OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 23 de agosto de 2014

DESENVOLVIMENTO DAS CAPACIDADES ESPIRITUAIS

"A sabedoria que reside na alma é a melhor e mais nobre música, porque nela há uma qualidade de harmonia presente apenas no melhor tipo de música. Ela tem também o poder de produzir harmonia em todas as nossas expressões e ações. A verdadeira sabedoria, enquanto distinta da assim chamada sabedoria de vários tipos, é algo raro. (...) A pessoa pode reconhecer o fato de não ter aptidão para a música, não ter inclinação para a matemática, que é incapaz em muitos sentidos e que falhou de várias formas após ter sido testada, mas, mesmo assim, acredita que tem a necessária sabedoria para avaliar todos os assuntos inerentes à vida, e as suas opiniões são tão boas quanto as de outro. Esta é uma forma de cegueira muito comum e que nos conduz para toda a espécie de erro e de loucura.. É muito difícil escapar deste conhecimento imaginário quando não sabemos como fazê-lo. Tudo isto aplica-se a todos nós e não apenas a determinadas pessoas especiais que estão procurando algo remoto em suas vidas. (...)

É importante a forma como nos examinamos. Existe uma maneira de examinar que conduz à sabedoria, mas ela reside no desapego, na tranquila aceitação da própria pessoa em seu estado de tranquilidade. H. P. Blavatsky fala de examinar o eu inferior à luz do Eu Superior. Quando usamos as palavras ‘o Eu Superior’, não sabemos o que vem a ser; a frase para nós tem um significado muito reduzido na prática, mas isso não deveria ser assim. Evidentemente ‘a Luz do Eu Superior’ significa objetivamente com serenidade, sem qualquer tipo de condenação ou justificação próprias, uma tentativa desapaixonada e objetiva de ver as coisas como são.

Todos nós que somos teosofistas deveríamos estar constantemente examinando nossas próprias atitudes, motivos, a maneira como falamos e agimos e todo o tipo de reações internas que se processam até mesmo sem nosso conhecimento. É apenas desta maneira que podemos atingir a verdade ou obter aquela transformação que é denominada a senda. Trilhar a senda significa produzir uma mudança total, e isto pode ser realizado apenas através da própria inteligência livre, do ser objetivo com relação a si mesmo, e de nenhuma outra maneira. Para ser objetivo, torna-se necessário estar consciente de tudo que se realiza interiormente. Se estivermos tão preocupados com  nossas próprias ideias, vivendo de forma sempre igual ou em um meio-sonho, naquele estado de ignorância que se diz ser a felicidade perfeita, então nos separamos da corrente principal da vida e estaremos fora de contato com a sua realidade. A senda é penosa de ser trilhada, mas ela nos muda completamente, tornando a nossa vida diária uma experiência totalmente diferente daquilo que costuma ser."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 19/21)


MAPEANDO A ALMA HUMANA (1ª PARTE)

"O filho de Deus apareceu sorrateiro num estábulo, cresceu de modo simples. Ninguém percebia claramente quem ele era. Desejava respirar o mesmo ar que eles, tocá-los e conviver sem barreiras. Aprendeu cedo o ofício da carpintaria. Para aquele que se colocou como autor do mundo era um verdadeiro teste construir telhados. Para aquele que disse ter a mais alta posição do universo, escalar casas e encaixar peças de madeira era uma grande limitação, mas não se importou, não teve vergonha do seu humilde trabalho. Embora tivesse a mais elevada cultura de todos os tempos, teve a humildade de ser criado por pais humanos e frequentar a escola da vida. Foi um grande mestre porque aprendeu a ser um grande aluno.

O Carpinteiro de Nazaré tinha dois grandes ofícios. O primeiro era trabalhar com a madeira e construir telhados; o segundo, o mais importante, o que escondia sua verdadeira missão, era mapear a alma humana. Veio compreender as raízes mais íntimas do universo consciente e inconsciente do ser humano. O mestre da vida mapeou o mundo dos pensamentos da psiquiatria e da psicologia.

Enquanto encaixava e pregava as peças de madeira e os raios de sol queimavam-lhe o rosto, atuava como o mais excelente observador do comportamento humano. João, seu discípulo, escreveu que ninguém precisava dar relatos para ele sobre o que era ser homem e quais suas intenções subjacentes, pois ele mesmo se tornou um homem e como tal analisava atentamente a natureza humana. Perscrutava embevecidamente cada expressão facial e cada gesto das pessoas. Transcendia a cortina do comportamento e investigava com exímia habilidade os fundamentos de cada reação humana.

