OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 30 de maio de 2014

ILUSÃO OU VERDADE?

"Se a humanidade, ou qualquer parte, dela tiver de progredir em qualquer medida real, isto apenas poderá ser feito por uma mudança verdadeira, através de forças que geram melhorias nas mentes das pessoas, nos seus gostos, nas suas visões, valores e comportamentos, e não através da criação de ilusões prazerosas e atribuições de virtudes imaginárias a homens ou objetos, seja para lucro, para fins tirânicos ou de glória. Criar impressões que não correspondem à verdade deixam as coisas como estão e dão origem a ações da parte da própria pessoa e da de outros que positivamente impossibilitam qualquer real mudança para melhor. Qualquer glorificação, que não se origine de um sentimento real pela pessoa e apreço pelas suas qualidades, é apenas um truque de feitiçaria e produz hipnotismo de massa, como foi o caso na Rússia, na Alemanha e outros lugares. A bolha, por mais colorida que ela possa afigurar-se em determinada ocasião, eventualmente terá que romper-se e depois haverá desilusão e uma forte reação àquilo que se realizou anteriormente.

Falando de amor ou afeição, o mundo seria melhor pela realidade do amor no coração das pessoas, ou pela simulação do amor que pode revestir-se de muitas formas enganosas? Pode-se criar uma impressão de amizade, como é feito pela estrutura política portentosa, mas isto é apenas parte do jogo diplomático. O que conta é o sentimento ou o espírito de amor dentro da pessoa e isto é o que ajuda os demais. Eu não sei a extensão do bem de ‘fingir uma virtude, se você não a tem’. Podemos satisfazer-nos facilmente com o fingimento e não atentar para a realidade. Se o substituto opera bem, por que preocupar-nos em encontrar a peça genuína?"

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 26/27)


OS CAMINHOS DO AUTOCONHECIMENTO ( 2ª PARTE)

"(...) Para compreendermos a nós mesmos é preciso ter a intenção de compreender, e aí reside nossa dificuldade. Embora descontentes, quase todos nós desejamos realizar uma alteração súbita; nosso descontentamento é canalizado no sentido de chegar a um certo resultado. Quando estamos descontentes procuramos, por exemplo, uma ocupação diferente. O descontentamento, ao invés de nos encher de entusiasmo e nos fazer investigar a vida e todo o seu processo, canaliza-se para algo superficial. Em consequência disso nós nos tornamos medíocres, perdendo daquele ímpeto, aquela intensidade necessária para compreender o significado pleno da existência.

O autoconhecimento não pode ser dado por outros. O indivíduo precisa conhecer a si mesmo tal como é, e não como deseja ser, pois o que ele deseja ser é apenas um ideal imaginário. Para conhecer a si mesmo, o indivíduo precisa de extraordinária vigilância por parte da mente. Tudo está sujeito à constante mudança, por isso a mente não deve ser restringida por dogmas. Se você é ganancioso ou violento, o simples fato de nutrir um ideal de não violência ou de generosidade é de pouco valor. Mas compreender que somos violentos ou gananciosos requer um percebimento extraordinário. Requer honestidade e lucidez de pensamento, ao passo que simplesmente seguir um ideal representa uma fuga que nos impede de perceber e de atuar diretamente sobre o que somos.

A compreensão do que somos, não importa como - feios, bonitos, perversos, malignos - é o começo da virtude. A virtude é essencial, porque dá liberdade. É só na virtude que se pode descobrir e viver - mas não apenas no cultivo da virtude, que leva somente à respeitabilidade, porém não traz compreensão nem liberdade.

Há diferença entre ser virtuoso de fato e o 'vir a ser' virtuoso. O ser virtuoso vem com a compreensão do que é, ao passo que o 'vir a ser' virtuoso é adiamento, ocultação do que é pelo cultivo de um ideal. Se observarmos atentamente, verificaremos que o ideal não tem essa qualidade. A virtude é essencial numa socidedade que se está desintegrando rapidamente. Para criar um novo mundo é preciso liberdade para descobrir; e para ser livre é indispensável a virtude, porque sem virtude não há libertação do medo do que se é.(...)"

(J. Krishnamurti - Os Caminhos do Autoconhecimento - Revista Sophia, Ano 12, nº 49 - Pub. da Ed, Teosófica, Brasília - p. 06)


quinta-feira, 29 de maio de 2014

A OBRIGAÇÃO PRIMÁRIA DO HOMEM

"É obrigação de cada ser humano olhar cuidadosamente para dentro de si e ver a si mesmo como de fato é, sem poupar sacrifícios no sentido de aprimorar seu corpo, sua mente e sua alma. Ele deveria perceber os danos acarretados pela injustiça, pela perversidade, pela vaidade e por coisas do tipo, e fazer o melhor para combatê-las.

