OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O DESAFIO DA VIDA (3ª PARTE)

Desejos trazem conflitos

"É esta a situação que a humanidade criou para si. Eliminou quase todas as antigas fontes de perigo, mas criou outras novas e terríveis, que não pode controlar porque são impulsionadas pelo instinto animal de sobrevivência. O próprio instinto de sobrevivência transformou-se em um perigo. Assim, já que o que quer que façamos é fonte de perigo, podemos dizer que a mente do homem chegou ao fim do caminho e não pode ir mais longe. Com a evolução mental, e ante o desafio que lhe é apresentado nos dias de hoje, ela se tornou impotente e obsoleta como força bruta.

Na situação atual, enfrentamos um novo estágio, no qual o intelecto parece estar desamparado em face dos enormes desafios. Nessa situação, algumas pessoas perguntam: que outros poderes a vida tem em si? Há apenas o poder da mente, ou a vida, neste vasto processo, revela outros poderes antes negligenciados? A mente do homem está tão encantada consigo mesma que acreditou em sua invencibilidade e raramente enfrentou seriamente essa questão. Naturalmente existiram alguns indivíduos excepcionais que a examinaram com profundidade afim de descobrir se a mente racional é tudo que pode mostrar como culminância de eras de evolução. E, se a mente quer descobrir o que a vida vai revelar mais adiante, deve também examinar a questão do desafio anterior, se realmente foi o da sobrevivência.

O homem adquiriu um ‘reflexo de sobrevivência’ de seu passado e ainda não conseguiu livrar-se desta compulsão imaginária. Mas a vida pressiona-o a buscar novos poderes da consciência que ainda estão ocultos nele e que, em tempo, assumirão a liderança, assim como a mente triunfou sobre a mera força física.
No Bhagavad-Gita, Arjuna enfrenta um dilema doloroso – deve decidir lutar ou fugir. Parece uma situação impossível porque sente que o que escolher estará errado. De um lado seus instrutores, seus parentes a quem ama e com que agora deve lutar. Do outro lado, há a lealdade a seu irmão e é preciso fazer o que for certo. E fica desesperado ao debater-se com a necessidade de escolha. (...)"

(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)


domingo, 17 de agosto de 2014

A CONSCIÊNCIA PURA

"Assim como a água pode assumir a forma sólida, líquida ou gasosa, a consciência pode ser considerada 'sólida' como matéria física, 'líquida' como mente e pensamento, ou sem qualquer forma como consciência pura.

A consciência pura é a Vida antes de se manifestar, e essa Vida olha para o mundo da forma através dos seus olhos, porque a consciência é quem você é. Quando você se vê assim, então se reconhece em todas as coisas. É um estado de total clareza de percepção. Você deixa de ser alguém com um passado que pesa e através do qual todas as experiências são interpretadas.

Quando você percebe sem interpretar, pode sentir o que está percebendo. O máximo que podemos dizer usando palavras é que há um campo de calma-alerta em que a percepção acontece.

Através de 'você', a consciência sem forma torna-se consciente de si mesma.

A Vida da maioria das pessoas é conduzida pelo desejo e pelo medo.

O desejo é a necessidade de acrescentar algo a você para ser mais plenamente você mesmo. Todos os medos são medo de perder alguma coisa e, portanto, tornar-se menor, ser menos.

Esses dois movimentos nos impedem de perceber que Ser não é algo que possa ser dado ou tirado. O Ser em sua plenitude já está dentro de você. Agora."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 41/42)

O DESAFIO DA VIDA (2ª PARTE)

O desejo de variar

"A mente humana ampliou o sentido da sobrevivência física e das necessidades básicas de alimento e abrigo. O homem não fica mais satisfeito em meramente alimentar seu corpo; ele perdeu o instinto animal de saber quando e quanto deve comer. O alimento tornou-se um grande problema e uma fantástica indústria. O homem não se satisfaz mais com alguns bons alimentos, anseia por uma infindável variedade. Estabelece restaurantes e hotéis que preparam e apresentam os vários pratos que inventa e precisam acessórios e recipientes de diferentes tipos e tamanho. As indústrias que os produzem criam enorme organizações para direcionar a propaganda e a publicidade. Criam intensa competição e os males que vê com ela. (...)

O vestuário também é necessário para o corpo, mas o homem criou uma enorme esfera de atividades para materiais e tecidos; inventou a moda e planeja ornamentos. (...)

O homem não está mais preocupado com a simples perpetuação da espécie: sexo e alimento tornaram-se ‘experiências prazerosas’. O prazer tornou-se uma ideia – um pensamento em sua mente. E porque é uma ideia, o homem criou várias formas de prazer, e, uma vez mais, grandes indústrias para alimentá-la, inclusive cinemas, danceterias e revistas.