Enquanto fazia calos nas mãos, ele compreendia as dificuldades do ser humano em lidar com as perdas, críticas, ansiedades, frustrações, solidão, sentimento de culpa, fracassos. Enquanto visitava seus amigos e andava pelas ruas da pequena Nazaré, analisava a ira, a inveja, o ciúme, a impaciência, a instabilidade, a simulação, a prepotência, o desânimo, a baixa autoestima, a angústia, tudo que consumia diariamente a vida das pessoas. Ninguém imaginava que escondido na pele de um carpinteiro se encontrava o mais excelente mestre da vida. Ninguèm poderia imaginar que um homem que bateu martelos estava fazendo uma análise detalhadíssima da humanidade. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2001 - p. 211/212)

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A ALEGRIA DE DAR

"Eu já disse muitas vezes, e permanece verdadeiro, que enquanto a vida da forma consiste em reter, a vida do espírito consiste em dar. Foi o que fez com que o Cristo, como doador Espiritual, declarasse: ‘é mais abençoado dar do que receber’. Porque, verdadeiramente, aqueles que conhecem a alegria de dar não têm desejo pela alegria de receber; eles conhecem a fonte de alegria infinita que surge no coração à medida que a Vida flui, pois se a Vida Divina pudesse fluir e ser mantida dentro de nós, ela estagnaria, tornar-se-ia turva e inexpressiva. Porém a vida através da qual a Vida Divina flui incessantemente não é estagnada e não se turva. Quanto mais ela se propaga, mais ela recebe.

Não tenhamos, portanto, medo de dar. Quanto mais dermos, tanto mais plena será a nossa vida. Não nos iludamos com o mundo da separatividade, onde tudo diminui à proporção que damos. Se eu tivesse ouro, a minha fortuna diminuiria em cada moeda que eu desse, mas isso não acontece com as coisas do espírito. Quanto mais damos, mais temos; cada ato de doação torna-nos um reservatório maior. Assim, não precisamos temer tornar-nos vazios, secos, exauridos, porque toda a Vida está  por trás de nós e suas fontes são uma conosco. Uma vez que sabemos que a Vida não é nossa, que compreendemos ser parte de uma poderosa unidade, então vem a verdadeira alegria de dar, a verdadeira bênção de uma vida que conhece sua própria eternidade. Todos os pequenos prazeres do mundo, certa feita, tão atraentes, desvanecem na glória do verdadeiro viver, e conhecemos o significado daquelas grandes palavras ‘aquele que perde a sua vida, encontrá-la-á’ na vida eterna."

(Annie Besant - A Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p.107/108)


UM CEGO NÃO PODE GUIAR OUTRO CEGO (PARTE FINAL)

"(...) O Ocidente deu ênfase a grandes templos de culto, mas são poucos os que mostram como Deus pode ser encontrado. No Oriente, deu-se ênfase ao desenvolvimento de homens de realização divina, mas eles são, em muitos casos, inacessíveis aos buscadores espirituais, permanecendo reclusos, em retiros longínquos e solitários. Centros espirituais onde as pessoas possam comungar com Deus e instrutores que possam mostrar-lhes como fazê-lo são igualmente necessários.

Como pode alguém receber o conhecimento de Deus de um instrutor que não o conhece? Meu guru incutiu em mim a necessidade de conhecer o Pai Celestial antes de tentar falar aos outros sobre Ele. Como sou agradecido por esse treinamento! Ele realmente comungava com Deus.

O Senhor deve ser percebido, primeiro, no próprio templo corporal. Todo buscador deve, diariamente, disciplinar seus pensamentos e depositar sobre o altar da alma as flores silvestres da devoção. Quem encontrar Deus dentro de si mesmo será capaz de sentir a presença divina em toda igreja ou templo em que entrar."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 15/16)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A VERDADEIRA FORÇA VEM DA AUTOENTREGA

"Há um ditado segundo o qual o que não podemos remediar precisamos suportar. Devemos adquirir um pouco mais de resistência neste mundo. Não nos permitamos ser tão fracos, a lamuriar, a chorar e a achar que a vida é irremediável. Enquanto há vida, há esperança. Não devemos nunca, nunca desistir internamente. Devemos, antes, atirar-nos mentalmente aos pés Dele, que é nossa força, nosso poder, nosso amor e nossa alegria. A força real vem dessa autoentrega. É difícil fazer isso, se fosse fácil, todos poderiam fazê-lo. Entretanto, é muito difícil abandonar este pequeno eu. Aprender essa lição é a razão por que estamos aqui na Terra.

Assim como foi com Cristo, assim também é com todas as grandes almas. Depois que completaram seu papel na Terra, precisam desfazer-se outra vez de toda a consciência da forma. Com a aproximação da morte, há um súbito abalo, até com os maiores. Quando chegou aos ouvidos de Lahiri Mahasaya a mensagem de Babaji: 'Diga a Lahiri que a energia armazenada para esta vida é agora escassa, quase esgotada', Lahiri Mahasaya estremeceu. O mesmo se deu com Swami Sri Yukteswar quando chegou sua hora de deixar o corpo. Tal é o poder da ilusão. Esse temor momentâneo não minimiza a grandeza das almas divinas."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realiztion Fellowship - p. 208/209)