OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O DESAFIO DA VIDA (PARTE FINAL)

Ilusão e Realidade

"A literatura da filosofia do Vedanta fala de diferentes níveis de realidade percebidos pela consciência. Somente quando passamos totalmente uma dimensão da realidade, é possível que fiquemos cientes de outra ainda maior. No que se refere à mente do homem, ele se preocupa apenas com sua sobrevivência e, em seu sentido ampliado, vive numa ilusão.

No conhecido ensinamento do Vedanta, para o olhar atento, a corda enrolada é apenas uma corda, mas uma cobra para outros. As reações variam conforme os níveis de percepção. Quem tem um temperamento tímido fica apavorado e sai correndo; quem tem uma natureza agressiva, não tenta escapar, mas tenta corajosamente matar a cobra e destruí-la. Essa é uma experiência de violência e, a outra, de medo; no entanto, ambas são formas de reação que surgem do mesmo erro básico de percepção. Para aqueles que veem claramente e sabem que o objeto não é uma cobra, mas simplesmente uma corda, as duas formas de ação são impossíveis. E, por isso, quando há uma nova percepção, ações aceitas previamente não têm mais sentido.

Quando um homem reconhece que não precisa mais se preocupar com a falsa percepção de sobrevivência, ele descobre uma nova maneira de ação e um novo significado da vida. Este ‘retorno’ deve ser radical. Há quem busque novos valores e, ao mesmo tempo, agarre-se às antigas maneiras de agir. Buscam gurus e tentam várias técnicas de meditação, na esperança de descobrirem, por tais meios, o segredo da vida. Entretanto, a verdade sobre a vida nunca poderá ser descoberta enquanto as formas de ação que aceitam surgirem na mente que dá sentido à sobrevivência. (...)

É esse, então, o desafio que a vida oferece – que o homem possa conscientemente aprender, entender e receber sua mensagem, assim como a vida não humana inconscientemente aprendeu a recebê-la. Foi dito que no vasto projeto em que a natureza está operando, há um movimento da perfeição inconsciente para a imperfeição consciente, e que da imperfeição consciente temos que avançar para a perfeição consciente. A perfeição consciente pode surgir apenas quando aprendemos a trabalhar em harmonia com o projeto da própria vida. A vida exige que a mente do homem renuncie a seus próprio desejos, seus impulsos, instintos e reflexos, para que um poder muito maior possa desabrochar e revelar-se, não conforme a vontade do homem, mas em obediência às leis divinas e à vontade da natureza."

(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

SEGURANÇA

"Ouvimos a palavra segurança todos os dias. Segurança financeira, segurança social, segurança nacional - todas são importantes. Mas aqui estamos falando de uma segurança mais profunda: a segurança emocional e psíquica, a segurança que nos capacita a interagir plenamente com nossas famílias, com nossos amores, nossos amigos, nossa sociedade e nossa civilização.

Ela emana do amor-próprio, do entendimento de que cada um de nós é uma alma que esteve presente em vidas passadas e vai existir no futuro e através do tempo. A segurança verdadeira vem da certeza de que somos imortais, eternos, e que nunca podemos ser feridos.

(...) A segurança não vem do que se possui. Você não pode levar suas coisas materiais para a próxima vida, mas pode levar suas realizações, seus atos e seu crescimento - o que aprendeu e seu progresso como ser humano espiritual. É possível também que possa levar alguns de seus talentos. Acho que Mozart deve ter sido um músico completo numa vida anterior, o que explicaria sua precocidade musical no século XVIII.

Segurança e autoestima estão interligadas. Às vezes é difícil desenvolver a autoestima, porque incorporamos os conceitos transmitidos - ainda que inconscientemente - por nossos pais, professores, amigos ou comunidades. São conceitos que nos dão a sensação de sermos de alguma forma deficientes e de estarmos sempre abaixo das expectativas. Quando conseguimos nos desapegar do que é negativo, nos tornamos capazes de desenvolver o amor-próprio, que é a base fundamental para amar os outros. É onde começa a verdadeira caridade. Quando você se ama, o amor transborda; quando não se ama, sua energia vai consciente ou inconscientemente ficar concentrada na busca desse amor, e você não terá disponibilidade para mais ninguém. (...)"

(Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Riode Janeiro, 2005 - p. 125/126)

O DESAFIO DA VIDA (4ª PARTE)

A Realidade do Sofrimento

"Talvez hoje seja a situação de todos nós. Enfrentamos crises que nos forçam a perguntar qual é o verdadeiro propósito da vida – se este propósito é a mera sobrevivência ou se é algo radicalmente diferente. Todos nós somos como estudantes relutantes; não desejamos investigar a vida muito de perto, examinamos suas questões cruciais apenas quando enfrentamos uma crise. Mesmo então, o impacto do choque logo desaparece e, descuidadamente, muitas vezes, resignamo-nos a perambular no caminho de menor resistência.