No processo de buscar prazer, planejar diversões e distrações não há alegria, porque a alegria somente existe na tranquilidade interior. Assim, quando a mente está ansiosa para descobrir o prazer, quando fica tensa nessa busca, perde a alegria que uma vida simples pode proporcionar. O aumento das necessidades humanas é a principal fonte de conflito no mundo, porque essas necessidades (que no início eram alimento, abrigo e sexo), agora se tornaram ideias na mente e base de tensão e conflito. Em nível nacional, levou a grandes guerras mundiais, ao protesto de populações, à crueldade e ao sofrimento que temos testemunhado por décadas e séculos. Na vida pessoal, quem não sofreu a dor causada por discussões entre irmãos, por amigos que caem fora, por marido e mulher que se sentem isolados um do outro? (...)"

(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)


sábado, 16 de agosto de 2014

DEUS ESTÁ EM TUDO

"Houve um guru que disse a seu discípulo que Deus estava em tudo. Seu discípulo acreditou na declaração. Nesse mesmo dia houve um desfile real. O rei era o centro das atenções, montando um enorme elefante. Ignorando todas as regras de segurança para tais desfiles, o discípulo se plantou firmemente no caminho do elefante real e não prestou atenção aos gritos, alertando-o de que poderia ser pisoteado até à morte. Ao alcançá-lo, o elefante levantou-o e colocou-o em segurança de um lado da estrada. O discípulo voltou ao seu guru e reclamou que embora Deus estivesse em ambos - no elefante e nele mesmo - ele foi incapaz de remover o elefante de seu caminho e que, ao contrário, o elefante o removeu. O guru explicou que isso aconteceu simplesmente porque o elefante tinha maior força física. O guru disse ao discípulo que se ele não estivesse vendo a Deus no elefante, o animal o teria matado como um simples ato de trabalho comum. Porém, como o discípulo estava olhando a Deus no elefante, Deus o levantou com segurança e o colocou a salvo. Nenhum animal, nem mesmo uma cobra, causa dano a uma pessoa que vê a Deus como a realidade essencial do animal ou da serpente. O mesmo é usualmente verdade no que se refere a homens perigosos, mas neste caso existem algumas exceções por causa das implicações kármicas."

(J.S. Hislop - Conversações com Sathya Sai Baba - Fundação Bhagavan Sri Satya Sai Baba do Brasil - p.127


O DESAFIO DA VIDA (1ª PARTE)

"Um fato que temos que enfrentar é que, em cada nível, a vida apresenta-nos um desafio. Em um nível não humano, dos animais, pássaros, insetos e peixes, o desafio é de mera sobrevivência. O desafio é individual e coletivo. Para o indivíduo o problema é o de prolongar sua vida tanto quanto possível. Coletivamente é perpetuar a espécie a que o indivíduo pertence e competir com sucesso com outras formas de vida.

Um vasto projeto está em andamento através das forças da natureza no processo evolucionário, no qual o desafio ao indivíduo tem sua parte; há crescimento da perfeição em todos os níveis de vida. Esse projeto – esse drama – é realizado por eras incontáveis pelo que, na Índia, chama-se sarga e pralaya – os vastos ciclos de existência, que são como o dia e noite de Brahma. Conforme o indivíduo enfrenta seu desafio e vive durante seu particular período de tempo, e conforme as espécies operam seus destinos sobre a terra, a consciência penetra na matéria. Ela floresce pela experiência e revela-se de muitas maneiras diferentes. Manifesta-se cada vez mais nas formas evoluídas de vida e mostra novos poderes extraordinários; há um aumento de sensibilidade por meio do desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. (...)

No nível humano, o desafio da vida é encontrado de muitas maneiras diferentes – pelo desenvolvimento dos poderes da mente, não meramente na consciência coletiva, mas na do indivíduo. Usando esses poderes que incluem todos os processos do pensamento racional – a capacidade para fazer inferências, relatar fatos e tirar conclusões baseadas em fatos – o homem domina o seu ambiente e torna possível a conquista de todas as outras espécies. Cada forma de vida está a sua mercê; e, conforme suas conveniências, para atender a seu conforto, o meio ambiente também é parcialmente modificado por ele.

Quando descobre o poder da mente, o poderoso mundo animal torna-se inadequado, deixando o homem em posição de exterminador de toda criatura na terra. Muitas espécies de animais desaparecerem porque o homem destruiu seu habitat. Ele muda o curso dos rios, nivela o terreno e cria montanhas, modificando seus arredores como lhe apraz. E o homem, após vencer todos seus inimigos e dominar a natureza, enfrenta um novo desafio. (...)"

(Radha Burnier - O desafio da vida - Revista Theosophia, Ano 103, Abril/Maio/Junho de 2014 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 7/11)