OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 10 de julho de 2014

KARMA, REENCARNAÇÃO E REGENARAÇÃO HUMANA

"Como deveríamos encarar o karma a reencarnação com relação à regeneração humana?

Há duas abordagens diferentes para estes conceitos. Uma preocupa-se com a mecânica e não com o conteúdo interno ou com o propósito dos processos do karma e da reencarnação; isso poderá não ser suficiente à regeneração. É útil conhecer algo sobre o processo do karma e da reencarnação; pessoas que não conhecem o assunto são muito temerosas acerca do que acontecerá depois da morte do corpo físico. Tornam-se vítimas de padres, de suas promessas e ameaças. Quando conhecem algo sobre o karma, compreendem que seu destino está nas próprias e não nas mãos de um poder arbitrário na Terra ou nos céus.

Esses temas podem ser apresentados em detalhes, porém sabendo que os detalhes não auxiliam a adquirir sabedoria. Suponhamos que adquirimos conceitos sobre o número de reencarnações necessárias antes da libertação, quantos anos podem passar entre uma encarnação e outra, quais são as consequências do karma de um determinado ato e assim por diante. Será que isso realmente produzirá uma nova compreensão?

A segunda abordagem revela todo o processo de reencarnação e karma como o movimento no decorrer do qual a consciência humana desperta para o significado profundo da vida. Está assim relacionada com a regeneração. Se compreendermos adequadamente o karma e a reencarnação, veremos o que está ocorrendo em um nível mais profundo do processo. Tudo o que o karma traz, encerra em si mesmo a oportunidade para o despertar. Madame Blavatsky expressa: o karma traz o bem. Karma não implica apenas desastres e crises. Karma é tudo. Se estamos aqui juntos, isto faz parte do nosso karma e constitui uma oportunidade. Toda dor é uma oportunidade para responder da forma certa. Todo processo é um movimento. Enfrentamos experiências de modo que possamos aprender a responder adequadamente aos desafios. Algo acontece, até mesmo inconscientemente, através do karma e realiza-se uma assimilação entre uma encarnação e outra. Não podemos considerar este tema em detalhes, porém dissemos o suficiente para compreender que, se o estudo do karma e da reencarnação trouxer alguma compreensão do que está sendo internamente obtido através deste processo, ele terá muito a ver com a regeneração, mas isso se não nos perdermos em minúcias."

(Radha Burnier - Regeneração Humana - Ed. Teosófica, Brasília, 1992 - p.74/75)


A VERDADE É A EXATA CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (1ª PARTE)

"A verdade não é teoria, nem sistema especulativo de filosofia, nem uma percepção intelectual. A verdade é a exata correspondência com a realidade. Para o homem, a verdade é o inabalável conhecimento de sua natureza real, de seu Ser como alma. Jesus, em cada ato e palavra de sua vida, provou que conhecia a verdade de seu ser - sua origem divina. Totalmente identificado com a Consciência Crística onipresente, ele podia dizer, em caráter final: 'Todo aquele que é da verdade, ouve a minha voz.'

Buda também se recusou a lançar luz sobre as questões derradeiras da metafísica, assinalando secamente que os poucos momentos do homem na Terra seriam melhor empregados no aperfeiçoamento de sua natureza moral. O místico chinês Lao-tsé ensinou corretamente: 'Quem sabe, não o diz; quem diz, não o sabe.' Os mistérios últimos de Deus não se acham 'abertos ao debate'. A decifração de Seu código secreto é uma arte que o homem não pode comunicar ao homem; aqui, só o Senhor é o Instrutor.

'Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus.' Nunca fazendo alarde de Sua onipresença, o Senhor é ouvido apenas nos silêncios imaculados. Reverberando por todo o universo como a vibração criadora de Om, o Som Primordial traduz-se instantaneamente em palavras inteligíveis para o devoto com ele sintonizado.

O objetivo divino da criação, até onde a razão humana pode compreender, está exposto nos Vedas. Os rishis ensinaram que cada ser humano foi criado por Deus como alma que manifestará, de modo ímpar, algum atributo especial do Infinito, antes de reassumir sua Identidade Absoluta. Todos os homens, assim dotados com uma faceta da Individualidade Divina, são igualmente amados por Deus. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Autobiografia de um Iogue - Ed. Lotus do Saber, Rio de Janeiro, 2001 - p. 534)


quarta-feira, 9 de julho de 2014

A MEDITAÇÃO NA VISÃO DO YOGA

"A maioria dos sistemas de meditação indianos modernos reconhece o Yoga Sutra como uma fonte de seus próprios métodos. Existem inúmeras escolas espirituais chamadas ‘Yoga’: o bhakti yoga é o caminho da devoção; o karma yoga usa o serviço altruísta; e o jnana yoga toma o intelecto como seu veículo. A via esboçada nos Yoga Sutra condensa todas elas.