Buddha disse que a primeira verdade que o homem deve reconhecer é a verdade do sofrimento. Se o homem examinar seriamente a vida e estudar qual a melhor conduta que possa ter, ele não deverá ter sofrimento nem crises. Mas, individualmente, ignorou as lições da natureza e suas leis, e a humanidade como um todo chegou ao ponto crítico ante o qual sua mente sente-se desamparada. É necessária grande criatividade para descobrir o significado da vida. O homem deve adquirir uma percepção inteiramente diferente da que possui no momento, e que não pode ter enquanto sua mente, consciente ou inconscientemente, preocupar-se com a mera sobrevivência. Certamente atingimos o ponto em que devemos fazer uma meia-volta! É hora de entrarmos no Nivriti-Marga (caminho de volta) e abandonar o primitivo desejo de sobrevivência e, como diz Mme. Blavatsky, aprender o novo alfabeto no colo da mãe natureza. Para aprender esse novo alfabeto deve-se pôr de lado o conhecimento primitivo com que começou. (...)"

(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A VERDADEIRA VOCAÇÃO DO HOMEM

Qual é a verdadeira vocação do homem?

"Enquanto cuida da sua vida terrestre, ele apenas pode ser consciente de sua evolução em nível humano: vive sob leis naturais. Essa evolução tem avanços e recuos; não lhe dá lucidez alguma quanto à sua origem e metas divinas e cósmicas. Portanto, se ele permanece nesse ponto, acaba por sentir-se frustrado, pois sua meta está mais além. Sua verdadeira vocação é conhecer estados de consciência mais amplos: o espiritual, o divino e o cósmico.

A finalidade do despertar da consciência cósmica é levar o indivíduo a conhecer mais de perto a Verdade. Existe uma só Verdade, e ela independe de época, de cultura e de religião. Os métodos para alcançá-la tomaram formas diferentes atraves dos tempos. Todos eles podem ser bons e úteis, como se sabe, mas para isso é necessário que sejam usados corretamente, sem cristalizações ou apegos."

( José Trigueirinho Netto - Os Jardineiros do Espaço - Ed. Pensamento, São Paulo, 1989 - p. 99/100)
http://www.pensamento-cultrix.com.br/


O DESAFIO DA VIDA (3ª PARTE)

Desejos trazem conflitos

"É esta a situação que a humanidade criou para si. Eliminou quase todas as antigas fontes de perigo, mas criou outras novas e terríveis, que não pode controlar porque são impulsionadas pelo instinto animal de sobrevivência. O próprio instinto de sobrevivência transformou-se em um perigo. Assim, já que o que quer que façamos é fonte de perigo, podemos dizer que a mente do homem chegou ao fim do caminho e não pode ir mais longe. Com a evolução mental, e ante o desafio que lhe é apresentado nos dias de hoje, ela se tornou impotente e obsoleta como força bruta.

Na situação atual, enfrentamos um novo estágio, no qual o intelecto parece estar desamparado em face dos enormes desafios. Nessa situação, algumas pessoas perguntam: que outros poderes a vida tem em si? Há apenas o poder da mente, ou a vida, neste vasto processo, revela outros poderes antes negligenciados? A mente do homem está tão encantada consigo mesma que acreditou em sua invencibilidade e raramente enfrentou seriamente essa questão. Naturalmente existiram alguns indivíduos excepcionais que a examinaram com profundidade afim de descobrir se a mente racional é tudo que pode mostrar como culminância de eras de evolução. E, se a mente quer descobrir o que a vida vai revelar mais adiante, deve também examinar a questão do desafio anterior, se realmente foi o da sobrevivência.

O homem adquiriu um ‘reflexo de sobrevivência’ de seu passado e ainda não conseguiu livrar-se desta compulsão imaginária. Mas a vida pressiona-o a buscar novos poderes da consciência que ainda estão ocultos nele e que, em tempo, assumirão a liderança, assim como a mente triunfou sobre a mera força física.
No Bhagavad-Gita, Arjuna enfrenta um dilema doloroso – deve decidir lutar ou fugir. Parece uma situação impossível porque sente que o que escolher estará errado. De um lado seus instrutores, seus parentes a quem ama e com que agora deve lutar. Do outro lado, há a lealdade a seu irmão e é preciso fazer o que for certo. E fica desesperado ao debater-se com a necessidade de escolha. (...)"

(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)