OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 27 de abril de 2014

SHRADDHA (FÉ)

"Tenho fé em Deus que minha mãe ficará boa - repetia o rapaz aflito, esperando de mim um conforto, uma palavra de esperança, para acalmar-lhe um pouco a dor. A mãe estava nas últimas. Cancerosa.

- É bom que você tenha fé. Tenha fé principalmente na Sabedoria de Deus - disse-lhe eu, querendo fazê-lo compreender que não se entristecesse nem se sentisse traído se a mãe não conseguisse ficar boa.

Manter a mais perfeita convicção de que Deus sabe o que faz é, no meu entender, a mais verdadeira e amadurecida forma de ter fé. Muitos deixam de ter fé exatamente porque Deus não os poupou de uma grande perda, quando confiavam em que tal coisa, pela graça de Deus, não aconteceria. Tais pessoas, se sentem muito decepcionadas porque Ele 'falhou'. Antes diziam que tinham fé. Mas não era bem fé. Era mais um desejo que Deus atendesse os pedidos.

- Ter fé não quer dizer esperar firmemente que Deus, que é a lei suprema, se violente, se desrespeite a si mesmo, a fim de atender a um interesse ou uma necessidade pessoal. Fé em Deus, em verdade, só existe quando não criamos obstáculos à Sua ação, mediante o reconhecimento de sua Onisciência. Consiste na certeza de que Deus dá a mais justa, sábia e perfeita providência em todos os casos, mesmo que pareça o contrário.

Ter fé não se expressa por palavras, mas por atitude psicológica, por sentimentos, obras e ações. Se alguém me afirmar 'eu creio na levitação', tenho o direito de dizer: então demonstre-o. Pule desta janela do 12º andar. Se você não se esborrachar lá embaixo, eu vejo que realmente você crê na levitação.

Da mesma forma, se você diz que tem fé em Deus, pule a janela do seu egoísmo e entregue-se total e absolutamente aos desígnios divinos. Como você vê, isso representa um estado psicológico muito raro em pessoas como eu e você, que ainda estamos limitados pelo egoísmo, e por velhas e enraizadas desconfianças e incertezas.

À medida que formos vencendo tais obstáculos, quebrando as velhas grades e grilhões mentais, iremos conquistando o bem-aventurado estado de fé e, consequentemente, Deus, presente e atuante, realizará tudo aquilo que é sábio e justo. A graça de Deus será então manifesta. Só assim ocorre o milagre. A quem tem fé, os vendavais não abatem, a hecatombe não vence, e a morte não amedronta.

Fé é certeza de que a Onipresença, a Onipotência e a Onisciência de Deus estão atuando em nossas vidas. É Conquista, Evolução, Transformação e Libertação."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 170/171)
www.record.com.br


A LEI DO DEVER (PARTE FINAL)

"(...) Podemos errar; mas se errarmos, tendo-nos esforçado para ver com clareza, lembremos que o erro é necessário para nos ensinar uma lição, que para nosso progresso é vital que aprendamos; podemos errar e escolher o caminho do desejo, iludidos por sua influência, e quando pensamos que estamos escolhendo o Dharma, podemos estar sendo movidos por Ahamkᾱra². Mesmo que seja assim, tomamos a atitude certa quando lutamos para ver o que é correto e resolvemos agir com retidão. Mesmo que ao nos esforçarmos para fazer o que é correto, fizermos o errado, podemos ter a certeza de que o Deus dentro de nós irá corrigir-nos. Por que deveríamos nos desesperar quando cometemos erros, quando nosso coração está fixo no Supremo, quando estamos esforçando-nos para ver o que é correto?

Não, em vez disso, se nos esforçarmos para fazermos o que é certo, e em nossa cegueira fazemos o errado, devemos sim dar as boas-vindas à dor que clareia a visão mental, e destemidamente bradaremos ao Senhor da passagem incandescente da montanha ‘Enviai mais uma vez vossas chamas para calcinar tudo o que obstrua a visão, toda escória que está misturada ao ouro puro; queimai, ó Ser Radiante, até que saiamos do fogo como se fôramos ouro puro e refinado, do qual desapareceu toda impureza.’

Porém se nós, covardemente, recuamos da responsabilidade de chegar a uma decisão e, surdo à voz da consciência, escolhemos o caminho fácil que uma outra pessoa nos disse ser correto, mas que sentimos ser o errado, e assim, contra nossa própria consciência seguimos o caminho de uma outra pessoa, o que fizemos? Embotamos a voz divina dentro de nós; e escolhemos o inferior e não o superior; escolhemos o fácil e não o difícil; escolhemos a subjugação da vontade e não sua purificação; e muito embora o caminho que trilhamos pela escolha de uma outra pessoa possa ser o melhor dos dois, não obstante prejudicamos nossa evolução ao falharmos em fazer aquilo que acreditávamos ser correto. Este erro é mil vezes mais injurioso do que errar pela fascinação do desejo."

². Ahamkᾱra (sânscrito) O conceito de "eu", a autoconsciência ou autoidentidade; o sentimento da personalidade, o "eu", o início egoísta e mayávico do homem, por causa da nossa ignorância que separa o nosso "eu" universal (Glossário Teosófico) Grifo nosso.

(Annie Besant - As Leis do Caminho Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 70/72)

sábado, 26 de abril de 2014

O CICLO DA VIDA

"Nossas vidas não resultam de acontecimentos e ações aleatórias. O período de cada vida é cuidadosa e sabiamente planejado para nos dar uma oportunidade de aprendizagem e evolução.

