OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 7 de junho de 2014

NÃO CREIAS NUMA MORTE REAL! (2ª PARTE)

"(...) Quando, semanas mais tarde, a lagarta também 'morre' e se imobiliza no misterioso ataúde da crisálida ou do casulo, mais uma vez essa pseudomorte preludia uma nova fase de vida, mais ampla e plena que as duas etapas anteriores. Finalmente, vem a terceira 'morte' desse inseto em evolução ascensional, e o ocaso dessa terceira fase da vida é a alvorada da vida mais deslumbrante que vai despontar - a borboleta.

Em cada nova metamorfose, o inseto morre com a mesma tranquilidade com que nasce e renasce, porque sabe instintivamente que essas vicissitudes de luz e trevas, de movimento e imobilidade, de expansão e contração, são necessárias para atingir a meta final da sua evolução. O inseto não é capaz de crear uma falsa teologia ou filosofia sobre si mesmo, e por isto não teme a morte, prelúdio duma vida nova.

Também o homem 'morre' cada noite, quando se recolhe ao sono - a fim de ressuscitar, no dia seguinte, com vida nova e forças maiores. É uma inconsciência entre duas consciências. Assim como o sono não atinge a vida central de nosso Eu, senão apenas o invólucro periférico, do mesmo modo a morte não afeta a nossa íntima essência, que dá vida aos invólucros externos. 

A alma não é atingida pelo processo da morte. Essa hora da grande metamorfose está, geralmente, envolta no véu duma suave semiconsciência crepuscular... Tudo nos parece distante, cada vez mais distante... Tudo vago, longínquo, aéreo... Recuam as paredes do quarto... Perdem-se no espaço os derradeiros sons... Entorpecem as extremidades do corpo... A semiconsciência centraliza-se no coração, no cérebro, últimos redutos da vida material... Por fim, o corpo repousa como um invólucro vazio do inseto deixado pela vida... E, por algum tempo, a alma parece imersa num sono profundo... Desce sobre ela a noite duma paz intensa, misteriosa, benéfica... (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1982 - p. 124/125)


sexta-feira, 6 de junho de 2014

VERDADE

"O que é verdade afinal? Trata-se de uma pergunta difícil, mas acho que consegui respondê-la ao concluir que a verdade é aquilo que sua voz interior diz a você. Então você poderia perguntar: Por que pessoas diferentes abrigam verdades distintas e até mesmo contraditórias?

É porque no momento em que vivemos cada pessoa afirma possuir o direito à consciência individual, sem, entretanto, obedecer a qualquer tipo de disciplina. O fato é que há muitas inverdades sendo proferidas e proliferadas neste mundo completamente estupefato e desnorteado. Assim, tudo o que posso lhes dizer, e com a mais profunda humildade, é que a verdade não será encontrada por ninguém que não possua um abundante senso de reverência e autoentrega. Se pretendemos navegar pelo oceano da verdade, precisamos reduzir a nós mesmos ao completo nada.

A verdade está dentro de nós mesmos. Em cada ser humano existe um núcleo central em que a verdade plena habita. Cada indivíduo que atua de maneira incorreta sabe perfeitamente que suas ações são erradas; a inverdade jamais pode ser confundida com a verdade. Justiça e verdade devem permanecer para sempre como leis supremas no mundo de Deus.

A lei da verdade é compreendida meramente como o nosso dever de dizer a verdade. Todavia, compreendemos que essa palavra tem um sentido muito mais amplo. A verdade deve prevalecer no que pensamos, no que dizemos e em todas as nossas ações."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz – Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.36)


NÃO CREIAS NUMA MORTE REAL! (1ª PARTE)

"Para milhares de pessoas é a perspectiva da morte inevitável o principal motivo de infelicidade. E essa infelicidade cresce na razão direta que se aproxima, inexoravelmente, o fim da existência terrestre. Aprenderam, em pequeno, que a morte é o fim da vida, e não conseguiram, mais tarde, libertar-se desse erro tradicional. Pelo contrário, o horror à morte foi neles intensificado por certas doutrinas teológicas sobre um estado definitivo 'post-mortem'.

Entretanto, todos os homens que, na jornada da sua evolução ascensional, ultrapassaram essa etapa primitiva sabem que a morte não tem para a existência total do homem nenhuma significação decisiva. Todos os grandes gênios espirituais da humanidade falam da morte como de um 'sono'. 'Nosso amigo Lázaro dorme', diz Jesus; a filha de Jairo 'dorme'. A palavra grega 'koimitérion', de que resultou em latim 'coemiterium', e em português 'cemitério', quer dizer 'dormitório'. Os primeiros discípulos de Jesus, ainda no período duma luminosa intuição espiritual da realidade, chamavam os cemitérios 'dormitórios', porque sabiam que não havia morte definitiva.

