OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 27 de julho de 2014

QUEM VOCÊ REALMENTE É (1ª PARTE)

"O Agora é inseparável da pessoa que você é no nível mais profundo.

Muitas coisas podem ser importantes na sua vida, mas apenas uma tem importância absoluta.

É importante vencer ou fracassar aos olhos dos outros. É importante ter ou não ter saúde, estudar ou não estudar. É importante ser rico ou pobre - certamente isso faz diferença na sua vida. Sim, tudo isso tem uma importância relativa, mas não absoluta.

Existe algo mais importante do que todas essas coisas: é encontrar a essência do que você é para além dessa entidade de curta duração que é a noção personalizada do 'eu'.

Você não encontra a paz reorganizando os fatos da sua vida, mas descobrindo quem você é no nível mais profundo.

A reencarnação não ajuda se na próxima encarnação você continuar sem saber quem é.

Toda a desgraça do mundo vem de uma noção personalizada do 'eu' ou do 'nós'. Essa noção enconbre a essência de quem você é. Quando você não se dá conta dessa essência interior, acaba sempre causando algum tipo de desgraça. É muito simples. Quando não sabe quem é, você cria um 'eu' na mente para substituir o seu lindo e divino ser e se agarra a esse 'eu' amedrontado e carente.

A partir do momento em que faz isso, sua grande força motivadora passa a se proteger e valorizar essa falsa noção do 'eu'. (...)"

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 37/38)

sábado, 26 de julho de 2014

OS OBJETOS DOS SENTIDOS

"79 - Quanto à virulência, os objetos dos sentidos são mais fatais do que o veneno da serpente negra (naja tripudians). O veneno só mata aquele em que é injetado, mas os objetos dos sentidos podem 'matar' até pela sua própria aparência externa (literalmente: pela mera visão deles).

COMENTÁRIO - Muitas ordens religiosas recomendam que os praticantes, aqueles que realmente estão dispostos a encontrar o caminho de volta ao Absoluto, evitem os encantamentos advindos dos sentidos. Os grandes chapéus usados pelos monges mendicantes do Budismo japonês protegem quem os utiliza da visão dos que oferecem alimentos. Da mesma maneira, no Budismo antigo Hinayana, não é permitido o contato físico com outras pessoas. O mesmo ocorre em ordens monásticas cristãs, entre elas a dos Trapistas. Mas os seres humanos comuns, que são obrigados a levar uma vida intensa de relacionamento, devem adotar técnicas que permitam neutralizar os efeitos do contato direto com os objetos dos sentidos. Isso é possível graças à meditação, que gera um estado de consciência que minimiza ou anula os efeitos dos sentidos."  

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, 2011 - p. 41)


AMAR, VERBO INTRANSITIVO (PARTE FINAL)

"(...) Amar, como condição básica para a jornada da alma, é um verbo que encerra em si o sentido completo de sua escolha. Se declaro: 'Amo!', apenas amo. Não é uma declaração fácil, ou simples, mas a partir dessa escolha não há fronteiras, pois quem ama, simplesmente ama, longe de qualquer separatividade, com total abandono do eu.

Amar assim é fazê-lo com inteireza de alma. Não estou falando de amor. Falo de amar como força geradora de tudo aquilo que se manifesta nos mundos aparente e invisível. Tudo o que existe é projeção do profundo amar de Deus.

A Cabala nos ensina que Deus - amando profundamente sua criação antes mesmo que ela existisse - primeiro a abençoou, depois escreveu todas as coisas no Livro da Vida, as quais, em continuação, foram formadas. Somos reflexos do amar divino.

Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Se compreendemos que ele é puro amar, nos conscientizamos de que nosso destino também é amar. Ansiamos profundamente nos fundir com Deus no amar. Simplesmente amar como o pulso que sustenta toda a criação, nos tornando cocriadores do reino de Deus na Terra.

Amar intransitivamente. Esse é o porto de chegada de nossa jornada da alma."

(Carla Maiolino - Amar, Verbo Intransitivo - Revista Sophia, Ano 11, nº 44 - p. 24)

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A ILUSÃO DO NASCIMENTO E MORTE

"D: Como podem o nascimento e a morte ser ilusórios?

