OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 13 de abril de 2014

RESGUARDE SUA MENTE (1ª PARTE)

"O espaço está constantemente saturado de vibrações invisíveis. As ondas de rádio são um exemplo. De milhares de estações de todos os países partem vibrações, as quais, captadas por um aparelho receptor, se transformam em som. Chama-se de sintonia o ato de pôr o receptor em consonância vibratória com a emissora. Nossa mente, tal como o radio receptor, quando sintoniza com ondas de pensamento que cortam os espaços, ondas emitidas por outras mentes, recebe os pensamentos das pessoas.

A transmissão do pensamento pode ser pelos meios mais densos e concretos como também pelos meios mais sutis e quintessenciados. A palavra é um meio de comunicação mais conhecido. Pela palavra, influimos na mente dos outros e, reciprocamente, somos influenciados.

Em época alguma a mente humana foi bombardeada por tantas, tão veementes, tão variadas e contraditórias sugestões como agora. Isso é (mesmo!) uma agressão ao equilíbrio mental de cada indivíduo. Propaganda, cinema e televisões, livros e discursos, aulas e jornais constituem exércitos a invadir-nos a mente, a cada instante, onde nos encontramos. Todo escritor, autor, publicitário, professor e ator têm ansiedade profissional por tomar de assalto as mentes e injetar lá dentro novas ideias, necessidades, motivações, inclinações e ideais seus ou de seu interesse. Todos os líderes se empenham em dominar nosso mundo mental. As ideologias, a indústria, o comércio, a arte crescem, à medida que nos dirijam, nos envolvam, nos condicioname, nos comprometam, nos convençam e nos prendam em suas malhas aliciadoras. (...)

As pessoas, por invigilantes e por não saberem se resguardar de tais influências, vivem como barcos desgovernados, e muitos perdem equilíbrio e saúde mental em meio à agitação 'normal' neste mundo mental. Os milhões de mensagens e vibrações criam impressões e tendências de ser e de agir (samskaras e vásanas) que lhes dirigem o destino. E tudo isso vem como bombardeamento etéreo, impalpável, sutil, por isso mesmo incomparávelmente mais penetrante do que as sugestões do mundo material.

Assim como, quem tem bom gosto e maturidade mental evita sintonizar o rádio para certas estações vulgares e de mau gosto, dando preferência à programação refinada, educativa e bonita, e se não as encontra, desliga o aparelho. O yogui também sabe defender-se das mensagens verbais, visuais ou telepáticas nocivas que lhe queiram invadir o templo da mente, devotada sempre a Deus. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 173/174)


sábado, 12 de abril de 2014

FAÇA DO SEU TRABALHO UMA PRECE

"Há algumas pessoas que, para não rezarem usam a desculpa de que a vida é tão agitada que as impossibilita de fazer uma oração.


Isso não pode acontecer.


Não é necessário que interrompamos o nosso trabalho para orar; podemos, sim, continuar trabalhando como se o nosso trabalho fosse uma prece.


Não é necessário estar sempre meditando, nem conscientemente experimentar a sensação de que estamos falando com Deus, não importando o quanto isso seja bom. O que importa é estar com Ele, viver Nele, em Sua alma."


(Madre Tereza de Calcutá - Tudo Começa Com A Prece - Ed. Teosófica, Brasília, 2008 - p. 50)


A ILUSÃO E O EGO (PARTE FINAL)

"(...) No Bhagavad-Gita há um diálogo interessante entre Arjuna e Krishna: ‘Como é um homem iluminado? Como ele dorme, como trabalha, como vive?’, pergunta Arjuna, e Krishna diz: ‘ele vive, trabalha e dorme como um homem comum, mas não pelas mesmas razões.’ O processo do ego não é uma questão do que se está fazendo, mas de como se aborda o fazer e o não fazer.

Isso não é altamente filosófico nem de difícil compreensão. Ensinamos as crianças a jogar um jogo pela alegria de jogar, e a se aprimorar no jogo pelo amor ao aprimoramento; ensinamos a não dar muita importância ao resultado, a quem ganha ou perde. Se damos importância ao resultado, a atividade torna-se egoísta. Se não formos egoístas, então não importa quem ganha ou perde. Existe a alegria de ter jogado, a alegria de cumprimentar um amigo por ter jogado melhor e vencido. Não há frustração. Esse é o espírito do esportista. (...)

É uma ilusão pensar que o autointeresse age em favor no nosso próprio interesse. Estamos definindo a vantagem de maneira muito mesquinha e pouco inteligente. Não estamos separados de outras pessoas; portanto, o que consideramos ser um beneficio na realidade não é.