Escolhemos nossos pais, que são geralmente almas com que interagimos em nossas vidas anteriores. Aprendemos na infância, na juventude e na idade adulta, evoluindo espiritualmente em paralelo com nossa evolução física. Depois que nossa alma deixa o corpo, no momento da morte física, a aprendizagem continua em planos mais elevados de consciência. Revemos a vida que acabamos de deixar, aprendemos nossa lições, planejamos nossa próxima vida. A aprendizagem é permanente e não termina com a morte do corpo.

Passamos por vários níveis de consciência quando nossa alma deixa o corpo físico no momento da morte. Um dos níveis importantes é o da aprendizagem, onde revemos nossa vida. Revivemos cada encontro, cada relacionamente. Sentimos as emoções das pessoas que ajudamos e das que ferimos, das que amamos ou odiamos, das que atingimos positiva ou negativamente. Sentimos suas emoções muito profundamente, porque este é um meio poderoso de aprendizagem, uma espécie de retorno instantâneo de tudo o que fizemos enquanto estávamos em nosso corpo físico. Aprendemos sobretudo através dos relacionamentos.

O conceito de reencarnação explica e esclarece os relacionamentos na vida presente. Constantemente, o que aconteceu no passado distante continua influenciando os relacionamentos de hoje. Tomar consciência das causas dos problemas, enraizadas em vidas anteriores, pode curar o relacionamento presente. Essa tomada de consciência e um aprofundamento da compreensão das coisas são poderosas forças de cura."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p.22/23)
www.esextante.com.br


A LEI DO DEVER (1ª PARTE)

"Existem muitos casos, em nossa experiência diária, nos quais parece surgir conflito de deveres. Um dever chama-nos numa direção, outro noutra. Então ficamos perplexos quanto ao Dharma, tal como ficou Arjuna na batalha de Kurukshetra. 

Estas são algumas das dificuldades da Vida Superior, os testes da Consciência em evolução. Não é muito difícil cumprir o dever que é claro e simples. É provável que aí não ocorra erro. Mas quando o caminho da ação torna-se emaranhado e duvidoso, quando não conseguimos ver, como então iremos trilhá-lo através das trevas? Sabemos de alguns perigos que obnubilam a razão e a visão, e dificultam distinguir o dever. Nossas personalidades são os nossos inimigos sempre presentes, aquele eu inferior que se veste de centenas de formas diferentes, que às vezes põe a mesma máscara do Dharma, e assim evita que reconheçamos que, ao segui-lo, estaremos seguindo o caminho do desejo e não o do dever. Como podemos então distinguir quando a personalidade nos está controlando, e quando o dever nos direciona? Como saberemos quando estamos sendo afastados do caminho, quando a própria atmosfera da personalidade que nos envolve distorce o objeto além de si pelo desejo e pela paixão?

Em provações assim não conheço maneira mais segura do que nos retirarmos em silêncio para a câmara do coração, para tentar pôr de lado os desejos pessoais, e por um instante nos esforçarmos em afastar da personalidade o nosso Ser, e olharmos para a questão numa luz mais ampla, mais clara, orando ao nosso Gurudeva¹ para que nos oriente; então, sob essa luz podemos conquistar, por meio da oração, da autoanálise, e da meditação, o direito de escolher o caminho que nos pareça ser o do dever. (...)"

¹. Gurudeva, Literalmente: “Maestro Divino”. (Conforme Glossário Teosófico) grifo nosso.

(Annie Besant - As Leis do Caminho Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 70)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

A TRANSMUTAÇÃO DO KARMA EM DARMA

"No universo, cada coisa ingressa no campo da existência no lugar e tempo a que ela ‘pertence’. Ela surge ali e naquele instante, porque naquele lugar e tempo existe uma necessidade particular que ela pode satisfazer.

Por que um ser humano específico pode prover a necessidade de uma família, grupo ou nação em particular - e da humanidade em geral – num determinado tempo? Porque a soma total das séries de experiências, pensamentos e ações do passado, que condicionam aquilo que é possível a esse ser humano realizar, faz com que ele ou ela se torne uma resposta potencialmente efetiva à necessidade.

O recém-nascido encontra-se condicionado pelo passado – ancestral, sócio-histórico e/ou reencarnacional pessoal – como o último elo de uma cadeia de tentativas do universo (ou, pode-se dizer, de algum Deus) para satisfazer com êxito uma necessidade cósmica particular e, dessa maneira, cumprir um papel específico neste planeta (ou em qualquer outro). Esse condicionamento é o karma do recém-nascido. Contudo, a tarefa de cumprir esse papel em termos da necessidade de um lugar e tempo particulares constitui o seu darma. Por conseguinte, darma e karma são os dois lados da moeda da existência individual. O karma é constituído por aquilo que é possível ao recém-nascido em virtude de uma longa série de experiências passadas, quer tenham sido elas bem-sucedidas ou resultado em fracassos. O darma se define pelo caráter preciso e pela necessidade da nova situação existencial na qual ocorreu o nascimento. O darma requer um ser humano cujo karma particular faz com que lhe seja possível executá-lo. (...)"

(Virginia Hanson e Rosemarie Stewart - Karma, A Lei Universal da Harmonia – Ed. Pensamento, Rio de Janeiro - p. 49/50)