 M: Ouça com atenção o que digo.

Quando a alma individual (jiva) é vencida pelo sono, o contexto do estado de vigília dá lugar a um novo contexto no sonho, de modo a reproduzir experiências passadas, ou então há a perda total de todas as coisas externas e atividades mentais. Da mesma forma, quando ela é subjugada pelo estado de coma antes da morte, o contexto presente é perdido, e a mente fica dormente. Isso é morte. Quando a mente retoma a reprodução de experiências passadas em novos ambientes, o fenômeno é denominado nascimento. O processo de nascimento inicia com o homem imaginando: 'Aqui está minha mãe; estou no seu útero; meu corpo possui estes membros'. Então ele se imagina nascido no mundo e, mais tarde, diz: 'Este é meu pai; sou seu filho, tenho tantos e tantos anos de idade; estes são meus amigos e parentes; esta bela casa é minha' e assim por diante. Esta série de novas ilusões começa com a perda das ilusões anteriores no estado de como antes da morte, e depende dos resultados de ações passadas.

A alma sobrepujada pelo irreal estado de coma anterior à morte, tem diferentes ilusões, de acordo com suas diferentes ações passadas. Após a morte, ela acredita: 'Aqui é o céu; é adorável, estou nele; sou agora um maravilhoso ser celestial; há tantas donzelas celestes encantadoras a meu serviço; tenho néctar para beber'; ou 'Eis a região da Morte; aqui está o Deus da Morte; estes são os mensageiros da Morte; oh, são tão cruéis - arremessam-me ao inferno!'; ou 'Eis a região dos Pitrs; ou de Brahma, ou de Vishnu ou de Shiva' - e assim por diante. Portanto, segundo a sua natureza, as tendências do karma passado apresentam-se como ilusões de nascimento, morte, passagem para o céu, para o inferno ou para outras regiões perante o Eu Real, que é sempre o imutável Espaço da Consciência. São apenas ilusões da mente - irreais.

No Ser do Espaço da Consciência existe o fenômeno do universo, como uma cidade celestial vista em pleno ar. É reputada como algo real, mas realmente não o é. É composta de nomes e formas, e não é nada além disso." 

(Advaita Bodha Deepika - A Luz da Sabedoria Não Dualista - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 39/41)


AMAR, VERBO INTRANSITIVO (1ª PARTE)

"Amor, segundo o dicionário, é um substantivo masculino e abstrato. Nessa perspectiva, ele se encaixa muito bem no amor derramado dos livros e filmes românticos ou dramáticos que temos disponíveis. Aceita perfeitamente a áurea onírica, idealizada ou religiosa em que nós acostumamos a envolvê-lo. Explica as diversas frustrações, tragédias e desequilíbrios causados em seu nome. Estimula a busca incansável pela alma gêmea, pela felicidade, pela satisfação, pelo prazer.

Esse amor é algo que não diz respeito às grandes verdades da alma, pois nasce do medo. Medo da solidão ou do julgamento. Esse amor cria o sentimento de separatividade, que em sua mais fanática expressão nos leva ao isolamento em seitas, grupos ou castas.

Aprendemos com a nossa professora de português que amar é um verbo - portanto ação - e que o sentido precisa ser complementado para que haja clareza na mensagem transmitida. Nós nos acostumamos a revestir o amor das formas mais variadas. Amamos com os sentidos as mais variadas coisas, aquilo que achamos possuir, acreditar ou defender.

Embotados pelos sentidos, acreditamos que o amor, aquele amor que precisa de complementos, é o que nos trará a felicidade. Acreditamos que Deus nos ama com algum complemento, algum adjetivo. Por fim, percebemos que esse amor nos torna menores. Então descremos do amor e nos frustramos.

Na ótica em que pretendemos analisar a ação de amar, usaremos a licença poética de Mário de Andrade, que, desafiando os gramáticos, declarou: 'Amar, verbo intransitivo.' (...)"

(Carla Maiolino - Amar, Verbo Intransitivo - Revista Sophia, Ano 11, nº 44 - p. 24)