OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 5 de abril de 2014

NÓS SOMOS A PRÓPRIA MUDANÇA

"Violência e não violência originam-se na mente. Gerar uma mente não violenta nos assegura um modo de seguir em frente com esperança. Depende de cada indivíduo responder aos outros com violência ou não.

A violência tem extensões sutis, no pensamento, na fala e nas intenções. Podemos atuar sobre isso imediatamente, para efetuar mudanças na sociedade e em nós mesmos. Logicamente não podemos condenar atos de violência praticados por aqueles que achamos ser nossos ‘inimigos’, por um lado, e tentar justificar atos de violência dos nossos ‘amigos’, por outro. Toda violência causa dano. Devemos trabalhar para remediar as causas da violência, como a indiferença, o ódio, a intolerância religiosa e cultural, o nacionalismo estreito, a degradação ambiental e as disparidades econômicas. O papel individual é de vital importância, ao dar pequenos passos rumo à construção da paz. (...)

Reduzir a violência na mente pode ser uma tarefa difícil, que requer coragem e determinação. Desenvolver uma mente não violenta é parte de um fluxo incessante, reflete uma tradição ininterrupta de quatro mil anos de história.

Quando começamos esse processo, podemos ver benefícios individuais imediatos. Tornamo-nos pessoas mais felizes, mais relaxadas; montanhas de frustração e sofrimento começam a se transformar em montículos. As pessoas com quem interagimos também começam a sentir benefícios. Como disse Mahatma Gandhi, ‘devemos ser a mudança que queremos ver, e não as trevas que desejamos deixar para trás.’"

(Anna Alomes - A opção pela não violência - Revista Sophia, Ano 5, nº 18 – Pub. da Ed. Teosófica - p. 7)

sexta-feira, 4 de abril de 2014

NÃO PERMITA QUE A DÚVIDA DOMINE SUA MENTE

"ENTREGUEM-SE TOTALMENTE aos pés de lótus do Senhor. Lembrem-se Dele constantemente, não percam mais tempo com pensamentos mundanos. Lutem! Lutem duramente para controlar a mente inconstante e fixá-la em Deus. Quando puderem fazer isso, descobrirão quanta alegria existe na vida espiritual, quanta diversão*! A ignorância deve ser superada nesta mesma vida. Isto não será fácil, a não ser que se dediquem de coração ao trabalho do espírito. Fé é a única coisa imprescindível, uma fé intensa! Não permitam que a dúvida domine suas mentes.

Mas Maharaj, e se as dúvidas se apoderarem de nós?

As dúvidas surgirão até o momento em que vocês, realizem Deus: por isso, entreguem-se a Ele e orem. Pensem consigo mesmos: 'Deus é! Mas por causa de minha mente impura não posso vê-lo. Assim que, pela graça de Deus, meu coração e minha mente tiverem sido purificados, eu certamente poderei vê-lo!' Deus não pode ser conhecido pela mente finita. Ele transcede a compreensão da mente e, mais ainda, a do intelecto. Este universo aparente é uma criação mental. A mente o produziu; é sua autora e não pode ir além de seu próprio domínio.

Subjacente à nossa mente existe outra mente espiritual mais sutil, sob a forma de semente. Pela prática da contemplação, oração e japa, ela se desenvolve e, com isso uma nova visão se abre para o aspirante, que passa a perceber a existência de muitas verdades espirituais. Essa, porém, não é a experiência final. A mente sutil aproxima o aspirante de Deus, mas não pode alcançar Deus, o Atman Supremo. Para quem chega a esse estágio, o mundo perde todo o encanto e ele permanece absorto na consciência de Deus. Essa absorção conduz ao samadhi, uma experiência indescritível, que transcende a existência e a não existência, na qual não existe felicidade ou infelicidade, nem luz ou sombras. Tudo é o Ser Infinito, impossível de expressar."

*A palavra diversão aplicada à alegria espiritual é característica em Swami Brahmananda, que com isso desejava eliminar a distância que existe em muitas mentes entre as satisfações sublimes da religiaão e a felicidade simples experimentada na vida cotidiana. Todo mundo aprecia diversão: porque, então, Deus não pode ser apreciado por todo mundo? Afinal, deus é a única e verdadeira diversão.

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo, 2011 - p. 220/221)

SENTIMENTOS E EMOÇÕES OBSCURECEM A ALMA

"Até agora você achou que tinha certas qualidades, com emoções e sentimentos caraceterísticos. Patânjali declara que você está apenas usando uma máscara de paixões e desejos. Você a usa há tantas encarnações que esqueceu completamente sua verdadeira natureza. Quando perceber que só personifica, todos os dias, características diferentes, de acordo com a mudança dos sentimentos, não será mais a mesma pessoa, pois conseguirá se desfazer desses estados ilusórios. Quando perceber que a paixão e a raiva não fazem parte de sua verdadeira natureza, as emoções não terão mais controle sobre você. Cada pessoa é intrinsecamente maravilhosa - só precisa se livrar da máscara da consciência do ego. Lembre-se disso. 

