OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 30 de março de 2014

A PIOR DAS POLUIÇÕES NÃO VEM DE FORA, MAS DE DENTRO DE CADA UM DE NÓS

"As religiões prometem o céu aos homens de consciência, e não da ciência; ser erudito é fácil, ser bom é difícil.

Por isto, o progresso da ciência será sempre mais rápido do que a formação da consciência. O Ter será sempre mais fácil do que o Ser - mas, em compensação, o homem perde todo o seu Ter na hora da morte, mas leva consigo para outros mundos o seu Ser. O Ter nos dá gozo, mas somente o Ser nos torna felizes.

Hoje em dia, é fácil gozar, mas é cada vez mais difícil ser feliz. Outros nos fazem gozar ou sofrer, mas somente nós mesmos nos tornamos felizes.

Evitar a poluição mental  e moral é o primeiro imperativo categórico para ser feliz.

Fácil é abusar.

Difícil é recusar.

Dificílimo é usar, sem abusar.

Quando o homem faz o que deve, embora não o queira, ele é austeramente feliz - mas, quando o homem faz o que deve e quer o que deve, então é ele jubilosamente feliz. Para poder querer o que se deve, é necessário integrar o seu pequeno ego periférico no seu grande Eu central. Quando o Eu cósmico do homem consegue integrar em si o ego pessoal, então é o homem realmente feliz.

Que foge da poluição mental das massas insipientes e segue a elite dos sapientes, não deixará de verificar o que o exímio iniciado da China, Lao-Tse, verificou séculos antes da Era Cristã.
"Quem é iluminado por dentro,
Parece escuro aos olhos do mundo.
Quem progride interiormente,
Parece ser um retógrado.
Quem é autorrealizado,
Parece um homem imprestável.
Quem segue a luz interna,
Parece uma negação para o mundo.
Quem se conserva puro,
Parece um bobo e simplório.
Quem é paciente e tolerante,
Parece um sujeito sem caráter.
Quem vive de acordo com seu Eu espiritual,
Passa por um homem enigmático.'"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 149/150)
www.martinclaret.com.br


RUGIR DA TEMPESTADE (2ª PARTE)

"(...) O entusiasmo por alguma coisa emana de uma condição de profundo interesse. Não se deve também confundir entusiasmo com simples excitação. Esta não possui profundidade e, portanto, não pode sustentar-se. Necessita ser constantemente alimentada pelas sensações do mundo externo. Porém o entusiasmo, arraigado no interesse profundo, tira sua força da própria profundiade. A mente capaz de um interesse profundo não conhece momentos de obscuridade e não se intimida com obstáculos, por maiores que sejam.

A dificuldade para a maior parte de nós é que vivemos nossas vidas num nível demasiado superficial; nossos pensamentos e emoções são extremamente rasos. Esta tendência para a superficialidade aumentou enormemente nos últimos tempos devido a uma primazia indevida dada à rapidez. Nossa civilização está num estado de precipitação terrível - embora não saiba para onde corre tanto! Ora, uma vida supercial tem constante necessidade de excitações, sejam materiais ou espirituais. Há um anseio por mais e mais excitações, sensações e entretenimentos. Vê-se hoje em todos os níveis da existência humana, esta crescente demanda pelo 'mais'. É necessário dizer que a mente funcionando em níveis superficiais não pode ter experiências profundas. Uma mente assim mantém apenas relações sociais; não cultiva amizades profundas. Pode dissecar e analisar uma estrutura; não pode compreender as profundezas da vida subjacente. Porém a espiritualidade é essencialmente assunto de experiências profundas. É a profundidade da experiência o que caracteriza a espiritualidade e não um determinado campo de atividade. Pode-se ser intensamente espiritual num mercado público, e não o ser, em absoluto, num templo ou santuário.

É a pessoa que vive superficialmente que briga com as condições objetivas da vida. Porta-se com um senso de injustiça. Sente ressentimentos para com os Senhores do Karma. Julga-se derrotada pelas circunstâncias em que foi inserida. A superfície da água é constantemente agitada, mesmo por um vento passageiro. O ser humano esforça-se por livrar-se destas perturbações constantes, tentando controlar o vento. Procurar a segurança tentando alterar as condições objetivas da vida é revelar mente imatura. A mente sem profundidade, empenha-se em tais propósitos. Sente-se restringida pelos acontecimentos objetivos, sejam coisas, pessoas ou ideias. Quando o contato da mente com a vida é raso e superficial, as dificuldades do mundo objetivo avultam-se muito. (...)" 

