OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A VERDADEIRA RELIGIÃO (1ª PARTE)

"O sofrimento existe desde tempos imemoráveis, sob a forma de pobreza, ignorância, solidão, falta de amor, etc. Haverá um estado de sabedoria no qual a humanidade possa ser feliz? Em todas as eras, pessoas profundamente religiosas inquiriam a respeito disso.

As instituições e os sistemas religiosos enfatizaram rituais, formas de adoração e obediência ao clero, muitas vezes ignorando os verdadeiros valores da religião. No entanto, todo instrutor religioso genuíno foi um reformador, libertando as mentes ignorantes das práticas convencionais rígidas e inspirando-as a inquirir a respeito do mistério da vida, seu propósito e significado.

A religião, no seu verdadeiro sentido, deve libertar as pessoas da superstição e do sofrimento, e não escravizá-las com ideias prontas e hierarquias. Ao retirar das religiões os dogmas e as superstições e atingir o âmago de seus ensinamentos, constata-se que a essência é o amor universal, baseado no conhecimento de que a vida é indivisível.

As religiões não devem ser aceitas como são apenas porque essa é a atitude mais fácil; elas devem ser examinadas criticamente para avaliarmos se criam inimizades e conflitos ou se unem as pessoas com abordagens de tolerância e boa vontade. Ajoelhar-se ou permanecer em pé para orar, cobrir ou não a cabeça são questões individuais que nada tem a ver com a verdadeira religiosidade.

O ser humano se caracteriza pelo desejo de compreender a vida. Se apenas comesse, dormisse e se multiplicasse, mal poderia ser chamado de humano, já que todas as criaturas fazem isso. A mente se estagnaria se ninguém tivesse o ímpeto de penetrar as profundezas do significado da existência do homem e do universo. Felizmente sempre existiram corações desbravadores que buscaram a verdade, mesmo quando perseguido e queimados na fogueira. (...)"

(Radha Burnier - A verdadeira religião - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p.20/21)


domingo, 24 de agosto de 2014

RECONHECENDO O AMOR

"O Uno Imanente, o Inerente só pode ser reconhecido pelo amor (prema). Amor é uma palavra em geral usada erroneamente. Qualquer resposta positiva à atração é denominada amor; qualquer sentimento de apego, embora trivial ou transitório, também. O empenho para alcançar a sublimidade que está inerente na Verdade, isto sim, pode ser chamado Amor. Somente aqueles que tomaram consciência da corrente inteiror - o Atma - podem identificar diante de si a Fonte de Poder, o Avatar. O sinal de alerta e a advertência oportuna são dados pelo Jangam (o Espírito da Retidão) no corpo físico (angam). Ele relembra você do absurdo e do perigo inerentes à identificação do Ser com o corpo, e encoraja-o a discriminar entre o certo e o errado. Jangam é Deus entronizado em cada coração como a mais elevada sabedoria (o prajana); e a Eterna Testemunha, com A qual você pode facilmente contactar nas profundidades da meditação (dhyana).

O grupo (sangam) de vozes em volta brinca com Jangam (o Espírito da Retidão), tentando distrair você. Mas o princípio que o guarda e guia ao longo da senda espiritual é o Lingam, que está no centro do sangam (grupo), enxameando em volta do Jangam (o Espírito da Retidão). O Lingam é o verdadeiro âmago do coração do homem, assim, o único provedor de felicidade, poder e iluminação."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 223)

MAPEANDO A ALMA HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) Qual foi o resultado de tantos anos de investigação e análise da alma humana? O resultado não poderia ser mais surpreendente. As palavras que ele disse causaram assombro até para um ateu radical. Quando abriu a boca ao mundo, era de se esperar que Jesus Cristo condenasse e punisse com veemência a humanidade, pois detectou todos os seus defeitos. Todavia, eis que ele bradou com a mais alta eloquência palavras com doçura e brandura como ninguém jamais falou, nem antes nem depois dele. O perdão em sua boca virou uma arte; o amor se tornou poesia; a solidariedade, uma sinfonia; a mansidão, um manual de vida.

O mestre da vida, por amar intensamente o ser humano e perceber as falhas contínuas que permeavam sua alma, ao invés de tecer críticas às pessoas, acolheu calorosamente a todos. Sabia que o homem, em sua grande maioria, gostaria de ser paciente, gentil, solidário, amável, mas não tinha estrutura para submeter a energia emocional e o processo de construção de pensamentos ao pleno controle de sua vontade.

Compreendeu que o homem, apesar de ter capacidade de controlar o mundo à sua volta, não conseguia controlar o mundo dentro de si. Quando dizia aos seus discípulos que eles eram homens de pequena fé, muitas vezes não se referia a milagres sobrenaturais, mas ao maior de todos os 'milagres naturais' expresso pelo domínio do medo, da inveja, da ira, da ansiedade, da angústia, do desânimo.

Aquele que esquadrinhou o funcionamento da mente humana não considerou a humanidade um projeto falido, ao contrário, veio consertá-la de dentro para fora, veio trazer mecanismos para resgatá-la. Por isso, honrou e valorizou cada ser humano do jeito que ele é, na esperança de poder transformá-lo."

