OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 22 de agosto de 2014

UM CEGO NÃO PODE GUIAR OUTRO CEGO (PARTE FINAL)

"(...) O Ocidente deu ênfase a grandes templos de culto, mas são poucos os que mostram como Deus pode ser encontrado. No Oriente, deu-se ênfase ao desenvolvimento de homens de realização divina, mas eles são, em muitos casos, inacessíveis aos buscadores espirituais, permanecendo reclusos, em retiros longínquos e solitários. Centros espirituais onde as pessoas possam comungar com Deus e instrutores que possam mostrar-lhes como fazê-lo são igualmente necessários.

Como pode alguém receber o conhecimento de Deus de um instrutor que não o conhece? Meu guru incutiu em mim a necessidade de conhecer o Pai Celestial antes de tentar falar aos outros sobre Ele. Como sou agradecido por esse treinamento! Ele realmente comungava com Deus.

O Senhor deve ser percebido, primeiro, no próprio templo corporal. Todo buscador deve, diariamente, disciplinar seus pensamentos e depositar sobre o altar da alma as flores silvestres da devoção. Quem encontrar Deus dentro de si mesmo será capaz de sentir a presença divina em toda igreja ou templo em que entrar."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 15/16)

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A VERDADEIRA FORÇA VEM DA AUTOENTREGA

"Há um ditado segundo o qual o que não podemos remediar precisamos suportar. Devemos adquirir um pouco mais de resistência neste mundo. Não nos permitamos ser tão fracos, a lamuriar, a chorar e a achar que a vida é irremediável. Enquanto há vida, há esperança. Não devemos nunca, nunca desistir internamente. Devemos, antes, atirar-nos mentalmente aos pés Dele, que é nossa força, nosso poder, nosso amor e nossa alegria. A força real vem dessa autoentrega. É difícil fazer isso, se fosse fácil, todos poderiam fazê-lo. Entretanto, é muito difícil abandonar este pequeno eu. Aprender essa lição é a razão por que estamos aqui na Terra.

Assim como foi com Cristo, assim também é com todas as grandes almas. Depois que completaram seu papel na Terra, precisam desfazer-se outra vez de toda a consciência da forma. Com a aproximação da morte, há um súbito abalo, até com os maiores. Quando chegou aos ouvidos de Lahiri Mahasaya a mensagem de Babaji: 'Diga a Lahiri que a energia armazenada para esta vida é agora escassa, quase esgotada', Lahiri Mahasaya estremeceu. O mesmo se deu com Swami Sri Yukteswar quando chegou sua hora de deixar o corpo. Tal é o poder da ilusão. Esse temor momentâneo não minimiza a grandeza das almas divinas."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realiztion Fellowship - p. 208/209)

UM CEGO NÃO PODE GUIAR OUTRO CEGO (1ª PARTE)

"Essa unidade de espírito é demonstrada pelos grandes homens, os que têm a realização divina. Um cego não pode guiar outro cego; só um mestre, alguém que conhece Deus, pode corretamente ensinar os outros a respeito Dele. Para recuperar a própria divindade, deve-se ter um mestre ou um guru. Quem segue fielmente um verdadeiro guru torna-se igual a ele, pois o guru ajuda o discípulo a elevar-se a seu próprio nível de realização. Quando encontrei meu guru, Swami Sri Yukteswarji, decidi seguir seu exemplo: colocar somente Deus sobre o altar de meu coração e partilhá-Lo com os demais.

Os mestres hindus ensinaram que, para adquirir o conhecimento mais profundo, é preciso focalizar a mirada do olho espiritual onisciente. Quando firmemente concentrado, mesmo quem não é iogue franze a testa no ponto entre as sombrancelhas - o centro da concentração e do olho espiritual esférico, sede da intuição da alma. Essa é a verdadeira 'bola de cristal', que o iogue contempla para aprender os segredos do universo. Os que se aprofundarem o suficiente em sua concentração, penetrarão nesse 'terceiro' olho e verão a Deus. Portanto, os buscadores da verdade devem desenvolver a capacidade de projetar a percepção através do olho espiritual. A prática da Ioga ajuda o aspirante a abrir o olho único da consciência intuitiva.

A intuição ou conhecimento direto não depende de dados provenientes dos sentidos. É por isso que a faculdade intuitiva costuma ser denominada de 'sexto sentido'. Todos possuem sexto sentido, mas a maioria não o desenvolve. Mesmo assim, quase todos já tiveram alguma experiência intuitiva, talvez um 'pressentimento' de que determinado fato iria ocorrer, sem nenhuma evidência sensória que o indicasse.

