"Sendo o Karma
uma lei Divina e, portanto, justa e perfeita, ela é inviolável. Não pode ser
burlada, como acontece com as leis humanas. É uma lei neutra, mantendo todos
nivelados perante a justiça divina, em sintonia com seu estágio evolutivo.
Nenhum ser humano recebe mais, ou menos, do que
merece. O que pode acontecer é o indivíduo introduzir novos fatores,
intensificando, atenuando ou, até mesmo, neutralizando os efeitos da lei. Isso
não quer dizer violação, mas sobretudo que, no contexto dessa lei, novas forças
foram introduzidas.
Exemplo: uma pessoa rouba uma quantia ‘x’ de outra, e
com o passar do tempo arrepende-se e devolve esse mesmo valor, corrigido com
juros e correção monetária, desculpando-se da atitude improcedente. Isso
resgatou, em grande parte, a reação que teria pela lei do Karma. Logicamente, algum malefício causou a vítima, a qual talvez
precisasse mais do dinheiro na ocasião do roubo. Como um prejuízo foi causado,
isso, automaticamente, representa débito Kármico,
apesar da devolução já feita. Entretanto, atenuou muito o mal feito e poderá
até anular o Karma programado, desde
que tenha uma boa conduta. Some-se a isso a autocondenação, no tribunal da
consciência, desse ladrão de outrora. Acrescente-se ainda a lição advinda para
sua alma, pelo respeito ao direito alheio. Outras alternativas, hipóteses e
lições, o leitor pode imaginar para o caso mencionado.
Vê-se, portanto, que é muito útil a reflexão sobre as
múltiplas facetas do Karma, sobretudo
se for aplicado na prática de sua vida diária.
Raciocinando em sentido contrário, caso não devolvesse
o dinheiro, mais cedo ou mais tarde, nessa ou noutra encarnação, essa quantia
seria subtraída de si, por qualquer mecanismo da natureza, para cumprir a lei Kármica."
(Antonio Geraldo
Buck - Você Colhe o que Planta – Ed. Teosófica, Brasília, 2004 - p. 24/25)