OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 8 de junho de 2014

NÃO CREIAS NUMA MORTE REAL! (3ª PARTE)

"(...) Quanto tempo durará essa noite de semiconsciência? Ninguém o sabe. Para uns é longa, para outros breve. Depende do modo de vida que alguém levou na terra; depende do conteúdo e da qualidade das nossas experiências atuais. Para uma alma firmemente presa ao corpo físico, à matéria dos sentidos e do mundo, causa essa separação um choque violento, uma espécie de hemorragia interna, de maneira que, por largo tempo, ela não consegue recuperar equilíbrio e suficiente consciência para se orientar e saber o que aconteceu e onde está. 

Para outras almas, já devidamente habituadas ao desapego voluntário da matéria, é breve esse estado de inconsciência parcial, porque não houve choque violento; como São Paulo, podiam dizer em plena vida terrestre 'eu morro todos os dias, e é por isto que vivo - mas não sou eu que vivo, o Cristo é que vive em mim'.

Quando, então, a alma volta a recuperar consciência de si, não sabe ainda que se acha fora do corpo material. O longo hábito de sentir e pensar através da rede dos nervos orgânicos mantém a alma, por algum tempo, na ilusão de sentir e pensar ainda através desses mesmos veículos, já inertes. Mesmo quando conatempla o seu corpo imóvel, não se convence desde logo que esse invólucro não seja mais instrumento dela. O homem espiritual, porém, habituado a não se identificar com o seu corpo, durante a vida terrestre, rapidamente se habitua ao novo ambiente e se sente perfeitamente 'em casa'. E logo essa alma, levada por um impulso interno, vai em busca de outros seres que tenham afinidade espiritual com ela, porque vê nesses seres seus irmãos, suas irmãs, sua família espiritual. Cessaram os liames do parentesco material; começam a agir as forças da afinidade espiritual, segundo a eterna lei cósmica 'semelhante atrai semelhante'. E formam-se novos mundos e novas humanidades. (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1982 - p. 125/126)


sábado, 7 de junho de 2014

AMOR É VIDA

"Se o amor não fosse a lei da vida, a vida não teria persistido em meio à morte. A vida é um perpétuo triunfo sobre o túmulo. Se existe uma distinção fundamental entre homem e besta é o reconhecimento progressivo por parte do primeiro da lei da vida e de sua aplicação na prática de sua própria existência pessoal. Cada santo do mundo, seja ele antigo ou moderno, representa uma ilustração viva da lei suprema do nosso ser, sempre de acordo com a própria luz e capacidade. Que o bruto em nós pareça triunfar com frequência já é evidente. Afinal, como poderia ser de outro modo com uma lei que é tão importante quanto a própria verdade? Quando a prática dessa lei se tornar universal, Deus reinará na terra como já faz no Paraíso. (...) Não preciso ser lembrado de que a terra e o paraíso estão dentro de cada um de nós. Conhecemos a terra, mas somos estranhos ao paraíso que vive em nós.

Acredito piamente que o amor sustente a terra. Somente prevalece a vida onde existe o amor. Vida sem amor é morte. O amor é o reverso da moeda cujo verso e a verdade.

O ódio sempre mata; o amor nunca morre. 

A diferença entre ambos é gigantesca. O que é obtido pelo amor é mantido por toda a vida. O que é alcançado pelo ódio na realidade se revela um fardo, pois só aumenta o rancor. A tarefa do ser humano é diminuir o ódio e promover o amor."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz – Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.48)


NÃO CREIAS NUMA MORTE REAL! (2ª PARTE)

"(...) Quando, semanas mais tarde, a lagarta também 'morre' e se imobiliza no misterioso ataúde da crisálida ou do casulo, mais uma vez essa pseudomorte preludia uma nova fase de vida, mais ampla e plena que as duas etapas anteriores. Finalmente, vem a terceira 'morte' desse inseto em evolução ascensional, e o ocaso dessa terceira fase da vida é a alvorada da vida mais deslumbrante que vai despontar - a borboleta.

Em cada nova metamorfose, o inseto morre com a mesma tranquilidade com que nasce e renasce, porque sabe instintivamente que essas vicissitudes de luz e trevas, de movimento e imobilidade, de expansão e contração, são necessárias para atingir a meta final da sua evolução. O inseto não é capaz de crear uma falsa teologia ou filosofia sobre si mesmo, e por isto não teme a morte, prelúdio duma vida nova.