O estado do homem é de provação. Durante esse período ele é testado por forças do mal e também pelas do bem. Ele é constantemente uma presa fácil para tentações, e precisa provar sua coragem resistindo a cada uma delas. Ele não é um guerreiro que combate inimigos imaginários; é incapaz de levantar seu dedo contra inúmeros inimigos que habitam seu próprio ser e, o que é pior, os confunde com amigos.

Não cabe ao homem desenvolver todas as suas faculdades até a perfeição. Sua obrigação é aprimorar todas as suas capacidades que o levam pelo caminho de Deus rumo à perfeição, suprimindo completamente aquelas cujas tendências sejam contrárias.

Sendo uma criatura imperfeita, é inerente ao ser humano buscar continuamente a perfeição. Todavia, em sua tentativa, ele se perde em devaneios e, assim como uma criança que tenta se levantar, cai repetidas vezes e finalmente aprende a caminhar. O homem, mesmo com toda a sua Inteligência, é apenas um infante comparado ao Deus infinito e eterno.

Nosso objetivo sempre se afasta de nós. Quanto maior o progresso, maior o reconhecimento do nosso próprio desmerecimento. A satisfação está no esforço, não na conquista. Esforço completo significa vitória completa."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz - Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.36)


OS CAMINHOS DO AUTOCONHECIMENTO ( 1ª PARTE)

"Os problemas do mundo são tão colossais e complexos que, para compreendê-los e resolvê-los, temos de estudá-los de maneira muito simples e direta: e a simplicidade não depende de circunstâncias exteriores nem de nossos preconceitos e caprichos. A solução não se encontra em conferências ou projetos, nem na substituição de velhos por novos líderes. Ela se encontra, evidentemente, no criador do problema, na origem dos malefícios, do ódio e da enorme incompreensão entre os seres humanos. A origem é o indivíduo, você e eu, não o mundo, tal como o concebemos. O mundo é uma expressão de nossas relações com os outros, não é algo separado de você e de mim. O mundo é construído pelas relações que estabelecemos entre nós.

Você e eu, portanto, somos o problema, e não o mundo, porque o mundo é a projeção de nós mesmos. Para compreendê-lo, precisamos nos compreender. Nós somos o mundo, e nossos problemas são os problemas do mundo. Nunca é demais repetir isso. Porque temos uma mentalidade indolente, pensamos que os problemas do mundo não nos dizem respeito e têm de ser resolvidos pelas Nações Unidas, ou pela substituição dos velhos líderes. Mostramos uma mentalidade muito elementar ao pensar dessa maneira, porque nós somos os responsáveis pela aterradora miséria e pelo constante perigo de guerra no mundo.

A transformação precisa começar por nós mesmos. O mais relevante é a intenção de compreendermos a nós mesmos, e não esperar que os outros se transformem. Essa obrigação é nossa. Porque, por mais insignificante que seja a vida que vivemos, se pudermos nos transformar, introduzir na existência diária um ponto de vista radicalmente diferente, então talvez venhamos a influir no mundo como um todo, porque ele é fruto das nossas relações com os outros, em escala ampliada.

A compreensão de nós mesmos não é um processo isolado. Não implica se retirar do mundo, porque não se pode viver em isolamento. 'Ser' é estar em relação. É a falta de relações corretas que gera conflitos, angústias e lutas. Por menor que seja o nosso mundo, se pudermos transformar nossas relações, essa transformação, da mesma forma que uma onda sonora, se propagará constantemente no mundo exterior. Se pudermos operar uma transformação aqui, não uma transformação superficial, porém radical, começaremos a transformar o mundo. O autoconhecimento é o começo da sabedoria e, portanto, o começo da transformação e da regeneração de valores. (...)"

(J. Krishnamurti - Os Caminhos do Autoconhecimento - Revista Sophia, Ano 12, nº 49 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 05/06)

quarta-feira, 28 de maio de 2014

VERDADE E AMOR

"Verdade e amor são lados de uma mesma moeda e, embora sejam as únicas coisas pelas quais valha a pena viver, ambos são muito difíceis de colocar em prática. Uma pessoa não pode ser verdadeira se não amar todas as criaturas feitas por Deus. Verdade e amor são, portanto, o sacrifício completo. Sem verdade não há amor. Sem verdade pode até haver afeição, como, por exemplo, por um país ou pela dor alheia; pode também existir paixão, como a de um homem por uma mulher. (...) O amor transcende toda a animalidade e nunca é parcial.

 Cientistas afirmam que sem a presença de uma força coesiva entre os átomos que formam o nosso globo, este se partiria em pedaços e nós deixaríamos de existir; e assim como existe uma força coesiva nessa substância oculta, o mesmo prevalece em todos os seres animados. O nome dessa força coalescente entre os seres animados é amor. Notamos sua existência entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs, entre amigos, mas precisamos aprender a usá-la entre todas as criaturas vivas. Em seu uso consiste nosso conhecimento de Deus."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz - Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p. 47)