"Quando o ser atinge a perfeição real e verdadeira,
torna-se essência. Assim sabe evitar o que é desnecessário, rompe as ligações
materiais, reconhece a verdade, passa a ter o verdadeiro e único discernimento
e os grandes sentimentos interiores e inerentes ao ser comum são despertados em
sua absoluta grandeza e a verdadeira essência divina pode florescer, surgindo
daí os grandes iluminados, portadores de dons divinos. (...)
A biografia e as experiências pessoais de cada um
desses seres traz grande conhecimento espiritual.
É importante lembrar que foram eles que mostraram à
humanidade o verdadeiro caminho do amor, da sabedoria, do progresso, da
harmonia e da paz espiritual.
Entre eles, há pobres e ricos, mas nenhum precisou de
seus bens materiais para a sua autorrealização e iluminação. Todos a obtiveram
por seus atos e feitos nobres, humildes mas profundos, e também pelo alcance de
uma grande harmonia espiritual.
Pudesse o homem de hoje, através das práticas de raja
ioga, seguir os passos e os exemplos desses verdadeiros mestres. Esse talvez
fosse o primeiro passo para a criação de uma nova ordem, onde todos pudessem
viver livres, felizes, amando e jamais odiando, tendo o direito à verdadeira
dignidade e justiça e, acima de tudo, gozando de plena harmonia espiritual.
O Iluminado Buda
Siddharta Gautama, o Buda ou Iluminado, nasceu em 563
a.C. e morreu 483 a.C. Filho do príncipe Suddhodana, Buda abandonou a família,
as glórias e riquezas que possuía, para seguir a vocação ascética que lhe foi
despertada ao ver um funeral, um doente e um asceta vagabundo. Retirou-se na
selva para meditar sob a orientação dos brâmanes e iniciar seu caminho na busca
da verdade. Depois de passar por muitas provas, Buda alcançou a iluminação
interior e reconheceu as chamadas Quatro Verdades. Seu primeiro sermão foi
proferido no Jardim das Gazelas, perto de Benares, em 530 antes de Confúcio.
Durante cerca de 40 anos pregou na Índia setentrional seus ensinamentos, que só
foram escritos a partir do séc. II a.C. Ao morrer, deixou uma florescente
comunidade de monges e milhares de seguidores de uma doutrina (dharma) de serenidade, ternura e
aceitação estoica do mal, cuja essência é atingir a libertação ou a iluminação,
o nirvana, que é a libertação do círculo vicioso do viver-morrer-reviver."
(Equipe da
Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p.
51/58)