É importante desenvolver a intuição ou o conhecimento direto da alma, porque quem tem consciência de Deus está seguro de si mesmo. Ele sabe, e sabe que sabe. Devemos estar certos da presença de Deus, tão certos como estamos de que conhecemos o sabor da laranja. Só depois que meu guru me ensinou a comungar com Deus e só depois que eu senti a presença Dele todos os dias, assumi a responsabilidade espiritual de falar de Deus aos outros. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 14/15)

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O ALMISCAREIRO DO HIMALAIA

"O almíscar é uma substância valiosa, extremamente aromática, contida numa bolsa sob a pele do abdome do almiscareiro macho, que habita os elevados picos dos Himalaias. Quando o almiscareiro alcança certa idade, o odor penetrante do almíscar começa a exsudar dessa bolsa. O almiscareiro fica excitado pelo aroma delicioso e pula para lá e para cá, farejando sob as árvores e furnas, buscando em toda parte - às vezes por muitas semanas -, procurando a fonte da persistente fragrância. Incapaz de localizar o perfume tantalizante, ele se torna extremamente inquieto e, em seguida, irritado. Em sua agitação e num esforço último e desesperado de encontrar a fonte da essência enlouquecedora, sabe-se de casos em que o almiscareiro salta dos altos picos alcantilados e cai para a morte no vale que se estende abaixo. Os caçadores, achando os cadáveres, cortam a almejada bolsa de almíscar.

Um bardo iluminado cantou certa vez: 'Ó tolo almiscareiro: buscaste a fragrância em toda parte, exceto em teu próprio corpo. Eis porque não a encontraste. Se pelo menos tivesses voltado tua busca para ti mesmo, terias encontrado o almíscar almejado e terias salvo a ti mesmo da morte sobre as rochas abaixo das montanhas'.

A maior parte das pessoas se comporta como o almiscareiro. Buscam a felicidade elusiva, sempre fragrante, por toda parte, fora delas próprias: nos divertimentos, nas tentações, no amor humano e nos caminhos escorregadios da riqueza e da fama. E quando, finalmente, não podem achar a verdadeira felicidade, cuja fonte jaz oculta nos recônditos secretos de suas próprias almas, pulam dos picos alcantilados das esperanças elevadas e se despedaçam nas pedras da desilusão.

Ó tolo almiscareiro humano, se pelo menos voltasses tua mente para dentro, na meditação diária profunda, acharias a fonte de toda verdadeira e duradoura felicidade no silêncio mais recôndito de tua própria alma. Bem-amado que estás à procura da felicidade: não sejas como o almiscareiro, perecendo na vã busca exterior. Desperta! E, na caverna da meditação profunda, encontra a felicidade eterna dentro de teu imortal Ser [Self]."

(Paramahansa Yogananda - Lições da Self - Self-Realization Fellowship)

O DESAFIO DA VIDA (PARTE FINAL)

Ilusão e Realidade

"A literatura da filosofia do Vedanta fala de diferentes níveis de realidade percebidos pela consciência. Somente quando passamos totalmente uma dimensão da realidade, é possível que fiquemos cientes de outra ainda maior. No que se refere à mente do homem, ele se preocupa apenas com sua sobrevivência e, em seu sentido ampliado, vive numa ilusão.

No conhecido ensinamento do Vedanta, para o olhar atento, a corda enrolada é apenas uma corda, mas uma cobra para outros. As reações variam conforme os níveis de percepção. Quem tem um temperamento tímido fica apavorado e sai correndo; quem tem uma natureza agressiva, não tenta escapar, mas tenta corajosamente matar a cobra e destruí-la. Essa é uma experiência de violência e, a outra, de medo; no entanto, ambas são formas de reação que surgem do mesmo erro básico de percepção. Para aqueles que veem claramente e sabem que o objeto não é uma cobra, mas simplesmente uma corda, as duas formas de ação são impossíveis. E, por isso, quando há uma nova percepção, ações aceitas previamente não têm mais sentido.

Quando um homem reconhece que não precisa mais se preocupar com a falsa percepção de sobrevivência, ele descobre uma nova maneira de ação e um novo significado da vida. Este ‘retorno’ deve ser radical. Há quem busque novos valores e, ao mesmo tempo, agarre-se às antigas maneiras de agir. Buscam gurus e tentam várias técnicas de meditação, na esperança de descobrirem, por tais meios, o segredo da vida. Entretanto, a verdade sobre a vida nunca poderá ser descoberta enquanto as formas de ação que aceitam surgirem na mente que dá sentido à sobrevivência. (...)

É esse, então, o desafio que a vida oferece – que o homem possa conscientemente aprender, entender e receber sua mensagem, assim como a vida não humana inconscientemente aprendeu a recebê-la. Foi dito que no vasto projeto em que a natureza está operando, há um movimento da perfeição inconsciente para a imperfeição consciente, e que da imperfeição consciente temos que avançar para a perfeição consciente. A perfeição consciente pode surgir apenas quando aprendemos a trabalhar em harmonia com o projeto da própria vida. A vida exige que a mente do homem renuncie a seus próprio desejos, seus impulsos, instintos e reflexos, para que um poder muito maior possa desabrochar e revelar-se, não conforme a vontade do homem, mas em obediência às leis divinas e à vontade da natureza."

(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)