Também o homem 'morre' cada noite, quando se recolhe ao sono - a fim de ressuscitar, no dia seguinte, com vida nova e forças maiores. É uma inconsciência entre duas consciências. Assim como o sono não atinge a vida central de nosso Eu, senão apenas o invólucro periférico, do mesmo modo a morte não afeta a nossa íntima essência, que dá vida aos invólucros externos. 

A alma não é atingida pelo processo da morte. Essa hora da grande metamorfose está, geralmente, envolta no véu duma suave semiconsciência crepuscular... Tudo nos parece distante, cada vez mais distante... Tudo vago, longínquo, aéreo... Recuam as paredes do quarto... Perdem-se no espaço os derradeiros sons... Entorpecem as extremidades do corpo... A semiconsciência centraliza-se no coração, no cérebro, últimos redutos da vida material... Por fim, o corpo repousa como um invólucro vazio do inseto deixado pela vida... E, por algum tempo, a alma parece imersa num sono profundo... Desce sobre ela a noite duma paz intensa, misteriosa, benéfica... (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1982 - p. 124/125)


sexta-feira, 6 de junho de 2014

VERDADE

"O que é verdade afinal? Trata-se de uma pergunta difícil, mas acho que consegui respondê-la ao concluir que a verdade é aquilo que sua voz interior diz a você. Então você poderia perguntar: Por que pessoas diferentes abrigam verdades distintas e até mesmo contraditórias?

É porque no momento em que vivemos cada pessoa afirma possuir o direito à consciência individual, sem, entretanto, obedecer a qualquer tipo de disciplina. O fato é que há muitas inverdades sendo proferidas e proliferadas neste mundo completamente estupefato e desnorteado. Assim, tudo o que posso lhes dizer, e com a mais profunda humildade, é que a verdade não será encontrada por ninguém que não possua um abundante senso de reverência e autoentrega. Se pretendemos navegar pelo oceano da verdade, precisamos reduzir a nós mesmos ao completo nada.

A verdade está dentro de nós mesmos. Em cada ser humano existe um núcleo central em que a verdade plena habita. Cada indivíduo que atua de maneira incorreta sabe perfeitamente que suas ações são erradas; a inverdade jamais pode ser confundida com a verdade. Justiça e verdade devem permanecer para sempre como leis supremas no mundo de Deus.

A lei da verdade é compreendida meramente como o nosso dever de dizer a verdade. Todavia, compreendemos que essa palavra tem um sentido muito mais amplo. A verdade deve prevalecer no que pensamos, no que dizemos e em todas as nossas ações."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz – Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.36)


NÃO CREIAS NUMA MORTE REAL! (1ª PARTE)

"Para milhares de pessoas é a perspectiva da morte inevitável o principal motivo de infelicidade. E essa infelicidade cresce na razão direta que se aproxima, inexoravelmente, o fim da existência terrestre. Aprenderam, em pequeno, que a morte é o fim da vida, e não conseguiram, mais tarde, libertar-se desse erro tradicional. Pelo contrário, o horror à morte foi neles intensificado por certas doutrinas teológicas sobre um estado definitivo 'post-mortem'.

Entretanto, todos os homens que, na jornada da sua evolução ascensional, ultrapassaram essa etapa primitiva sabem que a morte não tem para a existência total do homem nenhuma significação decisiva. Todos os grandes gênios espirituais da humanidade falam da morte como de um 'sono'. 'Nosso amigo Lázaro dorme', diz Jesus; a filha de Jairo 'dorme'. A palavra grega 'koimitérion', de que resultou em latim 'coemiterium', e em português 'cemitério', quer dizer 'dormitório'. Os primeiros discípulos de Jesus, ainda no período duma luminosa intuição espiritual da realidade, chamavam os cemitérios 'dormitórios', porque sabiam que não havia morte definitiva.

A vida continua lá onde parou. Não pode um processo material e meramente negativo, como é a destruição do organismo físico, modificar essencialmente a vida do homem. Não pode a morte negativa fazer o que a vida positiva não faz. A verdadeira mudança depende de algo que o homem faz, e não de algo que o homem sofre, porque nós é que somos os autores do nosso destino. 

Quando um ovinho da borboleta 'morre' para seu estado primitivo, não morre a vida interna do ovo, morre apenas o invólucro externo dele, a fim de possibilitar à vida latente e pequenina uma expansão maior e mais bela; quer dizer que a morte do ovinho é, na realidade, uma ressurreição, um nascimento para uma vida maior. Morre a pequena vida do ovinho para que viver possa a vida maior da lagarta. (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1982 - p. 123/124)