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 10/12)


sábado, 29 de março de 2014

KARMA GRUPAL

"A interdependência da humanidade envolve o karma grupal e nacional. Encontramo-nos, todos, intimamente ligados tanto ao grupo cultural no qual nascemos como à raça da nação da qual aquele grupo faz parte. O karma produzido por nós mesmos coloca-nos no cenário de um karma místico, que é o resultado cumulativo da história da nação – uma aura ou atmosfera mental-emocional criada por incontáveis gerações de antepassados nossos. Isto leva ao karma distributivo, através do qual as ações de um grupo envolve todos os membros daquele grupo, não importando se eles as aprovam ou não. Possivelmente, isso explicaria a afirmação de que, após a morte, o Ego (a individualidade que reencarna e não a personalidade que a psicologia moderna denomina de ‘ego’) só recebe ‘a recompensa pelos sofrimentos imerecidos suportados durante sua encarnação anterior’. De qualquer modo, assim como ninguém pode escapar dos resultados de suas próprias ações, também não pode impedir ou desviar do karma de seu grupo. Não se pode fugir ou escapar dele. Se seus problemas não forem enfrentados agora, permanecerão atados karmicamente a eles em vidas futuras, talvez em nações futuras, até que o equilíbrio adequado seja restaurado. Isso evoca alguns pontos interessantes e convincentes. Aquela minoria que deserta de sua terra natal a fim de se estabelecer em alguma outra parte é um bando de heróis ou um grupo de escapistas? Esta questão torna-se ainda mais fascinante no caso dos emigrantes que em seu novo mundo perseguiram os que entraram em desacordo com eles, da mesma maneira feroz que haviam sido perseguidos antes de deixarem sua terra natal."

(Virginia Hanson e Rosemarie Stewart - Karma (A Lei da Harmomia) – Ed. Pensamento, Rio de Janeiro, 1991 - p. 63)


O RUGIR DA TEMPESTADE (1ª PARTE)

"Um dos mais desconcertantes problemas da vida espiritual é o de mantermos nosso interesse em meio às intermináveis dificuldades e aos mais cruéis desafios. É a rotina e monotonia de nossa vida diária que solapa nossa vitalidade e força. A vida da maior parte da humanidade é feita de pequenos fatos e incidentes que podemos chamar de trivialidades da existência. Grandes e extraordinários acontecimentos raramente ocorrem nas vidas de homens e mulheres comuns. Demonstrar entusiasmo por coisas extraordinárias é fácil, porém é extremamente difícil mantê-lo em meio à rotina diária. O maior dos desafios do ser humano consiste na manutenção da integridade espiritual em meio dos detalhes triviais da vida. Manter equilíbrio perfeito de pensamento e emoção entre as provações incessantes causadas pelos fatos e acontecimentos da existência diária, demanda uma energia que a maioria não está em condições de apresentar. E, além disso, a prova da vida espiritual está no âmbito das atividades comuns e não na esfera de empreendimentos extraordinários. 

Foi Emerson quem disse que jamais algo de grandioso fora conseguido sem o entusiasmo. Se ele tinha razão, então o entusiasmo é uma das qualidades essenciais requeridas na senda espiritual. Sem entusiasmo, esta parecerá enfadonha. Isso tem sido bem evidenciado nas vidas de inemeráveis aspirantes, que retornaram à existência mundana devido à sua inabilidade em manter o entusiasmo na vida espiritual.

Entretanto, o entusiasmo não deve ser confundido com o desempenho eficiente de nossas obrigações. A chamada eficiência do mundo é devida, geralmente, ao cultivo de certos hábitos. Uma vida eficiente não é necessariamente uma vida criadora - muitas vezes é uma vida automática. A máquina é eficiente - porém não é entusiasta. Ela executa sua função sem falhas, porém não podemos associar o elemento alegria ao que a máquina executa. Uma vida de entusiasmo, entretanto, tem em si a parte criadora. Suas ações não são esteriotipadas, porém portadoras de uma individualidade própria. (...)"

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 09/10)


sexta-feira, 28 de março de 2014

EDUCAÇÃO CRIATIVA

"Em todas as instituições e sistemas educacionais está ocorrendo um processo de desumanização. Krishnamurti chama a atenção para essa tendência fundamental, que, se não for detida, reduzirá os seres humanos a meros autômatos. Essa é, de fato, uma tendência que a nossa civilização, dominada pela mente, está seguindo em todas as esferas de atividade. Na educação, isso é particularmente desastroso.

Segundo Krishnamurti, estamos deixando as faculdades e universidades ‘como se tivéssemos saído de um molde’, transformados num tipo de gente que busca a conformidade, que persegue o sucesso, que está interessado em segurança. Krishnamurti afirma que o ‘conformismo leva à mediocridade’. Onde existe mediocridade não pode haver criatividade; portanto, para que a nossa educação seja criativa, temos que abrir mão de todos os fatores que levam à conformidade e à segurança. Na educação criativa, a inteligência toma o lugar de mediocridade. (...)

A análise de Krishnamurti sobre a educação atual merece ser considerada profundamente pelos educadores de todo o mundo: ‘Nós podemos nos graduar e nos tornar mecanicamente eficientes sem sermos inteligentes. A inteligência não é mera informação; não deriva de livros, não consiste em respostas espertas e defensivas, nem em afirmações agressivas. Alguém que não tenha estudado pode ser mais inteligente que um erudito. Nós temos reduzido os critérios de Inteligência, além de termos desenvolvido mentes sagazes que evitam as questões humanas vitais. Inteligência é a capacidade de perceber o essencial, o que é; educação é despertar essa capacidade em si mesmo e nos outros.’ ”

(Rohit Meta - Educação Criativa - Revista Sophia - Ano 3, nº 9 - p. 9/10)