OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 29 de junho de 2014

OS CICLOS DO UNIVERSO FÍSICO

"Segundo a ciência ocidental, o Universo se expandiu a partir de um centro infinitamente concentrado de energia, dando origem ao que chamaram de 'Big Bang'. Tal ideia não está distante daquilo que os rishis nos ensinaram. Mas à medida que este Universo físico se expande, um dia, iniciará o processo inverso, caindo novamente no grande vazio ou na grande concentração de massa. Após nova idade de Brahma (314 trilhões de anos), ele retorna do Absoluto em ciclos intermináveis de nascimento, morte e renascimento.

- Tudo isso é semelhante ao que ocorre no coração, suas sístoles e diástoles.

Mas o que nos parece deprimente, é, em realidade, uma grande diversão do Espírito. Lembrem-se de que os tais nascimento, mortes e renascimentos de Brahma (o próprio Universo) que duram tantos trilhões de anos terrestres, constituem as bolhas de sabão lançadas no ar pela criança divina. Na verdade, não há morte, nem nascimento, e nem renascimento, pois tudo é parte de Seu grande sonho das idades.

- Os Universos são paradoxalmente reais e oníricos. Para aqueles que despertaram no Espírito, tudo é um sonho de Deus. Eles observam tais ciclos do lado de fora. Já não estão presos à dança de vida e morte, pois são vencedores. Para nós que ainda estamos do lado de cá, tudo parece muito real e desanimador, mas para eles, nossos irmãos mais velhos, tudo é apenas uma questão de 'despertar'.

- E eles nos dizem: 'Despertem! Despertem dessa ilusão do tempo e do espaço. Venham conosco desfrutar da eternidade onde as relatividades do mundo se dissolveram na alegria interminável do Espírito. Enquanto dormem, Shiva dança Suas danças de vida e morte, mas se despertarem, verão que tudo não passou de um sonho, um pesadelo, e que a realidade e os prazeres em Deus são imensamente maiores que no limitado reino da matéria'."

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora, 2012 - p. 137)


OS EFEITOS DA CHAMA DA SABEDORIA NO KARMA (1ª PARTE)

"(4:37) Ó Arjuna, assim como o fogo consome a madeira até as cinzas, assim a chama da sabedoria reduz a cinzas todo o karma do homem. 

Pense-se nos túmulos egípcios de há muito abandonados. As trevas reinaram na tumba do faraó Tut por milhares de anos - mas quando ela foi aberta, a luz a invadiu e a escuridão de séculos se dispersou num instante. Dá-se o mesmo com qualquer pessoa. Não importa quão densas sejam as sombras de sua ignorância, quando a luz divina penetra sua consciência, só o que resta é luz!

Há vários tipos de karma, pois essa palavra significa apenas ação. O karma pode ser nacional, grupal, familiar, individual, em suma, tudo quanto proceda de um centro coerente de intenção capaz de atrair consequências para esse centro. Toda ação é karma. Um líder nacional que prejudica seu povo não terá de sustentar o peso inteiro desse mau karma em seus próprios 'ombros': a nação também deverá assumir responsabilidade. Os bons cidadãos do país devem igualmente arcar com ela, embora seu próprio karma possa afastar deles, e talvez de um círculo mais vasto de pessoas, qualquer mal que sobrevenha à nação como uma forma de resgate kármico. 

Quando um avião explode, nem todos os que morrem no acidente padecem esse destino por exigência de seu karma. O karma grupal da maioria dos passageiros pode pesar mais que o karma neutro do indivíduo - se, por exemplo, sua disposição para viver não for suficientemente forte. Por outro lado, sucede às vezes que, na iminência de um grande desastre, pessoas sem nenhuma culpa no momento sejam chamadas a outro parte ou de um modo qualquer, impedidas de estar no local.

O karma grupal é extremamente complexo. O primeiro dever da pessoa é para consigo mesma, visando melhorar o próprio karma. De fato, quanto mais boas ações ela praticar em prol do aprimoramento geral da consciência, em maior medida o karma de todos será amenizado. Deve-se começar, porém, pelo aprimoramento da própria consciência. (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramahansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 209/210)


sábado, 28 de junho de 2014

FUI RAPTADO AO TERCEIRO CÉU

"Que disseste, Paulo? Foste raptado ao terceiro céu? E eu, que nem conheço o primeiro e o segundo céu...

Ah! já sei, já sei...

Foste raptado para além do primeiro céu dos sentidos e para além do segundo céu da mente.

Foste raptado ao terceiro céu do espírito.