Embora seus métodos possam variar, todas as trilhas yóguicas buscam transcender a dualidade na união. Consideram que a dualidade está dentro da mente, na separação entre os mecanismos da consciência e seu objeto. Para transcender a dualidade, o aspirante deve penetrar em um estado em que essa falha é superada na fusão do vivenciador com o objeto. Esse estado é o samadhi, onde a consciência do meditador funde-se com seus conteúdos.

A mente está repleta de ondas de pensamento que criam o abismo que o Yoga procura transpor. Acalmando suas ondas de pensamento, apaziguando a sua mente, o yogui encontrará a união. Essas ondas de pensamento são a fonte de emoções forte e hábitos cegos que prendem o homem a um falso eu. Quando sua mente fica clara e quieta, o homem pode conhecer a si mesmo como realmente é. Nessa quietude, pode conhecer Deus.

Nesse processo, sua crença errônea em si mesmo como um indivíduo único, separado de Deus, será superada. À medida que suas ondas de pensamento são subjugadas, o ego do yogui retira-se. Finalmente, como liberto, está apto a vestir seu ego ou a descartá-lo como um conjunto de roupas. Vestindo seu ego, ele age no mundo; descartando-o pelo apaziguamento da mente, ele une-se a Deus. Mas primeiro ele precisa submeter-se a uma árdua disciplina de mente e corpo."

(Daniel Goleman - A Mente Meditativa - Ed. Ática)
Excerto de texto retirado do Jornal do Yoga – www.casadeyogashantiom.com.br


O CAMINHO DA ESPIRITUALIDADE (PARTE FINAL)

"(...) A última das qualificações é Mumukshutva, geralmente traduzida por um ‘intenso desejo de libertação da Roda de nascimentos e mortes’, e um desejo de ‘união com o Supremo’. O livro Aos Pés do Mestre, plenamente recomendável para os interessados no assunto, apresenta-a como sendo o Amor e, ao contrário de outras definições rebuscadas e complexas, define-o como ‘ser cuidadoso para não causar dor a nenhum ser vivo; e (...) estar sempre vigiando por uma oportunidade de prestar auxílio.’ (...) É, na verdade, um desejo de união com o Supremo, com Deus, de modo que o aspirante, por sua total entrega, torna-se um canal purificado por onde as bênçãos e a força da Divindade possam fluir, alcançando seus semelhantes. Quanto maior é o avanço na Senda, maior o altruísmo, mais pleno e intenso é o sentimento de Amor por todos os seres.

Certamente não é exigida do aspirante a perfeição nessas qualificações, mas ele as deve ter incorporado em seu viver numa medida considerável. Dessa forma, quando a necessária preparação foi feita, o aspirante encontra-se pronto para a experiência crucial do Caminho, para uma profunda transformação interior conhecida pelo nome de ‘Iniciação’.

‘Iniciação’ significa um novo começo, a vida numa nova direção, onde a importância pessoal cede lugar a um profundo sentimento de integração com vida e a disposição de colocar-se a serviço da Lei que é Suprema Sabedoria e Perfeição. (...)"

(Ricardo Lindemann & Pedro Oliveira - A Tradição-Sabedoria, uma introdução à filosofia esotérica - Ed. Teosófica, Brasília, 3ª edição - p. 146/148)


terça-feira, 8 de julho de 2014

NOSSO DESTINO É DEUS

"O desejo por Deus não vem por si; precisa ser cultivado. E sem esse desejo, a vida não tem significado. Quando você dorme, diz 'até logo' a este mundo, à sua família, a seu nome, a tudo. Esquece até do corpo. Você não sabe quando vai ter que dizer o adeus definitivo ao mundo. Você está numa jornada e parou aqui por um breve período de tempo. A vida é como uma grande caravana que passa. Seu primeiro interesse deveria ser aprender o objetivo e o destino da jornada. O destino é Deus; não poderia ser outra coisa.

O Senhor vem ao devoto que vive para Ele e que morre Nele. Ele toca essa alma e diz: 'Meu filho, desperta. Você está apenas sonhando, pois a morte não chegou a tocá-lo.' Assim, o devoto sabe que todas as suas experiências terrenas não tinham o objetivo de torturá-lo, e sim de demonstrar-lhe sua verdadeira natureza como alma. A alma não pode ser queimada, nem afogada, nem esfaqueada, nem despedaçada.³ O devoto experimenta: 'Eu não sou o corpo. Não tenho forma. Sou a própria alegria.' Recorde esta verdade todas as manhãs ao acordar: 'Acabo de sair da percepção interna de meu verdadeiro Eu. Não sou o corpo. Sou invisível. Sou Alegria, Luz, Sabedoria e Amor. Habito no corpo onírico, através do qual estou sonhando esta vida terrena, mas sou sempre o Espírito eterno.'"

³ 'As armas não podem ferir a alma; o fogo não pode queimá-la; a água não pode molhá-la; nem pode o vento ressecá-la. (...) A alma é imutável, tudo permeia, está perenemente tranquila e inamovível - a mesma, eternamente.' (Bhagavad Gita II:23-24).

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 423/424)