OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 17 de junho de 2014

IDENTIFICAÇÃO (2ª PARTE)

"(...) O 'normal' é o indivíduo sentir-se miserável e perdido só porque caiu doente. Muitas senhoras esnobes se danam quando a cronista deixou de citar seu nome na coluna social.

Aquilo que quando nos falta nos dá infelicidade é o objeto de nossa identificação. Somos identificados ao que ansiosa e desastrosamente queremos conservar, cultivar, desenvolver... Somos uns perdidos de nós mesmos porque nos identificamos a uma variedade sem conta de coisas, posições e pessoas. Nossa segurança e paz dependem de tudo isso com que nos identificamos.

Segundo o yoga, uma das maiores fontes de sofrimento é o identificar-nos com os níveis mais densos e materiais de nosso próprio ser. Os que se identificam com o corpo, e somos quase todos, costumam dizer: 'Eu estou doente', 'eu estou cansado'.

O yoguin, já desidentificado com o corpo, usa outra linguagem e diz: 'Meu corpo está doente.' O yoguin, em sua sabedoria, diz que seu corpo morre, pois sendo realmente um agregado de substâncias, algum dia se desfará, mas afirma que ele, em Realidade, é o Eterno, o Imutável, o Imóvel, o Perfeito, e portanto, jamais morrerá. Pode haver medo da morte para quem assim pensa?

Enquanto o homem comum adoece com os arranhões em seu carro ou em sua saúde, o sábio, desidentificado do grosseiro e do falível, mantém-se imperturbável, identificado que é com o eterno, o incorruptível e o imortal, que em Realidade ele é. Enquanto o pobre homem identificado é joguete ao sabor das circunstâncias incontroláveis na tempestuosa atmosfera da matéria, o yoguin, vivendo no Espírito, não se deixa apanhar nas malhas da ansiedade e da preocupação e não cai presa da 'coisa'. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 158/159)

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O PROBLEMA DO MAL

"O porquê da existência do mal neste mundo é uma pergunta difícil de responder. Só posso lhes oferecer o que poderia chamar de resposta de um aldeão. Se existe o bem, deve haver também o mal, assim como onde existe a luz também haverá escuridão. Isso, porém, somente é verdade no que concerne a nós, seres humanos mortais. Perante Deus não há o bem nem o mal. Podemos falar de sua relação em termos humanos, mas nossa linguagem não é a de Deus.

Não posso justificar a existência do mal por meio de qualquer método racional. Querer fazê-lo é tentar ser equivalente a Deus. Sou, portanto, suficientemente humilde para reconhecer o mal como tal. E considero Deus paciente e resignado justamente por Ele permitir o mal em nosso mundo. Sei que não há mal dentro dEle, mas, ao mesmo tempo se o mal existe, ele é o autor disso e, mesmo assim é intocado por ele.

A distinção entre pensamentos bons e ruins não é desprovida de importância. Essas reflexões também não aparecem de modo aleatório. Elas seguem alguma lei que as escrituras tentam enunciar. (...)

A mão de Deus está por trás do bem, mas não somente atrás dele. Na verdade, sua mão também está por trás do mal, que, neste caso, já não é mais mal. Ambos representam meramente a imperfeição de nossa linguagem, afinal, Deus está acima do bem e do mal.

Somos nós, seres humanos, que entretemos pensamentos, e também somos nós que o repelimos. Temos, portanto, de lutar contra eles mesmos. As Escrituras afirmam que existe um duelo no mundo. Esse duelo é imaginário, não real. Podemos, entretanto, sustentar a nós mesmos nesse mundo ao assumir que esse combate seja real."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz - Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.38/39)


IDENTIFICAÇÃO (1ª PARTE)

"Conheci um homem rico que sempre adquiria carro do último tipo, o mais caro. Adorava o carro como um apaixonado qualquer a sua amada. Dava-lhe tratamento extremamente cuidadoso. O brilho do carro era-lhe obsessão.

Uma noite, o carro estacionado, estando ele no cinema, algum malvado fez um risco no lindo capô. O pobre homem 'adoeceu de raiva'. Não é apenas uma expressão popular. Adoeceu mesmo. De raiva de quem fizera aquilo, e de dor, por ver estragado seu carro. O risco não fora apenas no automóvel, mas em seus próprios nervos, pois, a rigor, o carro não era dele - o carro era ele mesmo. Dizia Cristo: 'Onde está vosso tesouro aí está o vosso coração' (Lc 12:34).

Aquele homem abastado é o símbolo da identificação. Sua tranquilidade, sua saúde, sua felicidade, dependiam 'dele' - do carro. Era portanto uma pessoa muito vulnerável. Semelhante a milhões de outros seres humanos. Era vulnerável como seu carro. Enguiço, sujeira, arranhão, batida, a que todo automóvel está sujeito, atingia-o em seu psicossoma, isto é, faziam-no sofrer mental e organicamente.