Se percebermos a verdade disso e os perigos do processo do ego (percebemos de verdade, não por meio de uma explicação ou como uma conclusão racional), essa percepção do perigo agirá sobre a consciência e eliminará o processo do ego. Apenas querer fazê-lo não traz resultado. Concordar também não ajuda, porque conhecimento e ideias não mudam a consciência. Mas uma percepção profunda da verdade muda, e todos nós temos capacidade para esse insight. (...)"

(P. Krishna - A ilusão do ego - Revista Sophia, Ano 4, nº 13 - p. 43)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

KARMA YOGA

"De acordo com a karma yoga, uma ação não pode ser destruída enquanto não der frutos; nenhum poder na natureza pode impedir seus resultados. Se pratico o mal, terei de sofrer por isso; não há poder no universo capaz de deter ou interromper isso. Se pratico uma boa ação, não há poder no universo que impeça seus bons resultados. Obrigatoriamente a causa produz o efeito. Nada pode prevenir ou impedir isso.

Chegamos agora a um ponto muito delicado e importante da karma yoga; nossas ações, boas ou más, estão intimamente relacionadas umas às outras. Não podemos traçar uma linha demarcatória e afirmar que essa ação é completamente boa e a outra, completamente má. Não existe ação que não produza bons e maus frutos ao mesmo tempo. (...)

O que se pode concluir disso? Por mais que tentemos, não pode existir ação perfeitamente pura ou perfeitamente impura, considerando pureza e impureza no sentido de prejudicar ou não prejudicar os outros. Não podemos respirar ou viver sem causar algum mal, e cada porção de alimento que ingerimos é tirado da boca de outra pessoa. Nossas próprias vidas estão pressionando outras vidas. Pode ser a de homem, animais ou alguns pequenos micróbios, mas forçosamente barramos algumas formas de vida. Sendo assim, concluímos realisticamente que a perfeição não pode jamais ser obtida pela ação. Podemos agir por toda a eternidade sem encontrarmos a saída desse complicado labirinto. Você pode agir incessantemente, porém essa inevitável combinação de bem e mal que resulta da ação, jamais terminará.

(...) Vimos que quando ajudamos o mundo, ajudamos a nós mesmos. O que fazemos em benefício dos outros tem como principal consequência a nossa purificação. Ao esforçar-nos constantemente para fazer o bem, tentamos esquecer-nos de nós mesmos. Esquecer o self é a grande lição que precisamos aprender na vida. (...) Cada ato de caridade, cada pensamento de compaixão, cada ajuda que prestamos, cada boa ação reduz bastante a arrogância do nosso pequeno self, pois faz com que nos consideremos criaturas mais modestas e insignificantes, o que é muito bom."

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 230/233)


A ILUSÃO DO EGO (2ª PARTE)

"(...) O ego passa a existir enquanto a criança cresce. Todos nós fomos crianças e passamos por esse processo. Depois de dois ou três anos de vida a criança domina a linguagem, a capacidade de pensar e de imaginar. Mas essas capacidades, em si mesmas, não são o ego. Elas são adquiridas por um processo de evolução biológica que é parte da ordem natural. Quando juntamos essas capacidades com o instinto de buscar o prazer e evitar a dor, que existe também no animal, temos uma receita para a formação do ego, porque na consciência humana existem não apenas a dor e o prazer físico, mas também a dor e o prazer psicológicos. (...)

Quando você trata mal um cachorro, ele volta no dia seguinte abanando o rabo. Ele esquece os mal tratos e não se sente insultado. Nós, porém, temos a capacidade não apenas de lembrar, mas também de nutrir esse agravo psicológico dentro de nós. É isso que traz medo e suspeitas aos nossos relacionamentos. As crianças também são capazes de se magoar, mas em poucos dias esquecem a mágoa e rapidamente voltam à velha amizade. À medida que envelhecemos, torna-se cada vez mais difícil fazer isso. Esse é o início do processo do ego.

Seria possível não registrar nada psicologicamente? Registrar somente fatos, não insultos ou bajulações? Não pretendo fazer objeção à memória como um todo, porque a memória factual e necessária, não cria ilusões nem alimenta o ego. Porém, a memória psicológica interfere na qualidade dos relacionamentos no momento presente. Uma pessoa que brigou com seu marido ou esposa há dois anos pode lembrar-se factualmente da briga, mas se não estiver carregando resíduos psicológicos, em termos de mágoa, a lembrança não afetará seu relacionamento atual. É a memória do insulto que constitui a memória psicológica, e é isso que cria dificuldades no relacionamento. (...)"

(P. Krishna - A ilusão do ego - Revista Sophia, Ano 4, nº 13 - p. 41) 
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