A vida continua lá onde parou. Não pode um processo material e meramente negativo, como é a destruição do organismo físico, modificar essencialmente a vida do homem. Não pode a morte negativa fazer o que a vida positiva não faz. A verdadeira mudança depende de algo que o homem faz, e não de algo que o homem sofre, porque nós é que somos os autores do nosso destino. 

Quando um ovinho da borboleta 'morre' para seu estado primitivo, não morre a vida interna do ovo, morre apenas o invólucro externo dele, a fim de possibilitar à vida latente e pequenina uma expansão maior e mais bela; quer dizer que a morte do ovinho é, na realidade, uma ressurreição, um nascimento para uma vida maior. Morre a pequena vida do ovinho para que viver possa a vida maior da lagarta. (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1982 - p. 123/124)


quinta-feira, 5 de junho de 2014

A FRATENIDADE DO HOMEM, A PATERNIDADE DE DEUS

"Permitam-me ler algo profético que Gurudeva disse (...): 'É com um novo mundo que nos deparamos (...) e precisamos nos adaptar às mudanças. Uma necessidade absoluta para a nova geração é o reconhecimento da divindade de toda a humanidade e a abolição de todas as barreiras divisórias. Não posso conceber Jesus Cristo, ou Senhor Krishna, ou os rishis de outrora, chamando qualquer homem de cristão, hindu, judeu, etc. Posso imaginá-los, sim, chamando cada homem de 'meu irmão'. Não haverá nova ordem construída sobre o desprezo de outras raças ou sobre o complexo de 'povo eleito', mas sim no reconhecimento da divindade de todo homem que caminha na face desta Terra e no reconhecimento da paternidade comum de Deus.'

Guruji dizia que, se Jesus Cristo, Bhagavan Krishna, Senhor Buda e todos os outros que comungaram com Deus se reunissem, não haverá disputa entre eles, porque bebem da mesma fonte de Verdade. Eles são um em Deus, e Ele Se manifesta em todos eles. É o entusiasmo mal orientado de discípulos intolerantes que causa a divisão. Temos que acabar com a intolerância se quisermos ser verdadeiros discípulos dos grandes mestres. Devemos honrar todas as religiões; e devemos amar todas as pessoas, sejam elas negras, amarelas, vermelhas, brancas ou pardas. É um contrassenso julgar o homem por sua cor. A eletricidade pode fluir numa lâmpada verde, numa lâmpada amarela, ou numa lâmpada azul; mas você diria que a eletricidade é diferente em cada uma delas? Não. De modo parecido, Deus brilha igualmente em todas as lâmpadas humanas como alma imortal. A cor da pele não faz diferença. Precisamos acabar com os preconceitos estreitos. Deus quer que tomemos o melhor dos ideiais e das qualidades de todos os povos, fazendo-os nossos."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 215/216)
http://www.omnisciencia.com.br/so-o-amor.html


LIBERDADE DE OPOSTOS (PARTE FINAL)

"(...) Para tomarmos outro exemplo, aquela natureza que pode ser chamada espiritual sempre tem presente em si o atributo de uma sensibilidade extrema, uma inteligência que responde imediatamente ao mais leve toque. Embora esta resposta pareça automática, ela surge de uma percepção da verdade com relação ao que quer que a toque, portanto, esta resposta é determinada por aquela verdade. É a resposta de uma natureza que é susceptível, porém não influenciada. Ela não se entrega indistintamente a qualquer coisa e nunca se deixa dominar; mas também não se diminui ou foge de qualquer coisa que atravesse o seu caminho – que seria o oposto da ‘entrega’ – ela mantém a sua liberdade e equilíbrio. (...)

Vemos diferenças em toda a parte na natureza. As diferenças que existem na natureza das coisas no campo da matéria são refletidas no campo da mente e das emoções e ali geram reações, enquanto ainda se encontram em um estado de inconsciência. O Gitᾱ fala da liberdade dessas reações que são prazeres e desprazeres, paixões, avidez, ódio e inveja. Quando as reações cessam de existir, há um espírito de igualdade no coração das pessoas, boa-vontade comum, preocupação e consideração em relação a todos, o elevado e o usual, o simples e o erudito e assim por diante. A natureza em que se manifesta esta mesma atitude é a natureza verdadeiramente espiritual. (...)

Pode parecer paradoxal que um estado de liberdade possa conter dentro de si o segredo da correção absoluta, bem como a perfeição. Isto ocorre assim porque compreendemos a liberdade em um sentido que não é liberdade real, uma condição que não está sujeita à atração ou repulsão. Nesta condição, a ação está de acordo com uma lei inata que em um indivíduo é a lei do seu ser. É uma lei que, entre os componentes daquele ser, sempre mantém um estado de harmonia. O nosso conceito de perfeição também incorpora, de forma consciente ou inconsciente, essa harmonia que é a manifestação de uma unidade na diversidade."

(N. Sri Ram - Em busca da Sabedoria – Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p.32/39)