por Deus.

O yogue é candidato à saúde e à paz de espirito, e por isso está sempre alerta para não se deixar corromper e, para isso o preventivo é aparigraha, a não cobiça.

A cobiça, mesmo que seja pelo céu, nos pertuba.

É fato comprovado por poucos homens felizes que, somente depois de aliviados da cobiça, vieram-lhes às mãos as coisas que até então haviam em vão perseguido.

As gemas parece que fogem da bateia do garimpeiro endoidecido pela cobiça.

Aparigraha, a não cobiça, tranquiliza a alma. E quando há tranquilidade, até os pântanos ganham o privilègio de refletir as nuvens.

Não tolde sua alma, amigo, com a agitação da cobiça. Não cobice nem sequer sua cura, para, assim, não a retardar."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 223)

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

A IGNORÂNCIA É A CAUSA

"A última coisa que o homem descobre é a si mesmo. É uma verdade singular, e contudo universal, a de que, no homem, a sede por conhecimento houvesse de começar pelo mais distante e terminar pelo mais próximo. O homem primitivo estudou o firmamento, mas somente o homem moderno começa a explorar os mistérios de sua própria Alma.

O seres humanos, em sua maioria, são mistérios para si próprios; e muitos ainda não se apercebem da existência do enigma. Se perguntássemos ao homem comum o que ele é em realidade, como ser vivente; que lhe sucede quando sente, pensa e age; qual é a causa da luta entre o bem e o mal de que é consciente em seu interior, ele não só seria incapaz de responder, como o próprio questionamento lhe pareceria estranho e novo. No entanto, não é ainda mais estranho que os indivíduos caminhem pela vida arcando com todas suas vicissitudes, passando pelos sofrimentos comuns a todos os homens, regozijando-se nos fugazes prazeres da vida, suportando sua incessante carga, e nunca perguntarem por quê?

Se deparássemos com um homem viajando com muito incômodo e fadiga, e ao lhe perguntarmos para onde estaria indo nos respondesse que nunca lhe havia ocorrido pensar em tal coisa, certamente o qualificaríamos de insano. Não obstante, é exatamente o caso da maioria dos indivíduos na vida trivial – seguem caminho, desde o nascimento até a morte, trabalhando arduamente durante todo o exaustivo trajeto da vida, e nunca perguntam por quê; ou, se o fazem, formulam a questão em termos superficiais, sem realmente tratar de encontrar a resposta.

Mas em sua longa peregrinação a cada Alma chega o tempo em que a vida se torna impossível a não ser que lhe conheça o motivo. É quando, desiludida do mundo circundante no qual o supremo contentamento jamais pode ser encontrado, a Alma abandona por um momento sua peregrinação frenética por ilusões e, em total exaustão, aquieta-se silenciosa e solitária. É nesse momento que nasce em seu interior a consciência de um novo mundo; é assim que, tendo desviado seu foco da fascinação do mundo circundante, a Alma descobre a permanente realidade do mundo interior, o mundo do Ser. Então, e só então, são respondidas as questões acerca da vida; porém, como disse Emerson, a Alma nunca responde verbalmente, mas pelo próprio objeto procurado."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 15/16)


APARIGRAHA (1ª PARTE)

"É um preceito do yoga e significa 'não cobice'. A cobiça é fonte de ansiedade. Por sua vez se origina da insatisfação. Nasce da frustração e gera frustração.

Dela pode advir muitas atitudes mentais, destruidoras de saúde. Quem cobiça jamais chega a experienciar a doçura do contentamento, desde que está sempre em luta por mais e por melhor.

Se você amarrar sobre as costas de um jabuti um pedaço de pau tendo na ponta um pedaço de alface, teoricamente pelo menos, vai fazê-lo andar até fisicamente exaurir-se. Atraído pelo cheiro apetitoso, andará, sempre a perseguir o inatingível. É o símbolo da cobiça.

Cobiçando maior conta bancária e mais poder econômico, muitos comerciantes, industriais, homens de empresa cometem suicídio trabalhando demais, ou, explorando os outros, se perdem no emaranhado de valores que não passam pelos portões da morte. A cobiça dá origem à inveja, que é outra fonte geradora de desequilíbrios e crimes. Quanta desgraça tem sido gerada por políticos, não só na conquista do poder, mas também no exercício do poder! A história da humanidade está cheia de exemplos de povos que foram dizimados por alguns obsedados pelo poder.

A cobiça, quer pelos cifrões, quer pelo mando, quer pela notoriedade, tem feito imperar na terra a corrupção. Na luta pelo poder, seja econômico, seja político, o homem se destrói, perseguindo o que no final é tremenda decepção. 

A morte é certa e não respeita nem rico nem rei. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 222/223)