Se você puser um diamante perto de um gato preto, o diamante refletirá a cor preta. Será que você pode afirmar que o diamante é preto? Não. Assim que você tirar o gato de lá e colocar o diamante sob a luz, esse ofuscará os olhos com seu brilho natural. O gato preto é a inquietude, que turva a consciência com emoções, obscurecendo a luz e a alegria da alma. A própria natureza da inquietude é tal que, na mesma hora em que você está sentindo prazer com alguma coisa, já começa a procurar outra coisa, com um persistente descontentamento que é agitado pelos sentimentos. Mas a bem-aventurança - a alegria divina oculta na alma - é sempre nova, sempre constante na consciência, e como proporciona satisfação completa, faz a inquietude desaparecer. Espero que compreenda o valor destas palavras. É o caminho para se libertar de todo o sofrimento."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 224)


quinta-feira, 3 de abril de 2014

PSEUDO-ESPIRITUALIDADE

"Algumas pessoas passam parte do dia em atividades religiosas que, segundo dizem, trazem benefícios espirituais. Milhões de hindus, budistas, cristãos e outros repetem orações e tomam parte em cultos, mas dedicam pouca atenção ao significado interno dos rituais.

Nesse caso, a religião é como um molde preparado para as pessoas pela sociedade em que vivem, e elas caem de imediato dentro desse molde. Em outras circunstâncias, naturalmente se adaptariam a outro molde. Elas não estão realmente se voltando para o plano espiritual; estão se conformando com o que é mais fácil e fazendo aquilo que se espera que façam.

A busca espiritual pode ser também uma expressão de medo, uma espécie de seguro contra dissabores futuros. Nesse caso, é como uma forma de investimento, uma precaução do homem de negócios contra tempo difíceis. Quanto mais ele peca e favorece a si mesmo, mais sente necessidade de pavimentar um caminho seguro para o outro mundo.

Portanto, quem deseja levar uma vida espiritual precisa se questionar e examinar seus motivos. O aspirante que iludir a si mesmo não encontrará a iluminação que procura. Ele deve indagar se realmente deseja seguir o caminho espiritual ou se está apenas procurando uma saída para seus problemas, uma adaptação à sociedade ou a garantia de uma segurança futura."

(Radha Burnier - A Busca Espiritual - Revista Sophia, Ano 3, nº 11 - p. 27)


O RUGIR DA TEMPESTADE (PARTE FINAL)

"(...) Temos de provocar tormentas e perturbações a fim de criar o entusiasmo de viver?  Este remédio parece ser pior que a doença! Afinal de contas o que é uma tormenta ou uma perturbação? Obviamente é um desafio da vida. Devido a estes desafios, ficamos perturbados. Mas como no rio da vida correm novas águas a todo momento, a vida é um desafio incessante. Não há momentos em que não exista o desafio da vida. Por que não ficamos em estado de alerta, embora o desafio deva tornar a pessoa alerta e vigilante? Se vivermos cercados por desafios e não estamos alertas e vigilantes, será que não estamos nos resguardando, sob uma falsa segurança?

Não há dúvida de que a vida está constantemente enviando, de maneira incessante, desafios de todos os lados e em diversos níveis. Porém, a mente, através de suas respostas, emanadas das esferas de sua memória, trabalha como um 'amortecedor de choques', em relação a estes desafios. É esta atividade da mente que nos leva a passividade. Somos, então, impedidos de enfrentar os desafios da vida, devido à intervenção da mente. A mente está interessada em agir como intermediária, porque só assim pode manter sua continuidade. Devido a essa mediação, nós nem mesmo nos tornamos conscientes dos desafios da vida. Algumas vezes, as suas fortificações desmoronam devido à natureza esmagadora do desafio, porém tais circunstâncias raramente acontecem na vida de uma pessoa comum. a pessoa não percebe os contínuos desafios da vida, devido às barreiras colocadas pela mente entre ela e o seu ambiente. Dessa forma a mente a mantém afastada de um contato direto com a vida. A maioria de nós está circunscrita a uma existência estagnada. Como haver entusiasmo numa existência assim?

Se a mente pudesse receber os desafios da vida, sem emitir qualquer resposta de seus centros de memória, permaneceria viçosa e vital. Da mesma forma como a naturezaa é purificada pela tormente que ruge, assim o será a mente humana pelos desafios da vida. Recebê-los, porém não reagir a ele, a partir dos centros de memória, é 'ficar impassível' no meio da tempestade, é ficar quieto onde se está, porque qualquer movimento da mente nesta hora de tormenta, conduzirá o peregrino espiritual a uma confusão cada vez maior.

Mas permenecer impassível numa tormenta requer tremenda coragem. Não resistir à tormenta, nem fugir dela implica em receber em cheio o impacto da tormenta. E ao receber este impacto, o homem fica absolutamente só. O desafio sem resposta é um estado de solidão. Quando uma tempestade ruge na Natureza, cada árvore está sozinha, pois tem que se apoiar em sua própria resistência. Porém naquela solidão, se a árvore não resiste, torna-se mais leve devido à queda das folhas e galhos mortos. Da mesma forma, se a pessoa puder permanecer quieta, sozinha e renovada. E na renovação subjetiva, as dificuldades do ambiente objetivo se dissolverão na atmosfera. A solidão criada pela tormenta está cheia de tremendas possibilidades espirituais."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 19/21)