Eu conheço bem o primeiro céu, conheço também o segundo céu - nada sei do terceiro céu.

Creio no céu do espírito, que espero para depois da morte.

Mas tu entraste no terceiro céu, em plena vida.

E lá no terceiro céu tu ouviste 'ditos indizíveis' - que transformaram a tua vida terrestre.

'Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus preparou àqueles que o amam.'

Para além dos sentidos e da mente do meu ego humano - eu me deixarei raptar para o terceiro céu do meu Eu divino.

Enquanto eu me identificar com o ego, que não sou, não sou raptável.

Enquanto eu viver satisfeito no primeiro céu dos sentidos e no segundo céu da mente, ninguém me pode raptar para o terceiro céu do espírito, que sou.

'Transmentalizai-vos, porque o Reino dos Céus está ao vosso alcance'.

Se eu não me transmentalizar, não ultrapassar o meu ego do aquém, não serei raptado para as regiões do Além.

Deus respeita o meu livre-arbítrio.

Enquanto eu não abrir a porta para que alguém possa entrar no recinto do meu ser...

Raptar-me não está em meu poder - em meu poder está somente abrir as portas para ser raptado.

E os 'ditos indizíveis' do meu terceiro céu ecoarão através do meu primeiro e segundo céu."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 - p. 157/158)


EQUILÍBRIO E JUSTIÇA (PARTE FINAL)

"(...) O equilíbrio é uma lei fundamental do universo. Se uma pessoa está ganhando de um lado, tem que perder do outro para que o equilíbrio seja mantido.

Na visão dos hinduístas, o universo é uma grande dança. Eles representam a contínua alternância entre os opostos como a dança de Shiva. Shiva é um dos deuses mais cultuados na Índia. Isso é curioso, porque ele é um deus associado à destruição.

Existe na Índia uma trindade muito conhecida formada por Brahma, Vishnu e Shiva; onde Brahma está associado à criação, Vishnu à preservação e Shiva à destruição. Quando se viaja pela Índia percebe-se que quase não existem templos destinados a Brahma; que existem alguns poucos destinados a Vishnu; e uma enorme quantidade de templos destinados a Shiva. Por que razão isso ocorre?

É que Shiva representa a renovação resultante da morte e da destruição. Para que o novo possa nascer, é necessário que as formas gastas sejam removidas. Ao mesmo tempo, Shiva inspira certo temor naqueles que não tiveram ainda a percepção de que a vida e morte são aspectos complementares de uma mesma realidade divina.

Essa dança de Shiva de criação e destruição é, na realidade, a base da existência. Nada pode existir estático na natureza. A nossa ignorância é que nos impede de ver a mudança como um elemento fundamental da própria existência. Nada permanece estático, nem por um breve momento. Tudo flui, tudo está em contínuo movimento. A folha da árvore que cai vira adubo para o crescimento de outras árvores. Na natureza nada se perde."

(Eduardo Weaver - Vida e morte na visão de Platão - Revista Sophia, Ano 5, nº 17 - p. 28/29)


sexta-feira, 27 de junho de 2014

COMPREENDER A VERDADE


"O que fundamentalmente causa a ilusão é a busca daquilo que proporciona prazer, daquilo que gratifica em qualquer nível que seja. Gostamos de aceitar algo mental ou fisicamente por proporcionar prazer, por ser conveniente fazê-lo ou por ser um pensamento confortante; é adequado a nossa forma habitual de pensar por assim dizer. Compreender a verdade não é a mesma coisa que assenhorar-se de uma ideia, e ater-se a ela com fervor. A mente é facilmente subornada pelo prazer. Com frequência damos prazer a alguma pessoa, a fim de conseguir que ela faça o que queremos que faça. Esta é uma prática que evidencia resultados em toda parte. A mente concordará voluntariamente com o doador do prazer. Portanto, é necessário sermos rigorosos conosco no que tange ao vivenciar a verdade - e esta é uma base necessária para o ocultismo. 

Aliás, poderia dizer que em país algum no mundo a importância de vivenciar a verdade foi tão enfatizada como na Índia, onde satyam (verdade) e ritam (retidão) foram proclamados como sendo inalteráveis. 'Somente a verdade conquista' é a antiga máxima adotada pelo governo indiano. É amplamente aceita enquanto palavra, mas poderíamos perguntar: até onde está sendo honrada na prática? Isto é algo que todos terão que descobrir em relação a si mesmos. Apenas se pode aplicar testes práticos à própria conduta para ver em que extensão a verdade está sendo vivenciada. (...)"

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 23/24)