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 212/213)

sábado, 23 de agosto de 2014

DESENVOLVIMENTO DAS CAPACIDADES ESPIRITUAIS

"A sabedoria que reside na alma é a melhor e mais nobre música, porque nela há uma qualidade de harmonia presente apenas no melhor tipo de música. Ela tem também o poder de produzir harmonia em todas as nossas expressões e ações. A verdadeira sabedoria, enquanto distinta da assim chamada sabedoria de vários tipos, é algo raro. (...) A pessoa pode reconhecer o fato de não ter aptidão para a música, não ter inclinação para a matemática, que é incapaz em muitos sentidos e que falhou de várias formas após ter sido testada, mas, mesmo assim, acredita que tem a necessária sabedoria para avaliar todos os assuntos inerentes à vida, e as suas opiniões são tão boas quanto as de outro. Esta é uma forma de cegueira muito comum e que nos conduz para toda a espécie de erro e de loucura.. É muito difícil escapar deste conhecimento imaginário quando não sabemos como fazê-lo. Tudo isto aplica-se a todos nós e não apenas a determinadas pessoas especiais que estão procurando algo remoto em suas vidas. (...)

É importante a forma como nos examinamos. Existe uma maneira de examinar que conduz à sabedoria, mas ela reside no desapego, na tranquila aceitação da própria pessoa em seu estado de tranquilidade. H. P. Blavatsky fala de examinar o eu inferior à luz do Eu Superior. Quando usamos as palavras ‘o Eu Superior’, não sabemos o que vem a ser; a frase para nós tem um significado muito reduzido na prática, mas isso não deveria ser assim. Evidentemente ‘a Luz do Eu Superior’ significa objetivamente com serenidade, sem qualquer tipo de condenação ou justificação próprias, uma tentativa desapaixonada e objetiva de ver as coisas como são.

Todos nós que somos teosofistas deveríamos estar constantemente examinando nossas próprias atitudes, motivos, a maneira como falamos e agimos e todo o tipo de reações internas que se processam até mesmo sem nosso conhecimento. É apenas desta maneira que podemos atingir a verdade ou obter aquela transformação que é denominada a senda. Trilhar a senda significa produzir uma mudança total, e isto pode ser realizado apenas através da própria inteligência livre, do ser objetivo com relação a si mesmo, e de nenhuma outra maneira. Para ser objetivo, torna-se necessário estar consciente de tudo que se realiza interiormente. Se estivermos tão preocupados com  nossas próprias ideias, vivendo de forma sempre igual ou em um meio-sonho, naquele estado de ignorância que se diz ser a felicidade perfeita, então nos separamos da corrente principal da vida e estaremos fora de contato com a sua realidade. A senda é penosa de ser trilhada, mas ela nos muda completamente, tornando a nossa vida diária uma experiência totalmente diferente daquilo que costuma ser."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 19/21)


MAPEANDO A ALMA HUMANA (1ª PARTE)

"O filho de Deus apareceu sorrateiro num estábulo, cresceu de modo simples. Ninguém percebia claramente quem ele era. Desejava respirar o mesmo ar que eles, tocá-los e conviver sem barreiras. Aprendeu cedo o ofício da carpintaria. Para aquele que se colocou como autor do mundo era um verdadeiro teste construir telhados. Para aquele que disse ter a mais alta posição do universo, escalar casas e encaixar peças de madeira era uma grande limitação, mas não se importou, não teve vergonha do seu humilde trabalho. Embora tivesse a mais elevada cultura de todos os tempos, teve a humildade de ser criado por pais humanos e frequentar a escola da vida. Foi um grande mestre porque aprendeu a ser um grande aluno.

O Carpinteiro de Nazaré tinha dois grandes ofícios. O primeiro era trabalhar com a madeira e construir telhados; o segundo, o mais importante, o que escondia sua verdadeira missão, era mapear a alma humana. Veio compreender as raízes mais íntimas do universo consciente e inconsciente do ser humano. O mestre da vida mapeou o mundo dos pensamentos da psiquiatria e da psicologia.

Enquanto encaixava e pregava as peças de madeira e os raios de sol queimavam-lhe o rosto, atuava como o mais excelente observador do comportamento humano. João, seu discípulo, escreveu que ninguém precisava dar relatos para ele sobre o que era ser homem e quais suas intenções subjacentes, pois ele mesmo se tornou um homem e como tal analisava atentamente a natureza humana. Perscrutava embevecidamente cada expressão facial e cada gesto das pessoas. Transcendia a cortina do comportamento e investigava com exímia habilidade os fundamentos de cada reação humana.

Enquanto fazia calos nas mãos, ele compreendia as dificuldades do ser humano em lidar com as perdas, críticas, ansiedades, frustrações, solidão, sentimento de culpa, fracassos. Enquanto visitava seus amigos e andava pelas ruas da pequena Nazaré, analisava a ira, a inveja, o ciúme, a impaciência, a instabilidade, a simulação, a prepotência, o desânimo, a baixa autoestima, a angústia, tudo que consumia diariamente a vida das pessoas. Ninguém imaginava que escondido na pele de um carpinteiro se encontrava o mais excelente mestre da vida. Ninguèm poderia imaginar que um homem que bateu martelos estava fazendo uma análise detalhadíssima da humanidade. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 211/212)