A identificação mais normal, mais generalizada, é aquela às coisas externas e mais ou menos vulneráveis quanto um automóvel. Os homens 'normais' continuam a fechar os ouvidos doidos à sapiência de Jesus: 'Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a Terra...' Continuam, sem ver que põem seus queridos tesouros 'onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e roubam' (Mt 7:19).

Podemos identificar-nos a um objeto, a um outro ente humano, como a namorada, o filho, a um emprego ou à ribalta. Somos identificados às coisas quando nos sentimos infelizes com a perda, o desgaste ou a decadência de tais coisas. A felicidade de muitos está ligada, às vezes, a acontecimentos em si insignificantes, como a vitória do time de futebol ou do partido político, mas também à manutenção de um emprego ou posição de destaque social ou artístico, ao triunfo da ideias ou ideais que professam. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 157/158)

domingo, 15 de junho de 2014

EMPATIA

"A empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro - sentir o que ele sente; ficar em sua situação e ver com seus olhos. Se somos capazes de empatia, podemos sofrer com quem está sofrendo, nos alegrar com o amor de alguém, sentir prazer com o sucesso do outro, entender a raiva de um amigo e a tristeza de um desconhecido. É uma qualidade que, quando desenvolvemos e usamos corretamente, nos ajuda a evoluir. Quem não tem empatia não consegue evoluir espiritualmente.

O princípio que fundamenta a empatia é o fato de estarmos todos conectados. Comecei a entender este princípio na época do auge da Guerra Fria, quando vi um filme sobre um soldado russo. Eu sabia que se esperava que eu o odiasse, mas ao vê-lo realizar seu ritual doméstico - fazer a barba, tomar seu café da manhã, ir para o campo de treinamento - me lembro de ter pensado: 'Esse soldado é só um pouco mais velho do que eu. Deve ter mulher e filhos que o amam. Talvez ele esteja sendo obrigado a lutar por ideias políticas de seus lideres com as quais não concorda. Disseram-me que ele era meu inimigo, mas quando olho em seus olhos é a mim mesmo que vejo. Será que me mandaram odiar a mim mesmo?'

O soldado russo de ontem e o soldado árabe de hoje são iguais a você, porque têm alma, assim como você, e todas as almas são uma só. Em nossas vidas passadas mudamos de raça, sexo, situação econômica, condições de vida e religião. Em nossas vidas futuras também mudaremos. Então quando odiamos, guerreamos e matamos, estamos odiando, guerreando e matando a nós mesmos.

A empatia ensina essa lição. Fomos colocados na Terra para aprendê-la, é um aspecto fundamental em nossa preparação para a imortalidade. É uma lição difícil, porque precisa ser aprendida em nossas mentes e em nossos corpos, e em ambos temos dor, emoções sombrias, inimigos, perdas e tristezas. Por isso tendemos a esquecer os outros e a nos concentrar em nós mesmos. Mas também possuímos amor, beleza, arte, dança, natureza e ar, e queremos compartilhá-los. Sem empatia não conseguimos transformar o negativo em positivo, e não podemos entender de verdade a empatia sem experimentá-la em nossa vida presente, no passado e no futuro. (...)"

(Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 56/58)
www.esextante.com.br


DESEMPENHE BEM O SEU PAPEL NO TEATRO DA VIDA

"É sábio esforçar-se para fazer a vontade divina em tudo, porque este é o caminho para a felicidade e para a paz de espírito. Se você analisar bem, verá que é uma ideia colossal. Um cosmos vastíssimo, com diferentes forças da natureza, está unido pelo poder regente de Deus. Tudo funciona em harmonia mútua com o Plano Divino. Somos parte do programa universal - assim como o sol, a lua e as estrelas. Temos de fazer a nossa parte; representar o papel que nos foi designado por Deus, e não o que queremos representar. Quando você usa sua própria vontade em oposição à vontade divina, estraga a dramatização, pois não contribui com a parte que lhe cabe na realização do grande plano deste universo. Devemos dizer: 'Farei o que Deus quer que eu faça'. Acho que assim você será muito mais feliz e pacífico; estará muito melhor.

Você sente muito mais alegria quando se esforça para agradar a Deus e não a si mesmo. De manhã, ao acordar, afirme: 'Senhor, ofereço-Te este dia. O ego insignificante já não exerce domínio sobre este corpo; só Tu vives aqui.' Assim que você começa a encontrar Deus em si mesmo, também O contempla nos outros. E não consegue odiar ninguém, porque vê o Senhor em todos os templos corporais. É uma maneira linda de viver. Em tudo o que fazemos, devemos pensar em Deus. Quando amamos e servimos nosso país, nossa família e outros entes queridos, devemos amar a Deus acima de tudo. Ele precisa estar em primeiro lugar no coração e na vida. É por isso que Ele declarou, nos Dez Mandamentos: 'Não terás outros deuses diante de mim'.¹"

¹ Êxodo 20:3

( Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 240)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/romance-com-deus.html